Quando você vai embora não me ouve dizer

Por favor, não vá!

Simples e Limpo é como você faz eu me sentir está noite.

Utada Hikaru (Simple and Clear)

– Mamãe, Mamãe. . .

– O que foi Thor?

– Tenho uma coisa para te contar, mas é segredo, a senhora não pode dizer a ninguém!

– Do que se trata querido?

– Quando eu crescer eu quero me casar com o Loki!

– rsrsrsrsrs. . . Meu amor você não pode se casar com o Loki.

– Por que não?

– Primeiro porque ele é um menino e meninos não se casam só um menino e uma menina podem se casar é o certo!

– Haaa tem que ser diferente. . .

– E segundo vocês são irmãos, já tem o único relacionamento mais bonito depois do casamento, na verdade, dependendo de como vocês sejam unidos o amor entre irmãos pode ser mais eterno do que o amor que leva a um casamento.

– Eu amo muito o meu irmão, eu quero protege-lo sempre!

Thor acordou com o rosto no chão, havia caído da cama, aquilo não chegava a ter sido um pesadelo era apenas sua mente o torturando mais uma vez por ter deixado o irmão desprotegido.

Desde muito cedo ele notara que nutria pelo mais novo um sentimento muito forte, mas levou anos achando que se tratava de amizade, companheirismo, carinho. . .

Só quando chegou a adolescência e perdeu um pouco da inocência com a idade que notou que o coração assimilava diferente seus sentimentos pelo menor, não era como irmão que ele enxergava Loki, porém, não podia admitir, pois se o irmão não pensasse da mesma forma poderia acabar com o relacionamento dos dois e Thor não se ariscaria a perder a companhia do irmão, então Thor guardou pra si esse sentimento por um bom tempo, mas como dizem ‘Nada fica oculto muito tempo’.

A tempestade caia sobre Asgard como se a Ragnarok se aproximasse, raios e trovões cortavam o céu criando formas destorcidas na paisagem deixando um certo jovem apavorado.

– Eu não gosto de Trovões, Eu não gosto de Trovões, Eu não gosto de Trovões. . . Repetia Loki pra si mesmo enquanto anda a passos largos para o quarto do mais velho.

Sempre que chovia forte o suficiente para trovejar era pra lá que Loki ia, seu porto seguro, os braços do irmão.

Bateu na porta com urgência, uma necessidade clara em suas batidas de procurar abrigo. Thor abriu a porta quase que imediatamente com um meio sorriso no rosto.

– Vem! Disse ele.

– Obrigado! Respondeu Loki entrando e sem cerimônia nenhuma se enfiou embaixo das cobertas do mais velho como um gato assustado.

– Você não está muito velho pra ter medo da chuva? Thor perguntou ainda com um meio sorriso no rosto.

– Não é a chuva que me assusta são os trovões, eu odeio trovões! Loki disse se encolhendo logo em seguida com um estrondo poderoso que tremeu até as janelas do quarto.

– Tudo bem, Tudo bem! Thor disse calmo como se nada tivesse acontecido.

Entrou embaixo da coberta e gargalhou ao perceber que o irmão tremia de medo, era irracional o pavor de Loki, mas era algo que ele carregava consigo desde bebe.

– Eu sou patético! Loki disse com uma voz chorosa.

– Que isso irmãozinho, todos temos medo de algo.

– É? Então porque só eu me sinto o idiota aqui?

– Porque você assumiu seu medo, mas tudo bem, eu tenho pavor de aranhas e ninguém sabe... Quer dizer... Você sabe agora. O rosto de Thor ficou corado.

– Eu odeio aranhas, mas não tenho medo delas. Loki respondeu num tom sério.

– Ótimo toda vez que eu achar uma vou chamar você pra matar.

Os dois jovens riram alto, Loki fez uma cara de curiosidade e logo em seguida se aproximou mais de Thor e perguntou baixinho.

– Por que você tem medo de aranhas?

– Porque elas tem muitas patas, aquilo me da calafrios, pra que tantas patas? Thor fez uma cara engraçada, um misto de nojo e curiosidade.

– Mas e você... Por que tem medo de Trovões?

– Por causa do barulho, a luz, a forma... Sei lá...

Thor se virou ficando de barriga para cima, Loki nem pensou duas vezes e se acomodou em seu peito, com uma mão Thor segurava com força as mãos do irmão e com a outra acariciava seus cabelos.

– Não se preocupe, enquanto eu estiver aqui nunca vai precisar ter medo dos Trovões, eu cuido de você.

– Eu sei.

Loki abriu os olhos, respirava com dificuldade e sentia o corpo queimar, uma dor excruciante o agarrou e ele gritou. Mãos gentis, porém firmes seguraram as suas, uma voz doce quase melodiosa quebrou o som agonizante do grito.

– Não se preocupe, enquanto eu estiver aqui não vai te acontecer nada de mal, eu cuido de você.

Os olhos de Loki procuram o dono daquela voz de anjo e mesmo com a visão meio turva ele pode ver a beleza do ser diante de si.

Longos cabelos loiros, grandes olhos azuis e uma pele bronzeada, tudo emoldurado por um sorriso singelo.

Uma copia feminina de Thor.