Rizzoli And Isles - Don't Leave Me escrita por Bruna Cezario


Capítulo 30
Capítulo 30 - Vivendo Felizes para Sempre


Notas iniciais do capítulo

Depois de levar seis dias para escrever esse capítulo final, por que estava muito dificil dizer adeus, aqui está ele. E como sempre o título não foi o meu forte, mas acho que ele é o de menos. Espero que tenha ficado bom.

Queria agradecer de todo o meu coração a todas vocês sem exceção de ninguém que abraçaram a ideia dessa fic, se envolveram, surtaram, confabularam, me ameaçaram, comentaram e tudo mais, foi realmente muito importante e me deixou realmente muito feliz. Vocês são as melhores leitoras do mundo =) Obrigada! Obrigada mesmo, todas vocês ♥

Ótima leitura!



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A maioria das histórias sobre romance tem seu final feliz por que todos esperam que o casal seja eternamente feliz, e essa imagem é dada quando eles casam e vem aquela famosa frase de contos de fadas: “E viveram felizes para sempre”, normalmente isso acontece por que não tem mais nada a ser contado, por que eles vão viver uma vida normal, com os problemas diários, sem aqueles imensos problemas que enfrentaram a história inteira, algo que muita gente não ia gostar de ler por que já vive do comum, por que querendo ou não gostamos de um drama, gostamos de brigas, gostamos de todo aquele decorrer da história que leva até que o casal fique finalmente junto para terem seu felizes para sempre, então a história acaba ali para deixar com que o leitor ou espectador tenha sua própria continuação da história em sua imaginação.

Jane e Maura haviam se casado.

Finalmente depois de tudo que elas passaram puderam dar início ao seu “felizes para sempre” e particularmente Jane estava adorando essa vida, mesmo quando a babá eletrônica lhe acordava ás 4:30 da manhã com o choro da mais nova membro da família que tinha somente vinte dias que tinha nascido, mas como todo e qualquer bebê não deixava suas mães dormirem.

Desligou a babá eletrônica para que o choro da filha não acordasse Maura e levantou com todo cuidado da cama para que também não acordasse a esposa e foi até o quarto. Instantaneamente assim que pegou a filha no colo ela parou de chorar.

- Sua mãe passou o dia falando de você para mim. – Jane conversava com a criança e como se tivesse entendendo cada palavra que a morena dizia a filha lhe olhava com os olhos mais arregalados e amáveis do mundo. Presente para qualquer mãe. – Disse que você dormia e assim que ela deitava para dormir também você acordava não a deixando dormir. Você acha bonito? Depois quem tem que aguentar o mau humor dela sou eu, então vamos a deixar dormir essa madrugada, certo? Por que sei que você não está com fome, já comeu. – A pequena Rizzoli ou a pequena Isles abriu um sorriso. Jane ainda ficava boba cada vez que a filha sorria, mesmo Maura já tendo explicado por diversas vezes que os bebês só começam a sorrir de verdade a partir do segundo mês, mas ela sabia que a filha era um gênio e que aprenderia as coisas antes de qualquer outro bebê comum, então não conseguia deixar de abrir um sorriso também quando via tal cena. – Amanhã vou ir buscar seu uniforme do Red Sox.

O intuito era não acordar Maura, mas como toda mãe, ela sabia quando a filha estava acordada até mesmo antes de acordar. Estava parada na porta do quarto da criança e Jane nem notou sua presença. Desde que a bebê tinha nascido tinha o costume de fazer isso, gostava de ver como Jane tratava a filha. Já sabia como ela era ótima com crianças devido ao exemplo do TJ, mas ela conseguia ser melhor ainda com a própria filha. Era uma cena que enchia de felicidade seu coração e só conseguia observar e sorrir.

- E logo mais estaremos indo para o estádio, por que você é uma Rizzoli e os Rizzolis vão ao estádio desde pequeno.

Sentiu mãos passando em volta de sua cintura e uma cabeça encostando em suas costas. Sorriu, sabia que era Maura.

- Ela não vai para estádio nenhum até completar seu primeiro ano.

- Fala que já conversamos sobre isso com ela. – Disse Jane se virando para que pudesse olhar para a esposa. – Já vi crianças de dois meses no estádio. E você pode vir junto, não vamos te excluir.

- Se você já é um perigo assistido ao jogo na televisão imagine no estádio com a nossa filha. – Maura pegou a bebê do colo de Jane que obviamente já tinha voltado a dormir. – Com um ano.

Naquele momento não contestaria por que estava muito ocupada admirando mais uma vez Maura e sua filha. Tinha passado a ser um dos seus hobbys favoritos desde que ela tinha nascido. Por que Maura vivia dizendo que não seria uma boa mãe e mesmo querendo tinha medo de ter filhos por causa disso, mas depois que a criança nasceu, mesmo ela não tendo duvidas que a esposa seria uma ótima mãe, pode ver que ela era melhor do que pode imaginar, isso que ela já imaginava um grau extremo de melhor mãe que Maura seria. Observou a esposa dando um beijo na filha e a colocando no berço.

- Você não precisava ter acordado. – Maura a abraçou encostando a cabeça em seu peito. – Eu tinha tudo sobre controle.

- Gosto de ver como você toma conta dela.

Deu um beijo em Jane. A morena abriu um sorriso.

- Ou quer ter certeza que não vou derrubar a D...

Bom... Essa vida só se passava nos sonhos de Jane que foi completamente atrapalhado com seu despertador tocando. Não que ela não estivesse feliz com seu um ano e três meses de casada, estava, era maravilhoso estar casada com Maura, cada segundo que passava tinha mais certeza que tinha escolhido a pessoa certa para passar o resto de sua vida e que não a trocaria por ninguém nesse mundo, mas é que os últimos três meses estavam complicados. Desligou o despertador e passou a mão na cama a procura de Maura, não a encontrou, então resolveu levantar e se direcionar até a cozinha por que tinha quase certeza que encontraria a esposa lá e estava certa, ela preparava o café da manhã.

