Ir ao submundo, esse era nosso objetivo agora. Como chegaremos lá eu não faço a mínima ideia, mas o kraken está se soltando e não temos muito tempo. É por isso que temos Izzie, a garota sabe de coisas que assustam, depois de cuidar de um Arys pós-quase-afogado, e dar-lhe um tapa, bem colocado na situação na verdade, por ter beijado uma sereia, foi obter mais informações do homem peixe, sereiano, alguma coisa.

Ajudei Arys a se levantar, ele pegou na minha mão, e depois foi olhar sua bolsa e pegou sua lança. Fui atrás dele, estava pensando em como começar a minha diversão com esses dois, então comecei com perguntas simples...

- Arys, você está legal? - Perguntei.

- Me deixa em paz. - Pediu, enquanto examinava sua lança. - Eu beijei a sereia por que quis. - Explicou, ainda com os olhos no bronze celestial, claro, não acreditava, muito menos o deixei em paz.

- Você esqueceu Dianna muito rápido, então. - Insinuei, o filho de Ares me olhou e por um momento, senti que ele ia passar sua lança pela minha boca.

- Ela me esqueceu rápido também. - Foi só o que disse.

- Você não gosta dela, não é? Você me chamou para a missão por outra razão, e acho que sei qual é. - Olhei para Izzie que conversava com o sereiano azul. Ela me olhou estranha.  Sorri para ela e Arys, quando voltei a o olhar. - Você pelo menos já gostou da Dianna?

- Você... Vo... Você. - Gaguejou, pude ver um toque de vergonha em seu rosto. - Ah cala a boca, você não sabe de nada.

- Bem, parece que eu sei. Conte-me tudo se não Izzie vai saber que tem um admirador.

Depois disso, as informações fluíram de Arys como um rio na alta correnteza, foi mais fácil que estralar os dedos. Ele contou que Izzie pediu para que me chamasse para a missão, não sabia por que, mas ele fez pois como o próprio admitiu, gostava dela. Dianna escolheu Arys para cumprir com o famoso rito de passagem dos filhos de Afrodite, onde eles quebram o coração de outros semideuses, Arys não sente mais nada por Dianna depois disso. Isso me livrou de uma culpa que carregava nos ombros, pequena, mas válida o bastante para incomodar.

Depois de falar muito, e muitas coisas desnecessárias, o mandei parar, ele estava ruborizado, com o rosto vermelho como camarão. Estava patético, já sabia de tudo então falei que não precisava se preocupar, o segredo dele estava a salvo comigo. Bem, por enquanto, mas isso ele não precisava saber, Izzie finalmente veio em nossa direção, Arys tinha medo de se mexer, como se Izzie fosse saber de tudo por que ele mexeu o dedo mindinho do pé.

- Você é um filho de Ares, pela glória dos deuses. - Falei.

- Então, ele basicamente confirmou tudo que a outra falou, a única solução é ir ao submundo. Qual seu problema Arys? - Izzie perguntou, Arys nada falou, mexeu a boca mas o som não saiu. Tive que ajudar...

- Ele está... - Tentei pensar em uma desculpa. - Ele está... com frio. - Arys me olhou, depois concordou com a cabeça para Izzie, que acreditou, ele agradeceu silenciosamente.

- Como chegamos ao submundo? - Perguntei.

- Bem, temos que fazer uma pequena viajem, até Hollywood.

- O quê?! – Ia ser uma eternidade. - Então é bom irmos logo.

- Eu acho que posso ajudar. - Uma voz falou.

Quando virei, avistei um rosto muito familiar, e põe familiar nisso, as roupas, os óculos, o cabelo super penteado, o sorriso debochando, sim... Aquele era Apollo, meu pai. Sua aparência era muito jovem, quase da minha idade, era um pouco difícil o imaginar como meu pai.

- Pai! - Izzie se ajoelhou, seguida por Arys e mim.

- Oh, se levantem e deem-me um abraço. Seu pai não é tão antiquado quanto os outros. - Meu pai avançou e deu um grande abraço em Izzie, depois veio a mim.
- O filho que sobreviveu seis anos fora do acampamento, e sozinho! - Me abraçou. - Merecem uma ajuda. - Arys não esperava por aquele abraço, vi isso no seu rosto, precisei rir.

- Pai, como você...?  - Apollo respondeu antes de Izzie completar a pergunta.

