O Filho Do Sol escrita por acciowinterfell


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Tem uma certa violência nesse capítulo =D



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A ilha aumentou de tamanho. Do carro de Apollo dava para ver as extremidades, agora só víamos árvores, água e areia. Esperamos Izzie decidir por aonde ir, ela falou para andarmos pela beira da praia, mas mudou de ideia, dizendo que devíamos cortar a ilha pelo meio... Achei essa ideia um pouco perigosa, afinal, o que poderíamos encontrar numa floresta, em uma ilha escondida de todos, porém isso só me fez concordar mais com a ideia.

Começamos a andar pela floresta torcendo para estarmos indo em direção ao local onde Calypso ficava, Arys foi à frente, cortando plantas que impediam a passagem, Izzie ia ao meio e eu atrás como guarda, minha flecha estava preparada para qualquer coisa, lembrei-me das Sirens percebi que estava errado. Não para qualquer coisa.

De súbito escutamos sons de galhos se contorcendo na floresta, parecia vento, mas Arys pegou sua lança e foi em direção a fonte do som. Mirei minha flecha no local com matas à altura de árvores. O som de galhos se quebrando se repetiu, só que dessa vez atrás de mim. Depois do outro lado de Izzie, novamente onde Arys tinha ido. Estava me preparando para atirar em qualquer coisa que aparecesse, meus sentidos se aguçaram como a de uma águia a ponto de pegar sua presa, eu era o predador, avancei na árvore atrás de mim e vi a silhueta de uma garota correndo em alta velocidade de uma árvore a outra, Izzie me mandou parar com um grito e Arys também parou.

- O que foi?! - Perguntei.

- São ninfas... Ninfas das árvores, não ataque. - Izzie ordenou abaixando meu arco com sua mão. - Há varias no acampamento. São inofensivas.

- As do acampamento são inofensivas, você quer dizer. - Arys falou. - Essas podem ser selvagens.

- Não somos selvagens. - A ninfa falou, estava no alto da mais alta árvore que ali se encontrava, ela pulou, caindo próxima a Arys, por pouco o esmagou. Ela tinha cabelos azuis longos, até o joelho, seu rosto era como porcelana, seus olhos azuis e a pele branca como nuvens em tempo de sol.

- Você quer me matar? - Arys falou se afastando da ninfa que quase caíra em cima dele. Ficamos os três em linha reta, olhando para a guardiã da árvore.

- Isso é uma oferta? - Ela perguntou sorridente, não parecia amigável.

- Nos desculpe, não queríamos ofender. - Izzie usou sua voz mais gentil. - Nós só queremos achar Calypso.

- A Calypso, sempre Calypso. Nunca por Glynda, só Calypso. - Falou a ninfa, imitando uma voz fina e irônica.

- Seu nome é Glynda? - Arys perguntou o que eu achei meio idiota da parte dele.

- Sim, Glynda, a ninfa da mangueira. Essa é Lari- Outra ninfa, menor que a Glynda, vestia alguns panos cor de rosa, seus cabelos da mesma cor caiam até o joelho, apareceu do lado direito dela, seus olhos eram vermelhos, senti que podia confiar nessa, ela sorria e mostrava simpatia.

- Olá. - Lari nos cumprimentou. - Sou a ninfa da macieira. - Quando Lari falou isso, Glynda sorriu. Falamos com a outra ninfa. Quando Izzie perguntou se elas poderiam nos ajudar a encontrar Calypso as duas confirmaram.

- Podemos ajudar, porém só uma de nós poderá ir. - Explicou Lari. - Escolham e seguirão até Calypso.

À direita estava Glynda e à esquerda Lari. Bem, escolher uma não seria difícil, seria Lari minha primeira escolha, mas por que eu acho que isso não é uma boa ideia? Glynda parecia impaciente, com o rosto enraivado, como se fosse nos machucar com os dentes, então sem pensar falei que iríamos com Lari. Glynda não mostrou nenhuma reação, Lari apenas sorriu.

- Sigam-me. - Disse Lari.

Observamos o modo estranho como Glynda escalava sua árvore, os cabelos se enrolavam no caule lenhoso, tendo vida própria, a ninfa me deu uma olhadela divertida antes de desaparecer. Seguindo a outra ninfa pela floresta, ela não nos esperava, tínhamos que a acompanhar, Arys pegou as coisas de Izzie e ajudou a carrega-las, eu continuei com meu arco. A ninfa dobrava várias vezes em árvores e continuava andando por todo lugar e lugar nenhum. Quando Arys perguntou se faltava muito, Lari virou para ele com uma cara zangada que até então, nunca tínhamos visto.