- Bom dia.

A morena desejou só esperando um “bom dia só ser for para você” como na manhã anterior. Motivo pelo qual ela também desejou “bom dia” do outro lado do balcão, por que também na manhã passada foi inventar de desejar “bom dia” a abraçando por trás e com um beijo no pescoço e quase levou uma frigideirada na cabeça. Mas para sua surpresa foi recebida com um sorriso e um beijo acompanhado de um “bom dia”, parecia que as coisas nessa manhã estavam melhores.

- Sonhei com nossa filha.

Jane imaginou que como tinha sido bem recepcionada nessa manhã, não faria mal se contasse de seu sonho para Maura. Em resposta ao que tinha dito ganhou um olhar confuso.

- Não temos nenhuma filha. – Maura respondeu naturalmente, por que aquela era a verdade e pelo que ela sabia não estava nem perto de mudar.

- Ainda... Mas tenho certeza que isso vai mudar a partir de sexta-feira.

- Não, você não tem. – Maura passou por Jane e se encaminhou até a geladeira. – Precisamos ser realistas Jane, não vamos ser mães se eu tiver que engravidar. – Pegou dois ovos e voltou para perto do fogão. – Já tem três meses que estamos tentando e até agora nada. – Jane viu a esposa quebrando os ovos com tanta força para colocar na frigideira que pensou que em poucos minutos eles passariam a ser jogado em sua cabeça. – Se sexta-feira der mais um resultado negativo eu desisto. Por que não vejo problema em adotarmos, tem centenas de crianças só esperando por um lar. Não sei por que decidi eu ter um bebê quando os orfanatos estão cheios.

- Maur... – Jane segurou levemente nos dois braços da esposa fazendo com que ela a encarasse. – Nós vamos ter nosso bebê. Qual é! Nem parece aquela pessoa que me convenceu que deveríamos ter um filho.

E ela se lembrava disso como se tivesse acontecido na semana passada...

Jane e Maura já estavam acomodadas na cama. Enquanto a detetive via qualquer coisa em seu celular a legista mexia em seu tablet.

- Qual deles você prefere? – Maura perguntou passando o tablet para Jane.

A morena estranhou o motivo da esposa ter lhe passado o aparelho em uma página com perfis de diversos homens.

- Maur por que você está entrando em sites de relacionamentos? – Perguntou ainda em dúvida sobre o que aquele site se tratava, mas não podia deixar de fazer uma piada. - Isso é um jeito de você pedir o divórcio?

- O que? – Perguntou confusa. Da onde que Jane tinha tirado aquilo, não estava em um site de relacionamentos. – Não! Isso não é um site de relacionamentos é um banco de dados de doadores de esperma.

A boca de Jane abriu alguns milímetros ao ouvir aquela frase. Olhou para a página aberta no tablet e depois olhou para a Maura. Esperava que ela dissesse que era alguma brincadeira e que ela estava mesmo entrando em um site de relacionamentos, mas a esposa não o fez, ficou a encarando com uma expressão de que não estava entendendo por que Jane tinha ficado sem reação.

- E por que estamos entrando em um banco de dados de doadores de esperma? – Foi a única pergunta que conseguiu formular após o espanto da frase.

- Por que vamos ter um bebê.

A naturalidade em que Maura tinha dito aquilo deixou Jane completamente em choque. Em que momento do casamento elas tinham conversado sobre terem um bebê que ela não se lembrava? Por que uma decisão tão importante quanto essa era sua obrigação lembrar de cada palavra que foi usada.

- Nós vamos ter um bebê? – Mais uma fez foi a única pergunta que ela conseguiu formular. Em resposta ganhou um afirmativo. – Quando conversamos sobre isso? Quando chegamos a essa decisão de que vamos ter um bebê? Você está doida Maura?

Tudo bem que essa pergunta final não era algo que Jane gostaria de fazer, mas estava tão chocada com esses últimos cinco minutos que quando viu já tinha acusado a esposa de insanidade. Em resposta a sua pergunta ganhou um olhar indignado da loira e a viu levantando da cama com a cara fechada, ela deu a volta na cama e parou bem no meio, em pé e encarou Jane.

- Você não se lembra de termos conversado sobre filhos?

- Não.

Foi a vez de Maura de se espantar com a naturalidade em que Jane respondeu aquilo e ainda ficou a encarando como se ela estivesse tendo algum tipo de colapso.

- Então você falou por falar quando conversamos sobre filhos? Por que eu me lembro muito bem de você ter concordado em termos vários filhos.

- Oh meu Deus, Maura! – Jane tinha se lembrado da conversa, mas não sabia que ela ainda estava se apegando a conversa antiga, por que uma atual nunca tiveram. – Você está falando daquela conversa que tivemos quando comemoramos nosso aniversário de um ano de namoro? – A loira fez um afirmativo com a cabeça. – Não, eu não falei por falar, eu quero sim uma casa cheia de filhos, mas agora? – Fez um negativo com a cabeça. – Tem quatro meses que nos casamos, eu não quero um bebê me acordando na madrugada. – Viu a cara da esposa se fechando mais ainda. – Não agora. Daqui uns dois anos quem sabe.

- Dois anos? – Maura perguntou incrédula. – Você está pensando o que? Que tenho trinta anos? Jane...

- Eu sei que você não tem mais trinta anos, mas...

- Você não quer ter filhos, eu entendi... – Maura puxou o edredom da sua parte da cama, Jane percebeu que tinha consigo deixar a esposa com raiva, sua cara emburrada não podia dizer o contrário.

- Eu não disse isso. Eu só queria que você tivesse conversado comigo sobre isso antes.

- Estamos conversando, não estamos? – Maura deitou na cama, ainda com a mesma expressão de emburrada.

- Você jogar um tablet no meu colo com um banco de doadores de esperma aberta e pedindo para eu escolher um não é bem uma conversa.

