Reinos escrita por Reira chan


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Espero que vocês gostem. A ideia da fic é seguir o ciclo da cadeia alimentar, e tem uma crítica social bem forte, como é padrão. Espero que gostem, não esqueçam de me avisar sua opinião.



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Um pequeno olhar dirirido ao céu revela a força que ele tem pra nos mostrar. Sobre o templo ornamentado, paira a coroa de luz, que brilha a nos causar inveja.

O sol brilha ao centro, obrigando os seus servos a abrirem passagem, permitindo que a sua perfeição invadisse a visão. A pobreza de suas formas descoloridas era deixada de fora do retrato do rei, quando, ao olharmos para ele, vemos os raios a brilhar com força. Bela natureza, escolheu muito bem o seu rei. Seus raios são fortes, ofuscantes. Contra a sua riqueza, ninguém pode lutar. Seu rosto é imponente, pedindo passagem, que lhe é concedida. As nuvens se ofuscam em contato com a luz; os cílios, invejosos, se cobrem de pequeno brilho que emoldura a visão. Tentando sorve-lhe os raios perfeitos, as árvores se alimentam na base da sua luz; lentamente sugando-a de forma parasita, porém pelo benevolente ignorada; ele calmamente cedia o que elas precisavam, cumprindo o seu papel que acompanhava a eterna coroa. Sobreviviam, as dependentes, conseguindo cada vez mais beleza e imponência à medida em que cresciam com a dádiva do rei bondoso; o seu calor típico lhes abraçava e confortava; com comida e moradia, elas aproveitavam o povo que tinham, vivendo para morrer.

Em alguns instantes, suas folhas frondosas se vêem escaladas, abandonadas à própria sorte, ao sentirem a aparição inegável da morte. O parasita do parasita, lentamente, lhes sorve. E, como que envenenadas, ou cobertas por um amor implacável, as folhas morrem pela boca dos outros, um Romeu e Julieta, na qual ambos morrem; não por suicídio, mas sim assassinato.

Insetos insignificantes então florescem, tomando o seu lugar na plenitude, alcançando os poucos raios do sol. Iluminados pela mesma generosidade de antes, crescem, alimentando-se pouco a pouco das árvores que primariamente os aproveitavam, pegando um pouco da riqueza que se continha naquelas folhas esmaltadas de clorofila. Depois de muito crescer, finalmente alçam vôo, alcançando os céus, alguns poucos instantes antes de morrer. A escuridão toma os insetos quando o bico pontudo os pega, com muito mais entrada do que saída. Presos, eles morrem à mercê do pássaro, que a voar, alcança todos os planetas; alguns instantes mais próximo do sol, ele atinge o topo do mundo. Mais próximo de seu rei, de seu salvador. Sua vida cresce. Vida, que envolve nascer, se desenvolver, se reproduzir. Ao chegar na morada de sua família, percebe que foi saqueado: sem a chance de alcançar o reino que desejavam, os pequenos pássaros são engolidos por um réptil.

O réptil rasteja como uma criatura inferior; mas, sabe que, quando chegar ao seu tempo de paz, será um príncipe. Lentamente, o calor incidirá sobre si, ele sabe. Poderá chegar à paz pela qual anseia diariamente quando sentir os raios que o sol distribui igualmente alcançarem-no. No entanto, ao ser pego por um mamífero, ele se dobra em dois, sem capacidade de fugir; a anta ou javali, o pequeno é obrigado a servir. E então, de estômago cheio, é a vez deles descansarem ao sol, o território recém-conquistado na guerra diária que travam, conseguindo dessa forma seus melhores escravos. A calma que o sol espalha por seu reino é igual para todos; todos podem conseguir sua palestra com ele, seu lugar à sua fronte, para aproveitar sua sabedoria. Todos dependem dele e nele confiam, de forma que vale a pena. O sol é governante justo que, sem hierarquia, dispõe a todos condições iguais: todos nascem, todos se alimentam, matam e morrem. Assim floresce o reino; assim a igualdade reina, dependendo apenas deles. Assim a guerra não é travada e a revolução se torna desnecessária: no seu lugar ao sol, todos em algum momento terão paz.

Mas, para arruinar a tudo, o mamífero é acertado por uma bala. A vida se extingue, sem nada para contar a história. O reino do sol acaba ali, quando, sem se importar com a cadeia das coisas, o homem leva a sua caça para a casa eletrificada. Onde antes tudo funcionava por ter um governante igualitário, agora tudo era destruído pelo homem rebelde - sem causa.

Que, sem governantes, esperança ou motivo específico, se excluía do reino da paz, onde todos tem as mesmas chances de matar ou morrer.

O reino do homem que negou suas origens jamais será feliz.

O reino do homem que não tem igualdade jamais prosperará.

A luz elétrica paira sobre nossas cabeças, símbolo de uma ideia inconcluída e equívoca.


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Notas finais do capítulo

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