Spirited Away - O Reencontro escrita por Zoe123
Notas iniciais do capítulo
Espero que gostem deste capitulo :)
Chihiro P.O.V
“A partir de agora chamas-te Sen, entendes-te, Sen?” A monstruosa mulher idosa gritou olhando para mim, respirei fundo.
“Ah…Sim, senhora”
Acordei encharcada em suor, agarrei no meu caderno de apontamentos e escrevi o que me lembrava do sonho “ Sen e senhora idosa” apontei, com a minha caligrafia apressada e tremida.
Era um sábado de manhã, mas sai da cama o mais depressa possível e vesti a roupa mais prática que tinha. Desci as escadas calmamente, para que ninguém acordasse e sai de casa, com o caderno de apontamentos.
Já tinha passado um mês em que eu e Haku nos encontrávamos e eu contava-lhe fragmentos de memória que ia apanhando nos confins da minha mente. Ainda não tinha muita coisa, apenas um dragão/lagarto, uma casa de banhos e agora, o nome Sen e a senhora idosa.
Peguei no meu telemóvel e liguei para Haku, este respondeu ao terceiro toque.
- Sim, Chihiro?
-Vens ter comigo, se faz favor? Estou ao pé do pavilhão de ginástica do município.
-Está bem, estou a caminho.
***
Ele chegou dez minutos depois, ao ver-me sorriu e começou a correr.
-O que aconteceu, Chihiro? – Perguntou-me, sentando-se ao meu lado. Suspirei, olhando para o chão.
-Então, eu tive um sonho em que uma mulher muito velha me chamava de Sen. E dizia que dali em diante, eu começaria a chamar-me Sen. – Ao dizer isto, ao pé de Haku, uma outra memória pouco nítida veio na minha cabeça. Uma manhã quente, em que eu estava num jardim a chorar e estava alguém ao meu lado. – Mas eu não podia esquecer o meu nome original, Chihiro.
-E quem te disse isso? – Perguntou Haku, agarrando na minha mão. Suspirei, fechando os olhos e concentrando-me.
-Era alguém… uma rapariga, talvez. – Fui mais a fundo na minha memória. – Não, não, não… um rapaz, e eu já tinha estado com ele antes. Sim.
-E como é que ele era? – A sua mão apertou a minha com demasiada força, mas não disse nada.
- Não consigo ver a cara dele. – Fechei os olhos e abri-os repentinamente. – Hm, não sei mesmo… mas sei que não podia esquecer o meu nome verdadeiro.
Haku sorriu docilmente, libertando-se da minha mão. Depois tirou uma das minhas madeixas que teimavam cair para a cara.
-Ah, tinha-me esquecido! No outro dia encontrei este elástico, pensei que fosse teu. – Olhei para a sua mão, onde pousava um pequeno elástico, senti o meu coração pular e agarrei-o fervorosamente, pondo-o no pulso. – Ele é assim tão importante?
-Sim, quer dizer… acho que sim. – Suspirei, abanando a cabeça. – Mas o que achas deste sonho?
Ele respirou fundo, mirando os carros que desciam a rua lentamente. Esperei que ele começasse a falar, ao fim de uns minutos lá falou:
-Eu… não sei bem, o que achar… mas… - Haku foi interrompido com o som do meu telemóvel, tirei-o do meu bolso. Era minha mãe.
-Sim? – Perguntei relutantemente.
-Chihiro Ogino! – Isto não era bom sinal. – Onde é que tu andas? Vais-te embora, assim sem dizer nada?
-Desculpa, mãe… Vim só dar uma volta, hoje o dia está tão bonito. – Olhei para a Haku que me mostrou um dos seus sorrisos divertidos.
-Quero-te aqui em casa, agora mesmo.
-Agora mesmo não dá, a não ser que queiras que eu vá de teletransporte.
-Chihiro!
-Pronto, pronto estou a ir. – Levantei-me num pulo e olhei para Haku. – Bem, vou andando, até amanhã Kohaku. – E fui embora a correr.
***
A minha mãe esperava-me, sentada no sofá da sala, enquanto o meu pai tomava o pequeno-almoço na cozinha e o meu irmão ainda estava no seu quarto a dormir. Entrei, a medo, na sala e sentei-me ao seu lado.
-Foste ter com aquele rapaz, não foi? – As suas palavras estavam gélidas e nem olhou para mim. – Começo a achar que ele é má influencia para ti, agora tens andado a encontrar-te com ele, quase todos os dias, chegas tarde a casa e o teu director ligou-me, ainda ontem, a dizer que não tens feito alguns trabalhos de casa.
-A culpa não é de Haku, mãe. Sou eu que me esqueço, sabes o quanto sou esquecida e cabeça no ar… - As palavras saiam-me tremidas e os risinhos nervosos eram constantes, só a pensar na possibilidade de a minha mãe me proibir de ver Haku. – Ele é boa pessoa, acredita em mim.
-Como sabes? O que conheces da vida desse rapaz?
-Ele chama-se Kohaku Nushi, tem 16 anos.
-Oh e é repetente.
Suspirei, colocando o cabelo atrás das orelhas.
-Não, ele começou a escola mais tarde. Ele contou-me isso a semana passada. Vez? Eu conheço-o. Além disso, ele é boa pessoa e eu tenho total confiança nele. É meu amigo e eu gosto muito dele e, acho que, sinceramente, não é assim tão mau, fazer novas amizades.
-Não quero saber, Chihiro. Estás de castigo a partir de hoje, durante um mês.
-Mas…mãe…
-Vai, sobe para o teu quarto.
“É mesmo impossível, irra” pensei, subindo lentamente as escadas.
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