- Deveria ter entrado mesmo em um site de relacionamentos, por que tenho certeza que eu ia encontrar alguém que gostaria de ter um filho comigo.

- Olha... Eu não vou discutir isso, por que definitivamente você está fora de si.

Maura encarou Jane incrédula pelo que ela tinha acabado de dizer.

- Você está me chamando de doida?

- Podemos conversar sobre isso amanhã cedo?

- Ah claro que podemos. – Maura puxou o edredom e deitou de costas para Jane. – Se você não chamar uma ambulância para me levar para uma casa de repouso antes, não é verdade?

Jane respirou fundo, puxou uma parte do edredom para si por que Maura tinha a descoberto, deitou de costas também para a loira e para não piorar sua situação se limitou a dizer.

- Boa noite, Maura.

A legista bufou e puxou todo o edredom de Jane novamente. A morena fez um negativo com a cabeça e puxou novamente parte do edredom para si e ficaram assim bem uns cinco minutos até ambas cansarem e resolverem dormir.

Quando um casal discute é normal que no outro dia eles tentem conversar como dois adultos e resolveram os problemas, mas não no mundo de Jane e Maura. Quando a detetive acordou percebeu que a esposa ainda estava brava com ela e Maura sabia que por Jane saber que ela ainda estava brava com ela não iria puxar assunto, então elas se limitaram só a dizer um “bom dia” e tomaram o café da manhã em pleno silêncio.

Era sábado, estavam de folga e tinham combinado com Tommy e Lydia de passarem a manhã com TJ no parque, tudo não podia ser melhor, se elas não estivessem brigadas.

Não existia cena no mundo que Maura apreciava mais do que ver Jane brincando com TJ. Se deixasse eles poderiam ficar horas com um jogando a bola de beisebol para o outro, era algo que realmente os dois gostavam de fazer e se divertiam e ela gostava de ver como os dois se divertiam e não deixava de imaginar como Jane seria uma ótima mãe e talvez por isso ela tivesse ficado tão chateada pelo fato da esposa não ter aceitado logo no primeiro segundo elas terem um filho, por que Jane era boa nesse papel, tudo bem que ela não era a mãe do TJ e sim a tia e talvez só estivesse fazendo o papel de uma ótima tia, mas mesmo assim.

- Qual é Maur! Vem jogar com a gente.

Tinha percebido o sorriso da loira ao ver os dois brincando, então pensou que isso poderia ser uma trégua.

- Sabe quem seria uma ótima pessoa para jogar comigo? – TJ perguntou fazendo com que assim Jane o encarasse esperando por uma resposta. – Um primo. – Cruzou os braços. – Quando vocês duas vão me dar um primo hem?

Após ouvir aquela pergunta Jane jogou um olhar incrédulo para Maura. Agora ela estava usando o menino?

- Sério Maura?

- O que?

Ela realmente não tinha entendido que Jane se referia a ela ter feito com que o menino perguntasse sobre um primo, por que ela não tinha pedido para TJ fazer aquela pergunta.

- Vocês estão brigadas?

- Não!

- Sim!

Responderam simultaneamente deixando TJ confuso. Por que o menino ficou passando o olhar de uma para a outra tentando entender se era Jane que mentia por dizer que elas não tinham brigado ou se era Maura que mentia.

- Coisas de adulto TJ. – Jane respondeu percebendo a confusão do garoto. – Vamos jogar vai.

Claro que o menino não pensou duas vezes e saiu correndo para que a tia pudesse lhe jogar a bola. Primeiro por que nunca ia entender essas coisas de adulto, pensava que ia ficar criança para sempre e segundo... Bom... Nunca ia entender essas coisas de adulto.

***

Com o fim da manhã no parque, Jane pensou que Maura os levaria para almoçar (por que a legista disse que ia dirigir hoje e como elas não tinham trocado mais do quem um “bom dia” Jane resolveu que não iria contrariar), mas se surpreendeu quando pararam em uma loja de bebês. Se ainda tinha duvidas agora Jane teve certeza absoluta, Maura estava fazendo a mesma coisa quando quis ser pedida em casamento, só que dessa vez estava sendo bem mais direta.

- Eu pensei que íamos almoçar! – Disse Jane entrando atrás de Maura na loja. – Alias... O que estamos fazendo em uma loja de bebê?

- Se você não sabe essa é uma loja de bebê e de crianças. Loja também que vende o uniforme do Red Sox que tem mais de um mês que você prometeu que ia comprar para o TJ e não comprou. – Pegou pegou TJ pela mão. – Vamos TJ.

Jane balançou a cabeça em negativo. Tinha realmente esquecido de comprar um uniforme novo do Red Sox para o TJ, mas era muito suspeito ela ter resolvido ir para uma loja de bebê justo no dia após elas terem discutido sobre ter filhos.

Enquanto Maura pegava o uniforme Jane foi andando pela loja. Por mais estranho que parecesse para ela não podia mentir que se sentia bem em uma loja de bebê e que conseguia se imaginar montando todo enxoval para a chegada do novo membro da família, nunca foi muito maternal, mas desde que TJ havia nascido se sentia diferente, óbvio que não ao ponto de querer uma criança saindo de dentro de si, mas se via sim sendo mãe de uma criança, não tanto quando via Maura, mas se via, mas ainda tinha o pensamento que estava cedo demais. Parou na frente de um dos mostruários e viu um macacão amarelo. Abriu um sorriso.

- Maura, olha que lindo! – A legista que estava no provador com TJ saiu de lá para ver o que a esposa queria. Não deixou de abrir um sorriso quando viu que Jane tinha em mãos um macacão e que tinha o chamado de lindo. – Não ia ficar lindo na Jo Friday? Claro, se aquela cachorra fosse gente e gostasse de usar roupinhas.

