O Filho Do Sol escrita por acciowinterfell


Capítulo 12
Capítulo 12




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As árvores eram dispersas. E o sol nunca se movia. “É tudo artificial.” Perséfone falou, e realmente era, só não as frutas que ali existiam, uma mordida e ficaríamos presos para sempre. Seguíamos para a grande montanha para encontrar a “Grande besta”, esperava que não fosse o cão de três cabeças, ouvi dizer que ele era muito trabalhoso. Depois de muito andarmos, percebemos que nunca iríamos chegar.

– É impossível, se não arrumarmos outro modo, nunca chegaremos lá. – Arys falou, eu concordei.

Paramos perto de uma grande árvore, seu tronco era grande, media mais de 2 metros de espessura, parecia que tudo ali possuía um tamanho exagerado, não deixei de pensar na besta. Izzie se sentou perto de uma raiz que pulava do chão e Arys se juntou a ela, então senti que devia deixa-los sozinhos, andei para longe e em meus pensamentos só cabia Calypso. Sentia sua falta, era impossível pensar que não iria mais vê-la.

Me afastei tanto, que não pude mais avistar Izzie ou Arys, só a árvore em que eles estavam, me aproximei de outra árvore que era mais gigantesca do a que estava antes, seu tronco possuía cascas grossas e quebradas, mostrando como era supostamente velha no local, e as raízes pretas emergiam do chão, grossas como caules de árvores normais.

Uma respiração ofegante e selvagem chegou aos meus ouvidos, mas era mais de uma, pude distinguir, procurei ao meu redor mas não vi as criaturas que me estavam próximas, então deduzi que estavam pelo outro lado da imensa árvore, com cautela, comecei a rodear a árvore, me sentindo pequeno como um rato, enquanto escutava o som do oxigênio sair e entrar pelos pulmões da criatura.

Quando andei o bastante, pude ver grandes maços de pelos deitados à grama ensolarada, eram vários e estavam espalhados, e a pelagem tinha as mais diversas colorações, vermelhos, pretos, azuis, amarelos, brancos e cinzas, e as misturas dessas cores que criavam novas cores as quais não sabia os nomes. Fiquei paralisado, admirando os lobos enquanto descansavam.

Mas ai percebi que eram lobos. O que eu estou fazendo? Perguntei-me. Aquelas lindas criaturas poderiam me destroçar em segundos. Comecei a pisar o chão pelo qual tinha passado, ainda de costas, não ousaria tirar os olhos deles. Fui contornando de volta, a grande árvore, e fui perdendo de vista os lobos gigantes.

Uma brisa forte bateu nos meus cabelos, por trás da cabeça, era quente, paralisei automaticamente, ainda estava de frente para o lado em que os lobos se encontravam mas agora desejava ter virado. Outra rajada de vento me atingiu por trás, e dessa vez eu escutei um pequeno rosnado.

Meu coração acelerou e minhas pernas não obedeciam, dançavam como os galhos das árvores, minha cabeça pensava em encontrar a saída pela óbvia situação, mas não conseguia. Com outro rugido mais, fechei os olhos, esperando ser devorado pela besta. A respiração ficou mais forte, como se sua cabeça estivesse se aproximando para dar a uma ultima cheirada na carne que iria se alimentar.

A única coisa que pensei foi em Izzie e Arys, e surgiu dentro de mim, a coragem para enfrentar o que eu sabia por instinto, ser um lobo. Então voltei a abrir os olhos e me virei. Uau! Ele era grande, sua cabeça alcançava uma altura maior que a minha, sua pelagem era inteiramente preta, mas seus olhos eram verdes, e eram os mais ameaçadores, ele expressava calmaria e me encarava com um poder psicológico que me desestruturava, engoli em seco.

Ele deu um passo com suas enormes patas e instintivamente me afastei, isso foi um erro, automaticamente seus dentes mais claro que o branco apareceram e se destacaram na imensidão escura que ele era, agora não eram mais seus olhos que eram os mais ameaçadores. Imaginei aqueles dentes em minhas vísceras e percebi que seria muito muito ruim. Se não fizesse nada agora, morreria sem tentar, então fiz a coisa mais estúpida que qualquer um não faria, me virei e corri para o lado oposto, onde todos os outros lobos estavam.

Eu estava totalmente ferrado. Tinha saído de uma situação ruim, para uma péssima, alguns lobos se surpreenderam com minha súbita aproximação, e fizeram pior do que mostrar os dentes e rosnarem, eles uivaram, chamando a atenção de todos os lobos que se encontravam no universo. Um som tão estridente, exótico, chamativo e amedrontador. Perfurou-me os ouvidos e assustou todo meu cérebro, e não esperei para correr.

Todos eles sobre as patas eram maiores do que eu, isso não deixavam as coisas mais fáceis, eu tentei correr para rodear a árvore pelo outro lado mas o que encontrei foi o gigante negro me encarando mais uma vez, com saliva caindo por seus caninos famintos, andei para trás, se aproximando dos outros lobos, que não me assustavam mais do que esse, mas me assustavam muito, não tinha saída, não tinha. Então peguei meu arco e flecha na bolsa que segurava e mirei vez no negro, vez em todo resto. Ir-se-ia morrer, pelo menos feriria alguns, e tiraria a fome dos outros.

Lembrei de súbito que era a segunda vez que isso acontecia comigo, só que da outra vez, uma carruagem voadora me ajudou, eu duvido muito que vá acontecer de novo. Decidi que não era hora de pensamentos bobos, então eu decidi atacar primeiro, disparei uma flecha na direção de um lobo amarelo, e que surtiu efeito em todo o resto ao seu redor, os fazendo recuar, aproveitei essa distração para correr na outra direção, olhando para o lobo preto, para ter certeza de que ele não estaria lá de novo, mas ele não esboçou nenhuma reação, apenas assistiu enquanto me afastava, então de novo, meu coração quase parou, quando lá estava o lobo preto na minha frente, com uma velocidade absurda ele se estendeu até meu caminho, mostrando seus grandes dentes, não esperei ele me ameaçar mais uma vez e atirei uma flecha, ela trincou em seu pelo e como se fosse refletida, foi para outro lado, lá se vai minha chance de matar alguns lobos... Mas eles, os outros pelo menos, tinham medo, então mais uma vez fui em direção a matilha, rezando para Apollo que o preto não me enfiasse os dentes, atirei flechas como louco e estava funcionando, estava abrindo caminho por eles, que tinham medo de ser atingido pelas flechas e recuavam.

Segui essa estratégia até passar para o outro lado do descampado e me afastei dos lobos, ainda mirando neles fui andando para trás sentindo uma ponta de esperança de que sobreviveria, isso não durou muito, até o lobo de pelos vermelhos, começar a correr em minha direção com fúria nos olhos, nenhuma flecha o assustou, ele pulou e bateu suas patas em meu peito, fui jogado para trás com tanta facilidade quanto uma pena ao vento, ele subiu em cima de meu corpo e rosnou com seus dentes quase em meu nariz, sabia que era meu fim.

– Ele é patético, Borh. - O lobo pronunciou. Ele levantou a cabeça e olhou para o outro lado, onde os outros lobos se encontravam, e escutei uma risada debochada saindo dele, ele tinha uma voz humana masculina.


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