Sem Medo De Recomeçar escrita por Nyne


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Olá queridas leitoras! Mais um capítulo fresquinho pra vcs.
Ótima leitura a todas!



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No dia seguinte, logo pela manhã, Barbara recebe uma ligação. Ao olhar o identificador de chamadas, vê que era Renato. Em um primeiro momento sorri, porém em seguida teme que o cinema seja cancelado.

– Alô?

– Barbara, é o Renato, tudo bem?

– Oi Renato, tudo sim e com você?

– Também. Não te atrapalhei né?

– Não tudo bem, pode falar.

– Então Barbara, queria saber se você ficaria chateada comigo caso mudasse os planos pra hoje...

Na mesma hora ela se desanima, mas faz o possível para não passar isso a Renato.

– Ah... Tudo bem. Não vai poder ir ao cinema?

– Não, quer dizer, não é sobre o cinema, é sobre a faculdade. Vou ter uma reunião hoje aqui no trabalho e não sei que horas vai terminar, por isso nem vou pra aula.

Barbara escuta tudo tentando entender que mudança afinal Renato queria propor.

– Não vou poder te buscar em casa e te levar pra faculdade, mas acho que depois do intervalo consigo te encontrar lá. Tudo bem pra você?

– Bom, tudo bem, mas sinceramente? Não estou com a menor vontade de ir pra aula hoje – diz rindo.

– Sério mesmo? Porque se for te busco na sua casa assim que sair daqui.

– É sério, não estou a fim de ir pra aula, então não vou mesmo, mas não precisa vir direto pra minha casa, você vai estar cansado.

– Impressão minha ou está querendo dar um jeito de fugir de mim e do cinema?

Barbara dá um risinho perceptível mesmo por telefone.

– Claro que não, o que quis dizer é que você não precisa sair do seu trabalho e ir direto me buscar.

– O que sugere então?

– Quando a reunião acabar vai pra sua casa, descansa um pouco. Mas me dá um toque quando estiver saindo, aí me arrumo também. Quando estiver pronta te ligo e aí você vem.

– É... Por mim tudo bem então.

– Vamos deixar assim então, até porque você fazendo do jeito que falou ia acabar dormindo durante o filme. – diz rindo.

– Isso pode ter certeza que não.

Barbara ri quando o telefone do trabalho toca.

– Agora preciso desligar Renato, mas no vemos a noite. Beijos.

– Beijos, se cuida.

Barbara atende a ligação, mas a mesma cai em seguida. Enquanto aguarda que a pessoa ligue novamente, pensa na conversa com Renato. Sempre que se falavam ele dizia a mesma coisa: “se cuida”. Sorri sem perceber até o telefone tocar novamente.

******************************************

– Você não precisa ir se não quiser filha.

– Mas eu quero ir mãe, é aniversário da minha prima. Ela ficaria chateada se eu não fosse.

– Mas talvez o Natã esteja lá.

– Eu sei.

– E quer ir mesmo assim?

– Mãe, vou por ela e não pelo Natã. Já superei a perda do meu filho, está tudo bem.

– Você que sabe, só não quero te ver mal como daquela vez.

– Fica em paz mãe. Agora vou indo – diz dando um beijo na mãe e saindo.

Raquel sabia que a prima tinha alguns amigos em comum com Natã, por isso temia que ele estivesse no aniversário, porém não deixaria de viver por causa dele, além do mais a última conversa que tiveram pareceu deixar claro ao jovem que o que havia acontecido entre eles era passado.

Ao chegar, sua prima a recepciona.

– Raquel, você veio! – diz a abraçando forte – Estava com saudades de você.

– Eu também – diz ao retribuir o abraço – Minha mãe te mandou um beijo, mas na verdade não queria muito que eu viesse...

– Eu imaginei, mas fica tranquila, o Natã não está aqui.

– E nem vai estar?

– Não, pode ficar tranquila. Tem uns caras aqui, mas amigos e conhecidos do meu irmão, todos boas pessoas.

– Menos mal...

– Vem, vamos curtir a festa.

Raquel conversava com a prima e algumas amigas naturalmente, nem se preocupava com as pessoas em volta. Já havia um tempo que precisa daquilo, se distrair, dar risada, conversar.

Ela se divertia sem fazer a menor idéia de que chamou a atenção de alguns rapazes.

– Nossa cara, você não tinha dito que as amigas da sua irmã eram tão gatas assim! – diz um deles.

– Até são, mas algumas são muito novinhas, não to a fim de pegar chave de cadeia ta ligado?

Enquanto conversavam, um dos rapazes não tirava os olhos de Raquel.

– Até o Everton está babando nelas, se liga! – diz um dos rapazes dando uma gargalhada em seguida.

– Não é nada disso, só que acho que conheço aquela garota de algum lugar... – diz com os olhos fixos em Raquel.

O irmão da aniversariante olha na mesma direção que ele e sorri.

– Ah ta, você conhece mesmo. Aquela é a Raquel, minha prima.

Um filme passa diante dos olhos de Everton

FLASH BACK ON

Era a primeira vez que Raquel andaria de patins. Estava com medo, mas Everton disse que a ensinaria.

– Eu vou cair Everton!

– Vai nada, eu seguro você, pode vir.

– Você não vai me aguentar.

– Claro que vou Raquel, você é magrela!

