Sem Medo De Recomeçar escrita por Nyne


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Capítulo curto, mas espero que gostem =)
ótima leitura!



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Era manhã de domingo e Barbara dormia. Não teve uma noite de sono das melhores. Teve pesadelos que mais uma vez traziam lembranças ruins do seu passado com Iago.

Quando ela pensava que enfim estaria livre deles, os mesmos sempre davam um jeito de voltar.

Ao abrir os olhos olha o visor do celular e vê que já passa das dez.

Está com um pouco de dor de cabeça, provavelmente causada pela péssima noite de sono.

Vai tomar um banho e em seguida ajudar a mãe com as coisas para ao almoço.

Almoça com seus pais e conversa um pouco com eles. Algum tempo depois volta para o quarto.

Senta na cama e fica pensando nos pesadelos.

Não tinha mais nenhum tipo de contato com Iago, se livrou de tudo que pudesse trazer lembranças dele, mas por algum motivo ele ainda a atormentava, a amedontrava.

Iago havia deixado traumas em Barbara, feridas que por mais que ela tentasse não conseguia fechar.

Barbara queria ser como Raquel, que apesar de ter sofrido muito mais nas mãos de Natã estava sabendo seguir em frente, viver novamente, deixando o passado para trás, mesmo com Natã a perseguindo.

Covardia. Essa era a única palavra que vinha a sua cabeça quando pensava nisso. Ela era uma covarde.

Por mais durona que se mostrasse, Barbara tinha medo de viver uma nova história com alguém. Tinha medo de se viver uma nova história e repetir os mesmos erros e se machucar nos mesmos lugares.

Conhecia bem o discurso de amigos que insistiam em dizer que “nem todos os homens são iguais”, mas ainda assim não queria arriscar.

Por muitas vezes se permitia acreditar nessa verdade, de que existiam sim homens que valessem a pena, que valessem valer o título de homem de verdade. Sentia que Renato era um desses homens.

Renato.

Não queria pensar tanto nele como estava pensando nos últimos dias. Seria mais fácil se fosse assim. Não doeria quando ele enfim dissesse que o que estava acontecendo entre eles teria que acabar.

Barbara levanta da cama e se abaixa, pegando algo. Era um violão.

Havia algum tempo que não o tocava mais. Iago dizia que ela não tinha habilidade com as cordas, que não sabia tocar e acabava estragando as músicas.

O instrumento estava um pouco empoeirado, mas assim que o pegou Barbara sentiu algo bom nascendo dentro de si. Algo que ela não sentia há muito tempo.

Arriscou alguns acordes. Ajustou as cordas e começou a tocar.

Com os olhos fechados deixou que o som invadisse seu quarto e seus pensamentos. Foi interrompida com um som bem diferente do que saia do violão. Abriu os olhos e viu que era seu celular que tocava.

De primeiro momento não conheceu o número, mas atendeu mesmo assim.

 - Alô?

 - Barbara? Sou eu, Renato.

 - Ah, oi Renato. Não conheci o número.

 - É da minha casa. Meu celular está sem bateria.

 - Entendi.

 - Então, ia perguntar se você está ocupada agora. Quero falar com você.

 - Não estou não pode falar.

 - Na verdade o que quero falar não seria legal por telefone... Podemos nos encontrar agora?

Enfim havia chegado a hora. Barbara estava se preparando pra isso, mas não esperava que fosse tão rápido.

 - Barbara? Me ouviu?

 - Ouvi sim Renato.

 - Então, podemos sair?

 - Podemos...

 - Está tudo bem? Sua voz mudou de repente.

 - Não, está tudo bem.

 - Tudo bem então. Daqui uma hora passo aí tudo bem?

 - Tudo. Vou esperar.

Barbara desliga e vai trocar de roupa. Por mais que temesse que isso fosse acontecer e tivesse procurado se preparar para o momento, sentia seu coração apertado.

Guardou o violão dentro da capa e  o colocou  novamente debaixo da cama.

Colocou uma roupa simples, uma calça jeans, uma blusa de mangas compridas porém de um tecido leve e uma sapatilha. Avisou a mãe que ia dar uma volta e saiu. Resolveu esperar Renato no portão, para que as coisas fossem as mais diretas e rápidas possíveis.

Renato não demora muito a chegar e quando a vê abre a porta do carro. Barbara vai até ele e entra.

 - Oi. – diz ele com um sorriso.

 - Oi.

Ele esperou que Barbara o beijasse, mas ela não o fez.

 - Está brava?

 - Não, por quê?

Ele não responde apenas a beija.

 - Aonde quer ir?

