Baby Be Brave escrita por Tifa Lockhart Valentine


Capítulo 2
Lembranças de uma lutadora


Notas iniciais do capítulo

N/A: Eu sei… eu sei… i.i Demorei pacas para atualizar, mas aqui estou novamente. É o final da oneshot! Espero que gostem! Apenas para nos lembrarmos: Jogo - Tifa tem 22 anos e Sephie 27 anos. Advent Children 2 após o jogo – Tifa tem 24 anos e Sephie 29 anos. Dirge of Cerberus 1 ano após o filme – Tifa tem 25 anos e Sephie 30 anos. O incêndio em Nibelheim acontece 5 anos antes do jogo – Tifa tem 17 anos e Sephie 22 anos. Lembrança de Sephie acontece 8 anos antes do jogo – Tifa tem 14 anos e Sephie tem 19 anos.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/34040/chapter/2

 

Baby be Brave – The Corrs


 

 

 

Edge – Tempo atual (Antes de DoC) – Tifa’s pov. 

 

A noite já ia longa. A casa e o bar estavam silenciosos, apenas a chuva fazia-se ouvir. Marlene e Denzel dormiam e Cloud ainda não voltara. Nada diferente do normal, mesmo com a aproximação do tão esperado dia.

Acabara de fazer o chá e me sentei nos degraus de acesso ao Seventh Heaven enquanto observava a chuva cair. “Chuva...” Lembranças de um passado longínquo retornam a minha mente.

“Se ao menos tivéssemos conversado... Talvez as coisas teriam sido diferentes.”

O aroma do chá preto me envolvia por completo e trazia a tona um redemoinho de sentimentos juntamente com um nome. Nome que eu receava pronunciar em voz alta. Mas não hoje.

Tifa – Sephiroth...

 

Nibelheim – 8 anos antes – Tifa’s pov.  

 

Way far down below you don’t feel it (don’t feel it)

Yeah everyone knows but we don’t believe it

The pain of a pop star you’re breaking my heart

 

(Bem lá no fundo, você não sente (não sente)

Sim, todos sabem, mas ninguém acredita,

A dor de um astro pop, você está partindo meu coração)

 

But baby be brave

‘Cuz what’s the point of it all

What’s the point of it all, yeah

Baby don’t blow it

Tell me what’s it all for

If you’re not terrified to fail (confide in me, tell your story)

Are you terrified to fail (it’s your fear that makes you worthy)

 

(Mas querido, tenha coragem,

Qual a razão disso tudo afinal?

Qual a razão disso tudo?

Querido, não exploda,

Conte-me para que isso tudo

Se você não morre de medo de falhar, (confie em mim, conte-me a sua história)

Morre de medo de falhar. (é o seu medo que o faz valer a pena))

 

I know what you’re doing ‘cuz

God I’ve been tempted

You’re drowning special to

Immortalize the rise

And what’s the point of it all

 

(Eu sei o que você está fazendo porque

Deus eu fui tentada

Você está se afogando especialmente para

Imortalizar a ascensão

E para que tudo isso?)

 

Baby be brave

‘Cuz what’s the point of it all

What’s the point of it all, yeah

Baby don’t blow it

Tell me what’s it all for

If you’re not terrified to fail (confide in me, tell your story)

Are you terrified to fail (it’s your fear that makes you worthy)

 

(Mas querido, tenha coragem,

Qual a razão disso tudo afinal?

Qual a razão disso tudo?

Querido, não exploda,

Conte-me para que isso tudo

Se você não morre de medo de falhar, (confie em mim, conte-me a sua história)

 

 

Morre de medo de falhar. (é o seu medo que o faz valer a pena)) 

 

Estava empolgada. Sentia meu coração bater mais rápido enquanto me arrumava diante do espelho. Não sabia quem poderia ter sido indicado pela Shinra para resolver o problema com o Reator do Monte Nibel, mas os boatos que corriam eram que o grande General Sephiroth é quem viria.

“Será que ele ainda se lembra..?” Dou um sorriso para meu reflexo enquanto me recordo do dia de nossa promessa e de como ele ficara bravo com a minha suposição de que ele não se recordaria. “Sephie-chan... ainda me lembro perfeitamente de suas palavras...”