– Olha só quem fala! Você parece um palito pra estar falando de mim.

– Para de frescura e vem, já disse que seguro você.

Raquel tentava se equilibrar, mas as pernas tremiam.

– Não vou conseguir.

– Vai sim sua medrosa – diz ele lhe estendendo as mãos – Segura.

Raquel faz o que ele pede e Everton vai andando devagar, trazendo Raquel consigo.

– Não me solta Everton, por favor, não me solta!

– Não vou te soltar, confia em mim.

Ele começa a andar mais rápido, deixando Raquel nervosa.

– Relaxa magrela. – diz rindo.

– Magrela! Você vai ver a magrela...

Enquanto discutiam, Everton passa por cima de uma pedra. Ele consegue desviar, mas acaba perdendo o equilíbrio e cai, fazendo com que Raquel cai por cima dele.

Eles dão risada da situação, até que ficam imóveis, um olhando para o outro. Raquel fica sem graça e quebra o silencio.

– Você me deixou cair.

– Mas não te soltei!

FLASH BACK OFF

Everton sai das suas lembranças quando percebe que o amigo falava, mas ele não ouviu nada.

– Nossa...

– Nossa o que?

– Ela está tão diferente. Está mais mulher, sei lá.

– Eu acabei de te falar que faz tempo que você não a via, ela mudou bastante de quando era criança, até achei estranho você se lembrar dela.

Everton sabia que o amigo estava certo. Dificilmente ele se lembraria de alguém que não via há cerca de dez anos, mas tinha seus motivos pra se lembrar de Raquel. Tinha uma história com ela, uma história que sequer chegou a acontecer na verdade.

– Deve ser porque ela andava muito com a Mariana.

– É, deve ser isso mesmo. – diz o amigo já entrando em outro assunto.

Everton continuava conversando com ele e os demais colegas, mas sempre observava Raquel ao longe.

**************************************

– Está pronta já?

– Quase. Já está saindo?

– Na verdade estou na porta da sua casa.

Barbara olha o relógio. Não queria deixar Renato esperando, então disse que já estava saindo.

Não daria tempo pra caprichar na maquiagem, mas também não iria sair de cara limpa. Colocou um rímel preto e um batom nude.

Assim que sai encontra Renato a esperando do lado de fora do carro. Vai até ele e lhe dá um beijo no rosto.

– Sei que devia ter te ligado quando sai, na verdade ia ligar quando cheguei em casa, mas acabei encostando no sofá e dormindo, desculpa.

– Tudo bem, eu imaginei – diz ela rindo – Mas também como me conheço resolvi começar a me arrumar mesmo sem você ter me ligado e mesmo assim te fiz esperar um pouco.

– Nada, sem contar que valeu a pena. Você está linda.

Barbara sorri e Renato abre a porta do carro para que ela entre. Ela não está acostumada a certas gentilezas e o olha discretamente.

– Vamos? – diz ele.

Barbara acena com a cabeça, ainda sem jeito, mas entra no carro. O perfume de Renato estava impregnado lá e ela adorava.

Ela puxa conversa.

– Que filme vamos ver?

– Na verdade não sei, tem algum em especial que você queira ver?

– Nossa tantos... – diz rindo – Tem muito tempo que não vou ao cinema e logo agora todos que eu gostaria de ver entraram em cartaz ao mesmo tempo.

– Tudo bem, decidimos lá então.

Ao chegarem no cinema olham os filmes em cartaz e entram em acordo sobre qual assistir. A sessão escolhida não estava muito cheia, então escolheram por sentar nas fileiras do meio.

Durante o filme Barbara dava olhadas sutis para Renato e percebia que ele assistia ao filme com atenção. Isso de certa forma a deixou um pouco mais segura.

Quando o filme estava mais da metade, uma atitude de Renato a surpreendeu. Ele levantou o braço do acento que os separava e a abraçou pelos ombros. Instintivamente ela encosta a cabeça no ombro dele que a abraça com um pouco mais de força.

Ao fim do filme vão embora e durante o caminho conversam normalmente, como sempre faziam. Quando a casa de Barbara se aproximava, o assunto acaba os deixando em silêncio. Assim que chegam, Renato para o carro, mas o desliga, destravando o cinto de segurança. Barbara imaginou que ele fez isso para que pudessem conversar um pouco mais. Porém Renato não disse nada, apenas a olhava. Ela respondia aos olhares, mas não conseguia esconder que aquilo a estava deixando constrangida.

– Fiz alguma coisa? – pergunta receosa.

– Não, por quê? Acha que fez alguma coisa?

– Sei lá. Você parou de falar de repente e agora está me encarando.

Renato sorri e coloca uma mecha de cabelo de Barbara atrás de sua orelha.

– Sempre desconfiada, pé atrás...

– Não é isso, só que parece que ficou alguma coisa no ar desde que saímos do cinema.

– Que tipo de coisa?

– Não sei. Alguma lacuna pra ser preenchida e eu não sei preencher, não sei ao certo.

Renato sorri e destrava o cinto dela, que ainda o olhava sem entender.

– Nesse caso então deixa que eu preencho as lacunas.


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Notas finais do capítulo

Dei um ganchinho para o que vem no próximo capítulo, espero que tenham gostado =)
Deixem reviews ok? Nada de leitores fantasma, por favor!
Bjus e até o próximo!