O Filho Do Sol escrita por acciowinterfell


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

É a primeira história que escrevo então, sejam gentis.



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Depois de andar muito pela estrada desértica, finalmente vi a placa da cidade "Coper Hill" a frente, o sol tocava na minha pele e me deixava mais forte, não foi cansaço que me fez querer parar, foi o tédio. Essa já era a quinta cidade em uma semana, eu nunca parei de andar por um dia, o sol não deixava eu me cansar. Fui me aproximando da cidade a cada passo que dava no concreto que ardia, a estrada era o único lugar escuro rodeado por uma imensidão de areia.

Fui pegar água para me hidratar e encontrei todas as garrafas vazias na minha bolsa, sem água o sol começaria a fazer o seu efeito sobre mim, então acelerei meus passos. Os meus cabelos já precisavam ser cortados, os cachos negros caiam pela minha testa, me tampando a visão. Por todo lugar que ia,  encontrava monstros, aqui nessas cidades do Texas, os monstros apareciam em menor quantidade, mas mesmo assim apareciam e não seria bom encontrar um aqui.

- Olá. - Uma voz grave disse, virei-me para procurar quem "ou o quê" tinha falado. Não encontrei nada, estava tudo desértico como a dois minutos atrás. Peguei meu arco e flecha, mirando para todos os lados, era com certeza um monstro.

- Apareça!  - Falei.

- Para quê? Para que você me acerte com uma flecha. - A voz disse.

- Exatamente. Obrigado por deixar tudo mais simples. - Tentei achar o monstro usando a audição, mas era difícil.

- Engraçado. Hmm - Ele inspirou como se estivesse cheirando. - Um filho de Apollo.

- Prazer, e você quem é?  - Precisava pensar em algo, logo.

- Me chame de Siren.

- Siren? Cara, que tipo de monstro se chama Siren?

- O tipo que gosta de fazer barulho. - A voz veio por trás, me virei com o arco na mão e atirei, mas a mulher desapareceu levantando poeira.

- Você é mulher? - Peguei outra flecha.

- Sim, obrigada por notar - Era quase impossível imaginar aquela voz como de mulher.

- Bem, você não pode me culpar por me confundir. - As areias dançavam ao meu redor, ou ela estava se teletransportando, ou tinha mais de uma.

- Sim, nós podemos. - Várias vozes, falaram como um couro bem ensaiado, com vozes agora finas como mulheres. As mulheres apareceram ao meu redor, com cabelos pretos, vestiam uma túnica de seda, todos eram incrivelmente feias, com rosto deformados como mergulhados em larva.

- Droga. - Amaldiçoei.

Todas construíram um sorriso torto no rosto, um sorriso ameaçador e assustador, fiquei mirando uma depois outra,  mas elas não se intimidavam. Uma abriu a boca, mirei nela como precaução, mas da boca só saiu uma nota vocal leve e afinada, ela continuou com a nota, outra começou a acompanha-la, depois outra e outra, logo todas estavam em sincronia, o som incomodava um pouco, fiquei sem ação, apenas apontando a flecha para uma e outra, esperando alguma tentar me comer, mas não, elas cantavam.

As vozes começaram a aumentar, todas juntas, como se algo tivesse aumentando o volume, o problema era que não parava de aumentar, logo estava sendo torturado por um som ensurdecedor, que me esmagava por dentro. Ajoelhei-me, tampando os ouvidos, mas não adiantava. O som aumentava mais e mais, minha pele ficou vermelha, senti meu rosto pesado, me deitei no asfalto gritando de dor, eu estava sentindo meu corpo inchar, como se fosse estourar em um show de vermelho, estava morrendo.

Não tenho certeza do que aconteceu depois, uma grande carruagem passou pelo céu com quatro cavalos com asas o guiando, caiu em cima de uma dúzia de sirens, foi assim que todas pararam de fazer aqueles sons perturbadores, eu fechei os olhos.

Depois o silêncio prevaleceu, pensei que tinha morrido, mas quando abri olhos, mesmo tonto, vi várias mulheres correndo de um lado para o outro, umas se transformavam em pó, outras desapareciam, queria levantar e ajudar a quem quer que estivesse fazendo isso, mas meus braços e pernas não obedeciam. Meus olhos pesaram e quando percebi, estava inconsciente.

....

Olhava para um teto com telhas marrom sustentados por grandes toras de madeira, fiquei olhando por um tempo até lembrar de tudo que tinha acontecido, levantei-me assustado procurando mulheres assustadoras e deformadas que não fechavam a boca querendo me matar, mas só tinha camas com algumas pessoas deitadas, cada uma pior do que a outra. Isso parecia um tipo de enfermaria, sentei-me na cama e coloquei as mãos no rosto, esfreguei como se fosse tirar toda a preguiça que sentia.

Uma garota passou pela porta, aparentava a minha idade, ela passou pelos outros e veio em minha direção, eu sorri para ser agradável, mas ela continuou séria, tentei não levar para o lado pessoal. Quando ela chegou na minha frente examinou meus olhos de perto, seus olhos eram castanho claro, examinou minha temperatura e foi na mesinha ao lado da cama e pegou algo.

- Você se curou rápido, precisou de pouca ambrosia, mas tome um pouco só para ficar mais forte, irmão.

- Irmão?

- Sim, claro, eu sou Izzie, filha de Apollo, sua irmã.

- Oh, outra filha de Apollo, eu nunca encontrei... Onde eu estou?

- Você está no Acampamento meio-sangue. Um acampamento para...

- Eu sei o que é. - interrompi, ela me olhou furiosa por isso. - quer dizer... Eu lembro do sátiro que me falou isso antes de ser carregado por uma "mulher morcego" foi a primeira vez que vi um monstro e foi incrível.

- Oh... Incrível?  Bem, é melhor não falar isso em voz alta por aqui, os monstros são perigosos, não incríveis.

- Bem eu sei, só que aquilo parecia um filme.

- Entendo, como você conseguiu sobreviver lá fora até essa idade?

- Bem, eu criei um ciclo de viagens, cinco cidades ao todo, sempre encontrava monstros mas eram poucos, no início foi o mais difícil, aquele monstro, Siren, nunca soube daquele, sempre passei por aquele local, nunca vi nenhuma daquelas mulheres... Bem...Posso ver o acampamento? - Perguntei.

- Tudo em seu tempo, antes você tem que descansar.

- Não tenho não. - Me levantei e fui em direção a porta. Izzie pegou no meu braço e puxou forte, ela me perfurou com os olhos, pareciam estar em chamas.

- Você vai descansar depois ver o acampamento. Entendido? - Perguntou Izzie. Olhei para ela estranhando, ninguém me diz o que fazer, uma súbita raiva me subiu a cabeça.

- Não!  - Puxei meu braço violentamente. - Todos os meus irmãos são chatos assim?

- Ora seu...

- O que está acontecendo aqui? - Uma loira tinha passado pela porta, era maior do que Izzie, e do que eu também, tinha olhos azuis penetrantes, mas ela não era assustadora como Izzie.

- Mere, esse...

- Meu nome é Chris.

- Chris, não quer obedecer o protocolo do acampamento e descansar até poder sair da enfermaria...

- Izzie, se ele acha que pode sair, o deixe sair. - Izzie me olhava furiosa, deixei sair um sorriso zombador para ela.

- Chris, eu sou Meredith, filha de Apollo, me chame de Mere. Siga-me por favor, primeiro vamos até Quíron, depois vamos conhecer o acampamento e seu chalé.


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Notas finais do capítulo

Vários personagens de séries de TV na história. Só avisando.



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