Harmony Of Dissonance escrita por Andreia Johansen Franco


Capítulo 8
Capítulo 08 - Hidden Paths


Notas iniciais do capítulo

Demorou mais saiu, mais um capitulo fresquinho para vocês.
Esse é mais um que serve de ponte para acontecimentos futuros, espero que gostem e me mandem reviews.
Beijinhos e Boa leitura!



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Malícia (coração de fraqueza)

Patético (benigno)

Aceite isso (debilitado)

Sua opinião (minha justificativa)

Feliz (salvo)

Servente (preso)

Sem tolerância

Invada (comprometido)

Enfurecido (admita)

Não seja digno (nem discorde)

Decida (decaia)

Desaponte (atrase)

Você sofreu naquele tempo, agora sofra até mim.

Obsessão dê outra olhada

Lembre cada chance que você teve

Decida, ou você morre ou vive comigo.

Ou desista - de todo pensamento em que você quer ser livre

(Não vá) eu nunca quis ninguém como eu quis você

(Eu sei) a única coisa que eu realmente amei, foi ódio por você.

Slipknot (The Nameless)

Tyr havia despertado Thor, que por seu semblante demonstrava ter dormido bem, pois seus olhos tinham um brilho diferente, havia esperança neles. Depois de comerem as frutas que estavam numa cesta em cima da mesa e o caçador enrolar-se com o lençol improvisado tornando-o assim uma espécie de manto, os dois saíram da estranha casa na arvore e começaram a caminhar na direção mostrada pelo farol magico. O caçador preferia confiar mais em seus instintos do que em magia começando assim a farejar o aroma de Loki pelo ar com intenção de ser mais preciso na localização do príncipe do que a própria joia mística. Eles corriam floresta adentro o mais rápido que suas pernas permitiam, Tyr ficou impressionado com Thor, que apesar de possuir o dom do voo, se locomovia em terra com uma velocidade impressionante. Gastaram cerca de três horas numa corrida incessante, até que foram surpreendidos por algo inesperado. Haviam três Orcs Cinzentos sentados em volta de uma fogueira assando algo que não parecia ser um animal. Dois Wargs estavam rodeando os Orcs fazendo papel de sentinelas. Sentindo rapidamente a presença dos rapazes as criaturas se puseram a rosnar e latir alto voltando á atenção dos Orcs para os dois. Nem Thor nem Tyr tiveram tempo para se ocultar e antes que pudessem pensar em recuar uma flecha fora disparada em sua direção por uma das bestas.

   O príncipe Asgardianos e o Caçador Real se esquivaram por reflexo do disparo quase certeiro do monstro e Tyr tomou a iniciativa partindo para cima dos Wargs com fúria nos olhos. Fora notório para Thor naquele momento que o caçador considerava as criaturas caninas bem mais perigosas que os próprios Orcs, se aproveitando da ação do Caçador o jovem príncipe se lançou contra o Orc que portava o arco e com um golpe poderoso fez a criatura ser arremessada para longe se chocando contra uma arvore e caindo no chão desacordado. Dos dois que sobraram, um puxou da cintura uma espada e o outro ergueu do chão um enorme machado de duas laminas. Tyr estava se saindo muito bem contra os lobos infernais, ele notou no momento que chutou a cara de um e deu um golpe com seu machado no outro que os animais eram inexperientes na arte da guerra, possivelmente eram usados apenas como montaria. Sentiu certa pena das criaturas que infelizmente teriam que morrer e com esse sentimento em seu coração decidiu que daria a elas uma morte rápida. Quando o que era visivelmente maior avançou o caçador tal qual um toureiro desviou elegantemente, encerando a manobra com um golpe certeiro no crânio do animal que caiu no chão morto. O outro que assistiu a cena se pôs em posição de ataque, porem apenas ficou a rosnar encarando fixamente os olhos verdes de Tyr.

- Eu não desejo seu mau criatura, apenas fuga e viva. O caçador falou em um tom quase inaudível para uma pessoa normal, porem o animal em sua frente pareceu ouvir muito bem e acima de tudo compreender.

Ainda rosnando o anima deu alguns passos para trás com um ar desconfiado em seu fusinho, porem o caçador recolheu seu machado e ergueu as mãos em rendição.

- Pode ir, eu juro que não atacarei. Tyr disse com o rosto sério.

A criatura sessou seu rosnado, virou-se e correu sumindo mata adentro.

Thor havia derrubado com facilidade o Orc que portava o machado, era uma criatura grande porem fraca, cairá com um único golpe certeiro na cabeça do Mjolnir, todavia o espadachim estava dando certo trabalho, apesar de a criatura ser bem corpulenta era também ágil e Thor recebeu alguns golpes até que conseguiu notar certo padrão nos movimentos do mesmo. Num gingado que não era do seu costume, Thor consegui esquivar de uma investida do monstro e em seguida dar-lhe uma banda com o martelo fazendo assim a criatura cair no chão de forma desajeitada e antes que pudesse se levantar levou um golpe tão forte nos peitos que se pode ouvir ao longe o barulho dos ossos quebrando. Thor por um momento sentiu pena da tamanha fraqueza da criatura que agonizou e morreu literalmente engasgada no próprio sangue. Quando Tyr se aproximou notou que Thor estava ajoelhado orando sobre o martelo e não compreendeu a ação do príncipe.

