Blessed With A Curse escrita por Mari Bonaldo, WaalPomps


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

E não é que o aviso funcionou? Ola leitores antigos que voltaram! KKKKKK ola novo/nova leitor/leitora *-* obrigada pelos comentários meninas, boa noite e boa leitura s2



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- Se lembra daquela vez em que ficamos tão bêbados que tentamos roubar uma vaca? – disse Santana, rindo descontroladamente.

Rachel sentia-se cada vez mais idiota por ter imaginado Santana como uma vadia destruidora de lares. Primeiro porque, apesar de ser uma das garotas mais lindas que Rachel já havia visto em toda sua vida, Santana era super simpática e divertidíssima. Segundo – e principalmente – porque não havia lar algum para ser destruído.

O jantar havia começado com uma Rachel um pouco tensa. Aquilo que Brittany havia dito era uma viagem total. Mas as palavras ficaram martelando na mente de Rach por um bom tempo. Porém, o clima era tão descontraído que logo a afetou.

Ela ficou sabendo que Brittany – apesar da lerdice e inocência – era ótima em lutas marciais. A melhor lutadora que a CIA possuía. Também descobriu que Santana era hacker e amiga de Finn desde os sete anos de idade. Eles haviam se conhecido em uma casa de vídeo games, e Santana dera um verdadeiro banho em Finn. Do alto de seus sete anos, ele decidiu que aquela garota era o melhor parceiro de jogos que ele já havia tido. Prometeram amizade eterna no mesmo dia, fazendo um juramento de sangue (Finn havia achado nojento, mas Santana lhe dera um tapa na testa e o fizera continuar).

- Vou buscar a sobremesa. – Rachel disse depois que Santana terminou de falar, e se levantou da mesa indo até a cozinha.

Santana olhou para Finn, levantando as sobrancelhas em um gesto malicioso.

- Não começa, Satã. – disse Finn, usando o velho apelido da amiga. Ela o havia adquirido no ensino médio, graças à sua tolerância zero e delicadeza importada direto de Lima Heights.

Santana lhe deu a língua e em seguida tomou um gole do Chardonnay branco que acompanhara os robalos durante o jantar.

- Ela é legal, Finn. Uma boa pessoa. – Santana continuou. – Além do mais é uma ótima cozinheira. Você provou esses robalos?

- Não. Ela é metida e tem um dom natural para me tirar do sério. – Finn respondeu.

Santana soltou um suspiro profundo.

- Depois que me contou tudo o que aconteceu entre vocês dois, essa implicância toda me cheira a amor. – Finn soltou um riso sarcástico. – Eu to falando sério, Finn. Você precisa recomeçar a sua vida.

Finn olhou nervoso para os lados. Rachel ainda estava na cozinha e Brittany tinha uma conversa sobre os perigos do vicio em álcool com Lord Tubbington.

- Eu não preciso recomeçar a minha vida, Santana. – o tom de voz dele era levemente rude. – A única vez em que deixei alguém entrar na minha vida, você viu as conseqüências.

- A Rachel não é a Ally, Finn.

Finn olhou para a amiga, um pouco irritado.

- Eu não amo a Rachel; e nunca vou amar alguém tanto quanto amei a Ally. E não fale dela como se ela tivesse ido embora por vontade própria. – Finn praticamente cuspia as palavras agora.

Santana o olhou. Sabia o quanto era difícil para o amigo falar sobre Ally. Mas já haviam se passado quatro anos e ela sentia que ele não havia progredido com sua vida desde então. Dormir com um monte de mulheres não era bem o que podia se chamar de progresso. Porém ela resolveu ficar quieta, algo realmente muito raro. Havia chegado aquele dia e não queria estragar tudo. Teriam essa conversa em outra ocasião.

Rachel entrou na sala de jantar, equilibrando os pratos de sobremesa e uma mão e a Cassata Italiana na outra.

- Eu realmente espero que gostem, mas não posso garantir nada. – ela disse, bem humorada. Mas seu bem humor se esvaiu no momento em que viu Santana e Finn. Eles se olhavam sérios e todo aquele clima descontraído havia desaparecido.

Com cautela, Rachel colocou os pratos na mesa.

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Finn fechou os olhos, sentindo a brisa fresca da noite bater em seu rosto. Aquilo poderia parecer meio fresco, mas precisava disso. Havia pouco tempo Santana e Brittany haviam ido embora e Rachel arrumava a cozinha. Ele havia se instalado no jardim, o lugar mais tranqüilo que podia pensar.

O jantar fora ótimo, até Santana falar em Ally. Finn a amara tanto e ela havia partido a tão pouco tempo, que ele havia perdido a paciência. Não queria amar Rachel. Não queria amar ninguém, pois já havia amado e vira os resultados. Ele não era do tipo masoquista, que sofria mais de uma vez. O amor não era para ele, e aquilo bastava. Quando Finn sentia necessidade de algo a mais em sua vida, apelava para o Sr. Cuervo (N/A: Referência a José Cuervo, marca conhecida de tequila) e vivia muito bem dessa forma.

Depois do que Santana dissera o clima ficara tenso. Rachel até tentara, fracassadamente, trazer a descontração de volta. Mas o jantar já estava arruinado. Depois da sobremesa o casal – Brittany e Santana - havia ido embora, deixando Rachel e Finn sozinhos. Ela devia ter percebido que ele precisava de um tempo, e disse que iria arrumar a cozinha.

