Harmony Of Dissonance escrita por Andreia Johansen Franco


Capítulo 4
Capítulo 04 - Sign


Notas iniciais do capítulo

Nesse capitulo temos pequenas revelações a respeito da Familia Odison que vão ajudar a juntar as pontas em capitulos mais para frente.As pessoas maravilhosas que comentaram minha historia Obrigado, vocês me inspiram a continuar.
A todos boa leitura e espero muitos Reviews.



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Eu percebi a dor gritante bem alto no meu cérebro

Mas eu estou indo em frente com essa cicatriz

Você pode me escutar, eu estou bem aqui

Tudo bem em tentar me esquecer, tudo bem em chorar

Eram dois corações escorregadios machucados tentando amar

Eu encontrei a voz chorando

Eu ouvi o sinal

Flow (Sing)

Não era a primeira vez naquele mês que Thor se pegava dentro do antigo quarto do irmão pensando onde o mesmo agora estaria à falta de noticias o estava incomodando profundamente. Thor não queria acreditar nas palavras de Nalizera que dissera que Loki estaria morto, mas seu sumiço repentino durante a luta contra a mesma o preocupava bastante. Ele tentava juntar os pontos e descobrir se o sumiço de Loki fora uma fuga para evitar algo pior ou um efeito nocivo do ataque da Rainha Drow.

Enquanto pensava no ocorrido olhando fixamente para o Elmo de Loki que ele mesmo colocara ali no quarto em cima da escrivaninha ele ouviu uma voz gentil, porém familiar lhe chamar.

– Thor meu filho aqui de novo?

Olhou rapidamente para trás em direção da porta e se deparou com Frigga parada ali o observando com um olhar meio preocupado.

– Olá minha mãe, eu estava apenas

Ela o interrompeu e completou.

– Olhando, eu sei, eu também faço isso às vezes.

Ambos se olharam e com um ar sério Thor continuou.

– Eu não consigo parar de pensar que poderia ter ajudado de alguma forma, ele poderia ainda esta aqui.

– Querido, se Loki estivesse aqui estaria na masmorra agora pelo que fez. Os olhos da mulher estavam marejados.

– Eu prefiro assim, pelo menos ele esta livre.

– Mas nos não sabemos se ele esta bem, se está ferido, se precisa de mim. A preocupação era evidente na voz de Thor.

A mulher se aproximou segurando gentilmente nas mãos de Thor e olhando docemente em seus olhos disse.

– Sei que você e seu irmão tem uma ligação muito forte então não se preocupe, se Loki precisar de você ele vai encontrar uma forma de te avisar, ele sempre encontra.

Thor deu um leve sorriso e concordou com a cabeça.

– Agora venha, vamos comer algo.

Thor aceitou o convite da mãe e a acompanhou até a sala de jantar, porém, quando chegou se surpreendeu com o estranho convidado que estava sentado a mesa com seu pai, seu irmão Balder.

Há tempos Balder tinha abandonado Asgard para viver seu amor proibido com a Rainha louca Karnilla deixando Odin extremamente insatisfeito com seu Primogênito. A Rainha Norn alimentava uma raiva insolúvel por cada Aesir vivo e vez ou outra se juntava a Loki no intuito de destruir o Reino Dourado, mas sempre acabava falhando em sua ambição já que o próprio Loki sempre desistia de seu objetivo no meio do caminho o que rendeu a ele o posto de inimigo pessoal da Rainha.

– O Que você esta fazendo aqui? A voz grave num tom monocórdico de Thor deixava claro seu desgosto em ver o irmão mais velho.

– Ora Thor, eu vim visitar nosso Pai. Balder respondeu sorridente.

– Como ousa por os pés aqui depois do que ouve? Thor deu alguns passos pesados na direção do irmão.

– Não entendo a que se refere irmão. Balder parecia debochado em sua colocação.

– Não se faça de idiota, ou melhor, não me faça de idiota.

– Chega disso Thor. Odin falou sério se levantando imponente.

– Eu ainda nem comecei meu pai. Os olhos de Thor brilhavam com ódio.

– Eu não estou aqui para brigar meu irmão apenas quis ver meus pais, acho que tenho esse direito.

– Você sempre será bem vindo aqui meu filho. Odin respondeu colocando uma mão sobre o ombro do mais velho.

A pouca calma que abitava Thor evaporou no momento em que Balder sorriu vitorioso em sua direção, ele simplesmente avançou no irmão o segurando pelo colarinho do casaco.

– Você é um falso Balder, sempre foi.

– Que ódio é esse Thor, o que eu fiz para você me tratar desse jeito? Balder pareceu ofendido pela colocação de Thor.

– Eu vi a Orbe Negra portando armas e armaduras Norns, você sabia da invasão e nem sequer nos avisou para que não fossemos pegos de surpresa.