- O que esta fazendo meu príncipe? A voz do caçador tinha um tom de curiosidade.

Thor encerrou sua oração se levantando e com os olhos fixos na fogueira respondeu com um tom de voz triste.

- Estou pedindo para que as Valquírias deem um bom lugar para esse pobre soldado, ele não merecia um fim tão degradante.

Tyr olhou para a fogueira novamente e reparou que aquilo que assava realmente não era um animal, e sim os restos do corpo de um pobre soldado asgardianos. A revelação o deixou nauseado, ele sempre soube que os Orcs eram canibais, que matavam e devoravam seus prisioneiros de guerra como se esses fossem animais de caça, porem nunca tinha visto tal cena tão de perto. Em sinal de respeito ao pobre homem Tyr também se ajoelhou e fez uma breve oração, não era do tipo religioso, mas também havia sentido necessidade de desejar paz aquela desafortunada alma.

Thor tentou apagar as chamas da fogueira para assim tirar o cadáver dali, porem as chamas não se extinguiam, pelo contrario, quanto mais Thor pisava e espalhava os gravetos mais viva as chamas ficavam. Foi então que o obvio o acometeu aquilo não era um fogo comum era fogo magico e assim sendo apenas o mago responsável por cria-la poderia apaga-la. Tyr chamou a atenção de Thor para o símbolo cravado na espada do Orc morto e esse se espantou ao notar que o brasão pertencia a Orbe Negra.

- Remanescentes do exercito de Loki. O príncipe disse com certa fúria na voz.

- O senhor quis dizer o exercito de Malekith. Tyr o corrigiu com um tom de voz sério, dando a entender que considerar a Orbe Negra uma armada de Loki era um erro que não deveria ser cometido de novo pelo jovem príncipe.

Thor o olhou inexpressivo e em seguida concordou com a cabeça.

O caçador se abaixou e pegou um punhado de terra do chão, amassando com a mão e sentindo o aroma que dela saia fez uma expressão pensativa, logo em seguida caminhou lentamente até uma arvore e deslizou os dedos suavemente por seu tronco.

- Lord Loki esteve aqui. Ele caminhou por esse chão, tocou nessa arvore e seguiu naquela direção. Tyr disse calmo apontando justamente para o lado usado pelo Warg para fugir.

Thor pegou o farol magico de seu bolso para confirmar a direção e ficou surpreso ao notar que a joia indicava o mesmo caminho que o Caçador, percebeu então que a fama de Tyr era verdadeira, não havia ser vivo que ele não pudesse rastrear. Sem pensar duas vezes Thor saiu em desparrada na direção indicada sendo seguido de perto pelo caçador.

O sol ainda estava forte no céu aquecendo sem perdão tudo o que estivesse exposto a ele, os cacos de gelo derretiam no solo arenoso de um vilarejo devastado em Norheim, raízes gigantes e ressecadas enfeitavam o chão daquele local e um Rei Jotun observava pensativo o que agora estava diante de si, o cadáver de um Troll bruxo com um cajado talhado com o brasão da Orbe Negra, o símbolo máximo de que até mesmo o Deus da Enganação pode ser vitima dela. Loki tentava manter a compostura, a imagem de frio, a mente focada em sair daquele lugar, mas a verdade é que todo seu corpo doía, uma parte por ter quase sido esmagado por raízes magicas gigantescas à outra parte por ter usado magias poderosas para se proteger e com isso ter ativado o efeito nocivo do selo amaldiçoado, porem ele não sucumbiria a tal feitiço, pelo menos não com facilidade. Depois de recuperar o ar tanto Irisviel quanto o menino se aproximaram de Loki e com uma voz firme porem infantil o menino se pronunciou.

- É melhor sairmos daqui antes que mais desses apareçam.

- Tem mais dessas coisas por aqui? A Dríade perguntou com preocupação e exaltação na voz.

- Sim! O menino respondeu seco.

Loki pode ver nos olhos da criança um misto de tristeza e revolta.

- Qual seu nome moleque? O Jotun perguntou com falso desinteresse.

- Leonis Lord Loki. O menino respondeu o encarando com seriedade no rosto.

Loki deu um sorriso enviesado reparando na expressão carrancuda do garoto.

- Bem, Leonis, nos leve até seu povo, pois tenho certeza que eles devem estar por perto, porem num lugar mais seguro.

- Como assim? A jovem Dríade interrompeu o dialogo. - Não tá na cara que estão todos mortos.

