Strange Things Happens To Me Every Day escrita por Annie Michelle


Capítulo 4
Professor?


Notas iniciais do capítulo

Demorei pra caramba pra postar, porque sei lá, minha mente não estava trabalhando direito, mas agora me vieram umas ideias meio loucas mas é melhor que nada, então, só peço desculpas pelo atraso desse capítulo.

Como o cap. ficou enorme eu dividi em duas partes, assim daria tempo de eu postar mais adiantado e daria pra eu terminá-lo ^^



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06h39min: fui obrigada a faltar às aulas 2 dias seguidos à espera de que Deidara desistisse da ideia de estudar na mesma sala que eu, o que infelizmente não aconteceu. Ninguém acordou ainda, estou apenas deitada em minha cama, com os braços sob a cabeça, olhando para o teto e pensando coisas aleatórias há uma hora mais ou menos, sem conseguir dormir direito e tendo pesadelos estranhos com a escola a noite toda. A vontade que tenho é de não ir para a escola pelo resto do ano, ou me mudar, para evitar todos os problemas que eu sei que virão, mas como não posso fazer isso, agora só é preciso evitar contato com aquele homem... mesmo que não faça sentido algum o que ele fez enquanto estávamos dentro da biblioteca, mesmo que nada disso precise ter algum sentido, mesmo que eu não queira realmente que tudo isso tenha acontecido, isso é o melhor que tenho a fazer.


09h03min: acabei dormindo novamente enquanto refletia sobre tudo o que poderia acontecer pelo resto do dia. Acordo com Deidara me chamando.

– Annie, acorde! Ou você vai fingir desinteresse à escola só por causa de tudo o que aconteceu? Anda, se arrume porque a gente vai mais cedo, quero conhecer melhor aqueles seus amigos... – disse Deidara, me puxando da cama como sempre faz com todos nessa casa.

– Ahn? Ok, espera um pouco – respondi com uma voz sonolenta e com os olhos meio fechados ainda.

Me arrumei e desci as escadas, quando dou de cara com a cena mais estranha que eu já vi na minha vida: Deidara com um “avental” branco amarrado na cintura cozinhando, com os cabelos soltos ao ombro e Sasori arrumando a mesa. Mas o que diabos aconteceu nessa casa?! Será que estou ficando louca? Cheguei a parar por um momento, porém continuei andando quando senti que Sasori percebeu o tamanho do meu espanto. Me joguei no sofá da sala e liguei a TV, Sasori após ter arrumado a mesa, se sentou ao meu lado para assistir também.

– O que houve com ele? – sussurrei.

– Talvez eu saiba, porém, acho que você não gostaria de ouvir com detalhes, ou gostaria? – respondeu ele com um sorriso irônico.

– A-ahn? Não! Como você ousa dizer isso tão naturalmente! V-você... – Sasori me interrompeu.

– Hahahaha! Eu estava brincando, baka! – respondeu em voz alta, fazendo com que Deidara ouvisse.

Com os braços cruzados, virei meu rosto para o lado, o ignorando.

– O que houve? – Deidara perguntou ingenuamente.

– N-Nada não! – disse Sasori, tentando disfarçar.

– O café da manhã já está pronto, hum...

Fomos em direção à cozinha e nos surpreendemos com a comida posta sobre a mesa, e pelo jeito, tanto Sasori quanto eu nunca tínhamos visto Deidara cozinhar tão bem assim, o que foi o provável motivo de nosso espanto. Tudo aquilo acabou em questão de 10 minutos. Porque todos estavam tão estranhos desse jeito?


10h19min: Deidara e eu ficamos parados na frente do carro, esperando Sasori terminar de fechar a casa para irmos para o colégio. Ele parecia estar calmo, o que me assustava um pouco, além disso, parecia ter esquecido de tudo o que houve nos últimos dias, o que me assustava mais ainda. Sasori finalmente chegou e já ia sentando no banco do motorista quando Deidara gritou.

– Saia! Hoje sou eu quem vai dirigir essa coisa, hum...

– Nem pensar! – respondeu Sasori.

– Você dirige igual uma lesma, saia daqui! – disse Deidara o puxando para fora e tocando o carro rapidamente.


