Goodbye escrita por Boobear


Capítulo 8
8º Dia: Caindo...




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POV. Austin

Levantei com a aparência mais cansada do que tudo, estava realmente chateado e me sentindo um inútil mais que tudo... Dá vontade de me juntar a minha...

... ... ... Talvez, seja isso?

Penteei meu cabelo, sem pressa, no espelho. E esgueirei-me até o quarto de minha mãe, peguei um pouco de base para esconder as olheiras que tinham embaixo de meus olhos. Acho que é isso. Passei diretamente pela minha mãe, ignorando qualquer coisa que ela tenha dito, ainda sim murmurei:

Eu sinto muito.

Novamente fui a pé para a escola, aqueles mesmos passos sem graça, as mesmas pessoas ao meu redor, que me olhavam do mesmo jeito, até os cumprimentos que faziam entre si eram iguais, um mundo sem graça, do mesmo jeito...

– O mundo não é sem graça, Austin!

– É sim, por que os meninos têm de usar azul e as meninas cor de rosa?!

– Ai Austin, você é tão teimoso! Mas é porque é assim mesmo!

– Ai Ally, você é muito sabe-tudo

– Você que me irrita!

POV. Boobear

Ao decorrer do tempo, nossos heróis não estão se sentindo nada bem.

Em maior parte da aula, Ally dormira enquanto Austin sentia fome, arrependido de não ter comido nada anteriormente, ainda sim, continuando a pensar em absolutamente nada, e como não deu certo – Resolvera pensar em uma vitrola, cantando a mesma musica repetidamente, a musica que até agora o assombrara.

Para-Para-Paradise... Para-para-para-paradise...

Novamente, o mesmo verso sem graça daquela melodia tão lenta, que ele apreciava tanto.

[...]

No refeitório? Não, nossos heróis tomaram um rumo diferente desta vez.

Ally estava notando algo diferente este dia... Sim, uma solidão maior do que já sentia, um vazio ainda maior em seu pequeno coração arranhado, despedaçado, machucado. Uma falta maior que sentia em todos aqueles anos solitários... Sim, ela tinha Trish, mas sentia falta daquela alguém antigo que a faria sorrir em um toque, aquela voz esganiçada pós-puberdade que a irritava constantemente.

Austin queria e não queria fazer algo, mas dessa vez não conseguia pensar em nada, mesmo com os olhos da morena em cima de si, o observando de maneira estranha, já que geralmente o menino era tão energético... Observava dez o cutucando, mandando bilhetes não respondidos e SMS’s sem parar, o celular apenas vibrava e o garoto nem respondia, só estava largado em um canto qualquer com as mãos na frente do rosto e uma expressão em branco, que ninguém soubera o que houvera com o garoto em dias que ninguém acreditaria ter acontecido. Nada conseguira sair de sua cabeça, as memórias, o diário, os comprimidos, os dias atormentados que passou com aquela garotinha desnecessária...

Aquilo o matava por dentro, e ele sabia disso.

RIIIIIIIIIIIINGGGGGGGGGGG

– O que aconteceu com o moon hoje? –

– ele me parece esquisito hoje

– ele nem foi ao treino esta tarde.

– e ele nunca falta...

– era para ele passar o dia comigo hoje, nem almoçamos juntos, poxa. Eu iria o chamar pro cinema...

[...]

Enquanto o loiro estava jogando seus livros de qualquer jeito em seu armário, foi interrompido por um estalar de dedos em sua frente.

– Ei, cara, tá tudo bem? Você tá esquisito hoje... – Era dez, que preocupadamente batia os pés no chão e mexia com o cabelo frequentemente.

– Estou bem cara, só apenas cansado...

– Você não quer ir ao-

– Não, eu não quero ir ao cinema. Deixaremos para a próxima, okay?

– O-Okay... – E ele saiu, coçando a cabeça confusamente. O loiro saiu de lá, largou a mochila em qualquer lugar do chão do colégio e saiu andando, sem rumo.

[...]

Ally, agora recém-saída da escola, assim como Austin, saiu andando por ai, sem se importar com os carros, motos, ou vans que passavam pela rua, mas apenas com uma diferença: Ela tinha um rumo, um rumo que ela mesma escolhera, enquanto ele não havia escolhido, apenas foi obrigado a viver esta maldição.

– Ai, Austin! Seus dedos estão sujos de xarope de bordo!

– Não tem problema, alls, as teclas ficam com um gosto bom.

– Ek! Você ainda prova? Meninos são nojentos!

[...]

Novamente, a cabeça de Ally descansara brevemente sobre seu macio travesseiro cor-de-rosa, mas ela não estava morta, não, não... Mas pensava algo semelhante.

“Que, se a vida é para viver, por que chega um momento em que tudo fica tão absoleto, tão sem graça, cinza?”

A morena novamente conseguiu reunir forças em seus bracinhos sem força, vestiu a bela camisola que parecia estar em medidas... Para a menina, era como se sussurrasse em uma melodia para ela. Good Dreams, Ally... Goodbye, Babygirl. Good dreams, fly away... Fly for the infinite, baby. E cansadamente, nossa heroína tomou mais uma vez seus comprimidos, desesperadamente, não aguentava, tomou uma dose de alguma bebida de seu pai... E deitou-se, acolhendo a morte como uma velha amiga, e assim, partiram como iguais.

[...] [...]

Tragicamente, nosso herói, andara todo aquele tempo ignorando as chamadas repetitivas de Dez, Trish, seus pais... Já sabia que Ally havia morrido, não precisava de mais peso em suas costas, não é? Ele ria, apenas ria, sem saber onde estava, que rumo tomar, estava totalmente perdido na escuridão das 23h30m. Queria apenas mudar o passado, ter deixado de ser idiota, ter aproveitado sua menina antes que partisse... Não que aqueles dias não tivessem sido bons, na verdade eles teriam sido maravilhosos... O problema é que ela não podia morrer no final! Não é assim que funciona! – Austin ficava repetindo isso para si mesmo, sem acreditar no que ficava martelando na cabeça dele. Mas o que podia fazer? Já tentara de tudo, não há mais nada que possa fazer. O que acontece quando as chances acabam? Será que é apenas mais um pesadelo?

Perguntas, perguntas e mais perguntas...

POV. Austin

Eu estou desesperado, acho que estou ficando maluco, simplesmente maluco! Eu não consigo salva-la de maneira nenhuma, ela se recusa a viver tanto quanto comer! E se ela come, acaba passando mal... E se passa mal, morre... E ainda tem aqueles comprimidos, eu deveria impedir ela de tomar? O que ela quer de mim?

[...]

POV. Boobear again

Novamente, sentindo-se mais sozinho que nunca, Austin desatou a correr – Correr para o nada, onde pudesse sentir algum conforto, onde não veria a garota que mais amava morrer, queria estar junto de sua amada, como Romeu e Julieta... Juntos na escuridão do infinito pela eternidade.

– Snif snif

– Não chore Ally! É apenas um filme.

– Ele snif snif morreu para salva-la, snif...

– Qualquer um faria isso, alls!

– Você faria isso por mim?

– Claro que faria Ally.

Assim, fechou os olhos pesadamente, não olhando o que vinha pela frente, e em um impulso, seus pés separaram-se da barra daquela ponte, caindo...

Caindo...

Caindo... Caindo...

SPLASH!

...


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