Pobre de mim, alma ferida, pois vago a procura de um porto seguro ou uma muralha para repousar!

Pobre de mim, alma perdida, pois procuro um rosto estranho em algum lugar, ao qual me complete e que possa me amar!

Pobre de mim, coração vazio, pois tenho um buraco negro onde antes havia um coração pulsante e hoje procuro algo que possa me completar!

Pobre de mim, olhar tristonho, pois meus olhos cansaram de ver a ignorância em todo o lugar e eu prefiro ser cego a ver a podridão deste lugar!

Pobre de mim, boca maldita, pois cansei de gritar, pois nessa terra de surdos, ninguém irá me escutar!

Pobre de mim, solidão presente, que me infecta com o seu olhar e em tristes sonhos me embala, com a certeza de que jamais irei acordar!

Pobre de mim, criança morta, pois o mundo lhe fez chorar e a duras penas cresceu, sem nenhum lugar para se segurar!

Pobre de mim, lápide recente, pois sei que estas palavras vão constar: aqui jaz um desiludido com o mundo, uma criança que há tempos não sorri e um poeta que morreu por causa da amargura da verdade!

Pobre de nós, seres pensantes, sempre tão incompreendidos, sempre tão rejeitados, sempre tão estranhos, sempre tão vivos em uma terra morta cheia de seres mortos e de um conceito só!

Pobre de nós, aqueles que amam, pois a felicidade sempre dura um segundo em meio à solidão eterna!