My Own Horror Story escrita por Carolina


Capítulo 2
Dominique nique nique


Notas iniciais do capítulo

Peço desculpa pela ausência, mas esse mês foi super corrido para mim, tanto na escola quanto no ballet... Espero que gostem deste capítulo! Adorei ver vocês interagindo com a fic.



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Cheguei em casa com o chá dentro da minha bolsa. Jennifer estava brincando lá fora no jardim, já deviam ser 17 horas - eu julguei pela cor rosada do céu. 

- Jenn, o que acha de ir brincar com umas amiguinhas? Acho que a Lola está em casa! - eu disse tentando despistá-la.

- Está bem! - ela exclamou com seu tom de voz meigo e me deu um abraço, correndo para a casa vizinha, onde sua amiguinha morava.

Entrei em casa e tranquei a porta. Ainda estavam todos ausentes. Peguei o chá e o preparei. O servi em uma xícara e estava pronta para tomar o primeiro gole quando me lembrei - eu poderia morrer fazendo isto. Não que isso fosse algo péssimo, na verdade, era ótimo. Mas se eu fosse realmente morrer, tinha um último desejo. 

Tocar piano sempre fora uma das únicas paixões da minha vida. Cada nota, cada tecla, pareciam partes de mim que eu não possuía sem tocá-las. Esse era meu último desejo. Eu iria tocar antes de dar o gole. 

Subi as escadas, até o quarto em que não era ocupado - lá ficavam apenas algumas roupas, edredons e o piano. Respirei e fundo e me sentei, fechando os olhos. Me concentrei e comecei a tocar uma melodia que não saía da minha cabeça e logo percebi que essa melodia era "Dominique", uma das músicas favoritas das freiras que rondeavam a minha cidade. "Que irônico" - eu pensei. "Uma garota prestes a se matar está tocando uma das músicas de Deus". Acabei a música e desci, peguei minha xícara e me tranquei em um quarto pequeno e espremido que antigamente era usado como lavabo. O quarto não havia luz, por isso acendi apenas uma vela. A posicionei em cima da já deteriorada pia e me encarei no espelho. Via o reflexo de uma Mabelle pequena, raquítica e assustada, que estava prestes a acabar com duas vidas, se tudo desse certo. 

Dei o primeiro gole, esperando pelo pior (ou deveria dizer melhor?). Nada aconteceu. Virei a xícara de uma vez só e engoli. O chá possuía um gosto amargo. Nada aconteceu. 

Senti uma pontada forte no início do estômago e me apoiei na pia para conseguir me manter em pé. Olhei para meu vestido e o vi todo ensanguentado. 

Não conseguia mais sentir as mãos e os pés - havia perdido todos os meus sentidos. Minha visão estava turva, ouvi a melodia de "Dominique" e via freiras vindo em volta de mim, Jennifer aclamando por ajuda, sangue no chão, meu padrasto na primeira noite em que abusou de mim...

Acordei e a cena que eu via não era muito diferente da cena da minha alucinação. Olhei e vi sangue no meu vestido inteiro, Jennifer gritando e minha mãe me encarando com os olhos vermelhos e inchados. Carl estava ali também, mas me olhava com um olhar desafiador. 

- Eu fiz o que era certo. Eu chamei Briarcliff - Carl disse e eu tentei me lembrar o que era "Briarcliff". 

Mas é claro. Briarcliff era o hospício da cidade. Como eu não adivinhei? A cena toda - eu no chão, ensanguentada - deve ter mostrado toda a minha loucura interna. Eu iria para Briarcliff. "Quem entra lá, nunca sai" - era a frase mais conhecida a respeito do lugar. Não sei porque eu não duvidei disso antes. Era óbvio que toda a minha dor seria mostrada um dia, mas minha mãe era fraca demais para entender algo. Ir para Briarcliff significaria que eu provavelmente morreria lá. 

- ME LEVEM PARA BRIARCLIFF!!!!!! - eu gritei. Briarcliff significaria que eu teria que ficar longe de meu padrasto. Não importa. Eu iria sair do inferno. 

Jennifer não parava de chorar. Minha mãe estava com a expressão perplexa e Carl se dando por vitorioso. Aposto que ele sabia de como o monstro que ele criou estava dentro de mim. Eu ainda estava fraca, o sangue não parava de sair. Pisquei o olho e vislumbrei alguns vultos. Minha mãe gritava pedindo para eles se afastarem, Jenn fora levada do local e Carl falava algumas coisas, mas eu não conseguia entender. Os vultos brancos se aproximaram de mim e algum deles enfiou uma agulha na minha perna.

Tentei focalizar a imagem. Não conseguia identificar onde estava, apenas sentia uma dor que predominava o meu corpo. Não conseguia identificar nada, exceto, uma melodia conhecida. O inconfundível "Dominique, nique, nique". 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Com reviews eu posto mais []



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