(POV Lily)

O Sr. D saiu da enfermaria e me deixou ali sozinha. Eu fiquei olhando para meu anel ou, como ele disse, minha nova arma. Como isso pode se transformar numa arma? Eu sei que a contracorrente do Percy fica na forma de caneta quando ele não usa e que ela sempre volta para seu bolso, mas um anel?

Ainda estava encarando o anel quando meus amigo voltaram para enfermaria.

–Foi o Sr. D que te deu isso? – Perguntou Leo perplexo.

–Não. – Disse rindo com a possibilidade. – Foi meu pai ou mãe olimpiano.

–Jura? – Perguntou Meggie.

–Juro! Ele manda o Sr. D me dar isso e falar que esta muito preocupado, falar que só não me reclamou para me ver feliz e coisas do tipo. Como eu poderia ficar feliz se não tenho parentes que se importam comigo? O único parente que eu tive foi tia Teresa que nem é minha parente de sangue e que provavelmente eu nunca mais vou voltar a ver! – Disse.

Meggie me abraçou e disse:

–Ás vezes nem tudo é o que parece. Você vai voltar a ver Teresa, você vai!

–Não a chame de Teresa... É estranho, todos a chama de Resa. Eu só a chamo de Teresa quando ponho a “tia” na frente, mas só porque tia Resa ficaria estranho... – Eu disse e Meggie riu.

–O que mais ele falou?

–Basicamente só isso, ele também disse que o anel na verdade era uma arma, mas não sei como isso é possível.

–Eu acho que eu sei! – Disse Meggie tirando o anel de laço que ela sempre usa. – Olha! Pegue o anel e joga para o alto. Desse jeito. – Meggie pegou o anel, jogou para o alto e quando ela o pegou ele tinha virado uma espada.

–Uau! – Eu disse pegando meu anel e fazendo o mesmo.

Ainda no ar meu anel virou uma espada. O punho da espada era vermelho e em sua ponta tinha um leão. Grifinória, minha casa. Era uma espada que realmente lembrava a minha casa. Olhando melhor parecia bastante com a espada do rei Pedro, de Nárnia, mas aquela aparentava ser muito pesada e esse nem tanto, parecia perfeita para mim.

Sabia que não devia querer correr para o campo de treinamento e estrear minha nova espada, mas no momento eu nem me lembrava do orgulho. Eu saí correndo para o campo de treinamento, ignorando os gritos dos meus amigos atrás de mim. Só parei de treinar quando cheguei.

–O que esta fazendo? Devia estar na enfermaria, descansando! – Meredith falou atrás de mim.

–Eu sei, mas é que eu ganhei essa nova espada e queria estreá-la. Por favor... – A filha de Apolo me olhou indecisa, mas cedeu.

–Quer alguém para treinar? – Perguntou Nico atrás de mim. Eu me viro e todos estão ali. Eu sorrio.

–Desafio a todos! – Disse.

Todos aceitam o desafio e eu começo a duelar com minha primeira oponente: Meggie. A espada era perfeita para mim, tinha equilíbrio certo. Nem pesada, nem leve.

Meggie, assim como Thalia, era melhor com o arco e flecha e não foi difícil derrotá-la.

Derrotei todos até que sobrou uma última pessoa para eu duelar: Nico Di Ângelo.

–Pronta para perder? – Provocou ele.

Eu sorri e comecei a atacá-lo. Desferi um golpe na sua cocha esquerda mas ele defendeu. Tentei golpeá-lo no seu ante-braço direito, mas ele, novamente, defendeu. Isso se tornou um ciclo vicioso, eu atacava, ele defendia. Até que eu percebi que ele não me atacava de propósito.

–Nico Di Ângelo, você esta pegando leve comigo! – Eu disse.

–Não posso pegar pesado! Você nem devia estar treinando! – Argumentou ele.

–Ah, por favor! Eu quero lutar, de verdade!

–Você que pediu... – Ele disse.

Nico tentou golpear meu braço direito, mas eu defendi. Foi minha vez de atacar, ele defendeu. Eu ataquei de novo e dessa vez ele não conseguiu defender. Eu ia atacar de novo, mas ele me atacou e, com um golpe, tirou a espada da minha mão.

–Você é bom! – Exclamei.

–Você também. – Ele disse.

–Meggie, como eu faço para transformar em um anel de volta? – Perguntei.