Balder puxou a mão de Thor a tirando de seu colarinho e com um ar sério respondeu a acusação com toda a educação.

– Eu estava exatamente dizendo a nosso pai que nossos arsenais foram saqueados por Trolls e que se havia algum equipamento Norn nos soldados da Orbe nos não nos responsabilizamos.

Thor bufou em deboche.

– Você realmente me julga um tolo.

– Você esta insinuando que seu irmão mente Thor? Odin perguntou visivelmente irritado.

– Mas é claro que esta meu Pai! Thor respondeu quase gritando.

Frigga colocou as mãos nos ombros de Thor tentando acalma-lo e com sua voz gentil perguntou a Balder olhando profundamente em seus olhos.

– Querido você tem certeza que não sabia que Asgard seria atacada?

Balder encarou a mãe com olhos vazios e respondeu em um tom baixo.

– Não mãe, eu sabia que a Horda do Caos vinha para cá

Antes que ele terminasse o que estava dizendo Thor o interrompeu.

– É claro que sabiam, vocês forneceram as armas a eles.

Odin voltou a se sentar com um ar notoriamente desapontado sendo seguido por Frigga que também portava a mesma expressão. Balder se sentiu tão pequeno naquele enorme salão, respirou fundo e prosseguiu.

– Eu e Karnilla sabíamos da invasão, mas não colaboramos com ela, os da Orbe realmente saquearam nossos arsenais, Karnilla só não fez questão de ter seu equipamento de volta.

– Claro que não, foi à colaboração silenciosa dela para com a guerra. Thor respondeu agora sem nem olhar para o irmão.

Balder notou a raiva nas palavras do irmão e o olhar de tristeza de sua mãe em sua direção e se deu conta que Odin já havia se levantado e estava agora caminhando em sua direção com uma face seria quase assustadora. Odin segurou no ombro do filho e com seu único olho cravado nos dele falou com uma voz baixa, porém autoritária.

– Eu espero que você nunca se arrependa de suas escolhas, pois eu nunca me arrependo das minhas. Odin deu uma pausa observando se o filho havia absorvido as palavras e em seguida terminou.

– Você está proibido de voltar aqui Balder, volte a Norheim e nunca mais ponha seus pés em Asgard novamente.

Os olhos de Balder se arregalaram, ele não podia acreditar que justo ele acabara de ser expulso de sua terra natal, um ódio tomou seu coração e as palavras saíram ásperas.

– Loki já tentou descaradamente te matar varias vezes e ainda sim se ele aparecesse aqui e pedisse seu perdão você o daria, porque então eu que não fiz nada estou sendo punido?

– Porque Loki não tem medo de por sua cara em seus planos ele mostra o monstro que é, mas você... Você se esconde atrás das vontades de Karnilla, você é pior que Loki.

As palavras de Odin deram um choque em Balder que ficou sem ação diante da afirmativa do pai. Frigga se levantou e se retirou do ressinto sem dizer uma só palavra, Thor foi logo atrás dando uma trombada no irmão quando passou perto do mesmo, Odin saiu logo em seguida dando uma ultima olhada para o filho e fazendo com a cabeça um gesto de negativa, em segundos Balder se viu sozinho no grande salão e pela primeira vez em muitos anos ele se sentiu um intruso na sua própria casa.

No fim da tarde Balder já estava cansado de procurar por seus pais que estavam visivelmente o evitando e já havia desistido também de conversar com Thor que deixou bem claro que não sentia a mínima vontade de ouvir o lado do irmão da história, sendo assim, resolveu que o melhor seria mesmo partir e deixar que o tempo se encarregasse de amolecer o coração da Família Odison. Odin passou todo o dia no templo dos anciões decidindo quais atitudes seriam tomadas para melhorar a segurança do Reino, uma desculpa na verdade para evitar encontrar com o filho de quem estava sentindo muita raiva no momento, já Frigga se trancará na estufa do Palácio na intenção não só de evitar o primogênito como também de matar a saudade que sentia do adotivo, afinal, Loki sempre gostava de ajuda-la na estufa ouvindo suas historias sobre o poder durativo das ervas e flores, sendo assim, esta naquele lugar lhe acalmava o espirito, aplacava a estranha tristeza que a consumia devido ao sumiço do mesmo. Thor caminhou até a biblioteca, aquele lugar lhe trazia lembranças vivas de Loki como nenhum outro lugar no palácio, pois o mais novo praticamente vivia ali devorando os livros, “Conhecimento é Poder” era a frase preferida de Loki, Thor sempre respondia “Mas cuidado irmão, o Poder corrompe”, a cena sempre terminava com os dois rindo. Thor caminhou por entre as prateleiras cheias de livros, os dedos deslizando pelas capas de cada livro espalhando pelo ar um cheiro engraçado de pó e couro, num certo ponto da biblioteca o aroma no ar era familiar e Thor sabia porque, era a parte onde todos os livros falavam de magias antigas, rituais e truques, a sessão preferida de Loki, até os livros ali tinham seu perfume uma mistura de Mirra e Velas, algo tão peculiar que só alguém como Thor reconhecera como sendo o estranho perfume que o irmão emanava. Alguns minutos passados ali de olhos fechados tentando captar o máximo possível da essência do irmão Thor sentiu algo similar a um sussurro em seus ouvidos, abriu os olhos mas não viu ninguém, olhou ao redor gritou por Olá mas nada aconteceu, pensou que talvez estivesse tão perdido em seus pensamentos que já estava imaginando coisas, pensou em sair dali quando viu um estranho vulto passar rapidamente por entre as enormes prateleiras de livros, correu em direção da estranha sombra sem pestanejar. Chegou no que seria o centro da imensa biblioteca, teve a impressão de estar sendo atraído para lá por uma força invisível, se deparou com o divã onde sempre encontrava o irmão acomodado lendo seus preciosos livros e então uma lembrança lhe veio a mente.