 - Onde quiser me levar.

Renato a olhou de uma forma que fez com que ela se arrependesse do que havia dito.

No caminho não dizem nada. Barbara está tensa e sente a mesma tensão vinda de Renato, mesmo ele mostrando certa tranquilidade.

Ele a leva até uma pizzaria não tão longe. Ao entrarem Renato a guia pela mão até uma das mesas mais afastadas.

Após se sentarem e fazerem o pedido, enfim ele resolve quebrar o gelo.

 - Na verdade pensei em te levar pra minha casa, já que você falou pra te levar pra onde eu quisesse, mas acho que você não ia gostar. – diz rindo.

Barbara sorri e fica levemente corada. Renato tenta encontrar uma posição confortável na sua cadeira.

 - Então, o que você queria tanto falar comigo que não podia ser por telefone?

A pergunta de Barbara soa natural, mas parece fazer com que Renato ficasse ainda mais inquieto. Enfim ele encontra uma posição confortável.

 - Bem, como você sabe já tem um tempo que estamos saindo, nos conhecendo...

Barbara apenas o olhava, mas mentalmente já completava as frases dele.

“Você é uma pessoa muito legal Barbara, gostei muito mesmo de conhecer você, mas acho que já deu, me entende?”

 - Renato, não me leva a mal, mas pode parar com os rodeios? Pode ir direto ao ponto?

 - Direto ao ponto?

 - É Renato, direto ao ponto. Não precisa enrolar muito pra falar o que você quer falar, eu acho até que já sei o que é.

 - Já? – pergunta surpreso.

 - Já. Você vai dizer que sou uma pessoa muito legal, que você gostou de me conhecer, mas que não está mais a fim de ficar comigo. Acertei?

Renato a olha e arquei uma sobrancelha.

 - Acertou...

 - Sabia! – diz ela desviando o olhar dele e sendo surpreendida pela continuação da resposta.

 - Em partes.

Ela o olha novamente, agora confusa.

 - Como assim, em partes?

Renato sorri e segura uma das mãos de Barbara por cima da mesa.

 - Já consegui perceber que você é extremamente desconfiada e pé atrás, mas não imaginava que fosse tanto.

Barbara o olha enquanto ele entrelaça seus dedos com os dele.

 - Você acertou quanto ao que eu acho de você, mas errou na parte sobre eu não querer mais ficar com você.  Eu quero continuar ficando com você sim, mas de outra forma. Uma forma mais séria.

Barbara sentiu um frio percorrer sua espinha e sua boca secou.

 - Forma mais séria? Que tipo de forma é essa?

Renato percebendo o nervosismo dela ri e pega sua outra mão.

 - Não disse que você é desconfiada e pé atrás? Relaxa, não é nada do que você pode estar pensando.

 - Não estou pensando em nada...!

 - Ah não mesmo? Tem certeza? Não passou nada pela sua cabeça especialmente por eu ter dito antes que queria ter te levado pra minha casa?

Barbara fica corada na mesma hora e desvia o olhar, fazendo Renato rir um pouco mais alto.

 - Não é nada disso Barbara, pelo menos não assim. Sou do tipo de cara que gosta de dar um passo de cada vez.

 - O que você quer dizer então?

 - Você já sabe. Sei que já sabe e dessa vez sabe mesmo.

Pela primeira vez desde a hora que se encontraram Barbara sorri. Renato beija as mãos dela e sorri também.

 - Namora comigo gata escaldada?

Ela acha graça na forma que Renato a chama. Sorri e acena positivamente a cabeça, apertando as mãos dele que ainda tinham os dedos entrelaçados nos seus.

 - Namoro. Claro que namoro.

Renato se inclina sobre a mesa e lhe dá um beijo rápido.

 - Doeu? Arranquei algum pedaço seu?

 - Não.

 - Agora entendi porque quando nos encontramos você estava estranha. Achou que eu ia dizer que não queria mais sair com você. Já estava preparando sua armadura.

 - Era isso mesmo. – diz rindo.

 - Gatinha escaldada...  – diz levando uma das mãos ao rosto dela – Pensei muito em como chegar em você e abrir o jogo sabia? Mas valeu a pena.

 - Dá tempo de se arrepender e voltar atrás.

 - Não sou do tipo de homem que volta atrás quando toma uma decisão. Posso demorar, mas quando tomo é em definitivo. Sei o que eu quero Barbara, pode ter certeza disso.

Ele se inclina mais uma vez sobre a mesa e a beija novamente. 


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Notas finais do capítulo

Reviews?
Semana que vem posto + um.
Bjão a todas!