P.O.V Edward

Minha cabeça pulsa furiosamente. Nem preciso abrir os olhos para me dar conta do tamanho da ressaca.

Merda.

Então tomo consciência que as batidas não são somente em minha cabeça. Saltos fazem ecos no corredor, atrás da minha porta.
Levanto-me e vou ate a porta, minha cabeça rodando. Preciso tomar alguma coisa.
Ao abrir, me deparo com Rosie. Suas roupas ainda são as da manha passada e seu cabelo e maquiagem estão desgastados.
– Você esta chegando agora? – Pergunto com a voz grogue.
– Não que isso seja da sua conta, mas sim... – Rosie fala abrindo a porta de seu quarto.
– É onde você passou a noite? – Pergunto em alerta.
Rosie revira os olhos se apoiando no batente da porta.
– Adivinha? Isso também não é da sua conta. – Ela fecha a porta com um sorriso sacana.
Levanto as sobrancelhas sem entender muito. Mas, de qualquer forma, nunca a entendi mesmo...
Quando me voltava para descer a escada, Alice sai (já arrumada) de seu quarto. Seus olhos param em mim por um segundo, e isso basta para seu rosto se contorcer em uma feição de repulsa.

– Edward, você esta fedendo!

Bufo e rio de sua cara.

– O que ainda faz desse jeito? Faltam menos de dez minutos para sairmos! – Alice fala desesperada.

– Não sabia que já era tão tarde, mas sem problemas... Eu chego no segundo tempo. – Falo coçando a nuca ao descer a escada.

– Segundo tempo? E desde quando você pode se dar a esse luxo? Ta esquecendo que ontem se envolveu numa briga e esta de detenção? – Alice fala ironicamente. Sinto uma mão puxar a gola da minha blusa. – Já pro banho. Eu to sem carro, dependo de você hoje, inútil...

Claro que essa preocupação toda tinha um motivo.

– Porque você não perturba o Jasper, que gosta de te agüentar? – Digo me virando pra ela. Isso faz o mundo dar mais uma volta.

Por um milésimo vejo Alice se retrair.

– Não acho que Jasper queira ser incomodado hoje, ele saiu mais cedo... – Se tom de voz era diferente, mas não acho que ela queira conversar sobre isso. Nem eu.

– Poise... Eu tenho que me alimentar Alice. To com dor de cabeça. - Falei virando-me para descer novamente.

– Ah, tadinho... Dor de cabeça, é? Porque bebeu como se não houvesse
amanha? Que pena. – Alice me arrastava para meu quarto.

Quem ela pensava que era? Minha mãe?

– Alice, você não manda em mim! - Falei parando do lado da minha cama, enquanto ela ia até meu banheiro e ligava o chuveiro. - E não vou tomar banho com voce aqui dentro!

– Tem razão... Acho que é melhor ligar para o papai. - Ignorando a última parte do que eu falei.

– Mimada.

– Mimado é você! E não se esqueça que me deve algumas explicações.

– Eu não lhe devo nada! Agora chispa daqui, que eu vou tomar banho. – Falei a empurrando para fora do cômodo.

Alice bate o pé nervosamente.

– Ontem você ficou o dia todo fora, voltou a noite completamente bêbado e falou coisas suspeitas... Sendo assim, sim me deve explicações.
Virei-me começando a prestar mais atenção no que ela dizia.

– Como assim suspeitas? – Perguntei.

Um sorrisinho de repente se formara em seu rosto.

– Simplesmente suspeitas...

– O que eu disse?

– Coisas suspeitas.

– Ta me irritando!

– Bem vindo ao clube.

Alice sumiu dentro de dentro do meu quarto.

Minha cabeça maquinava.

O que eu tinha dito?

A última coisa que me lembrava era de para em um bar e encher a cara.

Lembro de me irritar com um babaca qualquer.

Conversar com o garçom e paquerar umas meninas que não paravam de dar risinhos.

Lembro de pensar na tarde com Victoria, e que ela seria, talvez, melhor se tivesse sido com Bella...

Bella.

Arregalo os olhos.