Óbvio que tinha dito aquilo só para provocar e ver Maura fechando a cara, mesmo que fosse lhe dar com as consequências mais tarde não poderia ter perdido essa oportunidade.

- Não se preocupe. – A vendedora da loja que observava as duas desde que entraram resolveu puxar assunto. – Eu estou casada há 10 anos, quando chega perto dos 5/7 anos de casados é normal essas brigas, ainda mais depois que se tem filhos, mas depois fica tudo bem.

- Ótimo. – Respondeu Jane com um sorriso amarelo, não entendia por que essas vendedoras sempre se sentiam intimas e com direito de entrarem na vida pessoal dos outros. – Vou anotar isso para quando tivermos 5/7 anos de casadas, por que no momento só temos 4 meses e TJ é nosso sobrinho, não filho.

A mulher até tentou assimilar algo para dizer depois de tudo que Jane disse, mas foi interrompida pelo celular de Jane tocando. Algo que a detetive deu graças a Deus por que a última coisa que ela queria era conselhos para ter uma ótima vida de recém-casada.

- Oi Ma! -... – Ainda vamos levar o TJ para almoçar, por quê? -...- Não, já saímos do parque, mas paramos aqui em uma loja de bebê para... -...- Não, não mãe, nós não... -...- Não é isso Ma... Ma? Ma? – Tirou o celular do ouvido e viu que a mãe tinha desligado. – Ótimo! Olha Maura... – Disse ao ver que a esposa já se aproximava para pagar o uniforme. – Acho que vamos encontrar um chá de bebê quando chegarmos em casa.

Não recebeu nada em resposta de Maura porque a legista pensou que era mais um dos deboches de Jane sobre o assunto delas terem filhos. Foi nessa hora que Jane percebeu que elas precisam realmente conversar sobre isso por que senão era capaz de ficarem brigadas pelo resto da vida.

***

- Tudo bem, Maur... – Disse entrando em casa logo atrás de Maura. Tinham vindo o caminho de volta para casa caladas porque Maura estava realmente brava com ela. – Por que essa história repentina de termos um filho? Por que até semana passada você não tinha toca... – Estava andando atrás de Maura até a cozinha, mas sua linha de raciocínio foi cortada por ver um vaso de flores em cima do balcão e nele um cartão endereçado para as duas. Pegou o cartão. – “Parabéns mamães.” – Começou a ler. – “Finalmente nosso tão esperado neto está por vir e estamos muito felizes com isso. Obrigada por nos proporcionarem tamanha alegria. Beijos Angela e Constance.” – As duas se entreolharam e caíram na gargalhada. – Tudo bem. – Jane fez com que Maura sentasse no balcão. – Por que agora Maura? Por que você sabe se essa realmente for sua vontade podemos ter quantos filhos você quiser, podemos ir amanhã a clinica de fertilização e resolver isso.

- É que... – Maura baixou os olhos. Agora que estava prestes a contar para Jane o que tinha acontecido parecia um pouco idiota ter criado toda uma briga em volta disso. – Eu li esse artigo sobre gravidez depois dos 40 anos... – Balançou a cabeça me negativo. – E se eu não puder engravidar ou engravidar e acontecer alguma coisa com nosso bebê?

- Como o que? Ele nascer nerd que nem a mãe? – As duas soltaram um riso. – Amor você não deve acreditar em todos os artigos que lê. Você não vê essas mulheres todas engravidando depois dos 40 anos e ocorre tudo bem com a gravidez? Por que com a mulher mais cuidadosa e saudável que eu conheço no mundo seria diferente? Você deve ter mais chances de ter filhos do que essas meninas de 20 anos.

- É que eu não sei Jane... Eu imagino a gente como uma grande família, mas coisas ruins vivem acontecendo com nós...

- Coisas ruins viviam acontecendo com nós... – Jane consertou. – Agora estamos juntas, estamos felizes e nada de ruim mais vai acontecer, nós vamos ter uma imensa família, nem que algumas dessas crianças tenham que sair de mim. – Mandou um sorriso para Maura. – Eu já disse que vamos ter quantos filhos você quiser, então vamos ter.

- De verdade?

- Já me viu faltar com alguma das minhas promessas? – Maura fez um negativo com a cabeça. – Então... – Deu um beijo em Maura. – Se quiser podemos providenciar esse bebê amanhã.

- Não. – Fez um negativo com a cabeça. – Pode esperar mais algum tempo.

- Tem certeza? – Maura fez um afirmativo com a cabeça e lhe deu um beijo. – Só por que já estava me acostumando com a ideia de trocar fraldas.

Mesmo que se lembrasse perfeitamente desse dia e que em oito meses depois resolveram providenciar o primeiro bebê das duas, Maura ainda estava relutante em que se o resultado do exame desse novamente que ela não estava grávida, ela desistiria.

- Nem um nome conseguimos escolher para o bebê, Jane.

- Bom... – Jane pegou uma caneta em cima do balcão e se encaminhou até a geladeira que era onde ficava fixado o papel com todos os nomes de bebês que ela já haviam cogitado. – Eu sei que o nome da nossa filha começa com “D”. – Disse anotando a letra de no papel. – Só é descobrir “D” do que.

- Drobnjaković. – Disse Maura com um sorriso.

- Drumb o que?

- É um sobrenome de origem sérvia, mas ficaria ótimo como um primeiro nome, não ficaria?

- Claro. Até a menina conseguir falar o nome dela é provável que ela já esteja entrando na faculdade. – Disse em tom sarcástico. Maura fechou a cara. – Qual é Maur! Já disse para escolhermos nomes normais para o bebê.

- Como Carl Michael?

- Sim. – Jane respondeu com uma expressão de que perguntasse qual o problema que existia naquele nome.

- Eu pesquisei Jane é o nome de um dos jogadores do Red Sox. Nosso filho não vai ter o nome de um jogador.

