Acordei no outro dia com a luz do sol. Nao havia fechado a cortina, fazendo com o que o quarto todo ficasse iluminado.

Aqueles dias tem sido legais, vulgo engracados. Bonnie tem sido um entojo. Todos os dias se senta na mesa junto comigo e com as meninas. Jackson e eu continuamos sendo amigos, mas dessa vez ele esta junto com a Bonnie. Sim, ele e aquela vadia voltaram. Eu nao acreditei, mas tive que aceitar. Era bem mais produtivo ter Jackson somente como meu amigo.

Levantei e caminhei ate o chuveiro. Me arrastei, porque o sono dominava meu corpo. Me sentia pesada. Tomei um banho gelado, o que me fez acordar, mais so um pouco. Coloquei um shorts e uma blusa e meu vans. Meu celular estava cheio de bateria e pelo menos de carrega-lo eu nao tinha esquecido. Verifiquei tudo. Bonnie e Courtney dormiam petrificadas em suas camas e se o peito delas nao estivessem subindo por conta da respiracao eu juraria que elas estavam mortas.

Cheguei ao refeitorio contemplando a visao do paraiso. O refeitorio estava vazio e meu cafe da manha seria solitario. Aquilo me deixou mil vezes mais feliz.

[...]

Apos o terceiro sinal ter tocado me dirigi ate a sala de ingles. Me sentei na ultima cadeira. Ja era possivel ver o Bradley Kingman entrando na sala e olhando em volta... Foi quando seus olhares pararam em mim e ele sorriu. Mas espera, eu nao conheco ele. Desde que ele chegou, so tem conversado com os meninos e Jackson, e que eu me lembre, Jackson o odiava e o sentimento era reciproco, tudo por causa da vadia da Bonnie.

- Bom dia alunos – disse o Sr Kapala, nosso professor asiatico feio – Hoje temos um trabalho divertido a ser feito. Voces vao escolher uma pessoa para fazer duplas e resolver os exercicios no quadro – Droga, eu estava encurralada! Eu nao conhecia ninguem na aula de ingles e era por esses e outros motivos que eu odiava essa materia. Bosta.

Fiquei parada no meu lugar. Ja tinha me conformado com a ideia de fazer os exercicios sozinha. Dane-se.

- Oi, ola – escutei uma voz grossa e totalmente sexy. Eu nao sabia quem era, por isso me virei, e vi ele. – Voce se importaria de fazer dupla comigo? – Bradley perguntou.

Sim. Seu babaca. Eu me importo e muito. Me importo porque nao gosto de voce.

- Nao, claro que nao. Senta ai – droga! Emily, sua idiota. Voce e demente? O menino que voce detesta ta sentando do seu lado e o pior, voce que deixou!

- Entao voce e a Emily Turner ne? – ele perguntou meio comico o que me fez ficar sem graca – Antes de eu sair daqui voce era meio... – ele riu – nerd. E agora, ta a maior gata!

- Err – claro que eu gaguejei. Nao estariamos falando de mim se eu nao gaguejasse. – Claire Damons faz milagres.

- Estou percebendo. – forcei um sorriso. – Entao, voce e o Jackson ainda estao.. Juntos?

- Ah nao.. – ri fraco – Somos amigos agora.

- Bonnie Bennett entra em acao sempre, ne? – ele perguntou rindo.

- Parece que voce ja sabe das coisas. – sorri amarelo.

- Pois e, ja convivi com a vibora. Uma hora ou outra ia acontecer, ela nao ia deixar barato esse relacionamento.

- Deixa pra la.. Ja passou. Agora somos amigos e e isso que importa – ele sorriu. – Vamos fazer o dever.

JACKSON POV

Essa historia de ter voltado com a Bonnie so serviu pra aumentar meu stress.  A menina calculava cada passo meu. Se eu respirasse irregularmente ela reclamava. Era como se ela fosse minha dona. Eu odiava isso.

O dia ja tinha comecado mal. De manha o maldito do Kingman contou que conseguiu transferir cinco aulas dele para o mesmo horario da Emily. Olha que parasita! No minimo ela iria pensar que ele e um psicopata. Eu espero que ela pense.

Eu realmente tinha ficado incomodado com essa historia. Ve se pode. Nao e aceitavel. Ela simplesmente nao podia, nao podia ficar com ele. Ela era minha. Que sua o que seu idiota, ela nao e sua. Nao e porque voce a perdeu. Perdeu porque e besta.

- Bom dia amorzinho – disse Bonnie selando nossos labios num selinho rapido – Como foi sua noite? Dormiu bem?

- Aham – disse, com raiva – Bonnie eu vou ali com o Hendrix e ja volto. Ok?

