Memória Perdida escrita por Katherine Madalene


Capítulo 23
Capítulo 22 Kurt


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiii, me perdoem a demora para postar e eu espero que gostem desse capitulo.
Sem Amyan ou Danatalie, mas é por uma boa causa. Quem quer saber o que aconteceu com o Kurt?
Obrigada pela paciência que vocês sempre têm e eu estou muito feliz por ter chegado a 200 comentários.
Bjinhossssssssssssssss



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- Eu passei quase dois anos preso naquele lugar imundo. – Começou Kurt. – Tudo começou alguns meses depois que você e Dan foram para a África do Sul. Eu não sabia bem porque vocês estavam lá, apenas que estavam envolvidos em algo muito importante, mas tudo ficou ainda mais esquisito quando alguns homens começaram a me seguir. Aonde eu ia, sentia que eles estavam ali, me observando.

Amy prestava atenção a cada palavra dita por Kurt assim como Dan, Natalie e Ian. Eles tinham se reunido na sala logo após Amy começar a berrar o nome de Dan para que ele soubesse quem era aquele garoto que Sinead salvara.

- Até que um dia eles apareceram na minha casa. – Kurt continuou, sem tirar os olhos de Amy. – Começaram a fazer perguntas sobre Amy e Daniel Cahill. Eu não tinha informações suficientes, mas, por um motivo que eu não sabia na hora, eles não me mataram. Eles me sequestraram.

“Fui levado até Damien Vesper. Ele estava na África do Sul por minha causa. É óbvio que eu estava completamente perdido e ele me explicou algumas coisas. Fiquei sabendo sobre o soro e o porquê que você e Dan tinham que ser eliminados. Damien me contou como, supostamente, os Cahill tinham roubado o soro dos Vesper. Ele me pediu para fazer parte dos Vesper porque eu poderia facilmente enganar os irmãos Cahill, mas eu recusei a proposta e ele me enviou para aquele buraco na Alemanha. Sinceramente, não faço ideia do motivo pela qual eles vieram atrás de mim e porque me deixaram preso todo esse tempo quando teria sido mais fácil me matar.”

- Eu preferia que eles tivessem me matado. – Kurt suspirou e baixou o rosto. A dor era evidente na voz dele.

- Por qual motivo Damien não mandou te matar? – Perguntou Dan, sentado na mesinha de centro da sala. – Isso não faz o menor sentido.

- Eu e Dan fomos enviados para aquele lugar esquisito porque Damien queria atrair vocês para uma armadilha. – Natalie comentou. – Há muitos outros esconderijos Vesper por ai para eles precisarem manter um agente naquela cabana apenas para tomar conta de um único prisioneiro. Você era o único antes que eu e Dan fossemos para lá?

- Era. – Respondeu Kurt. – Não havia mais ninguém preso lá.

Amy se levantou do sofá e começou a andar pela sala.

- Talvez você seja uma peça de um quebra-cabeça muito mais complicado do que o que a gente estava imaginando. – Ela falou e depois tirou o relógio do pulso. Digitou o código e o compartimento secreto se abriu com um pequeno CLIC. – Dan, talvez você possa me ajudar a entender esse poema.

Amy estendeu o papel para o irmão. Dan abriu a folha e passou os olhos rapidamente pelo papel.

- Nós encontramos esse poema escrito em um diário original de Madeleine Cahill. Achamos que têm alguma relação com as pistas.

- Posso ver? – Perguntou Kurt. Ele estendeu a mão e Dan já estava quase entregando o papel para ele quando Ian pulou para frente e impediu.

- Como vamos saber se você está falando a verdade? – Perguntou o moreno.

Kurt encarou Ian por alguns segundos antes de responder:

- Porque eu inventaria algo assim?

- Talvez para nos confundir. – Respondeu Ian. – Quem sabe você não aceitou a proposta de Damien Vesper?

- Ian! – Amy arregalou os olhos com a reação do moreno. – Não está vendo o estado que ele está. Ele estava preso quando Sinead o tirou de lá. Se fosse um agente Vesper, não estaria preso!

A ruiva puxou o poema das mãos de Ian. Será que ele desconfiava mesmo de Kurt? Será que eu também deveria desconfiar dele? Mas ela baixou os olhos até ficar encarando o caramelo dos olhos do garoto. Não, ele não estava mentindo.

Ela estendeu o poema para Kurt, que o pegou e lançou um olhar rápido para Ian.

Cinco, cinco zero, zero do mar

Na pedra repousa

Aos raios do sol poente

Entre o frio europeu

No sul, quase África

Espelho, espelho seu

Entre o sol e a lua redonda

Dois círculos de ouro prata

Prata ouro

Ouro, ouro

Prata, prata

Tantos anos, um plano

Para sempre o quarenta e um

Do nada ao poder

Trinta e nove mais imortal

Do próprio sangue ferver

Ferver a terra em sangue.