- E nem um nome que ele não sabe pronunciar e muito menos nome de doutores da morte também. – Maura abriu a boca querendo contestar. Pensou que esse apelido já tinha sido descartado fazia tempo, mas foi impedida pela continuação da Jane. – E já disse que vai ser uma menina, só não me venha querer chamá-la de Miley Cyrus, por que não quero nossa filha fazendo clipes vergonhosos por ai.

- Quem é Miley Cyrus? – Maura perguntou confusa. – É alguma personagem daquele filme Cyrus que assistimos aquela vez? Por que eu não estou lembrada de ninguém com esse nome e nenhum clipe vergonhoso que essa pessoa fez também.

- Não Maura! – Jane se segurou para não rir. Poderia passar quantos anos fossem ela seria a mesma estranha desligada de algumas coisas da atualidade. - É uma cantora adolescente. Hannah Montana, lembra?

- Ah... – Fez aquela expressão de que tinha entendido o que Jane quis dizer. – Hannah Montana anda fazendo clipes vergonhosos? Está ai mais um motivo de que se o teste der negativo não termos filhos... Não conseguimos nem escolher um nome.

- Quando o resultado der positivo vamos ter nove meses para nos preocupar com nome.

Maura ia rebater, mas foi interrompida com seu celular tocando.

- Doutora Isles. -...- Ashley? Como vai? -...- Eu estou bem, obrigada. -...- Não, não tenho nada planejado para agora. Onde você quer se encontrar? -...- Nos encontramos daqui a pouco então.

Jane ficou observando a esposa finalizar a ligação e ficou a olhando com cara de interrogação esperando que ela explicasse quem era Ashley e o que queria com ela e por que tinham marcado um encontro, por que não era certo mulheres desconhecidas ficarem ligando para a sua mulher. Percebendo a expressão de Jane a loira não pensou duas vezes antes de contar quem era e diferente do que Jane pensou a Ashley não era tão desconhecida assim, já tinha a ouvido em algumas conversas com Maura, por que ela era nada mais, nada mesmo que a irmã de John e Adam. Adam aquele que atirou na Jane por que não queria que ela fosse feliz com Maura.

Claro que assim que Maura terminou de contar sobre quem se tratava, Jane já foi se convidando para acompanhar a esposa no café da manhã com a ex-cunhada, por que ainda tinha receio da família Carroll. Um namorado suicida, um cunhado quase homicida, então se seguisse esse padrão Ashley também não tinha um psicológico muito confiável e de maneira alguma ela deixaria Maura se encontrar com ela sem sua presença e a presença de sua arma. Não contestou, por que tinha realmente ficado surpresa com o telefonema da ex-cunhada e uma companhia nunca é demais, ainda mais quando não se sabe o que uma pessoa de seu passado, depois de muito tempo retorna e diz que quer conversar com você.

- Ashley!

A mulher morena que tinha mais cara de garota, com sua pela morena clara, quase puxando para a branca, com os cabelos pretos longos e uma franja que realçava a cor azul de seus olhos, se levantou da cadeira em que estava sentada após ouvir a loira chamando por seu nome. Abriu um sorriso ao vê-la e lhe puxou para um abraço. O gesto era típico da Ashley, por que ela era imprevisível, uma hora poderia te cumprimentar só com um aceno com a cabeça, um aperto de mão ou de surpresa com um abraço. Nunca tinha sido muito próxima dela, mas ás vezes que conversaram foram momentos agradáveis, tirando quando a irmã de seu ex-namorado não resolvia fazer alguma coisa para deixar a mãe completamente irritada nos almoços de domingo que tinha em família.

- Ashley essa aqui é a Jane, minha...

- Eu sei quem ela é. – Disse interrompendo a apresentação de Maura. Estendeu a mão para um cumprimento. Jane a cumprimentou. – Fico feliz que tenham finalmente se acertado. – Fez sinal para que as duas sentassem e assim que cada uma se acomodou em suas cadeiras também se sentou. – Desculpe o telefonema repentino para esse encontro, mas eu só vou ficar até a noite no país e precisava falar com você.

- Não tem problema. – Maura disse com um sorriso carinhoso. – Não te vi nem no julgamento, então fiquei me perguntando se estava tudo bem com você...

- Sinceramente? – Soltou um suspiro. – Não, não está nada bem. Quero dizer, eu sei que nada vai conseguir apagar o que meu irmão fez, tudo que ela causou, mas acho que te devo um pedido de desculpas por tudo isso.

- Desculpas? – Jane resolveu falar antes que Maura fosse amável com a morena. – Da última vez que alguém veio pedir desculpas para a Maura eu levei dois tiros.

- Jane! – Maura disse em tom de repressão. – Desculpa Ashley, mas ela...

- Está tudo bem. – A garota respondeu com um simpático sorriso. – Se até meus pais estão com raiva da própria família não culpo a Jane por não confiar na gente. Mas eu não estou bem com tudo isso, quero dizer, meus pais largaram o Adam de mão, por que se já não bastasse um filho suicida tinha um quase assassino também, então sobrou para mim por que ele é meu único irmão. – Perceberam os olhos de Ashley começar a se encher de lágrimas. - Só que eu percebi que ele não tem mais jeito. Não queria abandoná-lo como meus pais fizeram, mas... – Enxugou a primeira lágrima que caiu. – Eu só queria que vocês duas soubessem que eu sinto muito por tudo que aconteceu, não queria que nenhuma de vocês duas saíssem machucadas, que se eu soubesse que tudo que aconteceu fosse acontecer eu teria dado um jeito de impedir. Eu sempre gostei de você Maura, por que o John realmente te amava, só que ele não soube controlar esse amor. – Soltou um pequeno riso. – Ele ia gostar de saber que você está feliz, por que no final das contas ele só queria sua felicidade e ele me disse isso uma vez, só que ele também disse que era fraco e que não ia aguentar te perder. Espero que vocês duas sejam realmente felizes. Me desculpem.