Thor estava no auge dos seus 15 ano e Loki ainda na casa dos 11, Thor procurava o irmão na intenção de arrumar companhia para passar o tempo naquela tarde fria de inverno e depois de rodar quase que todo o palácio ele se lembrou do único lugar onde ainda não tinha ido, a Biblioteca. Chegando ao local não precisou de muito esforço, caminhou até o centro do lugar e encontrou o irmão sentado em posse de Lótus em um divã com um enorme livro nas mãos.

– Olha você ai outra vez, não tem mais nada para fazer além de ler essas velharias?

– o que você quer Thor? Loki respondeu meio ríspido e sem tirar os olhos do livro.

– Eu quero fazer algo divertido. Thor respondeu esticando o pescoço na tentativa de ver o que tinha no estranho livro.

– Por que não vai andar a Cavalo?

Thor chegou mais perto e finalmente conseguiu ver o que tinha no livro, palavras em uma língua diferente, talvez Élfico, sem nenhuma figura.

– Papai disse que não posso sair esta nevando muito.

Loki finalmente olhou para Thor, ele sabia que já que o irmão não poderia sair pelos campos asgardianos em um cavalo ou até mesmo á pé com seus amigos ia sobrar para ele entretê-lo. Fechou o livro, respirou fundo e com um sorriso tímido perguntou para o mais velho.

– O que você quer fazer?

Thor deu um largo sorriso e com os olhos brilhando de alegria respondeu.

– Esconde-Esconde.

Loki emburrou a cara e respondeu num tom áspero.

– Não, Esconde-Esconde não.

Thor fez cara de bobo.

– Por que não?

– Você rouba. Loki falou com um tom sério em sua voz infantil.

– Eu não roubo nada. Thor pareceu ofendido.

– Rouba sim, você sempre me acha, mesmo quando eu uso magia pra me esconder, isso é roubo.

Thor colocou um sorriso maroto no rosto e se aproximou de Loki dizendo baixinho em seu ouvido.

– Eu não roubo é só que eu sinto onde você está.

Loki olhou para irmão incrédulo e no mesmo tom de voz baixo do mais velho perguntou.

– Como assim sente onde eu estou?

– Eu não sei te explicar, só sei que eu sinto e pronto.

Loki encarou Thor fixamente e notou a verdade nas palavras e nos olhos do irmão, era notório a um bom tempo que Thor sempre sabia onde achar o mais novo e sempre sabia se esse estava ou não de mau humor, era uma ligação forte que eles tinham e não podia ser negada nem mesmo pelo próprio Loki. O mais novo sorriu seu sorriso travesso e dando um selinho no mais velho correu dali a toda gritando.

– Tá com você!

Thor correu atrás dele gargalhando, pois a brincadeira não era Pique-Pega, mas ele nem se importou, afinal, quando achasse o menor com certeza ganharia um bom prêmio.

Thor despertou daquele devaneio e correu na direção do seu próprio quarto, ao chegar ao mesmo começou a revirar as gavetas do armário até que encontrou escondido dentro de um saquinho de veludo uma bela joia, na verdade uma esmeralda que Loki lhe dera há muito anos atrás, a pedra brilhava como se fosse feita de luz e Thor entendeu o significado daquele intenso brilho, a pedra na verdade era um farol magico, algo usado para se encontrar pessoas perdidas e aquela estava banhada com o poder de Loki, ou seja, ela estava indicando onde Loki estava. Thor abriu um imenso sorriso e correu para avisar a mãe sobre sua descoberta, afinal, o Esconde-Esconde ia começar e como sempre Thor sabia como achar Loki.



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Notas finais do capítulo

O Farol esta aceso agora é só seguir sua luz!!