Sephiroth – Assim você me ofende. Não sou o seu amigo! Não me compare a alguém inferior a mim!

E com um espanto me recordo de meu querido amigo. “Cloud Strife. Com certeza você retornará agora, não?” Não consigo esconder um sorriso de satisfação ao imaginar encontrar ambos novamente. “Será um sonho!”

Tifa – Volto mais tarde papai!

Pego o chapéu que papai me deu de aniversário e saio correndo de casa. Hoje tenho 17 anos e meu pai finalmente  entendeu que preciso de espaço, preciso treinar e não sou mais sua criancinha.

O horário marcado para a chegada dos enviados da Shinra é daqui à uma hora. Sei que estou adiantada, mas não me importo. Preciso ser a primeira a vê-los. Sorrio enquanto me posiciono sentada à entrada da cidade, protegida dos raios solares por uma bela árvore.

Não demorou muito e já estava imaginando o quanto iria conversar com Sephie-chan e todas as novidades que Cloud teria para me contar. Minha empolgação era quase, ou melhor, era  infantil, mas o que poderia fazer? Foram longos anos sem notícias de nenhum dos dois. Ao olhar para a estrada de acesso pude ver o grupo se aproximando.

Afasto-me da árvore, posicionando-me melhor para recebê-los e foi então que a realidade me chocou. Sephiroth estava com um olhar mais frio do que nunca, porém o que me assustou realmente foi a ausência de meu querido amigo. Sem conseguir me conter percebo duas lágrimas rolando por minha face, dou as costas para o grupo que se aproximava e corro de volta para casa.

Prefeito – Já voltou Tifa?

Seco meu rosto sem que meu pai perceba e volto-me para ele.

Tifa – Sim, melhor ficar em casa e descansar um pouco, né? Amanhã será um grande e longo dia.

Volto a subir para meu quarto, me jogo em cima da cama e deixo as lágrimas saírem. “Por que isso só acontece comigo? Ele não voltou como prometeu. E ele  nem me reconheceu!” Depois de um tempo chorando me acalmo e resolvo tocar.

Sento-me diante do piano e dedilho tentando imaginar qual música tocar. Antes que perceba já estou tocando a música favorita de minha mãe. “Sinto sua falta mamãe...” Assim que termino de tocar a música escuto palmas e olho pela janela. O soldado de cabelos negros que acompanhava Sephie-chan estava me observando.

Soldado – Você toca bem.

Tifa – Obrigada.

Dou um sorriso e ele também sorri.

Soldado – Não quer descer para conversarmos melhor ou não se importa que o resto da vizinhança nos escute?

Acabo rindo com sua fala “Que pessoa engraçada!”

Tifa – Só um momento.

Corro novamente pela casa e aviso meu pai que vou dar uma saída rápida.

Prefeito – Só volte cedo.

Tifa – Claro pai!

O garoto continuava na porta de casa, observando as pessoas e as casas. Quando me vê se afasta do poste em que estava escorado.

Soldado – Demorou. Qual seu nome, gatinha?

Solto um suspiro e sussurro.

Tifa – Shinra...

Ele me encara com uma expressão confusa.

Tifa – Tifa, meu nome é Tifa e o seu?

Soldado – Tifa... Belo nome gatinha.

Ele dá um sorriso – possivelmente de conquistador – e volta a falar.

Zack – Meu nome é Zack Fair.

Tifa – E então, Zack, o que fazia observando uma garota enquanto ela tocava piano?

Zack – Ah... Acontece que não era uma garota qualquer, ela é a garota mais bela que este jovem Soldado de Primeira Classe já colocou os olhos e tocava com maestria.

Acabo não me segurando e caio na gargalhada.

Zack – Por que está rindo gatinha? É a verdade!

Tifa – Você não espera que eu caia nessa cantada, né? Zack, por favor, terá que se esforçar mais do que isso.

Ambos acabamos rindo e passeamos um pouco pela cidade enquanto apresentava os lugares mais interessantes para o soldado. “Ele é tão engraçado... Me lembra muito Cloud.”

Quando estávamos nos aproximando da Mansão Shinra uma voz imponente chama por Zack.

Sephiroth – Zack pare de perder tempo. Temos que nos preparar para amanhã!

Zack – Claro Sephiroth. Nos falamos outro dia Tifa.