Ashley ia levantar da cadeira para pegar sua bolsa e ir embora, mas foi impedida com uma mão segurando a sua, pensou que fosse a mão de Maura, mas quando se virou para ver quem era se surpreendeu por ser a mão de Jane.

Ela era detetive, conseguia pegar no ar quando alguém estava mentindo ou quando alguém era dissimulado e esse definitivamente não era o caso de Ashley, ela estava realmente sofrendo com essa situação e mesmo que um membro da família dela tivesse causado muito sofrimento para as duas, foi graças a outro membro que as duas estavam juntas agora. Poderia ser mórbido ter esse tipo de pensamento, mas não deixava de ser verdade, por que talvez se John não tivesse se matado e a família toda não tivesse culpado Maura por isso ela nunca teria voltado para Boston e elas nunca teriam se conhecido, então... Via tantas famílias sofrendo por ter parentes criminosos, Jane mesmo já tinha provado um pouco disso, mesmo que fosse até errado comparar Tommy ter atropelado um padre, com Adam que tentou matá-la, mas também ficou entristecida e decepcionada, o melhor exemplo para se usar era o de Maura que tinha um pai que era líder da máfia, então via um pouco do sofrimento que viu na esposa em Ashley.

- Você nos chamou para tomar café, então acho que antes de você ir merecemos tomar café, não? – Ashley olhou para a detetive com um olhar confuso. Já Maura olhou Jane com carinho, sabia que a esposa não ia sair expulsando a garota só por que ela era irmã do Adam, sempre soube que Jane ficava na defensiva, mas só precisava de um gesto para fazê-la mudar de ideia. – Senta ai pra tomar café com a gente, por que Maura precisa comer, estamos tentando ter um bebê.

- Sério? – Ashley perguntou sorridente se sentando de volta. – Um bebê?

- Não está dando muito certo, mas estamos tentando. – Respondeu Maura. – E você? Fiquei sabendo que ia casar com uma mulher.

- Não. – Fez um negativo com a cabeça. – Aquilo era para irritar os meus pais, eu até gostava dela, mas nunca ia dar certo não. Lembra do Marcus? – Maura fez um afirmativo. – Acho que vou casar com ele, se ele quiser entrar para a loucura que é minha família.

- Não era o Marcus que sua mãe falava que não queria nem como parente de terceiro grau? – Ashley fez um afirmativo e Maura balançou a cabeça em negativo como resposta junto com um riso a garota só ergueu o ombro.

Tiveram uma manhã agradável com Ashley. Maura tinha esquecido o quanto era boa a companhia da garota, o quanto ela a fazia rir e ficou chateada por ela ter que aguentar o que estava aguentando. Por que sabia que a família dela não era fácil, lembrava que nunca tinha sido bem aceita na família Carroll e em consequência disso quando John morreu ela foi a única culpada, mas olhando para o passado viu como sua vida melhorou, ainda não ficava feliz com a morte do ex-namorado, mas graças a isso ela pode recomeçar sua vida e agora ela era imensamente feliz, não tinha absolutamente nada do que reclamar, por que é como dizem, ás vezes alguma coisa ruim deve acontecer na sua vida para as boas vierem em seguida. Torcia para que as coisas boas começassem a acontecer na vida de Ashley, por que alguém merecia ser feliz naquela família.

***

- Meu Deus! – Exclamou Angela ao ver as duas passando pela entrada da cantina. – Vocês estão atrasadas, sabiam?

Perceberam que Angela não estava sozinha, que logo sentada em frente ao balcão se encontrava Constance e em cima do balcão vários catálogos com o título “A chegada do bebê”.

- Vocês duas não estão fazendo isso de novo, estão? – Disse Jane incrédula o ver tudo aquilo. – É por isso que Maura nunca engravida, vocês estão dando má sorte!

- Jane... – Maura ia corrigi-la e explicar tudo que sabia sobre má sorte, mas foi interrompida pela esposa que sabia que ela ia começar com o Google.

- Espero que tenham devolvido aquele carrinho para gêmeos que vocês compraram.

- Você sabia que a maioria das inseminações artificiais resultam em gêmeos, não sabia? – Perguntou Constance. – Depois não venha pedir para comprarmos de novo caso ele seja devolvido. E é meu primeiro neto Jane, tenho o direito de ficar empolgada.

- Mas ele não existe mãe. – Disse Maura tentando não parecer chateada, mas cada vez que pensava que podia dar negativo o resultado de novo, ela não conseguia se conter. – Eu não estou grávida.

- Você não sabe. – Disse Constance. – Espere até sexta-feira. Que a propósito eu vou junto.

Jane ia abrir a boca para contestar, mas foi interrompida por Angela.

- Eu vou também!

- Não querem convidar mais ninguém não? – Jane perguntou sarcasticamente. – Sei lá, enviem convites: “Venha ver se Maura está grávida”, por favor! Vocês duas não vão!

- Veremos. – As duas responderam cruzando os braços e ainda mandaram um olhar desafiador para Jane.

Uma discussão estava prestes a começar se não tivessem sido interrompidas por uma cliente que estava prestes a fazer um pedido, mas foi impedida de fazê-lo assim que seus olhos cruzaram com os de Maura.

- Maura? – Perguntou com um sorriso. A legista assim que reconheceu a mulher abriu um sorriso e não sabendo que dava um aperto de mão ou a abraçava foi surpreendida com a mulher lhe puxando para um abraço. – Como você está?

Claro que quem não estava curtindo nenhum pouco aquele momento de Maura abraçando uma desconhecida na cantina era Jane. Desconhecida, por que ela não conhecia a mulher e Maura ainda não tinha apresentado as duas.

- Essa aqui é a doutora Eleanor Fisher. Minha mãe Constance, minha sogra Angela e, claro, Jane.

Antes de dizer qualquer coisa Eleanor cumprimentou todas com um aperto de mão.

- A famosa Jane, pensei que nunca fosse te conhecer.

