O Filho Do Sol escrita por acciowinterfell


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Voltei para o Chris!!!



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Andávamos através da grande porta, e pareceu uma eternidade. O que parecia uma porta comum se transformou em um túnel grande e escuro que impediu a todos de enxergar com clareza. Tudo que podíamos fazer era andar até encontrar uma saída, a saída. Foi o que Servus disse. “Para lá da porta ela espera por aqueles por qual sabia que chegariam.” Foram suas exatas palavras. Não sabia a quem ele se referia, mas dentro de mim se passava uma festa de ideias, tentando me dominar por completo e me fazer ceder ao desespero, uma delas era que descobriria logo quem era “ela”, outra me falava que eu iria andar até desistir de tentar, com meu corpo se devorando pela fome, a cor dos ossos aparecendo pela pele e a mente imunda de ideias de um salvamento pouco provável.

- Quem diria que essa porta era tão grande. – Expressei. Arys fez um som em concordância e de Izzie só recebi o silêncio. Ainda não tinha falado com Izzie e suas tentativas de falar comigo foram ignoradas, sabia que era infantilidade minha e estava começando a sentir falta de seus modos arrogantes, imperativos e gentis as vezes, a culpa não foi de Izzie, nem de Arys. Foi apenas minha.

- Desculpa Izzie. – Pedi. – Fui um idiota, não falando com você, na verdade fui um idiota em tudo, não devia ter se aproximado de Calypso. – Ela fez um ruído mandando eu me calar. – Mas, saiba que eu não a culpo, foi tudo minha...

- Cale a boca!

Parei de falar, um pouco irritado, estava me desculpando enquanto ela me manda ficar calado, os insultos vieram a minha cabeça e quando estava preparado para soltá-los eu escutei. O som vinha da frente, estava tudo escuro, mas o som parecia água contínua batendo se esparramando em uma nascente, como uma cachoeira.

O que uma cachoeira estava fazendo no subsolo a caminho de uma caverna para o submundo eu não sabia. Certamente não era coisa boa. Esperei Izzie falar, ela com certeza iria falar algo a qualquer momento, não podia enxergar direito seu rosto, mas sabia que nele a expressão de pensativa estava estampada, e finalmente ela disse.

- Bem, vamos em frente. – E o barulho dos seus passos começou.

- Izzie! – Arys gritou. Ela parou – Você não acha isso nem um pouco estranho? Talvez nós fomos enganados, os seres do submundo não são de se confiar.

 - Ary, a caverna é a certa, Servus falou que tínhamos que atravessar a porta, e é o que vamos fazer. – Depois disso, a acompanhamos sem darmos um piu de barulho, até que o som da água foi ficando mais forte e mais forte.

Em menos de um segundo toda a escuridão sumiu, levando a caverna que estávamos atravessando, e a luz do sol me forçou a fechar os olhos com sua poderosa luz cegante. Sim, o sol. Como era possível? Perguntei-me. Abri os olhos e eles se adaptaram lentamente, e vi a vasta paisagem verde em que estávamos, gramas ao nosso redor, e árvores separadas e em conjunto espalhadas por todo o campo.

Os capins dançavam ao som do vento e os pássaros cantavam nos ouvidos das árvores que sacudiam seus galhos imensos, porém a verdadeira imensidão se encontrava ao longe, no horizonte do verde, e das árvores inquietas. Uma grande montanha solitária, prateada e brilhante na luz do sol se erguia tão alto que seu topo era incapaz de ser visto, tomando esses fatos, era como se a montanha no subterrâneo, furasse o chão da superfície e toda a água dos oceanos estivesse passando por um ralo, seria impossível que a água saísse de cima da montanha e ainda caísse com volume o suficiente para fazer barulho, mas era isso que acontecia e com os deuses tudo é possível, a imensidão da água que caia era assustadora. Mesmo a distância que estávamos da montanha, era como se ela pudesse nos alcançar e nos matar afogados.

- Pelas flechas de Apollo! – Se exaltou Izzie. Seu rosto parecia estar vendo o Kraken ali na frente dela, foi impossível não rir, mas estava rindo também pela beleza de tudo.

- Alguém sabe onde está a droga da porta pelo qual nós passamos? – Quis saber Arys, seu rosto parecia incomodado com a paisagem, não sei por quê.

- Olhem pra isso. – Izzie mandou. – Eu nunca imaginaria que isso poderia existir no submundo. – Ela estava realmente bobona.

- Okay Izzie, mas e agora, temos uma missão lembra? – Arys falou, e a Izzie boboca pareceu acordar de um sonho.

- Ah claro. – Ela concordou. – Eu também não sei o que fazer. Chris você não ouse comer essa fruta! – Joguei a pequena cereja que estava na minha mão, assustado. A olhei pedindo uma explicação para ela ter me feito jogar a bela cereja no chão. – Lembre-se da história de Perséfone, o que ela fez para ficar presa no submundo? Ela comeu uma fruta, não seja idiota, acho que estamos no jardim de Perséfone. – Concordei com ela, agradecido por não ter me deixado comer a maldita fruta.

- Muito bem. – A voz da mulher veio doce aos meus ouvidos, procurei pelos lados e não a achei, ela desceu devagar, flutuando com seu grande vestido branco que voava ao seu redor como os seus cabelos negros, seus olhos penetravam a tudo que ela olhava, nos se juntamos ali e observamos a mulher até ela tocar o chão e seus cabelos se acalmarem.

Izzie e Arys se ajoelharam e eu por ultimo como sempre, já sabia quem ela era, era a própria enganada. Ficamos ajoelhados por um tempo enquanto a deusa nos encarava curiosa. Ela nos mandou se levantar e obedecemos, e isso foi seguido por mais alguns momentos de silêncio, enquanto o som das águas ecoava ao nosso redor.

- Deusa Perséfone – Izzie começou – creio que saiba por que estamos aqui.

- Sim, eu sei. – Perséfone falou, ela possuía uma beleza digna de uma deusa, e sua voz era doce como uma canção. – E eu mesma permiti a Apollo que os deixassem passar por aqui, como podem ver, esse lugar é especial e é aqui que passo a maior parte do tempo, me lembra tudo lá fora, mesmo sendo artificial. Mas extremamente perigoso para semideuses e mortais.

- Extremamente perigoso? – Perguntei.

- Sim. – Confirmou Perséfone. – Hades está enganando Poseidon, em seu grande salão, sabe como os homens são, loucos por jogos. Enquanto liberta o Kraken. Vocês precisam alertar a Poseidon, eu não posso pois ele me prendeu aqui, mas se vocês derrotarem a grande besta, tudo pode ser resolvido.

- A grande besta? Que grande besta? – Izzie perguntou, preocupada. – Perséfone, seja direta... por favor.

- Ele vive na montanha – A deusa apontou para a imensa rocha. – Assim que for derrotado, meu poder pode ser restaurado e eu posso tirar-nos daqui, e Poseidon será alertado. Sejam rápidos. – A deusa começou a flutuar, eu me adiantei.

- Perséfone! – Ela me olhou no ar. – Calypso já sofre o bastante, ela não teve culpa na sua captura. – A deusa riu e desapareceu.

- Vamos Chris. – Izzie pegou na minha mão e puxou.


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