Na casa de Selphie, as 5 da tarde, Ventus e Selphie lanchavam hambúrgueres com a família da garota; O silêncio rondava as paredes beges da cozinhas e aquele clima estava ficando chato até mesmo para os mais discretos... Que não era o caso de Serah.

— Então, vocês se conheceram na escola? — A irmã da garota perguntou, dando um gole no refrigerante

— Ah...

— Claro! Onde mais ela conheceria alguém? Quase não sai! — A mãe da garota a interrompeu e Serah fez um olhar de “Para com isso” para a mãe

— É... E ela conhece muita gente fora da escola! — Ventus ajudou a namorada

— Por exemplo? — A mãe perguntou, curta e grossa para o garoto

— Ah...

— A Chiharu, A Rika, O Takashi... — Ventus contava nos dedos os amigos da garota e deixava a mãe da garota com a pulga atrás da orelha, essa sim parecia a Rainha de Copas

— Alguém ai quer sorvete?! — Selphie forçava um sorriso, tentando ser amigável ao ver o clima rolando por ali

— Eu ajudo a Selphie! — Serah falou e as duas saíram dali rapidamente com o pretexto do sorvete; Na cozinha, as duas sussurravam baixinho por causa das finas paredes da casa — Foi por isso que demorou pra trazê-lo aqui não é? — ela perguntou

— Mas não é...

— Vai me dizer que começou a namorar com ele ontem e hoje já trouxe sem ao menos pensar nisso? — Serah perguntou, vendo que a irmã que já estava ficando cheia de ser interrompida!

— Não foi assim! E também... Quanto tempo você demorou pra trazer seu primeiro namorado aqui? — Selphie perguntou, com a mão na cintura e deixando a irmã sem graça e com o rosto meio avermelhado

— Eu demorei uma, duas semanas...

— Mentira! Porque você ficou namorando mais de um mês escondida! — Selphie a interrompeu

— Porque você pensa nisso?! — Serah sussurrava enquanto pegava o sorvete no congelador

— Não é só você que fica vendo as mensagens dos outros! — a garota falou, colocando o mesmo nos copos — Porque comigo tinha que ser diferente?

— Porque como você mesma diz, você não é eu! — pausa — Você é educada e sempre pensa trinta vezes antes de fazer algo, e eu penso só depois que já fiz, mas isso da certo pra mim! — elas continuavam pegando o sorvete — E não sou eu que to no paredão! Podia ter pelo menos me avisado pra mim amansar a fera, Selphie! — Serah declarou

— Acha que é fácil? Eu namoro com um cara durante um mês...

— Ah, um mês? — A garota havia se entregado com a língua entre os dentes

— Vamos voltar pra sala... — Selphie falou, levando dois copos cheios de sorvete de morango para sala

— Tudo bem, te perdôo dessa vez! — Serah disse, levando mais dois copos

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Já na casa de Sora, o clima era com certeza mais amigável; Kairi e Sora estavam na cozinha junto com a Dona Cecília ajudando-a com o jantar, todos de bom humor, mas vida amorosa era um assunto que os jovens preferiam afastar daquele cômodo

— Vai me dizer que realmente nunca namorou, Kairi? — Cecilia perguntou, deixando a garota meio rubra e com olhos arregalados para Sora

— Ah... Não exatamente! — Kairi falou, pegando o saleiro em um armário, enquanto Sora, que estava pondo a mesa, a olhava com um misto de decepção e raiva

— Como assim? — ambos perguntaram a ruiva ao mesmo tempo, mas a voz dele saiu mais forte

— Eu já tive, digamos... Pretendentes! Mais nenhum que eu realmente gostasse... — Kairi deu o saleiro para mulher

— Sei como é... Sora também nunca trouxe qualquer garota em casa! — Cecília falou, normalmente

— Mãe... — ele falou, envergonhado pela mãe

— Acho que ta enganada Dona Cecilia! — ela se intrometeu, olhando para a mulher, mas desviando o olhar para o jovem — Porque... Eu acho que não tenho cara de garoto! — Kairi falou e todos ali riram da frase

— Ainda bem que não, pois se tivesse uma filha mulher, queria que ela fosse igual a você, Kairi! — Cecilia disse, apagando o fogão e o forno — A prometida lasanha esta pronta, Kairi! — ela anunciou e a garota lambeu os beiços e salivou, realmente adorava lasanha, de certa forma, ela poderia ser o Garfield...

Já na mesa, eles continuavam a conversar enquanto comiam a lasanha acompanhada de arroz e macarrão

— Pode ficar até que horas, Kairi? — Sora perguntou, dando uma mordida na lasanha

— Eu disse pra minha mãe que voltaria antes das 10, mas ela me disse algo que me assustou... — Kairi falou, olhando para o além da janela perto de Sora

— O que foi? — Sora perguntou, agora encarando-a de forma fixa, porém discreta

— Ela... Disse que se quisesse poderia ficar pra dormir! — Kairi soltou uma risada boba no final da frase, e logo Cecília e Sora se entreolharam por alguns segundos, voltando a atenção para a garota; Entendendo isso, ela logo tratou de reagir — Oh Não!..

— Por favor, querida! Vai me fazer essa desfeita? — Cecilia perguntou e Kairi até que ficou tentada

— Eu adoraria, mas eu não trouxe coisas pra ficar, roupas por exemplo! — ela defendia seus argumentos

— A prima do Sora nos visitou outro dia e esqueceu umas roupas, pode pegar emprestadas por hoje! — a mulher insistia e Sora só ficava parado vendo a cena acontecer e a indecisão tomar conta dali

— Por favor? — Sora também reforçou o pedido sem deixar de encará-la com aquele sorriso branco e angelical que só ele tinha — Podemos ver um filme de terror, sei que você ainda adora essas coisas! — ele falou e fez ela rir pela verdade

— Tudo bem! Mas eu quero quartos separados! Por favor! — Kairi só pedia isso para ficar, eles não tinham mais 10 anos e dormir no mesmo quarto seria meio estranho...

