Capítulo 7 – Um ano

– Quem é você? – perguntou Elena, dando um passo para trás.

– Ora querida, sou um demônio. Posso dizer que fui o mesmo que fez o pacto com Dean, seu querido cunhado. – ela disse.

– Como sabia que queríamos falar com você? – perguntou Caroline.

Nesse momento, antes que o demônio pudesse responder, Dean  e Sam entraram pela sala.

– O que está fazendo aqui? – ele perguntou, em um tom de raiva.

– Calma Dean, não vim buscar seu querido irmão. – ela disse, cinicamente. 

– Então o que quer? – perguntou Sam.

– Conversar com Elena e Caroline. Mas parece que elas não contaram para vocês, não é? 

– Do que está falando? – perguntou Dean, sem entender.

– Oh, pelo visto elas não contaram mesmo.

– Então conte de uma vez! – gritou Dean.

– Elas me "chamaram" – disse o demônio.

– Para que? – perguntou Sam, encarando Elena.

– Isso vocês vão ter que perguntar a elas. – disse e logo após desapareceu.

O clima estranho prevaleceu, Caroline fugia do olhar de Dean, que o mesmo lhe fuzilava. Sam encarava Elena enquanto a morena fazia o mesmo, sem ter o que falar.

– Então vocês vão contar ou não? – perguntou Dean, sem paciência.

– Não. – disse Caroline, enquanto puxava Elena e as duas saíam pela porta para ir até o carro e continuar pegando as coisas da viagem.

[...]

Elena desarrumava suas malas em seu quarto, enquanto Sam se aproxima sem ser percebido pela morena.

– O que foi aquilo? – perguntou Sam, se referindo ao que houve na sala a poucos minutos atrás.

– Do que você está falando? – perguntou Elena, se fingindo de desentendida.

– Não venha com essa Elena. Do que aquele demônio estava falando? 

Elena se virou para Sam e o encarou, olhando firmemente no fundo dos seus olhos.

– Eu quero salvar o Dean. – ela disse e Sam fez cara de quem não estava entendendo. – Na verdade, não só eu. A Caroline também.

– Mas por que você quer entrar nesse assunto? – perguntou Sam.

– Ele é seu irmão, amor. E eu sei que te dói apenas por saber o que vai acontecer. – disse a morena.

– Você não precisa fazer isso. 

– Preciso. E eu quero. Por favor, me deixe te ajudar. Eu e Caroline queremos tanto isso. – ela disse. – Eu me preocupo quando você está mal, e quando você olha pro seu irmão eu percebo. Sam... Você está apavorado, amor. 

– Sim, eu estou. – disse o caçador, andando pelo quarto. – Mas eu não posso lhe meter nesse assunto. 

– Por favor...

– Não! Você não pode correr risco, não de novo.

– Desculpe Sam, mas eu farei isso com ou sua ajuda. – ela disse – Dean é como se fosse um irmão para mim, e Caroline... Não posso ver você e minha melhor amiga sofrendo por isso. 

– Eu vou arranjar um jeito. – disse o moreno.

– Me deixe te ajudar. – Elena disse, suplicando.

[...]

Caroline botava a mesa da sala no lugar de antes, enquanto limpava os cacos de vidro que haviam no chão. Tudo fora resultado da visita menos esperada por ela.

– Caroline! – ela ouviu Dean gritando seu nome e levantou, o encarando.

– O que foi, Dean? – ela perguntou, cansada.

– O que o demônio queria? Como você o chamou? – perguntou o caçador, irritado.

– Eu só pensei em desfazer o pacto e...

– O que? – ele gritou. – Não entende que se o pacto for desfeito Sam cai duro no chão? 

– Dean...

– Não, Caroline! Você só pensa em você? Como isso foi passar pela sua cabeça? Eu prefiro morrer do que ver meu irmão morto. Não entende? – disse o Winchester mais velho, gritando.

– Por favor, tente entender...

– Não! Eu não vou tentar entender. Não preciso da sua ajuda, e eu não a quero! – ele gritou. – Entenda que Sam está vivo e é o que importa. Eu tenho um ano de vida e só quero vivê-lo em paz.

– Bom, eu não posso vivê-lo em paz. – disse Caroline, com lágrimas nos olhos.

– Então talvez não podemos vivê-lo juntos. – disse Dean, saindo de casa e batendo a porta logo em seguida.

Caroline deixou que as lágrimas caíssem pelo seu rosto, enquanto se sentava no sofá e apertava os cacos que estava em sua mão. Abaixou a cabeça e respirou fundo, pensando nunca mais lembrar daquele sentimento de angústia que tinha por dentro.

Do outro lado da porta, Dean pensava no que havia feito. Não era algo que ele queria, mas pensava se era realmente o certo a se fazer. Caroline o amava e queria fazer de tudo para que ele ficasse com ela, Dean sabia disso. Mas não suportaria a ideia de ver seu irmão morto mais uma vez. 

Já havia doído tanto nele da última vez, que ainda agora seria diferente. Seria por algum tipo de descuidado dele. Talvez por isso, ele deveria pensar sobre deixar Caroline.

As lágrimas insistiam em sair do seu rosto, mas ele as secava rapidamente. Pegou a chave do Impala dentro do bolso de seu casaco e foi até o carro, o ligando em seguida e dando partida, tentando apenas esquecer os problemas que haviam ficado naquela casa.

[...]

– Caroline. – chamou Elena, ao ver a amiga com as mãos sangrando e sentada no sofá.

A loira a encarou, enquanto por um momento encarava também, Sam. 

Ao ver que lágrimas escorriam do rosto da melhor amiga, Elena correu até ela, tirando os cacos de vidro da sua mão e a abraçando forte.

– Caroline, o que houve? – perguntou Elena.

– Onde o Dean está? – perguntou Sam, de pé na frente delas.

– Ele saiu. – disse a loira, abraçando a amiga. 

– Para onde ele foi? – perguntou o Winchester mais novo.

– Eu não sei. – disse Caroline, chorando. – Ele foi embora Sam. 

– Como assim foi embora? – perguntou Elena.

– Eu contei a ele que queria o ajudar a se livrar do pacto e ele foi embora. Disse que não poderia viver esse último ano comigo se eu penso dessa forma. 

– Ei, calma. – disse Elena, a consolando.

– Ele vai voltar.  – disse Sam.

Caroline se soltou de Elena, enquanto a loira se levantou e encarou Sam.

– Você não sabe o ódio que havia no olhar do seu irmão Sam, parece que foi quando ele descobriu sobre mim... Eu tenho tanto medo do que possa acontecer! 

– Não fique com medo, eu e Sam sabemos exatamente o que fazer. – disse Elena.

– O que? – perguntou Caroline, se virando para a morena.

– Isso mesmo. Já sei como desfazer esse pacto. – disse Sam, sorrindo.