-Por favor, não faz nada comigo. –Eu chorava desesperadamente –Onde está Athena?

-Athena é a moça loira?  -Um dos caras de preto perguntou

-É. O que voces fizeram com ela ?  -Eu perguntei sem olhar em seus olhos

-Trancada em um dos quartos. Não a machucamos nem machucaremos –Suspirei aliviada –Mas, não posso prometer o mesmo quanto a voce –Ele disse colocando a mão em minha perna. Em um ato de desespero, peguei as flores que Lucca havia me dado mais cedo, que estavam sobre a mesa, e bati uma em seus olhos

-VADIA!  -Ele gritou e eu corri escada a cima. Peguei meu celular e liguei para a primeira pessoa que pensei. Lucca

-Anda, atende  -Eu falava entrando no banheiro e trancando a porta

-“Sua chamada está sendo encaminhada para a caixa de mensagens”

-DROGA! –Gritei, discando mais uma vez o número de Lucca, que dessa vez atendeu no primeiro toque

-Já está com saudaes?  -Ele perguntou

-Lucca. Lucca, me ajuda. Me ajuda por favor  -Eu pedi sentindo as lágrimas em minhas bochechas

-Sally, voce tá chorando? Me explica o que aconteceu?  -Ele pediu

-Ei gata, abre a porta ou então nós arrombamos  -Pediu um dos caras esmurrando a porta do banheiro

-Sally, que tá aí? –Lucca perguntou  -Sally, eu já estou chegando

Um dos assaltantes conseguiu arrombar a porta, arrancando um grito de mim

-Em seu lugar, eu não correria  -Ele disse me puxando pelos pulsos. Ele me arrastou pela escada e me jogou no sofá  -Isso é pela flor que quase me cegou –Ele deu um murro em minha boca. Senti o gosto do sangue.

-Para, por favor –Eu pedia chorando

-Espera, ainda não acabei. Isso é por ter se escondido no banheiro –Ele me deu outro murro. Cai no chão me contorcendo

-Onde é pra colocar essa aqui?  -Um outro cara, um pouco mais alto, carregava Athena desacordada

-Leva lá pra fora –Ele respondeu sem importancia  -E isso, é porque tenho certeza de que é uma patricinha mimada, e merece isso mais que ninguem  -Ele chutou minha barriga. As lagrimas caiam, mas eu não conseguia falar ou soluçar. Meu corpo estava formigando, e eu não sentia mais nada

-Vagabundo!  -Escutei a voz de Lucca. Ele deu um morro no assaltante que tirou uma arma das calças, André entrou com Athena nos braços e tirou a arma dele antes que ele fizesse alguma coisa. Lucca o derrubou no chão, lhe dando socos e chutes, até que ele ficasse desacordado.

-Por favor, é da delagacia?  -Escutei a voz de Sabrina, ela parecia estar chorando. Meus olhos começaram a pesar, e eu via tudo embarçado

-Sally, eles te machucaram muito? Eu vou matar esse cara! –Lucca me pegou no colo e me deitou no sofá

-Sally, mantenha os olhos abertos. Por favor não feche os olhos. –Lucca segurava minha mão

-Lucca, tá doendo demais  -Eu disse quase em um sussuro

-Calma meu amor, a dor vai passar. Eu vou fazer a dor passar. –Meu amor? Ah, dane-se! Minha cabeça está doendo muito. Meus olhos pesaram mais uma vez, e eu não consegui mais mante-los abertos.