Circo Do Meio-dia escrita por Keroro


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

DEMOREI MESMO, POIS É
Nem sei mais se tem gente acompanhando a fic aqui, q



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– Daniel, você fez um ótimo trabalho hoje. Os clientes saíram satisfeitos, foi uma maravilha! – disse Maria.

– Maria, pela ultima vez... Meu nome é Dante! – gritou, batendo com a mão na mesa a frente de Maria. A mulher lançou um olhar apático para o homem.

– Ei, o que é isso? Acabou não foi? - Vernon interrompeu a discussão antes que Dante fizesse algo a mais.

– Acabou pra você, pra mim ainda continua. – disse Dante, saindo da sala e deixando apenas Vernon e Maria lá.

Ele saiu da área onde ficava o circo e se dirigiu até o cemitério da cidade. Era o dia de visitar Serapine. Ela tinha sido enterrada no cemitério a pedido de Dante. Ele tinha preparado tudo já que não queria que a própria irmã tivesse o mesmo destino dos outros que morriam ali.

Sim, Serapine era irmã de Dante.

Ele tinha descoberto graças a uma foto que ela tinha da mãe dela. A mesma foto que Dante também tinha. Depois de descobrirem que eram irmãos os dois sempre estavam juntos.

– Sabe Serapine... Hoje a Julie foi morta. Eu sei que deveria estar feliz porque foi culpa dela a sua morte... Ela pensou que nos dois estávamos juntos como um casal, irônico, não é? – disse, rindo de um jeito triste. – Eu realmente queria que você estivesse aqui. Não vou suportar a Maria por mais tempo...

Dante estava chorando. Ele tinha tentando se controlar por muito tempo, mas naquele momento ele simplesmente decidiu que queria chorar até não ter mais forças para tal ato.

Uma mistura de sentimentos se passava por sua cabeça. Tristeza por perder sua irmã, raiva de Julie por ter feito o que fez e rancor. Principalmente rancor.

Dante se lembrou do dia em que Serapine tinha lhe contado como conseguira as cicatrizes do rosto. O dia em que aprendeu a não confiar em ninguém.

– Dante... Foi horrível. – disse Serapine. Ela estava na cama de um hospital, se recuperando da cirurgia que havia feito no rosto.

Tinha sido uma cirurgia delicada; os médicos disseram que ela corria risco, e que se aquela cirurgia tivesse sido feita antes ela provavelmente não teria aqueles cortes horríveis.

Quando o circo começou a dar lucros e Serapine descobriu que Dante era seu irmão ele a convenceu a fazer uma cirurgia para fechar completamente as partes laterais de seu rosto. Graças à cirurgia agora ela tinha apenas finas cicatrizes no lugar do que antes eram espaços abertos.

– Você não quer me contar?

Serapine suspirou.

– Como você já sabe a Maria me adotou, do mesmo jeito que ela adotou as outras crianças que trabalham no circo. Eu tinha 13 anos na época, ela me deu todo o treinamento até que um dia ela chegou me dizendo que os shows não estavam arrecadando o suficiente. Que aquilo não dava medo.
Ela disse que precisava de algo a mais, que assustasse os espectadores e que deixasse os curiosos.

~Flashback on~

– Serapine, querida... Nós precisamos de algo novo, algo que ninguém mais tenha... – disse Maria enquanto se aproximava de Serapine.

– E o que seria isso, senhora? – perguntou Serapine.

Maria se aproximou de Serapine com um olhar assassino. A menina começou a andar para trás, tentando se afastar da mulher a sua frente.

– Serapine, isso ajudara tanto a você quanto a mim... – disse Maria, olhando para algo atrás de Serapine. A menina sentiu braços fortes a segurando. Ela tentou se debater para se livrar do que a segurava, mas foi inútil.

Maria ajudou o homem a amarrar a jovem a uma cadeira que havia naquela sala.

– Joseph, porque está fazendo isso? – perguntou Serapine. Por mais que tentasse ela não conseguia parar de chorar.

– Porque eu preciso de dinheiro, eu preciso de está droga de circo traga dinheiro! – gritou ele.

– Você pode conseguir dinheiro de outro jeito, por favor, Joseph!

– Garota, isso não vai dar certo. Pare agora! – disse Maria. A mulher foi até uma mesinha no canto da sala e pegou um bisturi que ali havia.

Ela aproximou-se de Serapine e fez sinal para que Joseph segurasse a menina. Joseph apoiou uma mão com força no alto da cabeça de Serapine e a outra mão no queixo, fazendo com que ela levantasse a cabeça.

– Será quase indolor – disse Maria – Ou talvez não. – riu.

Serapine continuou tentando se soltar, sem obter sucesso. Maria posicionou o bisturi no canto esquerdo da boca da garota, e num movimento rápido fez um corte quase até a orelha.

Serapine queria gritar, mas ela não tinha forças para isso. Sangue escorria do corte feito no seu rosto.

