-ENTÃO É ISSO?! TUDO O QUE VOCÊ TEM Á DIZER É " FOI MAL" ? - gritei, alterada,

- E O QUE VOCÊ QUER QUE EU FAÇA?! FIQUE DE JOELHOS E IMPLORE PERDÃO?! - ele apontou para o chão, e depois me olhou como se fizesse deboche da situação.

Senti meu rosto queimar de raiva. O que ele queria de mim, afinal? Ele era o errado, não eu. Seus olhos cinzentos me fitavam, como se ele quisesse me ver queimar. Ele sabia como aquilo doía , e nem ao menos se importava. Tentei me concentrar ao máximo, mas agora já não adiantava, e eu sabia que mais cedo ou mais tarde eu deixaria as lágrimas escorrerem pelo rosto e choraria até meus olhos estarem vermelhos e ardendo.

- EU QUERIA QUE AO MENOS UMA VEZ NA VIDA VOCÊ NÃO ME ENGANASSE. - por fim as lágrimas caíram.

- Tenten... - ele parecia estar mais afetuoso, mas eu sabia que era só mais uma de suas cenas.

- EU QUERIA QUE ALGUMA VEZ VOCÊ NÃO MENTISSE PRA MIM! - terminei, e então pude desabar de chorar.

Eu queria batê-lo, agredi-lo até que eu mesma sangrasse. Eu sentia raiva, medo de onde aquele amor havia me levado e de como era burra de ainda acreditar que ele sentia algo por mim. Ele era um monstro. Um monstro sem sentimentos que havia feito meu coração de saco de pancadas. Sempre batendo, arrebentando ou explodindo.

- Você sabe que não ... - ele se aproximou, tentando me envolver em seus braços.

- NÃO ME TOCA ! EU TE ODEIO! EU QUERO VOCÊ LONGE DE MIM! - dei alguns passos para trás, até quase encostar na parede, ainda chorava, mas agora estava mais controlado. Eu precisava deixar que a raiva tomasse conta do momento.

- Você sabe que nunca resiste ... - sussurrou, aproximando-se novamente de mim. Dessa vez eu não recuei

- E-eu... - Ele estava certo. Não importava o que acontecesse, eu nunca resistia.

Me coloquei na ponta dos pés, enquanto uma de suas mãos se apertava sobre a minha cintura, deixando que a sua outra mão o levasse á qualquer parte do meu corpo. Primeiro suave pelo meu quadril, e depois se rastejando levemente para dentro de minha blusa. O simples toque se sua pele sobre a minha já me deixava arrepiada, e cada vez que sua mão passeava pelas minhas costas, sentia cada vez mais que eu precisava daquilo. Eu precisava do seu toque em meu corpo. Abri a boca, desesperada por um beijo, e ele apenas retribuiu, frio, mas demonstrando o mesmo desejo.

Á principio apenas nos deixamos demorar um nos lábios do outro. Mas eu sentia que ele queria mais, ele queria o mesmo que eu. Agora os seus braços musculosos se apertavam ainda mais sobre as voltas do meu corpo, enquanto que os meus braços desesperadamente arranhavam as suas costas e mordiam seus lábios com força. Algumas vezes no batemos agressivamente contra a parede do quarto, o que sem dúvidas já era algo normal. Eu sabia que no dia seguinte ficaria com muitas marcas pelo corpo, mas já não me importava. Não existia limite se tratando de nós. Ele podia me fazer queimar, explodir ou chorar. Mas eu amava a maneira como ele mentia. Eu precisava desesperadamente de um pouco de suas mentiras para viver.