As Detetives Dimensionais escrita por MisuhoTita


Capítulo 50
Uma Menina Forte




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Quatorze anos atrás...

É uma tarde de outono, e, Kaoru Tachikawa passeia no parque com um carrinho de bebê, em que uma menina recém-nascida dorme de forma tranquila. Kaoru sorri para a filha, tão querida e tão amada, o segundo fruto de seu casamento com Kurama, o homem que ela ama de uma forma muito intensa, e que, por sorte, é correspondida por ele na mesma intensidade.

Ela se senta em um banco no parque, e, fica apenas olhando sua filha dormir de forma tão tranquila.

Tão linda...!

Tão perfeita...!

A menina com a qual ela sempre sonhou!

Enquanto fica ali, admirando a filha dormir, nem percebe o tempo passar e, quando se dá conta, o sol está começando a se pôr, e, Kaoru percebe que está na hora de ir embora.

Está prestes a se levantar e ir embora quando, se vê cercada por quatro homens. No mesmo instante, Kaoru sente medo, não por ela, mas, pela bebezinha que está no carrinho, sua filhinha tão amada. E, em um gesto de puro instinto e proteção, Kaoru, mais do que depressa, tira a filha do carrinho e a abraça.

― Me dê a menina! – fala um dos homens – E, garanto que nada irá acontecer a você!

― Nunca! – fala Kaoru, sua voz emanando uma coragem que está longe de sentir – Fique longe de mim e de minha filha!!!

― Se quer tanto assim morrer, irei matá-la junto com a menina!

― Se eu fosse vocês, não contaria com isso! – diz uma voz masculina.

Tanto Kaoru quanto os homens que a cercam olham para a direção em que escutam a voz e, veem se aproximando um homem, usando roupas sociais pretas e com um olhar bastante sereno.

― Quem é você?! – diz Kaoru.

― Um amigo. – diz o recém-chegado – Vou proteger você e a menina, não se preocupe.

E, após dizer estas palavras, o homem se coloca entre Kaoru e os quatro homens que querem a vida da bebê que está nos braços dela.

― Acha mesmo que pode proteger, sozinho, a criança de nós, Shiro? – fala um dos quatro homens.

― Não apenas posso, como vou. – fala Shiro.

Shiro então estala os seus dedos, e, uma luz dourada muito intensa emana de suas mãos, cegando os quatro homens que estão ali. Em seguida, Shiro sussurra algo, fazendo com que os quatro homens caiam inconscientes e, Shiro vê uma aura negra deixando seus corpos.

Ele volta sua atenção para Kaoru e diz:

― Não se preocupe, estes homens não farão mal algum a sua filha. Rey está segura.

― Como sabe o nome de minha filha?

― Sou como um protetor para ela, senhora. E, por isso mesmo, pode ter certeza de que essa não será a última vez que nos vemos. Mas, até lá, será melhor que a senhora se esqueça do que houve hoje, para seu próprio bem.

E, após dizer estas palavras, Shiro desaparece da vista de Kaoru, e, a mulher simplesmente não entende como está de pé, com sua filha no colo, pois, minutos antes, ela estava com a bebê no carrinho.

 

 

*****

 

 

A mente de Shiro volta ao presente, enquanto, ao longe, ele observa a família de Rey despertar. Vai ficar ali, até ter a certeza de que a jovem detetive do fogo está mesmo em segurança.

O primeiro a despertar é Kurama, e, a primeira coisa que ele nota é a filha em seus braços. Uma pontada de dor toma conta de seu coração. Uma dor profunda, por ter sido capaz de proteger a filha.

A próxima a despertar é Kaoru, e, ela imediatamente se coloca de pé, para em seguida cobrir a pouca distância que a separa de Kurama, e, coloca uma de suas mãos sobre a testa escaldante da filha, que, nem ao menos reage ao toque de sua mãe.

― Minha filha...! – exclama Kaoru, sua voz carregada de dor.

