Em Procura da Alma escrita por Ayuki


Capítulo 1
Capítulo 1 - Reencontrando o meu "eu" adormecido


Notas iniciais do capítulo

Personagens e jogo pertencentes a Capcom...



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Em procura da alma


Noite fria de inverno e foi neste clima que surgi como mágica no vilarejo de Slayheim. Não me lembro desta noite com detalhes, o que me vem à cabeça são lampejos, lapsos da pouca memória que me restou.
Fui acolhido por uma família. Não tinham muitas posses, mas possuíam muito amor no coração e naquele momento era o que me bastava. Como não recordava o meu nome, me chamaram de Yamalu, diziam ser o nome do antigo chefe do vilarejo e que fez com que este prosperasse.
Foram cinco anos de paz e harmonia até o fatídico dia em que minhas memórias voltaram. Em que recuperei meu nome e meu objetivo.

Cap 1 Reencontrando o meu “eu” adormecido

 Foi num fim de tarde de primavera. Estava numa planície próxima ao vilarejo quando os vi. Era um grupo de três pessoas e notei uma presença familiar. Era como se fosse minha metade, um outro eu usando outro corpo. Minha cabeça latejou e senti como eu fosse deixar meu corpo. De súbito desmaiei e não sei por quanto tempo permaneci assim. Acordei me sentindo diferente e me assustei ao ver marcas em meu corpo, pinturas que do nada haviam surgido.  Levantei e corri em direção ao vilarejo procurando ajuda. Minha desgraça foi ver que todos corriam apavorados, tinham medo de mim. Ao entrar em casa, procurei conforto naqueles que me acolheram e fui rejeitado:
- Sou eu, Yamalu.
- Sai pra lá seu demônio! Devolva o nosso Yamalu!
Não consegui conter minhas lágrimas e fugi. Fui me abrigar numa floresta próxima. Estava me sentindo péssimo, todos haviam me rejeitado, até aqueles que diziam me amar. Esfregava meu corpo na inútil tentativa de apagar essas marcas. Anoiteceu e o pavor tomou conta de meu ser. Nunca havia estado neste local antes e não sabia quais perigos podia encontrar. Tentei permanecer o maior tempo acordado possível, porém o sono me venceu.
 Ouvi o cacarejar do galo, já era dia. Não estava mais na floresta ao acordar, estava numa casa. Sentei no leito em que me encontrava e não mais vi as marcas em meu corpo. “Estranho... Como será que isso aconteceu?”.
- Já acordaste? – soou uma voz feminina.
Viro-me ao encontro desta e me deparo com uma jovem maga. E muito bonita. “Quem serás?”.
- Será que és mudo? Acho que não, pois falou a noite inteira. – aproximou-se dele e o tocou – Vejo que as pinturas mágicas desapareceram.
- Quem é você? Onde estou? – num ímpeto levantei-me.
- Oh, como pensava, não é mudo. Primeiro diga quem sois e depois saberá de mim.
- Sou Yamalu e vivia no vilarejo de Slayheim.
- Sou Udine. Yamalu? Mas falaste a noite inteira num tal de Fou-lu.
- Bom... Na verdade não sei bem quem eu realmente sou. Perdi minha memória e este foi o nome que me deram... – uma lágrima correu pelo meu rosto.
- Sente-se, vou ajudá-lo. – fez com que se sentasse.
- O que vai fazer?
- Feche os olhos e se acalme, tudo acabará bem.
Fechei os olhos como mandou e pôs suas mãos sobre minha cabeça. A senti quente antes de ficar completamente inconsciente. A mesma sensação que tivera antes, estava tendo agora com mais intensidade. Aos poucos fui despertando, como se tivesse saindo de um longo sonho. Ela me encarava com muita atenção.
- Estais melhor?
- Melhor? De que haverias de não estar?
- Com quem falo?
- Como assim? Sou Fou-lu.
- Então recobrou a memória... – Udine contou-lhe o que havia passado.
- Então foi assim... Cinco anos perdidos... Terei que recomeçar do zero. – levantei-me e segui a saída da casa.
- Ei espere! Aonde vais?
Não respondi e abri a porta. Detive-me por um instante, olhei para trás e vi Udine parada. Fui até ela, puxei seu braço.
- Venha comigo!
- Para onde estais indo?
- Não pergunte, apenas venha.
Udine o seguiu floresta adentro e quando se deu conta estava em Slayheim.
- Aqui estamos... – disse ao entrar no vilarejo.
Senti uma dor no peito, uma vontade de chorar, mas agüentei firmemente. Mandei Udine ir até minha antiga casa, ela me olhou assustada, porém obedeceu.
- O que planejas?
- Faça o que pedi e depois descobrirá. – ri ironicamente.
Udine retirou a família da casa e os colocou a frente de Fou-lu.
- Ya... ma... lu?
- Agora me reconheces? Bom, não sou o seu “querido” Yamalu. Agora sou Fou-lu e veja o que posso fazer.
Transformei-me num dragão super poderoso, mas não tanto assim. Lancei chamas por todo vilarejo. Via as pessoas gritarem desesperadas, pedindo ajuda. Via aquilo com um vingativo sorriso nos lábios. Meus antigos “pais” estavam aterrorizados e me chamavam de demônio a todo instante. Até Udine não parecia crer no que estava vendo. Insanamente comecei a rir altamente ecoando sobre o vilarejo destruído. As pessoas continuavam gritando, pedindo ajuda. As ignorei e parti levando comigo Udine.
Já estava bem afastado do vilarejo quando parei. Não estava mais transformado e aparentava calma. Olhei para Udine, ela estava muito assustada. Sei que era por minha culpa, ela podia ter selado o meu poder, mas não o fez. Talvez o medo tenha tomado conta de seu ser.
- Passaremos a noite aqui? – Udine apenas me encarou, agora com uma expressão séria – Estais com medo?
- Seu... assassino! – foi o que somente conseguiu dizer.
Continuei apenas fitando-a. Seu olhar repetia a mesma expressão: Seu assassino! Udine não agüentou muito tempo e partiu. Fiquei só, estático em minha posição. Talvez tenha sido melhor assim...


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