–Bem, com minha espada eu preciso pressionar o coração na ponta, tente pressionar o leão. – Ela disse e eu fiz o que ela mandou. Deu certo, a espada virou novamente um anel.

Eu botei meu anel no dedo e voltamos a andar em direção à enfermaria, mas uma horrível ideia me fez parar bruscamente.

–E se eu perder o anel? – Perguntei.

–O meu volta para meu dedo, mas não sei o seu. – Disse Meggie.

–Thalia, vá para longe. – Pedi e Thalia obedeceu assim que ela chegou numa distância razoável eu taquei o anel em sua direção. – Não pegue o anel! Vamos ver se ele volta para meu dedo.

Depois de um tempo ele voltou para meu dedo e eu suspirei de alívio. Se meu anel/espada não fizesse isso eu com certeza o perderia.

De volta à enfermaria Meredith estava andando de um lado para o outro, brincando com sua mecha azul.

–Ai graças aos deuses você esta de volta! Não sei onde estava com a cabeça quando deixei você ir treinar! – Ela me obrigou a deitar de volta na cama.

–Meredith! Eu não vou desmaiar só porque treinei um pouco! – Reclamei.

–Nunca se sabe... – Ela resmungou.

Eu deitei na cama e de repente senti tanto sono.

–Acho que vou dormir... – Disse já de olhos fechados.

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–Liy! Lily acorde! – Disse Meredith me sacudindo.

Eu abro os olhos e olho em volta. Todos ainda estavam lá, menos Leo e Meggie, já até sei o que eles foram fazer... Mas além deles também tinha uma mensagem de íris em frente a mim.

–Lily, hoje você já vai poder sair da enfermaria! Não vai poder treinar, lógico, mas vai poder dormir no seu chalé, almoçar na mesa do seu chalé e ir para fogueira, fantástico, não? – Meredith cantarolou/gritou em meu ouvido.

Eu fiquei muito feliz, lógico. Abri um sorriso enorme, mas resolvi esquecer esta notícia por agora e me concentrar na mensagem de íris.

–Lily! Que bom que você acordou! – Percy disse pela mensagem de íris. – Esse é meu irmão, Tyson. – Disse apontando para um monstro. – Ele é um ciclope.

–Ele é seu irmão? – Perguntei.

–Na verdade é meio-irmão, mas qual o problema?

–Nenhum... – Disse. – Percy, eu estou cansada. Vou dormir mais um pouco, tudo bem?

–Mas você acabou de acordar! – Ele disse.

–Eu sei, mas estou cansada! Até mais. – Disse desfazendo sua imagem na névoa.

Quando a imagem de Percy se desfez eu comecei a conversar com meus amigos.

–Não ia dormir? – Perguntou Travis.

–Não, é que eu só não estava a fim de conversar com Percy.

Eu ainda estava meio brava com ele por ter me abandonado, eu não pensaria duas vezes antes de recusar a missão para ficar aqui cuidando dele, não só dele, eu faria isso com qualquer um dos meus amigos, mas pelo visto Percy não é assim. O que acho muito estranho porque sei que o Percy normalmente faria isso, recusaria a missão. “Será que ele não me ama?” Pensei, mas logo afastei o pensamento hoje eu só iria pensar em coisa boa, já que vou mi livrar desta horrível enfermaria. Não que a companhia seja ruim, Meredith é muito legal, eu até tinha me apegado a ela, mas a enfermaria que não me agrada muito.

Meus amigos fizeram o favor de não comentar mais nada sobre Percy. Eu levantei e comecei a arrumar minhas coisas, e logo todos me ajudaram. Foi bem fácil, já que tínhamos cinco pessoas para arrumar poucas coisas.

Estava tudo pronto para ir embora eu pegou minha mochilinha com minhas coisas, mas Meredith a tira de mim e da para Travis segurar.

–Só me prometa que vai descansar. – Disse Meredith me abraçando.

–Prometo que vou tentar. – Disse ainda no abraço, fazendo a filha de Apolo rir.

Eu saí do abraço de Meredith e fui para o chalé de Hermes sendo seguida por todos que estavam presentes, menos por Meredith, que disse que passava lá agora, porque tinha que cuidar de outras pessoas.

Andei pelo acampamento com um sorriso tão grande que eu achava que ia rasgar meu rosto ao meio. Quando eu chego ao chalé a primeira coisa que faço é me jogar na minha cama.

–Que saudades da minha cama! – Disse fazendo todos rirem.

