Capítulo XXII

“Temos uma espiã e o conselho contra nós.”

(...)

Acordei cansada e ainda um pouco sonolenta. Levantei-me da cama após bocejar e caminhei até ao banheiro. Tomei um banho de banheira demorado.  Fechei meus olhos na banheira de hidromassagem e “viajei” por um tempo. Saí do banheiro, trinta minutos depois, vestindo um roupão roxo. Andei até ao closet onde escolhi algo simples para vestir.

Coloquei a roupa que nada mais era que uma calça jeans, blusa com a estampa de uma caveira pegando fogo e calcei sapatilhas vermelhas. Peguei meu iphone, que se encontrava em cima do criado-mudo, e liguei para Kol. Já fazia duas semanas desde a nossa reconciliação.

-Oi? – ele perguntou do outro lado da linha.

-Oi, vem para cá. – disse meiga.

-Me dá alguns segundos. – ele disse e eu desliguei a chamada.

Penteei meus cabelos pela metade quando a campanhia tocou. Terminei de pentear meus fios negros em velocidade vampiresca e fui até a sala. Abri a porta e dei um sorriso ao ver meu namorado.  Ele estava com um casaco cinza da GAP, blusa azul marinho, calça jeans preta e um tênis da Nike branco. Kol entrou na casa e logo selou nossos lábios.

-Foi rápido. – disse, após nos separarmos.

-Sempre. – ele riu. – Esta com fome?- Kol perguntou.

-Muita, acabei de acordar e não comi nada. – disse o arrastando para cozinha.

Kol, muito folgado, abriu a geladeira e pegou seis bolsas de sangue. Tacou três bolsas com sangue 0+ para mim e ficou com as de sangue A+ - que por acaso, eram o meu tipo de sangue.   Bebemos tudo rapidamente e assim que terminamos de nos beijar a porta dos fundos, que ficava na cozinha, foi aberta.

-Oi. – Tate disse. – Sophia nós temos que conversar. – ele disse olhando para mim.

-Pode falar. –falei dando os ombros. –Não escondo mais nada do Kol.

-Sendo assim ... – ele respirou fundo. - Você já olhou os papéis que eu coloquei em cima da sua cama há uma semana? – neguei com a cabeça. – Ao menos leu sobre as caçadoras? – assenti.

-Elas estão cada vez mais perto da cidade.

-Temos novas informações. Kelsey e Phoebe estão cada vez mais fortes. Elas são humanas, mas são descendentes de grandes caçadores. Claro que nenhum se compara ao seu nível e do de Mikael.

-De qualquer forma elas têm um grande número de vampiros. –Kol falou.

-Isso me preocupa.

-Vai por mim que tem coisa pior. – Tate riu irônico. – O conselho está desconfiando de todos nós. Vocês não vão mais as aulas e um bando de “adolescentes” estão nessa casa. Convenhamos que não seja uma coisa normal.

-Ele tem razão. – falei. – Ta na hora de voltarmos a sermos humanos até a poeira abaixar.  As caçadoras são humanas e do jeito que elas estão, dou uns dois dias para elas estarem aqui.

-Precisamos fazer uma reunião. E anjo, você concordando ou não, vai precisar da ajuda de Klaus e Rebekah. Pelo que eu ouvi falar, elas querem exterminar todos nós.

Dito isso, quando foi de noite, todos nós fomos até a casa dos Mikaelson. Rebekah abriu a porta e me abraçou. Ela estava usando um vestido azul e salto nude. Eu e alguns dos meus vampiros entramos acompanhados por Joanne. Ao entrar na sala de estar da casa, Kol largou o copo de vodka e veio até mim. O beijei rapidamente até que Klaus apareceu.

O olhar do híbrido era de fazer qualquer um sair correndo e se esconder, menos eu. Saí dos braços fortes de Kol e encarei Klaus Mikaelson.  Não tínhamos cruzado um o caminho do outro desde aquele último encontro desagradável.

-Olá Sophia.

-Oi Klaus. – disse fria. – Mesmo não querendo, vamos precisar nos juntar.

-Por que eu me juntaria a você?

-Pelo visto anda desinformado. – falei. – Temos duas humanas caçadoras que estão chegando perto da cidade.

-Pelas nossas fontes, elas vão exterminar todos os vampiros, lobisomens e até mesmo os híbridos. Agora entendeu porque nós precisamos nos unir? – Joanne questionou.

-Está me propondo uma trégua? – o híbrido perguntou.

-Sim. – Kol respondeu. –Pelo menos até a poeira abaixar.

-Nick, se essas caçadoras estão vindo para a cidade, nós não podemos nos arriscar. Você está com poucos híbridos e para eles virem aqui é porque a coisa está séria. – Rebekah falou olhando para o irmão.

-O que sabem sobre essas humanas? – Klaus perguntou se sentado no sofá assim como todos nós.

-Os nomes delas são Kelsey e Phoebe. As duas são caçadoras de nível três, as amadoras especializadas. Elas estão cada vez mais próximas da cidade e eu não dou três dias para elas estarem aqui. Klaus, mesmo eu sendo a única caçadora de nível um do mundo, eu não vou conseguir detê-las sozinha com meus vampiros. As duas estão com uma quantidade maior, além disso, desconfio que elas tenham apoio do conselho. – desabei tudo de uma vez.

-Se elas têm ajuda do conselho, então tem alguém as informando sobre tudo na cidade. Tem certeza que confia em seus vampiros, Adams? – Klaus perguntou encarando Amy e Tate.

-Em alguns. – falei.

-Ah, que ótimo! Temos uma espiã e o conselho contra nós. – Rebekah bufou.

