I Can't Feel You escrita por Nihaxy


Capítulo 1
I. Facts


Notas iniciais do capítulo

Minha tentativa de encontrar algum sentido na completa bagunça que é a pseudo-relação (completamente sem química e sentimento, may I add) JanexCasey.
Hope y'all like it! ((:



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Jane se aproximou do seu prédio, física e emocionalmente exausta depois da semana que tivera. Mal passara um dia do colapso do edifício, aparecera um duplo homicídio. A detetive já não sabia o que era uma noite de sono decente fazia oito dias, praticamente vivera à base de copos e mais copos de café nas últimas 48 horas, e não voltava a seu apartamento desde dois dias atrás.

Seu corpo gritava por um banho, uma cerveja e sua cama. Não necessariamente nessa ordem.

Ela, porém, parou quando viu quem estava ali, sentando nas escadas.

Seus instintos de detetive a deixaram completamente em estado de alerta.

Sim, porque para Maura Isles estar ali, sentada nas escadas do seu prédio, sem nem ter se importado em possivelmente danificar uma saia que provavelmente custava muito caro...

O assunto devia ser sério. Muito sério.

–Hey, Maura. – ela disse, enquanto se sentava ao lado da legista, procurando, contudo, não ficar muito próxima.

Ela não precisava de outro turbilhão dentro de si. Não precisava de outra overdose de sentimentos igual à que acontecera quando ela se permitira chorar ali, naquelas mesmas escadas, apoiando-se em Maura, triste – ou assim ela se fazia pensar – porque Casey a rejeitara.

Outra vez.

–Boa noite, Jane.

Jane podia sentir a tensão no ar, tangível, tão espessa que poderia ser cortada com uma faca. A sensação não melhorou absolutamente nada ao escutar a voz fria e distante de Maura. Era a voz que ela usava quando estava falando de seus “pacientes”, a voz que ela usava quando não trazia boas notícias.

Mais importante, era a voz que ela usava quando queria se distanciar emocionalmente de tudo porque o assunto era potencialmente delicado.

–O que aconteceu, Maura?

De novo, seus instintos treinados para interrogar suspeitos notaram o desconforto da legista. A primeira pista fora ela não ter ligado, ou subido até o apartamento e entrado com a chave para emergências. Maura escolhera esperar do lado de fora, e, Jane sabia, nada que ela fazia era sem propósito.

–Eu... – Maura começou a falar, mas pausou como se não soubesse exatamente o que dizer. A cada segundo que passava, Jane ficava com mais medo do que poderia ser a causa de tanto... aflito? Tormenta? Fosse o que fosse, ela sabia que, dali, não ia sair nada bom.

–Você o que, Maura?

–Eu... fiz algumas pesquisas sobre cirurgia de descompressão lombar, Jane. – a legista se virou para tirar de sua bolsa um pequeno arquivo. Ela sabia que tinha de contar o que tudo aquilo significava, mas não conseguira achar um jeito de fazê-lo sem magoar a detetive. Alguma coisa dentro dela doía quando ela se lembrava de Jane chorando, magoada porque Casey a deixara.

Também doía saber que Jane nunca iria chorar daquele jeito por ela. Mas, afinal de contas, pensar em seus próprios sentimentos não era o objetivo da visita, Maura disse a si mesma.

Jane apenas a olhava com a expressão perdida, como se já soubesse o que ela ia dizer mas não quisesse realmente escutar.

–É da opinião de vários neurocirurgiões que... – Maura começou, querendo acabar logo com aquilo de uma vez, até ser interrompida por Jane.

–Vamos... continuar essa conversa no meu apartamento. Isso não parece ser uma coisa que você devia me contar no meio da rua.

Elas subiram em silêncio absoluto, e, uma vez lá dentro, Jane se dirigiu à geladeira a fim de pegar uma cerveja. Maura ainda lutava consigo mesma, procurando um jeito mais delicado de expor a informação a que tivera acesso. Nesse meio tempo, Jane se jogou no sofá, e a convidou a se sentar também.

–Você ia me falar alguma coisa, Maura. Pode continuar.

–Bem, como eu ia dizendo, a periculosidade de tal procedimento é sempre colocada em xeque quando se trata de uma cirurgia desse porte, e, especialmente no caso de Casey...

–Eu não quero saber. – Jane a cortou novamente.

–Pode gerar complicações... – só então o que a outra dissera fora percebido por Maura. – Como é que é? O que você quer dizer com “eu não quero saber”, Jane?

–Exatamente isso, Maura. Eu. Não. Quero. Saber.

–Você precisa saber, Jane. Não é realmente uma questão de “querer”.

–Ele disse adeus, Maura. Mais de uma vez. – Jane suspirou. – Isso devia ser suficiente para eu me afastar, saber que ele não quer minha presença.

–Mas... Mas você se importa com ele, Jane. – Maura tentou ignorar a dor que sentira ao dizer essas palavras. E, se você se importa com ele, você vai ler isso. – disse, enquanto empurrava o arquivo para o colo da amiga.

Jane abriu a pasta e passou os olhos pelas folhas, rapidamente, de tal jeito que ela não poderia ter lido uma palavra.

–É muito... Quero dizer, o quão ruim é? A situação dele? – perguntou a morena, num fiapo de voz.

–Ruim, Jane. Muito ruim.

–O que eu devo fazer?

Essa era a pergunta que a legista mais temia. Ela estava especialmente propensa a simplesmente falar o que se passava por sua cabeça nessas últimas semanas (vide o que acontecera quando se reencontrara com sua mãe biológica), mas sabia que, se dissesse o que realmente achava, iria magoar Jane. Se não dissesse, porém, estaria mentindo, e logo seria descoberta devido à urticária.

–Eu queria saber.

–O que eu devo fazer, Maura? – Jane, agora, estava à beira das lágrimas. Isso engatilhou alguma emoção diferente na legista, que sentiu seu cérebro praticamente a impelindo a responder.

–Eu preciso te dizer uma coisa, Jane, e eu tenho certeza que você não vai gostar. Mas, como sua melhor amiga, é meu dever te dizer isso.

–Maura, eu não...

–Casey está cometendo suicídio ao se propor a fazer essa cirurgia. – Maura continuou, apesar dos protestos da outra. – A minha opinião e a de vários outros médicos especialistas no assunto é que o caso dele é especialmente delicado, e os utensílios cirúrgicos se aproximariam demais de vários nervos importantes na medula espinhal, por exemplo. E esse não é nem o maior dos riscos. Sendo essencialmente honesta com você, Jane, eu não aprecio nem um pouco essa perspectiva. Eu não gosto de como ele entra e sai da sua vida e te deixa em pedaços toda vez que faz isso. Eu não gosto de como ele está brincando com a sorte nesse caso, sabendo dos seus sentimentos por ele. Na minha opinião, isso o torna um canalha de marca maior.

Jane não respondeu imediatamente, completamente pasma com o que a outra havia acabado de dizer. Segundos de um silêncio desconfortável e tenso se passaram, uma apenas olhando nos olhos da outra, querendo ao mesmo tempo falar tudo e não falar nada.


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Notas finais do capítulo

Reviews são extremamente apreciados, sabia? *pisca*



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