Será que eu tinha falado alguma coisa sobre ela.

Porra.

Mas, Alice estava sorrindo... Ela não sorria se eu tivesse falado de Bella. Me daria um tapa!

Alivio-me e vou pro banho.

E Sorrio ao pensar, que realmente seria melhor com Bella.

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Já estávamos chegando na escola.

Alice tinha feito algumas perguntas e eu fui sincero.

Falei onde estava ontem a tarde, e nem precisei continuar. Ela virou a cara pra mim e soltou um “que nojo”. Ri da cara dela, e me senti melhor sem mais perguntas.

Percebi que a medida que nos aproximávamos da escola, Alice parecia ficar mais apreensiva.

– Qual é o problema? – Falei distraidamente entrando na rua do colégio.

– Nada, nem um. Ta tudo ótimo.

Olhei para Alice que roia as unhas.

– É, eu to vendo.

Achei uma vaga logo na porta da escola. Alice olhava diretamente para frente, para onde outras pessoas olhavam também. Alice rapidamente saiu do carro, parando com a porta aberta. Apressei-me em sair também, não entendendo o que acontecia.

– O que ta acontecendo? – Perguntei para Alice.

– A pior merda que podia acontecer a essa altura... – Alice falou filosoficamente olhando para a mesma direção.

– O que?

Então eu olhei para aquela direção. E lá vi duas pessoas andando juntas. Ele passava o braço por aquela pequena cintura e ela parecia sem jeito com o braço ao redor da jaqueta dele.

Meu maxilar travou diante da cena.

– O que significa aquilo? – Perguntei frio.

Porque eu estava com aquela sensação de ser...?

– Significa que eu fui trocada.

Trocado.

P. O. V. Bella

Eu me sentia desconfortável. Mas Jacob parecia estar amando tudo aquilo. É Realmente cômico.
Jacob queria me apresentar como um troféu, que tinha ganho após sua mais difícil batalha.

Eu não sei o que achar sobre isso.

– isso e tão estranho...- falo me referindo aos olhares. Alguns surpresos outros maliciosos.

– eu acho excitante. - Jacob diz com um sorriso safado.

Dou um tapa carinhoso em seu peito e ele ri.

Passamos por mais um grupo e posso ouvir "Vadia sortuda".

Isso faz meu estômago se contorcer.

Olho para os lados a procura de mais xingamentos, porém minha visão para em uma cena mais preocupante que um grupo de garotas invejosas.

Minha melhor amiga me olha com um misto de desprezo, tristeza e pena.
E ao seu lado um garoto me encara como se estivesse enojado. Seu olhar é tão frio, que meu sangue congela apenas por ser encarada por ele.
Sua expressão é cortante.

Ao sustentar meu olhar por alguns momentos, o garoto simplesmente se vira e vai embora. Vejo minha amiga chamar seu nome, dizendo que ele não trancara o carro, e ele continua andando. Sem olhar para trás.

Nos aproximamos a um ponto impossível de se ignorar, e em pouco tempo eu já estou a poucos metros de minha amiga.

Alice me encara como se pedisse para não obriga-la a lidar com isso. Mas Jacob é mais rápido.
– Alice! Acho que nem precisamos dizer, já está muito obvio, mas eu faço questão. Bella e eu estamos enamorados - Jacob fala brincalhão.

Eu aperto sei braço e me desvencilho.

– Não exagera - murmuro. Ele se limita a aumentar o sorriso.

– Eu to sabendo. - Alice responde curta e grossa.

Olho com olhos suplicantes para ela, contudo ela não parece condescendente hoje.

Jacob percebe o tom e levanta as sobrancelhas sob seu óculos escuros.
Retirando-os com o sorriso afetado agora, Jacob fala:

– E você parece amar a ideia. - sua frase termina com uma expressão de raiva contida.

Sinto o clima pesar.
– Eu não tenho que achar nada. - Alice responde rebatendo o seu tom.
–Gente, porque não vamos para nossas aulas. - Falo me metendo no meio. Não precisamos de mais banhos de sangue por aqui.