- “Para sempre o quarenta e um” – Repetiu Kurt. – Damien Vesper me falou algo sobre isso. Ao que parece, ele desconfia que haja algo a mais no soro de Gideon Cahill. Mais dois ingredientes que apenas o próprio Gideon sabia.

- O quê? – Resmungou Natalie. – Mais dois ingredientes? Isso é impossível, o soro tem 39 pistas e Amy e Dan são os únicos com a receita completa.

- Isso não é tão impossível assim. – Dan falou e recebeu um olhar fulminante de Natalie. – Eu desconfiava disso, mas nunca achei que pudesse ser verdade. – Dan olhou mais uma vez para o poema. – Aqui fala duas vezes sobre o “quarenta e um”.

- O que são esses dois círculos de ouro e prata? – Kurt perguntou.

- O círculo de ouro pode ser o anel de Gideon Cahill. – Dan olhou para a irmã e estendeu a mão. – Me dê o relógio.

Ele colocou o relógio sobre a mesa e começou a desparafusar os quatro botões que estavam ao redor do mostrador do relógio. Os botões se soltaram e o mostrador também. Dan girou as pulseiras do relógio e elas se desprenderam com um sonoro CLIC.

O relógio tinha estava completamente desmontado e Dan tinha na palma da mão aberta um anel esquisito e completamente dourado.

- O anel de Gideon! – Natalie puxou a mão de Dan para observar a joia mais de perto.

- Estava comigo esse tempo todo? – Sussurrou Amy.

- Esse é o círculo de ouro do poema, mas eu não faço ideia de qual pode ser o de prata. – Dan se sentia irritado por não saber de alguma coisa.

- Talvez exista outro anel como esse. – Supôs Natalie.

- Sim, mas onde?

Natalie pegou o computador de Sinead e entrou em contato direto com o satélite dos Cahill. Ela continuou procurando por alguns minutos e depois afundou na cadeira mais próxima:

- Não há nenhum registro sobre outro anel de Gideon sendo de prata.

Ian se aproximou da irmã. Ele estava tão quieto e perdido em pensamentos que Natalie tinha até esquecido que ele estava ali. Ela conhecia bem o irmão e sabia que ele só ficava com aquela cara fechada quando estava perto de Amy quando estava realmente contrariado.

- Acho que o próprio poema pode ser uma pista para a localização do segundo anel, se é que ele existe mesmo. – Ian virou o computador para si e digitou algumas coisas nele.

- “Cinco, cinco, zero, zero do mar”, procure isso mais a parte do poema que fala sobre uma localização. – Sugeriu Kurt.

- Eu sei o que estou fazendo. – Ian respondeu, amargo.

Amy permaneceu calada, perdida em pensamentos. Natalie olhou para Dan e ergueu a sobrancelha como se perguntasse: O que está rolando aqui? Dan deu de ombros e girou os dois dedos indicadores um perto do outro, respondendo silenciosamente: Depois a gente conversa sobre isso.

Kurt estava relendo o poema quando Ian exclamou:

- Achei alguma coisa. O poema fala sobre o mar mediterrâneo e a parte que Kurt falou é uma antiga forma de se medir. – Ele girou na cadeira para ficar de frente aos demais. – Vocês sabem que, durante a Idade Média, os pesos e medidas ainda eram confusos e mudavam de cidade para cidade. Ao que parece, 5500 hoje em dia pode ser considerando, aproximadamente, 1.003,06 metros.

- Então já temos alguma coisa! – Disse Dan. – Temos que procurar alguma coisa que está a aproximadamente um quilometro de distância da costa.

- Ótimo, mas a costa de que país? – perguntou Natalie.

Dan abriu a boca para dar uma resposta sarcástica, mas percebeu que ela estava certa e então apenas resmungou, baixinho:

- Não faço ideia.

- Precisamos ir para a costa. – Disse Amy. Ela se aproximou do computador e abriu o mapa-múndi. – Portugal, Espanha, França, Itália, Eslovênia, Croácia, Bósnia-Herzegovina, Montenegro, Albânia, Grécia, Marrocos, Argélia, Tunísia, Líbia, Egito e a lista só continua. Como vamos saber para onde ir?

- Proponho o seguinte: vamos começar pelos países que estão mais perto daqui, como a França e a Itália, que são vizinhos da Suíça e, se não encontrarmos nada, partimos para os mais distantes. – Dan falou.

Amy assentiu e depois não pôde resistir e bocejou. Foi apenas naquele momento que Ian percebeu como ela estava cansada.