- Famosa? – Jane perguntou receosa, mesmo depois de apresentada ainda não sabia ao certo quem era aquela mulher. – Maura andou falando de mim por ai então?

- Muito. – A loira respondeu. – A doutora Fisher que era minha psicóloga.

- Oh meu Deus! – Agora estava explicado. – Era você? – Eleanor fez um afirmativo com a cabeça.

- Por que vocês três não se sentam. – Sugeriu Angela. – Vou levar alguma coisa para vocês comerem e beberem.

Atenderam a sugestão de Angela e se sentaram em uma mesa próxima.

- O que você faz por aqui? – Maura perguntou. – Nunca pensei que fosse encontrá-la novamente.

- Um paciente meu se suicidou e eu encontrei o corpo e... – Fez uma pausa. – Bom... Precisavam pegar algumas informações.

- Sinto muito. – Maura disse sinceramente.

- Fazia tempo que eu queria falar com você. – A doutora confessou. – Depois de toda sua história. Sério eu não sou de me surpreender fácil, mas quando falaram que a sua Jane estava viva eu fiquei paralisada.

- Você não imaginava como ela ficou. – Disse Jane fazendo com que Maura soltasse um pequeno riso. As coisas estavam tão maravilhosas que elas lembravam desses momentos depois que Jane voltou, reações e tudo mais com risos. – Obrigada por ter ajudado ela a enfrentar tudo, por que eu posso ter voltado, mas na época o sofrimento era verdadeiro.

- Eu não acho que ajudei tanto assim...

- Ajudou. – Maura respondeu com um meio sorriso. – Eu não saia de casa, esqueceu? – A doutora soltou um riso.

- Isso é verdade. – Um meio sorriso. – Fico feliz que a história de vocês tenham tomado outro rumo e que agora vocês são felizes.

Estavam felizes também. Na realidade nunca estiveram tão felizes na vida. Olhando por tudo que passaram e mesmo que Maura não acreditasse em destino, as duas eram para ser, eram para ficar juntas, por que o destino conspirou para isso, por que como os pensamentos que já tinham mais cedo, se nada que tivesse acontecido na vida delas tivesse acontecido a história seria escrita de forma totalmente diferente, com uma longe da outra, provavelmente nunca teriam se conhecido, mas não, elas estavam casadas, depois de enfrentarem serial killers, namoros fracassados e claro, enfrentarem seus próprios sentimentos, elas estavam agora contando sobre seu maravilhoso casamento e em como elas eram realmente felizes, mesmo com Maura tentando estragar tudo reclamando sobre nunca conseguir ficar grávida, mas fazia parte.

***

- Oh meu Deus! – Jane disse incrédula, após abrir um email.

Depois de quase metade do dia longe do departamento tinha resolvido subir para trabalhar ou pelo menos esquentar cadeira, por que nenhum homicídio havia sido anunciado e eles não tinham nenhum caso pendente. Parecia que os criminosos tinham dado uma trégua.

- Isso só pode ser brincadeira. – Frankie disse com o mesmo tom incrédulo.

- Oh boy! – Foi a vez do Korsak.

- Como... – Frost não conseguiu completar a frase.

O email que tinham recebido nada mais era que o convite de casamento do Giovanni. Poderia ser um convite normal, com letras bonitas e todos aqueles enfeites que tinham em convite de casamento que normalmente são entregue em mãos, mas não, era um convite com a foto dele com a noiva e a noiva estava lambendo a cara dele, claro que em algum lugar do convite tinha escrito a data do casamento e tudo mais, mas ninguém conseguia prestar atenção em outra coisa que não fosse a foto do casal.

- Alguém me explica como uma pessoa dessas conseguiu ficar noivo? – Perguntou Frost ainda incrédulo. – Jane como você permitiu isso? Ela é sua prima! – Jane deu de ombros.

- Cada um casa com quem merece. – Disse com um sorriso cínico. A Frankie e Frost. – E vocês? Até o Giovanni vai casar e vocês dois nada.

- Você nunca apresentou uma prima italiana sua para mim. – Disse Frost em tom brincalhão.

- Estou sozinho por opção. – Respondeu Frankie.

- Das mulheres. – Jane e Korsak falaram juntos arrancando uma careta de Frankie.

- Será que podemos mudar de assunto? – Frankie disse tendo todo o apoio de Frost.

- Tudo bem. – Jane concordou. – Quais nomes vocês conhecem com “D”?

- De novo não Jane. – Frankie disse em tom de suplica. – Já mandamos você comprar aqueles livros com nomes de bebê.

- E depois se Maura souber que você anda pedindo nossa opinião para o nome do filho de vocês tenho certeza que você vai ter problemas. – Disse Frost.

- Claro que não vou ter problemas. – A morena respondeu como se falasse que aquilo era a coisa mais absurda que alguém poderia dizer. – Nunca tenho problemas com a Maura e depois é o nome do meu filho também e Maura não tem que achar ruim, por que eu também sou a voz dessa relação e não tenho medo dela, se ela aparecesse...

- Jane você não responde mais suas mensagens não? – A loira perguntou entrando na sala. – Tem dez minutos que te mandei uma mandando a gente ir embora.

- Desculpa, acho que está com problema de novo esse celular... – Jane levantou da cadeira e pegou seu casaco. – Tenho que comprar outro celular mesmo. Tchau para vocês.

- Boa noite rapazes. – A loira desejou com um sorriso.

Os três balançaram a cabeça nem negativo rindo. Quem diria a durona detetive Rizzoli que vivia de mau humor, respondia todo mundo e era um pouco insuportável tinha se transformado não em outra pessoa, mas em alguém mais melhorado. Não a viam mais de mau humor por ai, poucas agora eram as vezes que a viam realmente reclamando, sabiam que ela era realmente feliz. Nunca imaginariam que aquela pessoa que destruía todos os seus relacionamentos e dizia que nunca ia casar acabaria se casando com sua melhor amiga e ainda estavam querendo incluir mais um membro na família. Era realmente algo para se ficar feliz, Maura era a pessoa que Jane precisava, a pessoa certa para sua vida.