Alice sai sem mais nenhuma palavra. Sua atitude me fere, e Jacob sabe disso.

– Nao liga pra isso, Bella. Uma dia ela aceita. - ele fala agora sereno.

Olho o avaliando.

– É... Um dia.

As aulas passaram rápido, apesar do meu desconforto em relação as pessoas. No recreio, um clima estranho pairava sobre a mesa, em cima de todos. Alice, estava de ara fechada, Jasper distante, Emmett quieto,Rosie nem tinha vindo e Ang tinha trocado nossa mesa pelo grupo de leitura... Jacob tinha o braço pousado em meus ombros, e uma feição pensativa. Resolvi deixar, tudo como estava, sem tirar ninguém da própria bolha. Até porque eu estava bem dentro da minha.
Dessa forma o recreio acabou, e da mesma forma que todos ficaram em silencio durante o período, saíram sem dar um pio. Jacob deixou um beijo em minha testa e saiu pelo corredor, com as mãos nos bolsos.

Segui para a aula de biologia.

Nao queria entrar na sala e receber mais olhadas de lado. Nem olhar para a cara de Tânia.

De repente me vi fazendo algo que nunca fiz.

Matando aula.

Nao era por rebeldia, e sim por falar de paciência.

No primeiro tempo fiquei no banheiro feminino ouvindo música. Até que meu celular morreu e o banheiro tornou-se tedioso. Então resolvi sair da escola e esperar no estacionamento. Para não ser vista, passaria pela parte de trás da escola. Dando a volta no refeitório.

Assim que dobro para os fundos, percebo que não estou sozinha.

Edward esta sentado de olhos fechados encostado na parede cheia de musgo.

Apenas de lembrar do seu olhar hoje mais cedo, tenho vontade correr para os braços de Tânia na aula de biologia. Mas, minha condição de detenção seria bem agravada se fosse pega correndo pelos corredores. Além, de que se eu passar em silencio, talvez ele nem note.

Caminho, lentamente é aparentemente despreocupada.

O local onde esta sentado se aproxima, e ele permanece de olhos fechados. Passo e nada muda. Sinto o ar circular livremente por meus pulmões novamente.

– Esta valendo a pena? - ouço uma voz perguntar.

Meu corpo para. Me vejo parada a metros de Edward (ainda de olhos fechados).

– Como? - pergunto confusa.

O rosto dele se contaria com riso que da.

– Se esta valendo a pena, a surra que eu levei? - continuo sem entender.

Ele percebe isso e abre os olhos.

– vai dizer que não sabe o motivo daquela briga?

– Sei.

– Então, to perguntando se o prêmio da briga valeu pena pro seu namoradinho... Eu nem sei bem o motivo específico, mas levando em consideração que ele disse "nao ache que vai ficar brincando com a minha garota" acho que foi porque eu fiquei com você a 5 meses atrás. - ele diz de forma divertida.

Ainda estou chocada e confusa, sem saber o que falar.

Ele suspira e levanta.

– Bom, sei lá se você acordou com algum problema hoje ou se esta fazendo a burra. Ou simplesmente nao quer conversar. Só quero lembrar que hoje, temos detenção. O diretor me pediu para estar no refeitório eque só começaria quando estivéssemos os dois lá. Nao se atrase. - ele virou e foi embora.

P. O. V. Edward

Caminho pela escola sem rumo. Sem preocupação de ser visto, qualquer coisa, estou indo ao banheiro.

Penso no que disse para Bella.

Vi quando ela entrou na parte de trás da escola e ponderou sobre passar ou nao. Resolvi fingir estar concentrado e deixá-la pensar nao ter sido notada. Todavia, algo dentro de mim foi mais forte e me fez dizer aquelas palavras. Eu mesmo nao sei de onde as tirei. Era como se eu me tornasse bipolar perto dela. Eu sentia rejeição e atração por ela. Do mesmo lugar que vinha um desprezo e raiva, vinha uma vontade louca de vê-la sorrir. Eu nao entendia isso.

Ao entrar em outro corredor, Victoria esta colocando blush em frente ao espelho de seu armário.