Maria foi novamente até a mesa e voltou de lá com uma injeção. Aplicou no rosto da jovem, perto do corte.

– Isso vai impedir que o corte entre em processo de cicatrização e se junte. Preciso que isso continue aberto do jeito que está.

Maria saiu da sala levando Joseph consigo e deixou Serapine ali, ainda amarrada.

A garota passou duas semanas sendo alimentada por uma sonda que ia da sua boca até seu estomago, já que não conseguia mastigar nada.

Depois de duas semanas Maria voltou trazendo Joseph com ela. Repetiu o mesmo processo de corte no outro lado do rosto da garota, deu-lhe a injeção.

Ao fim de tudo Serapine tinha dois cortes no rosto, um em cada lado. Quando ela falava você podia ver os dois cortes abrindo e fechando. Podia ver os dentes e também a língua dela se movendo.

Serapine nunca fez nada contra Maria. A mulher fez a cabeça da jovem, dizendo que aquilo era para o bem dela e de todos no circo. Com o tempo ela até aprendeu a gostas dos cortes, eles eram sua marca registrada.

– Serapine, você pode corrigir isso, sabia? – falou Dante.

– Corrigir? Como eu posso corrigir?

– Você pode fazer uma cirurgia. Você não terá mais os cortes e sim duas cicatrizes. Eu pesquisei um pouco sobre isso.

– Mas... Eu gosto dos cortes. – disse ela.

– O circo está arrecadando muito dinheiro agora. Você não precisa mais deles para conseguir dinheiro, Serapine.

Ela passou varias dias ponderando sobre aquilo. Ela queria tentar uma vida normal, mesmo que não fora do circo, apenas retirando os cortes.

– Dante, eu vou fazer a cirurgia. – disse ela quando um dos shows tinha terminado. Ela quase não se continha de tanta animação.

Dante acompanhou Serapine no dia da cirurgia. Ocorreu tudo bem. Estava tudo bem, até que Julie fez aquilo...

~Flashback off~

– Serapine, eu vou me vingar por você. Eu não quero que isso continue assim, tem que parar, precisa parar. – disse Dante, assim que parou de chorar – Eu prometo que vingarei a sua morta, e prometo que todo mundo vai pagar.

Dante se levantou e caminhou em direção à saída do cemitério.

Parado encostado ao portão estava um homem alto, usando uma capa preta.

– Você vai precisar de ajuda? Eu posso te ajudar.

– No que você poderia me ajudar, Vernon? Você ajudou Maria a fazer todo aquele show hoje.

– Você não entende Dante. Continua pensando do mesmo jeito de quando chegou ao circo. – disse Vernon.

– Você não sabe de nada Vernon. Você é apenas uma marionete sendo controlado por Maria.

– Está enganado. Minhas cordas foram cortadas há muito tempo. Desde que eu conheci Serapine...

– Não fale sobre ela! – gritou Dante, segurando no colarinho da camisa que Vernon usava – Você não tem o direito de falar sobre ela. Você sabia que Maria faria aquilo e deixou que isso acontecesse.

– Eu não sabia de nada, Dante! Você acha que se eu soubesse eu deixaria que aquilo acontecesse com a minha filha? – perguntou Vernon, também gritando.

– Sua... O quê? – perguntou incrédulo.

– Dante... Serapine e você são meus filhos. Se eu soubesse de tudo isso antes eu nunca deixaria que isso tivesse acontecido.

– Você é meu pai? Mas... Como? Porque nunca nos disse nada? Droga!

– A sua mãe era uma cigana. A mais bonita que eu já tinha visto, me apaixonei por ela na primeira vez que a vi. Foi difícil de conquista-la, sabia? Ela tinha um gênio difícil. – riu – A família dela não aceitou o casamento, então nos fugimos. Mas os pais delas nos seguiram, eles a levaram para longe de mim, um lugar que eu nunca descobri.
Ela estava gravida de gêmeos, fiquei sabendo depois quando encontrei a irmã dela sem querer. Ela me disse que as crianças tinham morrido no parto, junto com a mãe. Mas na verdade a mãe dela havia doado as crianças; cada um para um orfanato diferente, depois que ela tinha morrido. A única coisa que ela tinha deixado junto de cada um de vocês foi um fotografia, que era da sua mãe. Eu encontrei a foto nas suas coisas sem querer.

– Então, depois disso Maria adotou Serapine e eu vim trabalhar aqui por acaso... Você tinha que ter me contado isso antes.

– Eu não podia. Maria poderia descobrir e fazer alguma coisa.

– Então por que dizer isso agora? – perguntou Dante.

– Porque agora eu não me importo com os riscos. Minha filha está morta graças à pequena psicopata que ela criou naquela droga de circo. Eu me vinguei de Julie, Dante...

– Mas você quer mais... Você quer se vingar de Maria. – completou Dante.

– E eu preciso da sua ajuda para isso. – disse Vernon por fim.


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Notas finais do capítulo

Tchau.



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