— Tudo bem, vossa alteza! Irei providenciar! — Sora falou, fazendo as duas ali rirem e saiu, provavelmente para arrumar o quarto de Kairi — “Providenciaria qualquer coisa para que ficasse...” — O jovem pensou e foi andando para o quarto de hospedes, que ficava no andar de cima

— Você fala que eu não mudei... Ele também não mudou nada! — Kairi falou para Cecília e esta deu um sorriso bem aberto afirmando com a cabeça...

— “É tão igual que você não imagina...” — Cecilia pensou, tomando um gole do suco em sua mesa...

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Após a saída rápida e vaga de Naminé daquele belo jardim florido, Roxas e Naminé marcaram tudo bem direitinho para o encontro de essa noite, permissão dos pais (sempre com hora para voltar, no caso as 10), horário, local, TUDO!

Na casa do garoto, ele estava animado por sair novamente com Naminé, contudo, sabia que hoje seria mais sério que nunca e que realmente teria uma chance de conquistar aquele coração de ouro, mas como sempre podia contar com Axel...

— Amor... Amor... — Axel falou, passando pela porta do garoto que se olhava no espelho, e fazendo o garoto revirar os olhos e ir até o quarto do ruivo

— Pelo menos eu tenho alguém na minha vida! — Roxas deu uma esnobada bem feita para o primo, que franziu a sobrancelha

— Até parece que eu não tenho pretendentes... — Axel respondeu ao comentário

— Ah é? Então ta na hora de cumprir com sua palavra, Axel! — Roxas falou apoiando-se sobre a parede da porta do quarto — Ta na hora de dar chance pra uma dessas tão comentadas pretendentes! Vai na casa da coitada, faz alguma coisa! Vamo se mexer! — Roxas empurrava a primo para fora de casa, deixando-o assustado

— Perai, Roxas! Eu acabei de chegar! — Axel reclamou

— E já vai sair! — Roxas empurrou ele pra fora de casa e fechou a porta — E não me volte sem ter a coitada pra mim conhecer! — ele gritou e voltou para o seu quarto, deixando Axel do lado de fora desolado, sabia que o garoto havia trancado a porta

— Eu vou matar o Roxas! — Axel falou, e logo saiu para dar uma volta pelas ruas da cidade, conhecê-las, mas logo se deparou com uma criatura chamativa do outro lado da rua...

XX

— Eu poderia ter vindo sozinho, Serah! — Ventus falou para a garota, sem tirar a atenção da estrada, mas ainda assim educado

— Já que Selphie não pode vir, eu tinha que vir! Nossa mãe é exigente! — Serah respondeu o garoto — Pronto! Está entregue... — ela falou e o garoto agradeceu, logo entrando em casa; Serah olhou para o céu e viu que já estava anoitecendo — Seis da tarde! — ela olhou no relógio do celular e reclamou da hora

— Dizem que a noite é uma criança... — Uma voz simpática e masculina abordou a garota

— Pior que é verdade! — Serah respondeu, tinha um mal habito de falar com estranhos — Quem é você? — ela perguntou

— Eu sou o Axel, moro na casa da frente com o meu primo! — O ruivo estendeu a mão a rosada, e esta a agarrou olhando nos estranhos olhos verdes de Axel

— Olhos legais! São lentes não é? — Serah perguntou com um sorriso meigo

— Pra falar a verdade, não... — ele fez um drama e isso a fez rir — E esse cabelo rosa? Isso sim é legal! — Axel a elogiou com um largo sorriso e ela corou dando outra risada

— Mas ele não é pintado! É natural da minha avó! — ela disse bem humorada e ele não acreditou...

— Eu não acredito! — ele declarou

— Sério? Então porque até a raiz é rosa? — Serah mostrou o topo de sua cabeça e Axel mudou de opinião

— Retiro o que disse! — Axel declarou e ela deu um olhar de “eu não disse?” para ele, fazendo com que ele coçasse a nuca pela próxima frase — Ah... Você não poderia, tipo assim, me dar...

— Meu telefone? — Serah completou, olhando em seus olhos e ele afirmou com a cabeça — Achei que não pediria mais! — Serah falou e eles anotaram o telefone um do outro nos seus celulares — Eu tenho que ir pra casa! Disse pra minha mãe e irmã que só entregaria o Ventus aqui e ia embora! — Serah explicou, já seguindo o seu caminho, mas virou-se e deu um beijinho na bochecha de Axel, que corou muito em muito pouco tempo

— T-Tá l-legal! — Axel gaguejou as palavras e ela deu uma risada fofa, e olhou com um olhar de gatinho fofo, um “estou apaixonada” em linguagem dos olhos

— Foi excelente te conhecer, Axel! — Serah falou e agora sim seguiu seu caminho

— Igualmente! — ele gritou para que ela pudesse ouvir da distancia entre eles, o que ocorreu e ambos se perguntavam depois da cena acabar: “E se não foi por acaso?”.

Ao voltar para casa, Axel estava com um sorriso mais aberto do que de uma hiena, e logo quando bateria na porta, Roxas a abriu sem dar chance para que ele fizesse tal ato

— Ah, eu estava...

— Eu sei! Com a cabelos rosa! Já conseguiu cumprir a promessa em menos de 10 horas... — Roxas brincou com o primo e este correspondeu

— Não é só você que pode namorar! — Axel disse, deixando Roxas para trás na porta, e este dava um largo sorriso que mostrava sua felicidade para quem quisesse ver, FINALMENTE O PRIMO HAVIA DESENCALHADO!