Não demora muito, e, uma ambulância estaciona ali. As portas traseiras do veículo se abrem e, alguns médicos saem com uma maca, prontos para o atendimento de emergência de Rey.

Kurama rapidamente deita a filha na maca, e, como ela está hiperventilando, um dos médicos não perde tempo e, coloca a máscara de ventilação no rosto de Rey, e, em seguida, começa o processo de levar ar aos pulmões da jovem com o ambu, enquanto outro médico coloca o oximetro no dedo de Rey, os primeiros socorros sendo devidamente tomados.

Os médicos então começam a empurrar a maca para a ambulância, Kurama e Kaoru indo logo atrás.

 

 

*****

 

 

Na Mansão Tachikawa, Yusuke e Darien estão na sala, quando Aeka, Mimi e Sasami se juntam aos três.

Neste momento, o telefone começa a tocar e, Yusuke não perde tempo em atender.

― Alô! – a voz de Yusuke se faz ouvir – Oi Papai, alguma notícia?

Yusuke escuta com atenção as palavras do pai e, desliga o telefone.

― Alguma notícia, Yusuke? – pergunta Darien, sem esconder o tom de preocupação em sua voz.

― Encontraram ela. – fala Yusuke – Estão no hospital agora.

― Como ela está? – pergunta Aeka, fingindo surpresa com a notícia que acaba de receber.

― Não sei. – responde Yusuke – Os médicos ainda estão examinando ela. Eu estou indo para o hospital agora.

― Eu vou com você! – diz Darien, querendo, desesperadamente, saber notícias de Rey.

― Eu também quero ir! – diz Mimi – Eu quero ver a minha irmã!

― Não Mimi. – Yusuke volta a falar – Hospital não é um lugar para crianças. Aeka, você se importa de ficar aqui em casa com as crianças?

― É claro que não, primo. – responde Aeka, de forma franca – Apenas me dê notícias, por favor.

― Não se preocupe, eu darei. – Yusuke volta a falar – Vamos, Darien, quero chegar o quanto antes ao hospital.

― Vamos. – responde Darien.

 

 

*****

 

 

No maior hospital particular da cidade, Kaoru e Kurama estão na sala de espera, ambos completamente aflitos por notícias de Rey, a preocupação tomando conta do coração dos dois, o medo imperando em seus olhos. Medo de que a filha não venha a sobreviver.

Kaoru simplesmente não consegue parar de chorar, enquanto é amparada por seu marido. Tudo o que ela quer, tudo o que ela deseja, é poder ficar ao lado de sua filhinha, mas, os médicos não aparecem.

Eles estão há mais de uma hora com a filha, e, ela e Kurama ali, na sala de espera, sem qualquer notícia para acalmarem seus corações.

Neste momento, chega o médico responsável, doutor Seiji Hirano.

― Doutor Hirano, como está a minha filha? – Kurama não perde tempo em dizer, sem esconder o tom de preocupação em sua voz.

― Não vou mentir, senhor Tachikawa. – responde o médico – O estado de sua filha é muito grave. Muitos dias de privações, pouca alimentação, sinais de agressões pelo corpo dela, uma costela fraturada e sinais de um derrame pleural, muito provavelmente consequência da mesma agressão que causou a fratura da costela. Ela apresenta um quadro severo de desnutrição, desidratação, além de estar com alterações severas em seu nível de oxigenação e uma bradicardia, consequência das privações sofridas durante o cárcere. No momento ela está em uma unidade de terapia intensiva.

― Ela vai ficar bem? – quer saber Kurama.

― No momento, não tenho como dar nenhum prognóstico. – Seiji volta a falar – Tudo o que eu posso dizer, é que a filha de vocês é uma menina muito forte, outra garota na idade dela não teria sobrevivido.

― Nós podemos vê-la? – quer saber Kaoru.

― Sim. – responde Seiji – Irei acompanhá-los até a unidade de terapia intensiva.


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