Encaro o general se afastar sendo seguido por Zack. Sinto o ódio em minhas veias e, tomando uma decisão, sigo ambos. Chegando ao hotel passo por eles sem me preocupar em desviar de Sephiroth, esbarrando nele.

Sephiroth – Cuidado por onde anda garota.

Sem me preocupar em me desculpar vou ao encontro de Zangan, que estava no hall de entrada.

Tifa – Boa tarde mestre.

Zangan – É bom vê-la hoje Tifa. Como está? Preparada para amanhã?

Tifa – Claro mestre! Papai ainda não está muito satisfeito.

Zangan – Não há motivos para que ele fique nervoso, basta que você tome cuidado.

Tifa – Sim, mestre.

E então meu treinador prende seu olhar em algum ponto atrás de mim.

Zangan – Vejo que retornou Sephiroth-san. Há algo que eu possa fazer por você?

Sephiroth – Não, senhor Zangan, obrigado por perguntar.

E foi então que nossos olhares se cruzaram pela primeira vez desde que o espadachim voltara para Nibelheim. Seus olhos esmeraldas carregavam um olhar frio, distante e completamente cruel. Senti um arrepio em minha coluna.

Após a saída do general, eu e meu mestre trocamos um olhar e ele põe a mão em meu ombro.

Zangan – Amanhã você deverá tomar cuidado redobrado com Sephiroth, ouviu bem Tifa?

Tifa – Sim mestre.

Zangan – Ele não é mais aquele rapaz de três anos atrás...

A este último comentário não consegui dar uma resposta. Fechei os olhos e engoli em seco enquanto a imagem de três anos retornou a minha mente. Seus olhos tão carinhosos me observando através da chuva.

Zangan – É melhor ir para casa Tifa, descanse. Amanhã será um longo dia para você.

Tifa – Certo, sensei. Até amanhã.

Quando saí do hotel um raio cortou o céu de Nibelheim. “Espero que amanhã não chova...” Caminhei calmamente até chegar a minha casa. A chuva começara a cair, molhando meu rosto e lavando minhas preocupações.

Faço o jantar para meu pai e, depois de jantarmos juntos, subo para o meu quarto. Deito-me e por algum tempo fico me lembrando de minha infância ao lado de Cloud. “Como... Onde você está Cloud?” Deixando minha mente vagar acabo novamente pensando no jovem general. “Sephiroth... você se esqueceu de sua promessa...” e é este triste pensamento que me guia até o sono.

Depois de uma longa noite irrequieta, levanto-me e estou me arrumando. Preparando-me para a longa caminhada até o reator. “Ao menos Zack estará lá. Imagino que será divertida.” Dou um pequeno sorriso e sigo os passos de meu pai.

Ao me aproximar do pequeno grupo de pessoas posso escutar as palavras de meu pai.

Prefeito – É bom que cuide bem dela.

Zack – Não se preocupe. Não deixarei que nada de mal aconteça com ela.

Sephiroth – Desde que ela não nos atrase.

Balanço a cabeça enquanto me aproximo.

Tifa – Não precisa se preocupar, papai. Logo estarei de volta.

Rapaz – Será que eu poderia tirar uma foto de vocês?

Conheci a voz do filho do dono da mercearia. Ele era um fã de Sephiroth.

Zack – Claro! Venha Tifa!

O soldado me puxa, colocando-me entre ele e o general. Lanço um olhar para o homem de cabelos prateados. “É... não me reconheceu de maneira alguma...” Dou um sorriso para a câmera e, assim que a foto é tirada, Sephiroth começa a se distanciar pelo caminho que leva ao Monte Nibel.

Tifa – E por acaso você sabe o caminho, general? Está querendo se perder?

Sephiroth – Só desejo acabar logo com isso garota.

Novamente sinto o ódio consumir minhas veias e tomo a liderança do grupo. Caminhamos em silêncio até chegar a ponte. Não consigo evitar um tremor.

Sephiroth – Ao que posso ver só existe um caminho até o reator. Se está com tanto medo assim de atravessar uma ponte pode voltar.

Meu rosto fica vermelho e ignorando as palavras ácidas que o general lançou começo a caminhar pela ponte. Zack corre adiante com sua espada em punho quando vê um monstro se aproximando de mim.