- Como eu não estou preso no Olimpo? Bem, tenho uma irmã que tem seus truques. Os únicos que podem sair do olimpo é Poseidon, como eu não sei, Hades, que quase nunca está, Hera, que consegue tudo que quer,  Hefestus, com suas máquinas, Ártemis e agora eu, com a ajuda dela é claro. A estátua é um ponto cego para Zeus, ele não pode me ver, mas pode me rastrear se ficar aqui por muito tempo, então vamos, entrem no carro e me deixe ajudar-lhes.

Quando ele disse carro eu fiquei confuso, mas era realmente um carro, um Mercedez só que do tamanho de uma limusine, era preta. Fiquei no banco da frente com Apollo enquanto Izzie e Arys no banco de trás, mais próximo é claro. Ele não disse nada, apenas dirigia. Finalmente não aguentei o silêncio nem mais um segundo.

- Pai, para onde está nos levando? Para Hollywood? - Ele me olhou rindo.
- Soube que tem causado problemas para Quíron, é verdade? - Arys que respondeu afirmando, fiz uma promessa para mim mesmo que ia retribuir o favor. Apollo apenas riu.

- Devo imaginar como ele deve ter ficado. Quíron gosta dos não obedientes, são seus preferidos. Você deve ser um novo preferido dele. - O deus me olhou, seus olhos eram castanhos, mas brilhantes, acho que por ser um deus. - Respondendo a sua pergunta, não. Vamos para um atalho, lembrem-se, confiem na direita e sempre na direita.

- O quê? Pai, por que não responde as preces de seus filhos, já que poderia? - Izzie perguntou, parecia zangada. Apollo diferente estava um pouco triste.

- Vocês vão me perdoar, a verdade é que eu sabia de tudo, sabia que vocês iriam precisar de mim, eu sou o deus da profecia, oras! Mas tinha que ser paciente, depois que soube do meu filho encontrado, tratei de pedir a Quíron que desse um jeito o colocar na missão, para que eu o conhecesse.

- Então Quíron mandou Izzie pedir para que Arys me colocasse na missão.

- Como você sabe? - Izzie parecia surpresa, Arys mais ainda. Favor retribuído.

- Isso. - Apollo confirmou. - Chris, filho. Lembre-se, nada importa, se você tem um amor.

- Pai, por que você está me falando isso? - Perguntei confuso.

- Prestem atenção, a passagem daqui, ela os dirá, ela é gentil, nela, a culpa vocês não colocarão,  se a certa não acharem, atenção nas dicas, passadas e futuras. - Ele pousou, estávamos em uma praia, mas dava para ver a outra extremidade, e a outra. Era uma ilha. - Bem vindos a ilha Calypso, e boa sorte. Digam que foi Apollo que os mandou, eu estou violando completamente as regras do seu castigo, mas não importa. Eu lido com as consequências posteriores. Novamente, boa sorte meus filhos. - Ele olhou para Arys. - E filho de Ares.

- Obrigado senhor.

- Sim. Obrigada pela ajuda pai, muito obrigada mesmo, espero que meu avô não seja muito cruel com você. - Izzie falou enquanto saia do carro, parecia um pouco irônica.

- Não se usa ironia contra deuses, mocinha. Antigamente, eu poderia te colocar em correntes na superfície do sol! – Gritou Apollo para Izzie. Ele olhou para mim – Só estou brincando, mas eu poderia. - Se virou para Arys - Arys filho de Ares, é igual a Pollo filho de Apollo - Ele começou a rir e eu o acompanhei. – Estou de olho em você.

- Certo, eu estou saindo. - Arys falou, e saiu do carro desajeitado.

Apollo segurou no meu ombro. - Seja forte. Os filhos de Apollo, sempre impulsivos, porém recorde-se, são também a calmaria das notas musicais, o calor emitido pelo sol e a destreza do arco e flecha. Complete sua missão e terá o que irá querer. - Meu pai era sábio, não tinha uma longa barba, nem a aparência de um idoso, mas em seus olhos a sabedoria resplandecia. Fiz que sim com a cabeça, ele beijou minha testa e depois sai do carro, ele se foi em uma velocidade incrível, com a limusine pelo céu azul turquia, queria ter mais encontros com Apollo, os outros deuses pareciam ser mais chatos e rigorosos, Apollo era um pai.