Finn não gostava de pensar no amor como algo essencial na vida de um ser humano. Ele havia crescido vendo o casamento dos pais definhar a medida que o tempo passava. Ainda sim ele insistira na ideia (N/A: Ideia não tem mais acento gente. Sad, but true) de se entregar a essa doença humana quando conhecera Ally. E então tudo acabara de repente, deixando um Finn assustado e impotente demais para fazer qualquer coisa. Depois que Ally se fora, ele refletiu dias sobre o amor. Sua conclusão era de que o amor nada mais era do que um ato falho com uma constante troca de interesses por trás de todos os sapos engolidos.

O ser humano tinha necessidade de se apegar à ideais utópicos, porque simplesmente era fraco demais para encontrar um motivo racional que o fizesse sair da cama pela manhã e enfrentar toda a merda lá fora. E então eles se apaixonavam. Ou não. Para ele, o amor era tão frio quanto fazer um negócio: Se você está com alguém é porque ele te agrada. Quando algo nele não te satisfaz, você briga com ele e tenta mudá-lo. Em vão. Quando ele deixa de te satisfazer, o “amor” termina. Mas que amor, se não existia amor desde o começo? Tudo era fadado ao fracasso. E ele não via necessidade de começar algo por pura fraqueza sabendo que não passava de uma troca de interesses que logo se acabaria.

- Você... precisa de alguma coisa? – a voz cautelosa de Rachel o tirou de seus pensamentos. Ele a olhou. Era impressão dele ou Rachel Berry parecia preocupada?

- Não. Obrigada.

Ela se virou para entrar novamente na casa, mas parou. Respirou fundo, provavelmente se recriminando pelo que faria a seguir, e voltou para onde Finn estava. Se agachou ao seu lado. Subitamente, ela o abraçou. Não um abraço malicioso, com segundas intenções. Simplesmente um abraço acolhedor. Finn sentiu-se bem nos braços dela, portanto não quis afastá-la, apesar de ter sido surpreendido por sua atitude.

- Não vai se acostumando com isso. – ela disse baixinho, e o soltou. Depois sentou-se ao seu lado, na grama verde.

Finn não pôde evitar sorrir com a atitude dela. Não era sempre que seu desafeto lhe tratava bem.

- Pense nisso como uma trégua, - ela continuou – até sua cara de enterro sumir.

- Está assim tão aparente? – ele perguntou, curioso.

Ela o olhou como se ele houvesse acabado de perguntar se dois mais dois eram quatro.

- Escuta, Hudson. Eu não sei o que aconteceu entre você e a Santana nos 10 minutos em que fiquei fora. Para falar a verdade, também não estou interessada em saber. Sou da filosofia de que a privacidade deve ser respeitada. Mas a amizade de vocês dois é muito bonita, e você fica quase humano perto dela, portanto, não deixe isso morrer. – Rachel disse, cautelosamente. Não era boa em conselhos. – Só... acho que esse tipo de amor é importante, sabe?

Finn se pegou sorrindo outra vez. Rachel era uma caixinha de surpresas. Quem diria que por trás da mulher forte e segura havia alguém que se importava com o amor no mundo?

- O problema é mais complexo do que você imagina, Berry. – ele olhou para ela. – Mas fica tranqüila, porque a minha amizade está a salvo.

Rachel assentiu, séria.

- Quer que eu saia? – ela perguntou. Não queria invadir a privacidade dele.

Finn olhou para o céu estrelado. Não. Ele não queria que ela fosse embora. Sentia-se melhor com ela ao seu lado. Rachel podia ter mil e um defeitos, mas um deles definitivamente não era o egoísmo. Se alguém precisasse de ajuda, ela estaria ali. De braços e mente abertos e acolhedores.

- Não, Rach. Quero que fique. Mas não vá se acostumando com isso. – ele disse, bem humorado, imitando-a.

Rachel riu, e depois deu um pequeno soco no braço de Finn. Ela ia perguntar se ele queria desabafar, mas decidiu não fazê-lo.

O silêncio que se abatia entre os dois pela primeira vez não era desconfortável ou estava repleto de tensão sexual. Era agradável. Acolhedor. Tudo o que ela queria era ficar observando o céu estrelado de verão, sabendo que Finn estava bem ao seu lado. E que não sairia de lá.

Mas que diferença a presença de Finn fazia? Naquele momento, ela percebeu: Toda. A presença dele fazia toda a diferença. Deixava o céu mais estrelado, o clima mais agradável, o silêncio mais acolhedor. Fazia Rachel sentir-se como uma adolescente com os hormônios à flor da pele.

Rachel tentara negar por muito tempo, mas estava tão claro agora. Finn era um prepotente, tão egoísta quanto o diabo, teimoso como uma pedra e ainda por cima vivia envolto em um muro de gelo que ninguém conseguia ultrapassar. Ele a irritava com seu cinismo, sua ironia e sua necessidade doentia de tratar as mulheres como objetos sexuais. Mas ela o amava. Odiava tudo nele, mas o amava. Como aquilo era possível?

Oh, merda. Ela estava apaixonada. Por Finn Hudson.

E o prêmio de masoquista do ano ia para... Rachel Berry.


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Notas finais do capítulo

E aí? *-*