-Tentarei sondar algumas coisas da Carol Lockwood e irei lhe informar. – o híbrido disse saindo da sala.

-Até que foi melhor do que esperava. – Kol sussurrou em meu ouvido.

-Pois é. – sussurrei.

A pergunta de Klaus ficou perturbando minha mente.

Será que meus vampiros eram realmente confiáveis?

Narração em terceira pessoa

No dia seguinte, logo de manhã, Niklaus foi até a casa da prefeita da cidade e não conseguiu arrancar nenhuma informação. Pelo visto, Carol não sabia de nada. Na cabeça de Nick isso só poderia significar uma coisa: estavam tentando tirá-la do poder e isso não demoraria muito para acontecer.

Sophia resolveu ler o conteúdo das pastas que Tate tinha lhe dado. As caçadoras mesmo sendo amadoras tinham matado muitos vampiros. Soph poderia tê-las descoberto antes. Quem sabe elas não se juntariam a seu time?! Mas agora era tarde para pensar nisso, Kelsey e Phoebe, com a ajuda do conselho, iriam exterminar todos os vampiros de Mystic Falls, porém Sophia Adams estava determinada a não deixar isto acontecer.

A espiã infiltrada no clã das Adams, Rachel, estava numa reunião com alguns do conselho como o pai de Bonnie Bennett, o pastor Young e a Dra. Fell. O conselho sabia que Rachel era uma vampira, mas ela tinha o apoio de humanas que queriam tirar todas aquelas pragas, ou seja vampiros, da cidade.

-As caçadoras estão chegando. Ligaram-me nesta manhã para avisar que estarão apostas, no máximo, em três dias. – Rachel disse. – Consegui uma lista de todos os vampiros que estão na casa da caçadora.

-Sophia não será um problema? – o pai de Bonnie perguntou.

-Pode ser, se não se aliar ao híbrido. – Rachel falou. – O plano de Kelsey saiu perfeito. Os dois lados dos vampiros mais poderosos estão separados, só temos que atacá-los.

-E a prefeita? – Dra. Fell perguntou. – Ela não sabe de nada disso e vai fazer de tudo para impedir que seu filho híbrido seja morto.

-Deixem a prefeita comigo. – Rachel disse. – Pastor Young, deixe sua filha longe dos vampiros Salvatore e da nova vampira Gilbert. Não vai querer que ela participe da revolução que vai acontecer. Vamos exterminar todos os vampiros desta cidade, incluindo eu mesma.

(...)

Os Salvatore tinham se juntado aos originais pela tarde. O clima entre Stefan e Sophia não estava a melhor coisa do mundo. Os dois não trocaram nenhuma palavra, talvez fosse mais fácil assim, Stefan precisava seguir em frente sem a original.  Elena Gilbert iria participar também, por mais que Damon não quisesse.

Na casa das Adams, Sophia hipnotizava cada vampiro procurando algum informante. A única que faltava era Rachel. A vampira tinha sumido o dia inteiro e a caçadora estava desconfiada. Tate e Amy foram procurá-la no fim da tarde enquanto Sophia e Joanne foram à casa dos originais. Klaus tinha marcado uma pequena reunião.

-O que houve Klaus? – Sophia perguntou.

-A prefeita não sabe de nada, nem mesmo a xerife.

-O conselho está mantendo as duas de fora. – Rebekah disse. – Até mesmo April Young não fala mais comigo. Eles estão preparando algo.

-Descobriu alguma coisa com seus vampiros?- Kol perguntou à namorada.

-Falta sondar Rachel. – Sophia falou. –Klaus, você se lembra dela?

-Não me lembro de ter a caçado, ela apenas surgiu do nada.

-É ela. – Joanne disse. –Precisamos localizá-la.

-Acho que tenho uma idéia de onde ela está. – o híbrido comentou.

Enquanto isso, Rachel estava tocando a campanhia da mansão Lockwood. A prefeita atendeu a porta e convidou-a para entrar. Rachel entrou e conversou animadamente com Carol. Parecia tudo normal para a até então prefeita. A mãe de Tyler serviu Martine para as duas e elas foram caminhar em volta da piscina da mansão.

-Sabe Carol você é muito simpática. – Rachel comentou enquanto elas pararam em frente a piscina. –Pena que terei que acabar com você.

-C-como? – a prefeita perguntou confusa.

-Não é nada pessoal. Deveria ter pensado bem antes de se casar com um lobisomem. – Rachel disse sinicamente. –Você não irá gritar, prometo que irei matá-la de uma forma não bruta. – a vampira a hipnotizou.

Com um movimento, Rachel pegou Carol pelo pescoço e afogou a cara da prefeita na piscina. Carol se contorcia, mas como estava hipnotizada não gritava. Em pouquíssimos minutos a senhora Lockwood estava morta e boiando na piscina. Rachel sorriu e virou-se para ir embora. O que ela menos esperava aconteceu, Sophia Adams estava na sua frente apontando seu arco para ela.

-Não adianta dizer nada. Você vai fazer tudo o que eu mandar, ao menos que queira morrer. – Sophia disse com raiva.

-A morte vai acontecer mais cedo ou mais tarde.

-Qual o seu problema?! O que você ganha matando todos como você?

-A sua linhagem matou meus pais. É culpa sua e dos originais. Vocês não deveriam existir.

-Olhe nos meus olhos Rachel! – Sophia ordenou. –Quando elas vão chegar?

-Em três dias.

-Você vai trazê-las até mim. – a caçadora a hipnotizou. – Quando chegar a hora você vai enganá-las e nós vamos exterminar essas caçadoras e aquele conselho.