Tifa – Zack! Não corr..!

E antes que eu pudesse finalizar minha frase a ponte se partiu. Novamente o abismo, a queda... Senti minha consciência me deixando, mas não sem antes ter a impressão de uma voz gritando meu nome.

Aos poucos vou retomando a consciência, um barulho ritmado pode ser ouvido e sinto o chão se movendo sob mim. Um sentimento de profunda proteção se encontra em meu coração. Vagarosamente vou abrindo meus olhos e, depois que eles se acostumam à luz, posso ver os cabelos prateados de Sephiroth envolvendo meu rosto.

Tifa – Sephie..?

O general pára e baixa seus olhar para mim. Posso ver carinho neles, tão parecidos com três anos atrás.

Sephiroth – Finalmente acordou.

Ele me põe em pé e se afasta. Passo os olhos pelo grupo e vejo que está faltando uma pessoa. Um dos soldados rasos estava sendo carregado por Zack, o outro não estava em nenhum lugar próximo.

Zack – Tifa! Que bom que acordou! Desculpe-me pela ponte... Não imaginava que ela fosse ceder...

Dou um sorriso para o soldado.

Tifa – Não se preocupe. Acontece. Mas... Onde está o outro..?

Sephiroth – Era apenas um soldado raso. Se não era forte o suficiente para resistir a queda, não precisamos dele.

Posso sentir meu queixo cair com este comentário. Os olhos de Sephiroth estavam novamente frios e distantes.

Tifa – Como pode falar isso?! Ele era o seu companheiro!

Zack – Não discuta Tifa... Vamos.

O general não fez nenhum outro comentário, apenas continuamos seguindo o caminho pelas montanhas infestadas de monstros.

Após algum tempo, e muitas batalhas, chegamos a uma caverna na qual uma fonte de Mako jorrava.

Tifa – Que... linda. O que é isso?

Sephiroth – É uma fonte de Mako. É a força vital do planeta. Esta força, quando condensada, dá origem às matérias.

E depois de uma pausa sua voz continua.

Sephiroth – É realmente muito linda.

Levanto meus olhos apenas para receber um olhar carinhoso do general. “Sephiroth... você ainda está aí, não?”

Sephiroth – Vamos continuar nosso caminho.

Com isso seguimos até a saída do túnel e alcançamos o reator. Zack sorri.

Zack – Finalmente chegamos! Já estava cansado de tanto andar...

Sephiroth – Lembre-se que ainda temos o caminho de volta.

Zack – Por que você é tão cruel Sephiroth?!

Acabo rindo com a situação e já me dirigia para a entrada do reator quando sinto a mão do general barrando meu caminho.

Sephiroth – É absolutamente proibida a sua entrada. A Shinra não permite a entrada de pessoas não autorizadas.

Tifa – E você realmente espera que eu fique esperando sozinha  aqui fora? Se não fosse por mim vocês não teriam chegado aqui! Eu tenho direitos!

Sephiroth – O direito de me obedecer. Não é difícil forjar um ataque de um monstro, sabia?

Sinto o meu sangue ferver. Zack se aproxima e toca meu braço, mas eu o afasto.

Tifa – Se eu o incomodo tanto, não se preocupe da próxima vez em me proteger!

Dou as costas para os três e me aproximo da borda do desfiladeiro. Deixo as poucas lágrimas caírem de meus olhos e me sento ali mesmo, observando o céu.

Zack – Você fica aqui e tenha certeza de que nada, ouviu bem, nada aconteça com ela.

Ouço um par de passos ecoando no metal, uma porta se abrir e novamente se fechar, mas não me movo, nem mesmo quando senti a presença do outro soldado ao meu lado.

“Duvido que você ainda se lembre, ou se importe. Não quero saber!” Solto um longo suspiro e seco meu rosto. “Fui tola em guardar esperanças de que se lembrasse de uma garota de uma vila pacata do interior...”

O soldado se senta ao meu lado, mas se manteve em silêncio durante todo o tempo em que Sephiroth e Zack resolviam o problema do reator. Quando eles finalmente saem de lá Zack oferece sua mão para que eu me levante. Havia algo errado em seu sorriso e o olhar que lançava para Sephiroth.

Tifa – Está tudo bem Zack?

