Imbranato escrita por Mari Bonaldo


Capítulo 3
O Estranho Perfeito.


Notas iniciais do capítulo

Bom dia meninas! Primeiramente, queria agradecer pelas reviews. Adoro ler o que vocês escrevem e significa muito pra mim, de verdade. Bem vindas leitoras novas, espero que tenham vindo para ficar *-* Hoje estou um pouco corrida então não vou ter tempo de responder as reviews já, mas li todas e adorei todas, muuuuuuuito obrigada *-*
Boa leitura linda s2



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Quando o avião pousa no Aeroporto Internacional Fiumicino eu tenho que admitir que sinto uma leve palpitação no meu peito e que minhas mãos tremem um pouco. Há duas semanas atrás eu tinha tudo o que achava que queria: um namorado (Ted podia não ser grande coisa, mas me aquecia nas noites frias), um emprego fixo, meu próprio apartamento na cidade que eu amava e algum dinheiro para comprar roupas bonitas e ocasionalmente jantar em lugares caros. É estranho pensar que minha vida era assim tão diferente há tão pouco tempo atrás. Parece que fazem anos desde que as mudanças ocorreram, mas na realidade fazem somente algumas horas. E eu já passei por tantas mudanças... me sinto amedrontada ante a mais uma.

Desço do avião e me dirijo à esteira, esperando ansiosamente por minhas malas. A maioria das minhas coisas já haviam sido entregues durante a semana, e esperavam por mim em meu novo apartamento. Quando pego minhas malas, me sinto um pouco perdida. Ao meu redor, diversas pessoas correm em direção umas às outras, se abraçando, falando emocionadas em italiano, algumas até mesmo chorando. Observo uma mulher bonita, na casa dos trinta, correr em direção a um homem que carrega uma menininha sorridente em seus braços. Os três se abraçam, e a mulher chora.

De repente, me sinto solitária. Como nunca havia me sentido antes.

Tento me lembrar porque estou aqui. Estou aqui porque fui promovida, vou ganhar mais do que a maioria das pessoas nesse saguão de aeroporto, e isso me causa um leve reconforto. Muitas pessoas adorariam ter a minha vida, definitivamente. Mas ainda assim, uma parte de mim desejava desesperadamente que eu tivesse um homem carinhoso e uma garotinha linda para me receberem com tanto fervor quanto aquela mulher foi recebida.

Ando em direção a saída do aeroporto. Um homem está parado na porta, vestindo uma calça social preta e uma camisa azul clara listrada, muita fina. Ele me olha, e eu não posso evitar olhá-lo também. É muito alto, e tem um tronco forte. Você sabe, o tipo de tronco que você quer no pai dos seus filhos. Os cabelos castanhos estão perfeitamente penteados, mas de alguma forma isso lhe cai bem. Seus olhos escuros me examinam minuciosamente e de repente, eu sinto calor – apesar de estar usando um vestido levinho da Miu-Miu, azul marinho com estampa de pequenos gatinhos brancos.

Com muito custo, desvio os olhos daquela visão e continuo caminhando até a porta, arrastando minhas malas atrás de mim. Quando passo por ele, não posso evitar dar uma última olhada. E, quando o faço, me deparo com seus olhos me encarando de volta.

Você com certeza já leu sobre esse momento nos livros ou isso já aconteceu com você. Cenário: um lugar lotado. No meio de tantas pessoas, dois estranhos cruzam seus olhares e uma sensação tão forte quanto desconhecida toma conta dos dois. Eles se olham fixamente por alguns segundos ou mais, e depois cada um segue o seu caminho. Mas o dia todo, ambos ficam pensando um no outro e se perguntando se irão se ver novamente ou se aquilo foi somente o destino pregando uma de suas peças.

Foi exatamente isso o que ocorreu comigo e o Estranho Perfeito – como carinhosamente apelidei-o.

Senti meu rosto corar e desviei o olhar, saindo porta à fora. O sol da Itália me deu as boas vindas, aquecendo levemente minha pele enquanto os meus olhos se acostumavam com a claridade. À minha frente, uma fileira de taxis se estendia e a movimentação era tão grande que me senti em casa.  Naquele momento, Roma não me pareceu tão diferente de Nova York, afinal.

Um dos taxistas sorri um sorriso com alguns dentes faltando pra mim e começa a falar rapidamente, já tomando minha mala nas mãos. Eu aceno que não com a cabeça, sorridente, e tento puxar minha mala de volta. Ele não a solta. O meu sorriso se esvai e eu puxo de volta a mala para mim, um tanto rudemente. O senhor me olha um pouco espantado, parecendo meio nervoso, e eu me afasto dali um pouco amedrontada.

Que lugar é esse, onde não se pode confiar nos taxistas?

Recomeço a andar, um pouco mais longe da fila de taxis, pensando no que fazer. Eu não conheço ninguém. De repente, me dou conta de que na correria da última semana não peguei o telefone de meu novo chefe ou da redação da Vita. Procuro meu celular na bolsa marrom pendurada em meu ombro, pronta para ligar para o Sr. Rudolph. Por que ninguém pensou em mandar alguém para me esperar, afinal?

Paro perto de um banco, e me sento. Quando pego meu telefone nas mãos, sinto o olhar de alguém sobre mim. Viro-me para o lado, e encontro o Estranho Perfeito me observando fixamente. Ele anda na minha direção. E eu sinto um pouco de medo, depois do taxista e tudo mais. Como saber em quem confiar?

Antes que minha ligação possa se completar, guardo o celular e me levanto, andando um pouco apressada – ou pelo menos o mais rapidamente que se pode andar quando se está carregando malas pesadas atrás de si.

Enquanto caminho, olho para trás. Apesar da distância que coloquei entre nós, percebo que o Estranho Perfeito está me seguindo. Engulo em seco, já podendo visualizar um policial ligando para meus pais em Ohio, dizendo que sua única filha foi encontrada violentada e sufocada em um beco em Roma.

E isso seria muito bem feito pra mim, por me deixar levar pelas aparências. Não é porque o Estranho Perfeito é extremamente lindo que merece minha confiança. Talvez eu devesse ter aceitado entrar no táxi do taxista banguela, afinal.

- Rachel Berry! – diz uma voz grossa atrás de mim, com sotaque carregado. Eu paro, abruptamente. O Estranho Perfeito sabe meu nome. Antes que eu possa correr com mais fervor, ele me alcança, parecendo irritado. – Rachel Berry? – ele repete, dessa vez com um tom de dúvida.

Eu assinto com a cabeça, um pouco assustada.

- Por que diabos você está correndo? – ele diz em um inglês britânico perfeito, apesar de um pouco irritado. E então me lembro das palavras do Sr. Rudolph, sobre o diretor de redação da Vita ser inglês. – Meu nome é Finn Hudson, e acho que você devia vir comigo.

E então percebo. O Estranho Perfeito é meu novo chefe. Parabéns, Rachel Berry. Começou seu novo emprego com o pé direito.


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Notas finais do capítulo

Amo/sou a Rachel atrapalhada IASUAISUASI reviews? :)