Encaro-me perplexa no espelho. O meu cabelo estava todo desgrenhado. E...

AH MEU MERLIM! Haviam mestruado na minha cabeça!

Espera... Eu era ruiva.

Morava com duas vagabundas, também conhecidas como minhas amigas. Marlene e Dorcas. Marlene vivia de ressaca, que é como ela estava nesse exato segundo. Já Dorcas, só Merlim sabe onde ela está.

Marlene havia se enfiado para entrevistar um cara enigmático da empresa “Paus Para Toda Obra”. Não sei exatamente em que sentido o nome se encontra. Espero que seja no duplo.

Pensei em dizer não, já que eu sou uma garota muito cheia de porras para fazer. Só que pensei duas vezes, concluindo que ao invés de fazer as minhas tarefas importantes e mandar ela ir se foder, realizar o trabalho dela e me ferrar. Porque eu sou um ser incapaz de conseguir dizer “não”.

Ela estava vendo “O Chamado”, esticada no sofá. Ela sempre disse que o filme era uma droga. Mas estava tão carente esses dias, que só esperava uma ligação da Samara.

- Que bom que você vai, Lily – Marlene falava.

Ela era tão linda até vomitando as tripas pelo coração. E eu muito gay reparando em como ela era maravilhosa. Estou pagando de invejosa.

- Quer remédio? –perguntei calmamente.

-Não. –Marlene disse com uma voz de drogada- Se eu beber álcool, fico alcoólica, então se eu beber Fanta eu fico Fantástica?

Ignorei.

***

Assim que cheguei no prédio, reparei em uma mulher loira, muito atraente. Já que todas as mulheres eram mais atraentes que eu. Porque eu sou uma pessoa insegura demais para definir as pessoas como se fossem feias.

A moça estava parada atrás do balcão. Ela era intimidadora demais. Aliás, todo mundo me intimidava. Já que mais uma vez, me sentia insegura, só que pela roupa desta vez.

-Vou para entrevistar o Sr. Potter. –avisei.

Ela levantou a sobrancelha, e eu coloquei uma mecha de cabelo para trás. Já que era o perfeito sinal de que “Vadia, eu posso mostrar a minha orelha sem medo”.

A atendente me dá um crachá escrito “VIRGEM”. É tão obvio que eu nem precisaria usar uma plaquinha com esse nome.

Fui indo até o elevador, que de acordo com a moça, me levaria até o andar do Potter.

Reparei nos guarda-costas parados na frente do elevador. Parados. Fiquei tão tensa, mas tão tensa, que esqueci como se apertava o elevador. Até eles me intimidavam com a sua beleza bruta.

Quando o elevador se abre, ou como eu gosto de chamar, cabine mágica, chega no andar, a porta se abre.

Uma outra atente loura vem em minha direção. Porque diabos todo mundo era loiro?

-Pode entrar naquela sala.- ela aponta para uma sala – O bofe escândalo está lá dentro.

Andei até a porta, e quando eu a abro. Eu dou uma de lesada descoordenada e tropeço nos meus próprios pés. Caindo com tudo no chão. Parecendo uma batata esparramada.

-Desculpe não poder ajuda-la a levar –O Sr. Potter diz- Meu médico disse para eu não levantar muito peso. Tanto que eu só faço xixi sentado agora.