Minha vez de ponderar, so que ela nao finge que nao me vê. Em vez disso pela no meu pescoço.

– Oi amor - sua voz e mais suave que o normal.

Pensei que ela estaria puta por ontem.

– Oi?

– Nem te vi hoje cedo... Ela diz ajeitando minha gola.

– É, eu entrei logo que cheguei.

Um silêncio paira.

– Eu vou para a aula. - ela me da um celinho e sai suavemente.

Acho sua atitude bem estranha. Nem parece a Victoria que eu conheço. Talvez o baque de ontem tenha a afetado temporariamente. Eu rezo para que seja de fato temporário, nao saberia lidar com um Victoria sensível.
Espero no meu carro até o sinal bater e marcar a hora da saída.

Hora de seguir para o refeitório.

P. O. V. Bella.
Cheguei cedo no refeitório. Antes do que o próprio diretor. Assim que chegou, checou o relógio e torceu a cara perante o atraso de minutos de Edward. Este chegou uns 2 minutos depois. Seguimos em silêncio até o homem.

Eu ainda não entendia o que acontecera entre nós, a poucas horas.

– Agora que estão os dois aqui, vou começar a explicar. Estão vendo aquelas janelas? - o diretor aponta para duas janelas fora do suporto no canto do refeitório. - Elas foram danificadas durante a briga.

– Nao tocamos em nenhuma janela - Edward diz monótomo.

– de qualquer forma, se nao foi durante a briga, foi pela multidão que se formou por causa da mesma.... Sendo assim, o senhor encontra-se sem argumentos, Cullen.

O direto vira-se de costas para nos. Posso ver pelo canto do olho Edward o xingando baixinho...

–Os instrumentos que precisam para a restauração estão junto as janelas novas. Nao e nenhum trabalho impossível. E, pelas próximas duas semana os dois vão estar aqui(na escola), por 1 a 2 horas depois da aula. E melhor acostumarem-se a fazer coisas que não querem. Principalmente você - diz ele olhando para Edward.

– Quanto a você senhorita Swan, espero que esse exercício ajude a canalizar sua agressividade - foi a minha vez de querer da um soco na cara daquele ser. - okay crianças. Maos a obra.

O diretor andou a passos largos até a saída, deixando eu e Edward parados no centro do lugar.

Olhei para edward que ainda encarava a saída pelo qual o homem tinha passado.

Desviei meu olhar para suas mãos. Pareciam fortes e preparadas para trabalhos árduos.

Então olhei para as minhas. Apesar de nao serem tao delicadas, nao mereciam aquele esforço.

Sem me importar com a compostura, puxei uma cadeira e sentei- me. Isso pareceu tirar o príncipe encantado do mundo dos sonhos. Ele me olhou intrigado.

– Porque sentou ?- ele perguntou chegando mais perto.

– Será muito mais confortável estar sentada ao ver você trabalhar - sua expressão tornou-se sarcástica.

– Esta pensando que vai ficar sentada aí , enquanto eu faço todo o trabalho sujo - Claro Edward, até porque vamos esconder um cadáver...

– Apenas nao acho justo eu estar aqui. Muito menos trabalhar nisso. Convenhamos que minha presença e um total engano. Eu nem bati em ninguém. Aliás apanhei atoa... - falei olhando para sua olhos.

Pude ver arrependimento neles.

– Já pedi desculpas - ele falou baixo indo em direção as janelas.

Pelo menos ele nem tinha se oposto tanto ao meu "Não fazer nada".

– Eu sei. - Respondo tão baixo que eu Mal escuto.

Pego um livro na mochila e começo a lê-lo.

Observo uma movimentação no canto do refeitório.

Edward esta tirando a camisa.

Por um momento me perco na cena. Seu abdômen é definido e seus bíceps são lindos..

Mesmo focando minha visão no seu tronco, posso ver um sorriso torto no rosto dele.

– Quer uma mordidinha? - ele fala virando-se de costas.

Baixo a cabeça e volto a me concentrar no livro.

Posso ouvir sua risada calma

Isso me faz sorrir levemente também.