- Menos perguntas e mais passos, estúpido filho de Ares. - Ficamos a encarando, até ela balançar a cabeça e sorri como se nada tivesse acontecido. Comecei a sentir falta de Glynda. Mas não podíamos voltar atrás.
Lari continuou a andar, até encontrarmos um grupo de mulheres de cabelos vermelhos ajoelhadas ao redor de algo no chão, nós paramos para observar mas Lari continuou a andar e se ajoelhou com o grupo, abaixou a cabeça e fez movimentos. Quando sua cabeça voltou, sua boca estava vermelha, com se tivesse bebido sangue.

Peguei meu arco e flecha, Izzie estava com o seu e Arys preparado com sua lança, todas as mulheres se levantaram, e os rostos delas eram iguais, mas seus caninos pulavam de sua boca, afiados e o sangue pingava pelo queixo, vi o cavalo preto deitado e aberto pela barriga no chão, morto. Aquela que antes era uma Lari amigável ficou a frente das outras e sorriu.

- Acho que escolhi a ninfa errada. - Falei para os dois.

- Você acha? - Arys perguntou irônico. - O que faremos? Lutamos? - Ele perguntou com um sorriso no rosto, estava sedento por uma briga, pude ver.

- São muitas. - Izzie disse, vi que ela tinha razão. Várias outras tinham chegado. - São ninfas carnívoras.

- Ela disse que era de uma macieira... - Disse.

- Bem, ela mentiu. - Izzie me cortou. Ela atirou uma flecha e a ninfa que ia me atacar caiu sobre meus pés, se transformando em pó.

- Estão esperando o que? - Lari falou – Os trousse para vocês. - todas as outras ninfas correram em nossa direção.

"Separem-se!" Foi o que eu gritei para o grupo, uma ninfa pulou em cima de mim, mas antes uma flecha já atravessara sua cabeça, fazendo ela se transformar em pó. Outras duas corriam em minha direção. Corri e ao mesmo tempo atirei, as flechas foram no peito e na barriga. Seus gemidos eram gritos de dor, Izzie estava se virando bem, assisti ela atirar cinco flechas em cinco segundos, não errando nenhuma. Arys com sua lança estava um pouco mais complicado, com duas ninfas em sua cola, e as ninfas não paravam de chegar.

Uma ninfa pulou em minhas costas, soltei meu arco e tentei tira-la de cima de mim, suas garras perfuraram meu peito e foi como se um tubarão tivesse me mordido no local, era com certeza veneno. Ótimo. Consegui puxar seus cabelos e a jogar de costas no chão, subindo em cima dela e cortando sua garganta com o bronze celestial. Peguei minha flecha e atirei no olho direito da ninfa que vinha em minha direção. Senti meu coração se contraindo e relaxando. Tirei a camisa, e vi que o peito que foi rasgado pela unha estava sangrando, enquanto por dentro sentia o fogo do veneno consumindo minhas veias. Dava vontade de gritar a cada batida do coração.

Levantei-me, superando a dor e indo ajudar meus amigos, atirei na ninfa que tentava pegar Arys por trás, e ele passou a lança do queixo até o crânio de outra. Depois que atirei em mais três, as ninfas pararam de chegar, mas havia um problema, Lari, a de cabelos rosados, estava com um braço sobre o pescoço de Izzie, enquanto a sua garra pairava pela área da barriga.

- Se você fizer alguma coisa...! - Arys gritou. - A solte, demônio.

- Shhhhh!  - A ninfa estava com um sorriso sádico no rosto, rastejou as unhas pela barriga de Izzie sem fazer nenhum ferimento. - Solte o arco. - Ela ordenou. Joguei o arco no chão. - A lança. - Arys jogou impaciente.

- Por favor, deixe-a ir. - supliquei.

- Ah, mas ela parece tão... - Lari passou a língua pelo rosto enojado de Izzie. - Apetitosa. - Izzie começou a gritar de dor enquanto o seu rosto queimava no rastro da língua.

- Izzie, não! - Arys estava desesperado. - Temos que fazer alguma coisa. - Ele me suplicou. Sim, tínhamos que fazer alguma coisa e rápido. Tudo que pude pensar foi em pegar o arco e atirar na cabeça da ninfa antes que ela percebesse, o que eu acho impossível. Mas Arys fez, correu pegando o arco no chão e atirou na cabeça da ninfa que gritou enquanto seu corpo se desintegrava, porém sua mão tinha conseguido perfurar o estômago de Izzie, Arys correu, a segurou em seus braços, alisando seu cabelo e tentando estampar o sangue, o rosto de Izzie estava queimado e desacordado e sua barriga mostrava seus órgãos internos, quando tentei me mover para ajudar, percebi que também precisava de ajuda. Meu corpo não obedeceu, cai de joelhos, minhas mãos passaram por meu peito e encontraram uma possa, quando olhei para minhas palmas elas estavam vermelhas do meu sangue, depois tudo o que vi foi uma garota de cabelos escuros sendo ofuscada pelo sol entre às árvores, até minha vista escurecer.


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