Na verdade, todos ali estavam exaustos, fisicamente e mentalmente. Nenhum plano de ação poderia ser traçado com todos daquela forma.

- Seria bom se a gente dormisse um pouco. – Ele disse, por fim. – Estamos cansados demais para continuar bolando um plano.

Dan deu de ombros como se isso não fizesse diferença para ele, mas suas olheiras estavam ficando azuladas.

 - Ian está certo. – Amy falou. – De qualquer forma, não podemos fazer nenhum plano antes que Sinead e Hamilton voltem da Alemanha e Kurt precisa se recuperar se quiser nos fornecer ajuda ou voltar para a África do Sul.

Ela se levantou e Ian enlaçou a cintura dela com um dos braços.

Sem discutir, todos foram dormir. Lá fora, a noite virava dia.

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Kurt deitou no sofá e tentou dormir. A casa não tinham muitos quartos e, por isso, ele teve que ficar com o sofá da sala.

Não podia reclamar, afinal, tinha passado os últimos anos dormindo em um colchão duro e com molas expostas e um sofá como aquele parecia um luxo.

Quando todos os barulhos da casa cessaram, Kurt soube que todos já estavam dormindo.

Ele estava incrivelmente feliz por enfim estar livre novamente. Lembrar-se do tempo em que ficou preso era uma tortura: cada soco, cada chute, cada dia sem comer, cada segundo de pura dor... Tudo! Quantas vezes ele não tentou tirar a própria vida? Infelizmente, nunca conseguiu.

Agora tudo tinha mudado. Estava livre novamente e tinha reencontrado Amy e Dan. Agora poderia se vingar dos Vesper.

Agora eu posso me vingar da minha família... Ele pensou enquanto se virava no sofá. De repente, um fragmento de sua conversa com Damien Vesper retornou:

- Você sabe por que quero que faça parte do nosso grupo? – Perguntou Damien, com uma voz carinhosamente falsa.

- Não. – Kurt respondeu. – Já falei tudo o que sabia.

Damien suspirou e depois fez um gesto para que um dos agentes que estava na sala se aproximasse.

- Senhor?

- Retire as algemas desse garoto.

O Vesper se aproximou da cadeira onde Kurt estava sentado com os dois braços presos por algemas e as tirou. O garoto mexeu os pulsos doloridos.

- Deixe-nos a sós, mas permaneçam na porta. – Disse Damien e os três agentes saíram e fecharam as portas. Damien virou os seus olhos de cobra para Kurt. – Vou resumir a história: meu pai, um Vesper de linhagem direta do Damien Vesper original, acabou tendo um caso extraconjugal em uma de suas muitas viagens. Infelizmente, dessa escapulida, nasceu uma menina, minha irmã.

Damien se levantou de sua poltrona e andou até uma garrafa de uísque e se serviu de um copo antes de continuar sua história:

- Essa criança foi mantida escondida, mas ela é uma Vesper descendente da linhagem original. Antes de morrer, meu pai pediu que eu procurasse por ela e a treinasse. – Ele bebeu um pouco do uísque e se sentou. – Não posso dizer que gostei disso, mas ela era Vesper e é importante manter nossa linhagem, então fiz o que meu pai pediu. Por coincidência, enquanto seguíamos os passos de Amy e Dan Cahill, eu acabei descobrindo que a minha irmã tinha morrido.

Ele se calou e Kurt resolveu arriscar uma pergunta:

- E como essa história tem ligação comigo?

Damien olhou para o teto antes de responder:

- Minha irmã teve um filho.

O coração de Kurt falhou algumas batidas. Uma ideia maluca começava a se formar em sua mente. Aquela história era completamente maluca, e ele se recusava a acreditar que era verdade. Será? Afinal, sua mãe morrera quando ele ainda era criança...

- E então, já juntou os pauzinhos? – perguntou Damien, se curvando sobre a mesa de carvalho que o separava de Kurt. O menino arregalou os olhos quando as suas suspeitas se confirmaram e Damien sorriu e abriu os braços. – Pode me chamar de tio. – E depois riu.

Kurt virou novamente no sofá, sem conseguir dormir. Ele sabia que era errado omitir aquela parte da história, mas Ian Kabra já desconfiava dele e, se contasse que era descendente direto dos Vesper, seria posto na lista negra da família Cahill.

Kurt não queria isso. Queria aprender tudo o que podia e descobrir a verdade.

Ele virou novamente no sofá e esticou o corpo.

Acabou pegando no sono de pura exaustão.


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Notas finais do capítulo

E ai, mereço comentários ou pedradas?
Até o proximo capitulo.
Bjinhnnnhhhhoooooossss e amo voces!
:D