Loki olhou friamente para Irisviel e com um gesto da mão apontou para o Troll morto.

- Esta vendo mais algum cadáver aqui fora o desse ser imundo? Sua voz agora ganhará um tom debochado.

A jovem olhou ao redor e se deu conta que não parecia haver mortos no local, por mais que esse estivesse em pedaços. Loki caminhou lentamente na direção da criança e se ajoelhando para ficar da altura do menino segurou firme em seus pequenos ombros o olhando profundamente nos olhos.

- Se me levar até os moradores eu talvez possa ajudar.

O garoto parecia receoso, desconfiado da atitude prestativa do príncipe, porem Loki pode ver em suas claras orbes amareladas que ele queria falar, pedir ajudar.

- Você quer ter seu Vilarejo de volta não quer? O Jotun franziu o cenho.

- Sim! O menino respondeu automático.

Loki continuou a encara-lo fazendo agora uma expressão tipo “Então?”. O menino baixou o rosto, respirou fundo e se soltando das mãos de Loki começou a caminhar em direção ao poço, Loki não o seguiu, apenas observou para ver até onde o menino iria, quando esse se virou e fez um gesto com a mão para que eles o acompanhassem é que Loki olhou para a Dríade e começou a caminhar na direção do garoto, sendo seguido por ela. Eles não caminharam muito, a uns dez ou vinte metros do Vilarejo havia uma espécie de santuário em ruinas que Loki reconheceu de imediato deixando um sorriso meio infantil escapar de seus lábios. A Dríade notou o sorriso nostálgico e o brilho feliz nos olhos do príncipe e acabou por deixar sua curiosidade falar.

- Você conhece esse lugar? A voz dela era baixa, quase um sussurro.

O jovem a olhou com um sorriso maroto no rosto. - Mais do que você pode imaginar.  Loki deu uma piscadela e continuou a caminhar.

Aquela atitude tão espontânea por parte de Loki deixou Irisviel meio preocupada, porem ela ignorou a estranha sensação de que algo estava errado e continuou a caminhar observando agora com mais atenção à estrutura destruída do local. Era um templo grande com o chão de mármore branco e paredes feitas de calcário verde, com desenhos em dourado que para ela pareciam sem sentido algum. O teto que parecia feito de vidro ou cristal estava em sua maior parte quebrado e o que era uma espécie de altar continha uma enorme Pira que estava apagada. O menino subiu os cinco degraus de pedra que levavam ao altar ficando bem próximo da Pira olhou ao redor e fez um ar de decepção. Loki se aproximou do garoto e com uma das mãos o afastou da Pira.

- Se me permiti. Loki estalou os dedos e uma chama dourada começou a queimar dentro da Pira como se uma tocha tivesse sido posta ali.

O menino sorriu e pronunciou algo que a jovem Dríade não compreendeu logo em seguida as chamas se tornaram azuladas e o garoto simplesmente pulou dentro delas sem nenhum receio. Loki a olhou com um misterioso brilho nos olhos e fez com a mão um gesto polido.

- Primeiro as Damas. Sua voz tinha um tom gentil e ao mesmo tempo assustador.

Irisviel pensou por alguns segundos antes de caminhar na direção do fogo, algo dentro dela a dizia para não prosseguir, pois ela queimaria naquela enorme Pira como um ganho seco. Antes que pudesse perguntar do que se tratava tudo aquilo Loki tomou a menina pelas mãos e a puxou com brutalidade para dentro das azuladas chamas. Irisviel fechou os olhos e deu um gritinho assustado ouvindo logo em seguida uma gargalhada de Loki. Quando a Dríade reabriu seus olhos se deparou com um verdadeiro paraíso, tudo que conseguia ver parecia ter sido tirado de um sonho. O lugar lembrava um enorme vale dentro de uma caverna, no seu centro havia um lago enorme cercado por rochas tão reluzentes que pareciam ter sido polidas, o chão era feito de uma grama tão verde e vivida que se tinha vontade de deitar nela, as arvores eram grandes e todas pareciam ser frutíferas, haviam alguns animais dóceis soltos pelo local e nos cantos do imenso ambiente havia casas que pareciam ter sido esculpidas diretamente nas rochas.

- Bonito não é? Loki perguntou com uma voz suave.

- Bonito? Esse lugar parece um sonho! A Dríade respondeu com os olhos brilhantes devido à beleza do ambiente.

- Mas afinal que lugar é esse? Ela olhou para Loki claramente curiosa.

- Isso? É um templo em minha honra.


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Notas finais do capítulo

Warg - é uma especie de lobo gigante com aparência bestial normalmente utilizado por Orcs ou Trolls como montaria, o filho de Loki o Lobo fenrir é considerado o primeiro Warg, sendo assim todos os demais são vistos como seus filhotes.

Espero ter agradado com esse capítulo e podem aguardar pois o próximo vai ser tenso. A Guerra está chagando para nosso Deus da Trapaça.