***

- Pizza e filmes? – Jane perguntou assim que entraram em casa. – E pizza com sabor, por favor, aquela sua pizza verde sem gosto não tem graça.

- Sempre pedimos meio a meio e você sempre acaba comendo minha parte também. – Maura respondeu com um sorriso. – Peça o sabor que você quiser.

- Sem reclamar sobre o quanto não é saudável? – Jane perguntou estranhando o comportamento da esposa. – Qual o problema?

- Problema nenhum. – Fez uma pausa. - Na verdade eu tenho algo para te contar.

Jane ia perguntar o que era mais foi interrompida com o seu celular e o de Maura tocando.

- Rizzoli.

- Isles.

Ouviram todas as informações e desligaram o celular.

- Alguém deve ter reclamado por não ter acontecido nenhum homicídio por esses dias. – Disse Jane. – Isso não te lembrou nada?

- O que? – Maura perguntou sem entender.

- O homicídio. Disseram que encontraram uma garota de programa morta.

- Ah sim. – Óbvio que agora ela recordava. – Isso me lembra uma garota de programa muito mau humorada que não queria aceitar meus dois dólares que eu conhece há 11 anos.

- E isso me lembra uma doutora boca de Google, praticamente uma Wikipédia ambulante. – Maura fez careta. – Só espero não ter que me vestir de garota de programa de novo.

- Pode deixar que eu me visto. – Disse Maura animada. – Adoro trabalho disfarçada e esse pode ser meu último trabalho disfarçado.

- Por quê? – Jane perguntou sem entender. – Está pensando em abandonar o campo doutora Isles?

- Não, mas vai ser necessário a não ser que tenhamos um caso de alguém grávida que eu tenha que ser uma grávida, por que senão, caso contrário não vai dar certo.

Jane estava realmente confusa. Maura tinha passado o dia inteiro falando em como não ia ficar grávida e agora já estava fazendo planos como se estivesse?

- Maur...

- Eu sei que tínhamos combinamos de irmos juntas na sexta-feira, mas...

Maura não prosseguiu, por que se Jane tivesse entendido o que ela quis dizer ao invés de comemorar ia era brigar com ela por não ter a chamado para ir fazer o exame.

- Você está dizendo que... – Jane estava procurando assimilar e ver se tinha entendido direito o que Maura quis dizer. Recebeu um afirmativo receoso de Maura, por que ela estava esperando que a briga começasse. – Oh meu Deus!

A morena abriu um sorriso e abraçou Maura, estava realmente feliz com a notícia. Estavam esperando tanto por aquele momento que não importava se Maura tinha feito o teste com ou sem ela o importante era que era oficial o filho das duas agora existia. Deu um beijo na esposa com todo amor, carinho e felicidade que sentia e foi retribuída da mesma forma. Se já eram felizes com o simples fato de serem casada uma com a outra, com essa notícia agora de que seriam mães tinham uma felicidade em dobro agora.

- Nosso bebê? – Jane disse levando sua mão a barriga de Maura. – Já disse que é uma menina né?

- Dylan. – Jane encarou Maura. – Eu imaginei nós a chamando de Dylan, eu não sei...

- Você está deixando mesmo eu dizer que nosso bebê é uma menina sem fazer ultrassom e já escolheu o nome sem ser nenhum doutor famoso, nome estranho e que tenha algum significado com os mortos?

- Se você não gostou podemos comprar aqueles livros de nomes que sua mãe e minha já falaram milhares de vezes...

- Não... – Jane abriu um sorriso. – Dylan é perfeito.

Maura mandou um olhar carinhoso para a esposa e selaram novamente aquele momento com um beijo. Nem nos seus maiores sonhos imaginavam que estariam vivendo aquele momento. Já tinha sido dito por diversas vezes, mas não é demais repetir. Elas estavam felizes. Após o beijo relembraram que tinham um homicídio para resolver.

- Você só vai ficar no seu laboratório agora viu Maura? – Jane disse se encaminhando para porta.

- Eu estou grávida Jane, não estou doente. – A legista pegou sua bolsa. – Posso muito bem continuar fazendo meu trabalho e eu ainda quero me disfarçar de garota de programa.

- Só se eu puder me disfarçar com você, por que agora são duas pessoas que tenho que proteger.

- Até parece que dou tanto trabalho assim e que preciso da sua proteção 24 horas por dia.

- O que foi? Não gosta da minha proteção?

- Eu amo sua proteção. – Respondeu com um sorriso. – Devemos mandar mensagem para nossas mãos dizendo as novidades?

- Não, senão vamos encontrar um chá de bebê quando chegarmos ao departamento daqui a pouco. Deixa elas aparecerem na clinica sexta pensando que vamos estar lá.

- Jane! – Maura deu um tapa no braço da esposa.

- Eu estou brincando.

- Não, não está.

- Tudo bem, não estou, mas seria divertido...

Você pensa que não nasceu para ter um final feliz, na realidade nunca foi de seu costume ler Contos de Fadas e ficar se iludindo pensando que algum dia seu final feliz vai chegar, mas então você conhece alguém que promete que nunca vai te deixar. Por mais separados que vocês fiquem, sem esperança de que seu destino é junto com essa pessoa, ela prometeu que nunca ia te deixar e quando vocês voltam a ficar juntos quando menos você percebeu já está há muitos anos ao lado dessa pessoa por que ela prometeu que nunca ia te deixar. Então você percebe que não viveu feliz para sempre, mas sim que está vivendo feliz para sempre, por que não é como nos filmes e livros que dizem “e viveram felizes para sempre” e a história acaba, por que na vida real a vida segue e seu feliz para sempre é a cada dia que passa com a pessoa que disse que nunca te deixaria.


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Notas finais do capítulo

Talvez nos vemos em uma próxima ;)