The Truth About Love escrita por Melanie


Capítulo 6
Epilogo - A verdade sobre o amor


Notas iniciais do capítulo

E esse é o fim! Queria agradecer todo mundo que me acompanhou nessas semanas de postagem da história, que comentou, que se emocionou. Enfim, obrigada de coração por isso. Vocês me fazem adorar escrever. Sem mais delongas, deixo com vocês o capítulo final das nossas lindas Quinn e Rachel. Espero que gostem.



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‘Mas de todos esses amigos e amores, não há ninguém que se compare a você. E essas memórias perdem o sentido, quando eu penso em amor como uma coisa nova. Embora eu saiba que eu nunca vou perder o afeto por pessoas e coisas que vieram antes, eu sei que com freqüência eu vou parar e pensar nelas. Em minha vida, eu amo mais a você.’

The Beatles – In My Life

            Às vezes paro e fico pensando em tudo que aprendi nesses anos sobre o amor. Nunca consegui chegar a uma conclusão que mostrasse exatamente todos os significados que essa simples palavrinha de quarto letras têm.

            Algumas vezes é uma constante de dor, e sempre relembro do que algumas pessoas me falavam. Se é amor, não vai doer. Se é amor, vai curar. Não sei se concordo com isso. Muitas vezes o amor dói sim, porque não é correspondido. Mas isso não quer dizer que não é amor. É só aquele que vai te machucar, mas um dia você supera.

            Todo mundo sofre por amor. Essa é uma verdade incontestável. Se não sofreu, um dia vai acabar sofrendo. São as dores que vão variar.

            Existem muitos tipos de amor e você sente em todas as variações durante sua vida. Amor de amigo. Amor de irmão. Amor de amantes. Amor de mãe. Amor de pai. Amor não correspondido. Amor sonhado. Amor amado. Amor que veio e passou. Amor que veio e ficou.

            E é tão bom quando o amor vem e fica. Quando você sente as mesmas borboletas por uma pessoa que sentiu no momento que a conheceu. É tão bom saber que ele foi se renovando. Crescendo. Modificando. Mas nunca deixou de ser amor. Nunca deixou de queimar no fundo de sua alma, criando uma marca eterna.

            É aquele amor que os céticos não acreditam. O que todo mundo passa a vida inteira procurando e nem sempre encontra. Às vezes as pessoas o procuram em tantos lugares e não percebem que esse tipo de amor sempre esteve ali, ao seu lado, só esperando ser encontrado. E às vezes, bom, pode ser tarde demais.

            Esse amor cria asas e acaba caindo no colo de quem realmente saiba o apreciar.

            Só que algumas pessoas tem sorte, e quando encontram o amor, não deixam que ele morra. E eu dei essa sorte. Conheci o amor da minha vida por acaso, dentro de uma cabine de gravação das músicas de um dos espetáculos que iria estreiar na Broadway. Foi algo tão avassalador, sem controle, inesperado. Nunca, nem em meus mais loucos sonhos, pensava em encontrar em uma sexy produtora musical o amor que buscava em todas as pessoas com as quais me envolvi.

            Aquela linda loira compensou todas as lágrimas que derramei pelas pessoas erradas, todas as vezes que meu já frágil coração foi novamente partido. Ela me mostrou que o amor cura. Que o amor pode te fazer sorrir, mesmo depois da mais terrível decepção. Ela me mostrou um amor pelo qual vale a pena lutar, independente das barreiras que possam existir.

            E elas não foram poucas. Principalmente na sociedade que vivemos, onde amar alguém do mesmo sexo é visto com olhares negativos. Mas enfrentamos tudo de cabeça erguida. Eu só podia me sentir triste por essas pessoas que não podiam enxergar o amor em sua mais pura variação, sem as amarras impostas pela sociedade, pela cultura, pela religião. O mundo seria um lugar tão mais bonito de viver se as pessoas pudessem aceitar todas as cores do amor.

            Mas um dos maiores obstáculos que enfrentei em minha vida foi Russel Fabray, o pai de Quinn. Ele era um homem com o pensamento parado no século passado, com muito medo de abrir sua vida para algo diferente do que estava acostumado. Seu maior problema era amar a filha mais nova de um modo torto, espelhando todas as frustrações que teve na vida nela e a fazendo acreditar por muito tempo que os caminhos que escolheu trilhar eram sujos e indignos de alguém com sangue Fabray. Só que isso não queria dizer que ele não a amava com todas as forças que tinha. Ele só não sabia demonstrar.

            Nos últimos anos, felizmente, ele viu todo o mal que a fazia. Viu o quanto a indiferença fria com a qual a tratou por tantos anos a afetava. Ele percebeu o quão ruim como pai havia sido no momento que fora impedido pela filha de conhecer a neta. Nossa pequena perfeição de olhos azuis como o oceano – exatamente como os de Judy – e cabelos tão escuros quanto os meus.

            A pequena Anne Berry-Fabray.

            A tivemos exatamente um ano após nosso casamento. Era o que faltava para nossa felicidade estar completa. Ainda lembro do olhar que Quinn tinha naquela imensidão avelã enquanto me encarava. Era uma mistura tão linda de amor, carinho, felicidade, que fez as lágrimas se acumularem nos meus próprios.

            E depois havia o olhar de total desprezo com o qual ela olhou seu pai. Eu nunca tinha visto aquele olhar em seus olhos. Nem quando tivemos o primeiro incidente com Russel ela o havia olhado daquela maneira, como se ele pudesse fazer mal para a nossa bebê somente por estar no mesmo ambiente. Foi uma batalha enorme, mas finalmente, os dois começaram a amolecer e a quase um ano não tinham uma grande discussão. Russel parecia ter aceitado a sexualidade da filha e me aceitado como parte da família. Tudo isso graças a Annie. Ela era nosso pequeno milagre.

            Antes de Quinn, nunca pensei seriamente em me casar e ter filhos, mas quando ela entrou na minha vida, tive certeza de que queria isso. E em nenhum momento durante todos esses anos em que estamos juntas me arrependi da escolha mais sábia que fiz. Sem Quinn, nunca teria vivido um amor tão pleno e com tanta entrega e nunca teria nossa pequena filha.

            É por isso que sei que mesmo com grandes dificuldades e barreiras, o amor deve ser vivido. Mesmo naquele momento sombriu, onde você pensa que essa seria a decisão mais estúpida da sua vida inteira. Se você nunca deixar espaço em sua vida e coração para o amor, será infeliz. Não importa o tipo de amor. Só o viva. O sinta. E jamais se arrependa de tê-lo acolhido.

            Eu nunca me arrependi.

            E é por isso que sei algumas verdades sobre o amor.


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Notas finais do capítulo

Comentários? É super importante saber o que vocês pensam sobre o que é escrito. Não custa nada e ainda me faz muito feliz ;)