Zack – Sim, sim... Já consertamos o que tínhamos para consertar. Vamos voltar.

Sephiroth estava calado, calado demais para o meu gosto. Quando nossos olhares se cruzaram eu pude ver uma profunda tristeza neles. “O que houve lá dentro..?” Sem pensar me aproximo e toco seu ombro delicadamente.

Tifa – Seph... General..?

E como se acordasse de um transe ele bate em meu braço para afastar minha mão.

Sephiroth – Não preciso de sua pena!

A dor que senti com o tapa não se comparou com a dor que cruzou meu coração. As lágrimas molhavam meu rosto e não conseguia mais reconhecer a pessoa que estava na minha frente.

Pude ouvir a voz de Zack primeiro gritando com Sephiroth e depois chamando meu nome, mas não olhei para trás. Só queria saber de colocar a maior distância possível entre eu e o monstro de olhos verdes.

Tifa – Eu devia ter escutado o sensei.

Mal percebi o caminho que segui e acabo caindo em um dos túneis que levavam ao andar de baixo da mina.

Tifa – Ai...

Podia sentir o sangue escorrendo de meu braço e de meu joelho. Não fazia idéia de onde estava o meu chapéu ou o resto do grupo, mas não havia tempo de pensar em mais nada. Um grande dragão verde estava na minha frente.

Prendo a respiração enquanto me levanto vagarosamente. Os olhos vermelhos seguiam cada movimento que eu fazia. Passos ecoavam acima de minha cabeça, já não sabia se era Zack ou algum outro monstro. Apenas me concentrava em me preparar para a batalha.

O dragão se levantou em suas patas traseiras. “Isso só pode significar uma coisa...” Antes que a bola de fogo me atingisse eu já havia me esquivado. Estava à direita do animal, o lado em que sua cauda também se encontrava. “Assim ele não pode me atacar com ela.”

Zack – Meu Deus! Tifa! Já estou descendo! Fique calma!

“Como se eu não pudesse me defender...” O mapa do monte se abriu em minha mente e me lembrei de um pequeno detalhe “se ele descer pelo tubo... não poderemos subir!”

Tifa – Desça pelas escadas!

Zack – Mas vai dem...

Tifa – Cale a boca e me obedeça Zack!

Enquanto gritava com o soldado já corria para cima do dragão e o atacava com meus punhos. “Só preciso ganhar um pouco de tempo... Minha sorte é que este dragão em especial não muda muito seu padrão de ataque.”

Podia escutar os passos e xingamentos de Zack enquanto ele descia pelas escadas e as desdobrava. “Está tudo bem... Ele logo estará...” E antes que eu pudesse terminar o pensamento senti a garra do animal cortar meu ombro direito. “Isso! Preste atenção no que o Shinra está fazendo... IDIOTA!”

Aproveitando a proximidade continuei minha série de ataques, me preparando para pular quando sua cauda viesse no próximo ataque, mas o dragão tinha outra idéia. Quando pulei, ele jogou a cabeça para me atacar com os dentes. Assim que percebi o que ia acontecer fechei os olhos e me enrolei, trazendo os joelhos para proteger minha barriga e os braços para proteger o rosto.

Podia sentir a respiração do animal se aproximando, mas não houve ataque algum. Alguns tiros foram disparados, ouvi passos rápidos se aproximando e um suspiro do dragão na minha frente. Senti braços me envolverem e soube que estava segura.

Abri os olhos esperando ver o sorriso de Zack, nada poderia ter me preparado para ver o par de esmeraldas absolutamente preocupado.

Sephiroth – Tifa! Você está bem?

Me desvencilho dos braços protetores que me seguravam.

Tifa – Eu não pedi a sua ajuda.

Na verdade estava deveras feliz com o fato de ele estar preocupado comigo e de seus olhos voltarem a ter o brilho de antigamente, mas morreria antes de assumir isso.

Sephiroth – Desculpe-me por salvar sua vida.

Ele tinha um leve sorriso no rosto. Não consegui evitar um sorriso surgir em meus lábios, mas assim que o percebo dou um soco no general.

Tifa – Se não tivesse sido tão  grosso eu não precisaria ser salva.

E foi então que a coisa mais incrível aconteceu: ele me abraçou. 

Sephiroth – Eu sei. Desculpe-me Tifa.