10h24min: chegamos à escola. Deidara, sem saber, acabou estacionando o carro ao lado do carro daquele cara, prevejo confusão caso os dois acabem se esbarrando na saída. Fomos caminhando até a escola, a uma quadra do estacionamento ao lado do mercado. A rua estava praticamente deserta, imagino que chegamos um pouco cedo demais e poucos alunos vem para a escola nesse horário. Minha escola possui um horário diferente das demais por ser uma escola pequena, também há poucos alunos. A manhã é reservada para os alunos que desejam estudar ou fazer uma pesquisa, e durante a tarde é o horário normal de estudo. Ainda há alguns alunos caminhando pela rua, pessoas normais, diferentes dos loucos que estão na minha sala. Mal entramos na escola e Deidara já chamou a atenção de todos, ou melhor, todas. O cara estava lá encostado na parede do corredor em que se encontrava a biblioteca, o olhei pela primeira vez, ele estava distraído então fingi que não o vi. Porém quis olhar de novo e por coincidência ele estava olhando para mim, ele apenas sorriu e fez um gesto com a mão para que eu fosse lá, mas achei que seria impossível com Deidara ao meu lado, então segui ele até a diretoria, onde ele tinha que pegar um papel para que os professores o colocassem na lista de chamada.

– Acho que vou ao banheiro e depois procurar Tobi, Ammy e Bleery, te vejo depois! – avisei-o e saí rapidamente antes que ele tentasse me impedir de ir.

Não sei como andei por aquela escola toda como se a conhecesse há anos, segui em direção à escadaria, dei a volta por trás onde ficam os banheiros e desci pela rampa que dava acesso ao corredor da biblioteca, encontrando-o.

– Demorou para chegar, já estava quase desistindo de ficar aqui te esperando... – não respondi nada por um momento, tentando arrumar uma desculpa que explicasse minha demora, mas fui obrigada a falar.

– Meu irmão Deidara não quer que eu me aproxime de você, d-desculpe... – mal comecei a falar e já tremia dos pés à cabeça, eu queria me controlar, mas era praticamente impossível, ele foi se aproximando cada vez mais e não havia mais ninguém naquele corredor escuro, apenas nós.

– Se seu irmão não quer, então por que veio? – apoiou seu braço direito na parede, o colocando um pouco ao lado e acima de mim de modo que “me prendesse”, pois estávamos no canto do corredor.

– Não sei...

Senti que ele firmou seu olhar em mim por um momento, mesmo que eu estivesse olhando para baixo tentando não encará-lo de frente.

Me surpreendi ao sentir sua mão tocar a minha, diferente das outras vezes, ela estava quente. Ele se aproximava cada vez mais de mim, até que tirou sua mão direita da parede a colocando em meu ombro.

– Lembra quando lhe disse que só mordia de vez em quando? – sussurrou lentamente em meu ouvido, o que me fez sentir um arrepio imenso.

– S-sim, eu acho...

– Posso fazer isso agora? – olhei rapidamente para o rosto dele, para ver se realmente estava falando sério, e sim, infelizmente ele estava, o que era extremamente estranho (ninguém simplesmente chega em você e te morde, isso é loucura).

Não tive chance para uma resposta, apenas senti como se uma pequena cerra estivesse perfurando lentamente a região entre meu ombro e meu pescoço, no momento senti uma dor nada agradável (na verdade quase gritei, mas me segurei para não chamar atenção), umas gotas de sangue escorreram pelo meu pescoço até manchar minha blusa branca, então ele me soltou finalmente. Deidara obviamente veria e eu precisava dar um jeito de me limpar, o “empurrei” e fui em direção ao banheiro, não era muito sangue. Chegando lá tentei jogar um pouco de água na minha roupa, porém estava quase impossível de limpar aquilo.


10h45min: - Droga! – disse a mim mesma enquanto me olhava no espelho do banheiro, após inúmeras tentativas.

– Annie, venha cá! – o cara apareceu do nada na porta do banheiro, soltei um berro tão alto que tenho certeza que as salas ao lado ouviram – Calma, garota! Venha! – acho que até ele se assustou, então entrou no banheiro e me puxou pelo braço.

– Onde estamos indo?

– Se incomoda de usar roupas de alunos que as perderam aqui? – com certeza foi uma pergunta retórica.

– Mas é claro que sim! – parei e cruzei meus braços, me recusando a acompanhá-lo.

– Hum... Eu tenho uma roupa parecida com a sua na minha casa, quer?

– Você? Você usa roupas de mulher, então? – comecei a rir da cara dele, mesmo sem entender porque ele teria uma roupa igual a minha em sua casa.

– Vai querer ou não?

– Tudo bem, mas vamos rápido antes que meu irmão note – seria esse o momento em que eu deveria recusar e ir para a ala dos achados e perdidos, mas aceitei como qualquer outra guria retardada faria.

Fomos em direção ao estacionamento, andando devagar para não chamar a atenção de ninguém. Chegando ao carro, ele abriu a porta para mim e eu entrei normalmente, estava com mais medo de meu irmão descobrir do que a pequena probabilidade desse cara ser um pedófilo querendo me levar pra algum lugar e cortar meu corpo em pedaços espalhando-o em cada canto dessa cidade. Ok, acho que isso não aconteceria, mas minha imaginação é muito fértil em momentos como esse...