- Nada disso – ela riu forcado – Voce vai ficar aqui, comigo. Senao eu conto pra todo mundo seu segredinho sujo. Ok? E nem pense em terminar comigo. Eu sei tudo sobre voce e voce esta na minha mao, Jackson Luke.

- Nao precisa me ameacar, Bonnie – falei com raiva – Eu sei muito, muito bem me cuidar. Sei que voce me tem na sua mao com meu segredo e saiba que nao teria outro motivo pra mim voltar com voce. Eu te odeio, sua vadia. E quando eu tiver uma oportunidade, eu vou acabar com voce.

- Ai amor... – ela disse sarcastica. Aquele sarcasmo dela me fazia vomitar. – Te amo, ta? Te amo tanto. Te amo mais do que aquela nerd evoluida vai amar um dia.

- Voce nao me ama – falei – Voce tem uma obsessao. Nao consegue aceitar que eu amo a Emily e nao a voce.

- Voce nao ama ela! Voce ME ama! Aceita isso o quanto antes! Senao voce vai se dar mal. – ela disse segurando os livros – Nao se esqueca Jackson. Voce e meu. Meu.

Emily POV

Cheguei ao quarto. Foi estranho. Vi o Kingman em cinco aulas do dia hoje, sendo que eu tenho sete.

Me arrumei e passei um gloss. Iria jantar com meu pai, meus irmaos e a Barbie. Hoje papai iria lancar seu novo restaurante e teria um jantar perfeito.

Ouvi meu celular tocar.

- Alo?

- Oi? Emy? E o Noah.

- Ah, oi Noah!

- Estou aqui fora do internato. Ja dei a ordem pra voce sair. Pode vir.

Sai do quarto e fui em direcao a saida do colegio. O seguranca deixou eu sair. Foram exatos 45 minutos de carro ate que chegamos em um restaurante chique. O nome era Moi Turner’s e havia bastante gente em volta.

- Boa noite, Emily e Noah – disse meu pai, me abracando – Tem um socio que tem um filho que e da sua idade, querida. Porque voce nao vai ali e faz uma amizade com ele?

Caminhei com meu pai ate um velho carrancudo que segurava um copo de whisky e segurava na cintura de uma mulher que aparentava tem seus vinte e poucos anos e parecia muita areia para o caminhao dele. Ou seja, a mulher so estava com ele por dinheiro, pode apostar.

- Boa noite, Well. – ele cumprimentou o homem com um aperto de mao – Essa e minha filha, Emily. Onde esta seu filho?

- Oh, um segundo. – ele olhou para tras e logo vi um menino chegar perto de nos – Esse e o Bradley, meu filho.

- Kingman? – perguntei assustada.

- Turner. – ele sorriu satisfeito – Pai, ela e o internato.

- Oh, que otimo! – meu pai exclamou – Porque voces nao vao ali fora e conversam um pouco? – meu pai olhou sugestivo pro pai de Bradley e saquei tudo: meu pai estava me empurrando pro filho do amigo dele.

- Eu adoraria – Bradley pegou minha mao e me levou pra fora do salao principal. A noite estava serena e linda, pena que a minha compania nao era das melhores. – entao, seu pai e o famoso Darren Turner?

- Sim – respondi seca.

- Porque voce e tao fria comigo? – ele perguntou, segurando ainda seu copo de ponche.

- Quer saber? Porque todos dizem que voce e um babaca. Todos. Que voce e um idiota boboca, que batia nos outros e dava em cima de todas as meninas.

- E voce acredita em tudo que dizem?

- Voce bateu no Jackson por causa daquela piranha metida a vadia da Bonnie, ok? Eu nao duvido de voce.

- Eu voltei pra provar que mudei, ok? Meu pai sempre me criou com desgosto por eu ser do jeito que eu era. Eu reprovei, fui um idiota e reprovei. Minha mae nao tem uma situacao financeira boa, por isso meu pai me mandou pra casa dela pra estudar em uma escola publica. E assim foi feito. No inicio eu nao aceitei e tirava notas ruins de proposito pro meu pai ver que nao adiantava nada ter me mandado pra la. Ok? Mas depois vi que foi burrice mas ja era tarde porque eu ja tinha reprovado. Entao eu implorei e supliquei pra voltar. Eu quero mostrar que eu mudei, porque eu mudei.

- Kingman, eu nao posso acreditar de cara no que voce ta dizendo. Teu passado te condena.

- Eu sei. Mas seria tao mal assim ser minha amiga?

- Nao. – sorri – Eu posso fazer esse esforco.

- Ok – ele me abracou – Amiga! – sorri sem graca, foi nesse momento que me deu um beijo na bochecha. Vulgo no canto da boca.