Podia sentir meus olhos se enchendo de lágrimas, os passos de Zack e do soldado não podem mais ser escutados. A única coisa que eu podia ouvir era as batidas de seu coração. Estava no céu.

Tifa – O que aconteceu no Reator, Sephie-chan?

Ele me abraça com um pouco mais de força e eu passo as mãos em suas costas, sentindo seu cabelo sedoso entre meus dedos. Posso sentir que ele se acalma.

Sephiroth – O nome de minha mãe está escrito em cima de uma porta. Fico pensando se eu também sou um monstro criado geneticamente...

Ao ouvir isso o afasto e o faço encarar meus olhos. Posso sentir todo o seu sofrimento.

Tifa – Você é idiota?

Ele continua me encarando, sem entender.

Tifa – É CLARO que você não é um monstro, sua anta!

Sephiroth – E o que a faz ter tanta certeza..?

Tifa – Eu nunca me preocuparia com um monstro. Pelos deuses, eu nunca me...

“Falei demais...” desvio meu olhar e posso sentir o rubor surgindo em minhas bochechas.

O general tira uma mecha de cabelo de meu rosto enquanto me força a olhá-lo.

Sephiroth – Você nunca..?

Tifa - ... me apaixonaria por um monstro.

Um brilho surge em seu olhar e um sorriso galanteador aparece em seus lábios.

Sephiroth – Quer dizer que você se apaixonou por mim?

Dou um soco fraco em seu peito.

Tifa – Não por esse general idiota e convencido.

Seu olhar é confuso e meio envergonhado.

Tifa – Me apaixonei pelo Sephie-chan...

E sorrindo ele toma meus lábios nos seus. Após algum tempo Zack começa a rir. Me afasto completamente envergonhada.

Zack – Que lindo, adoro quando o amor vence no final, mas que tal se sairmos dessa montanha? Não quero lutar com mais dragões.

Sephiroth – Está certo, vamos embora.

E ele segura minha mão durante todo o caminho de volta. No dia seguinte ele me convida a voltar com ele e eu o acompanho, mesmo contra a vontade de meu pai. Descubro que Cloud esteve comigo durante todo o tempo e nos divertimos muito até que chegamos a Midgar. Lá conheço Aeris, namorada de Zack e viramos ótimas amigas, eu a ajudo com a venda das flores e até montei um bar, chamado Seventh Heaven onde vários soldados vão se divertir depois do expediente.

 

 

Barret vive feliz com sua esposa, Marlene e sua família também, Hojo foi desmascarado antes de capturar Red XIII e tudo é tranqüilo. 

 

Edge, tempo atual


A chuva já havia parado há algum tempo, mas não sentia a menor vontade de voltar a entrar. Em algumas horas o meu casamento com Cloud aconteceria, mas ainda assim sonho com o que poderia ter acontecido se eu tivesse sido um pouco mais curiosa, insistente ou até mesmo chata. Se eu o forçasse a me contar o que acontecera dentro do maldito reator eu poderia ter mudado o futuro.

Hoje poderia estar ao lado dele, Aeris e Zack estariam vivos, Cloud poderia ser feliz fazendo o que quisesse, Red, Cid, Barret, Reeve e todos os outros poderiam viver suas vidas tranquilamente...

Se ao menos eu tivesse sido mais corajosa...

Solto um suspiro e me levanto, pronta para voltar para casa. Antes de fechar a porta posso jurar que escutei o som de asas batendo, olho para trás e vejo penas negras caindo. Não senti medo algum.

“Sephie-chan...”

Vi os lírios em cima do balcão do bar. Era um pedido de desculpas, talvez até mesmo um agradecimento. Já sabia qual buquê seguraria quando me casasse.

 

xXxXx


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo



N/A: Eu sei... Demorei bastante pra postar a segunda parte...

Mas até que eu gostei de como termina. E eu sei que ficou imenso, maaaaaas... Faz parte. XD

Detalhe para que o que está em itálico no final das lembranças da Tifa significa que não aconteceu e é o que ela acredita que poderia ter acontecido se ela ao menos tivesse sido mais forte, corajosa e etc.

Gostaram? Não? NWAYS deixem sua opinião: é só clicar aí embaixo e deixar o review! ~~/o/