–Engraçado, porque eu não fiquei com a mínima saudade de certa pessoa me incomodando no beliche ao lado. – Disse Connor.

Connor estava com aquele sorriso que só um filho de Hermes tem. Eu dei um soco no seu braço e ele fez uma careta de dor.

–Ai! – Ele disse massageando o local em que o soco havia atingido. –Essa é a Lily que eu conheço! – Ele disse depois de um tempo.

–Acabei de voltar e você já esta implicando comigo! – Disse rindo.

Ficamos assim um bom tempo, mas pouco a pouco as pessoas iam saindo, dizendo que precisavam treinar. Até que eu fiquei sozinha no chalé.

Eu deitei na minha cama e fiquei pensando em tudo que havia acontecido hoje. Eu fui bem mal-educada com Percy e devia desculpas a ele, mas ele também me devia desculpas, certo?

Suspiro e procuro um drácma. Não encontro em nenhum lugar então resolvo procurar nas coisas dos meus gêmeos. Remexi várias coisas em busca do meu tão sonhado drácma. Depois de algum tempo eu os achei. Depois avisaria que peguei um drácma deles e depois pegarei a eles.

Procurei em volta algo que pudesse usar como um arco-íris e me lembrei que no chalé de Percy tinha uma fonte em que eu podia usar. Eu saí em disparada para o chalé de Percy.

Chegando lá eu entrei e me deparei com o chalé completamente vazio, exatamente como estava há dias atrás. Olhei em volta e foi só aí que eu percebi quanta falta Percy fazia. Não era só como namorada, na verdade era mais como amigo, porque antes de qualquer coisa Percy era meu amigo. Era tão estranho estar ali, sem Percy, estava tudo tão calma. Nenhum menino lerdo deitado na cama, escutando musica. Estava tão quieto...

Suspirei e tirei meu drácma do boldo. Fiz uma prece à Íris e joguei o drácma no arco-íris, que se formava na minha frente. Segundos depois o rosto de Percy aparece na névoa. Ele estava todo sujo e arranhado.

–Percy! Você esta bem? – Perguntei. – Eu queria pedir desculpas por ter sido tão grossa com você hoje.

–Tudo bem, você estava cansada. Esta no meu chalé? – Perguntou.

Culpei-me por na verdade não estar cansada, mas é lógico que eu não falei isso.

–Estou, falando nisso é muito estranho isso aqui sem você – Disse olhando em volta. – É muito quieto...

–Imagino como deve ser. – Ele disse rindo

–Já acharam a semideusa? – Perguntei.

–Sim... – Ele disse.

Eu fiquei quieta, esperando ele continuar, mas ele não falou nada. Que menino lerdo!

–Quem é?

–Por quê? Esta curiosa? – Ele perguntou com uma cara de pensador, que definitivamente não combinava com ele.

–Estou sim, qual problema? – Perguntei. Percy viu que estava muito curiosa e resolveu me torturar.

–Vai ser surpresa, então. Mas se serve de consolo eu ia mandar uma mensagem de íris agora aí para o acampamento avisando que já estamos voltando.

–Eba! – Disse sorrindo. – Eu nem me despedi de você... – Disse com o olhar distante.

–Percy! Temos que ir! – Disse uma voz que não era de Percy, mas eu sabia quem era: Annabeth.

–Hm... Lily nos vemos depois, ok? – Ele disse.

–O.K... – Disse tentando esconder a raiva que eu estava de Annabeth.

A imagem se desfez e o chalé voltou a ficar silencioso. Eu, com um suspiro, deixo o chalé e voltei para o chalé de Hermes.

Assim que entrei no chalé vejo Meggie, Leo e Meredith sentados, todos com caras preocupadas.

–Onde estava?! Prometeu que ia se cuidar! – Disse Meredith se levantando.

–Prometi que iria tentar! Além disse vocês não precisam ficar preocupados comigo! Eu posso muito bem ficar sem me meter em encrencar por alguns minutos, tenho certeza! – Disse irritada e me sentando no meu beliche.

–Desculpa... Fiquei com medo de você ter ido treinar. – Disse Meredith.

–Tudo bem. – Disse suspirando.

–Fui mandar uma mensagem de íris para Percy. – Disse depois de um tempo quieta

–Novidades sobre a missão? – Perguntou Leo.

–Eles já estão com a semideusa, mas não quiseram me dizer que era, e eles já estão voltando. – Disse fazendo com que todos os presentes sorrissem.