Ele parecia estar preocupado enquanto dirigia, e como todas as outras vezes, ficávamos sem falar nada além de frases curtas a respeito do tempo ou perguntas cujas respostas eram “sim” ou “não”, ou muitas vezes nem havia uma resposta. Paramos em frente a sua casa que, por sinal, era enorme e não parecia ser uma casa de um simples funcionário público, eram dois andares feitos de uma madeira bonita e escura que me faziam sentir um pouco de vergonha ao ter mostrado minha casa a ele.

Ainda dentro do carro notei que ele me encarava de maneira estranha, expressando algo parecido com dúvida ou sei lá o que. Ele estava me deixando meio aflita com seu jeito de olhar, até que colocou uma de suas mãos no meu pescoço e jogou meu cabelo para trás, verificando a região “machucada”...

– Está ficando meio roxo, eu não deveria ter feito isso, desculpe...

– Ah, isso não tem importância... (tem sim).

– Tudo bem, venha.

Saímos quase correndo de dentro do carro. Ele abriu a porta da casa e me puxou pelo braço rapidamente, me levando quase de arrasto pelos corredores e escadas até que chegássemos ao quarto. Sentei na ponta da cama e esperei que ele procurasse a roupa no armário, ele foi jogando as roupas na cama, transformando-as em um montinho de tecido.

Estava tudo normal até que um rapaz de óculos apareceu na porta.

– Precisa de alguma coisa, senhor? – disse o rapaz.

– Me ajude a procurar uma roupa branca igual à dela, rápido! – disse ele apontando para mim.

– Tudo bem, mas o que houve com ela?

– ...

– Achei! – disse o rapaz, dando a roupa a ele.

– Entre ali e vista rápido – disse ele me apontando a porta do banheiro.

Entrei, troquei de roupa, lavei meu pescoço novamente e saí com a roupa suja nas mãos.

– O que vai fazer com isso? – disse ele, se referindo à roupa que estava em minhas mãos.

– Vou lavar e usar depois, ora!

– Não vai limpar, além disso, é você quem lava as roupas?

– É... Não.

– Me dá isso aqui que eu jogo fora depois, agora vamos, já ficamos por muito tempo aqui. – respondeu, puxando a roupa de minhas mãos e jogando em cima da cama enquanto o outro rapaz apenas observava tudo atentamente na porta.

Saímos, ignorando o rapaz.

No carro, tudo parecia mais tranquilo e conversamos mais que de costume, eu particularmente não sentia mais aquela aflição ou medo, eu já o via como uma “pessoa normal” assim como meu irmão ou primo, se bem que não posso chamá-los de pessoas normais, mas é tipo isso.


11h03min: Chegando ao estacionamento algo que não esperávamos aconteceu. Deidara estava abrindo a porta do carro (ao lado) e estávamos com os vidros abaixados, o cara (que eu ainda não sei o nome) empurrou minha cabeça para baixo de modo com que Deidara não me enxergasse dentro do carro, pra falar a verdade aquilo não foi muito agradável. Quando ouvi o som do carro e dos pneus cantando levantei minha cabeça novamente para olhar, então pude perceber que Deidara estava indo em direção a outro lugar, o que me deixou intrigada, mas fingi não me importar e acompanhei o homem até o portão da escola. Ele entrou e eu me despedi, já que Ammy e Tobi estavam por perto.

– Eu sabia que você era amiga do professor, mas não esperava essa intimidade toda... – disse Ammy, sorrindo de forma maliciosa para mim.

– P-professor? Como assim? Que professor?

– Não se faça...

– Se você estiver me falando daquele homem, bem... a vida pessoal dele não me interessa.

– Não é o que me parece...

– As aparências enganam... – depois disso houve um grande silêncio, em que ficamos olhando para o nada, enquanto os alunos já chegavam à escola para o início das aulas que acontecia às 11h15min.


11h06min: Larguei Tobi e Ammy por lá e fui para o jardim da escola, o lugar mais vazio da escola no momento. Estava sentada, com a cabeça apoiada nas mãos, pensando em coisas aleatórias. No meio daquele vazio, senti uma solidão que nunca havia sentido antes, uma angústia por estar sozinha na verdade. Aquele seria o único momento em que eu realmente estava me importando com ao fato de estar sozinha, eu precisava de alguém ali. Levantei-me e fui dar voltas por aí...


(Continua...)


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, mesmo ficando essa shit que ficou :) e não tenham raiva de mim... pela enrolação.



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