Uma Nova Semideusa escrita por BDP


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Acho que vou fazer capítulos menores, porque em comparação as outras fics alguns capítulos meus estão enormes! O que acham?



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(POV Narradora)


Já havia se passado duas semanas desde que Meggie e Percy passaram pela primeira vez no portão da escola de Lily.

Percy já havia conhecido Kate, ele gostou dela, a achou uma garota realmente muito engraçada, divertida e despreocupada. Todo dia depois da aula ele acompanhava Kate e Lily e quando chegavam à rua em que as garotas se separavam ele acompanhava Lily até o orfanato, mesmo o hotel que estava hospedado estar do outro lado.

Para Percy cada vez estava mais evidente de que Lily era uma meio-sangue, mas os outros ainda não estavam tão convencidos.


(POV Percy)


–Percy, Quíron avisou, sem ligações sentimentais! O que você tem com Sampaio se não é ligação sentimental é o que? – Gritava Chase.

Era sempre a mesma coisa, sempre a mesma discussão.

–E se for? Qual o problema? – Eu gritei e fui pro meu quarto (que não é lá meu era um quarto um pouco maior para todos os meninos e um quarto um pouco menor para todas as meninas) e bati a porta.

Fiquei o resto do dia sem falar com ninguém apenas com Meggie.


(POV Lily)


Estava deitada em minha cama pensando em Percy, como esse garoto mudou minha vida. Antes nunca falava para ninguém que estava triste, continuo não falando, mas Percy sempre sabe se eu estou feliz, triste, desanimada... Antes nunca falava nada para ninguém, agora estou prestes a contar algo que eu acho muito estranho e tenho medo que os outros descubram. Vai entender como só uma pessoa faz isso!

Alguém bata na porta.

–Entra.

Era tia Teresa. Sorrio com a surpresa.

–A que devo as honras? – Brinco me sentado na cama e tia Teresa da um sorriso de leve.

–Podemos conversar na conzinha? – Ela pergunta. Ah! A cozinha, meu refúgio de sempre!

–Claro! – Sorriu e a acompanho.

Chegando lá tia Teresa esta com a cara estranhamente séria.

–Aconteceu algo sério? – Pergunto.

-Sente-se, meu amor – Ela disse carinhosamente, e foi o que eu fiz.

Ela ficou procurando palavras, fechou os olhos, fez tudo, menos falar logo o que estava acontecendo.

–Tia Tere... – Antes que eu pudesse terminar a frase tia Teresa me atropelou com as palavras.

–Eu vou deixar o orfanato – Disse tia Teresa de olhos fechados e de uma vez só.

–Você vai o que? – Perguntei não conseguindo acreditar no que ouvia.

–Deixar o orfanato... – Disse Resa suspirando e pondo as mãos nos meus joelhos. Ela estava com lágrimas nos olhos.

–Você não pode! – Falei levantando.

–Lily, me escute... – Não a deixei terminar.

–Não! Como você pode? – Perguntei as primeiras lágrimas já tinham caído no rosto de Resa. – Adeus Resa.

Só a chamava de Resa quando a situação era muito séria, ou quando estava na frente de Gralha.

–Lílian, por favor... – Implorou a mulher que, para mim, foi como uma mãe.

Eu sentei de novo e fiquei quieta.

–Eu não te contei antes por medo da sua reação, mas estou com uma doença nas pernas. Não posso fazer esforço. O médico disse que tenho que tirar aposentadoria.

–Você vai voltar? – Perguntei.

–Claro. – Respondeu.

Nós duas nos levantamos e nós abraçamos. E foi assim que tia Teresa se foi.

Logo depois que ela saiu corri para o banheiro. Lá eu liguei o chuveiro para que o barulho da água caindo omitisse o barulho do meu choro. E chorei, pensando que agora a única pessoa que falaria comigo seria Gralha e ela só falaria para me irritar.

A mulher que me criou se foi. Só a verei poucas vezes se a ver de novo, tenho que ser realista.

Entrei no banho e deixei que a água levasse minha tristeza embora.

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Acordei, no dia seguinte arrasada. Resa tinha ido embora. “Ela se foi, Lily, ela se foi” Pensava a cada segundo.

Fui ao banheiro lavar o rosto.

–Força, Lily, força! – sussurrei para meu reflexo no espelho.

Joguei água no rosto. Meu rosto ainda estava um pouco inchado, porque depois de Lindsay dormir eu comecei a chorar. Sempre faço isso, quando estou triste aguento com um sorriso o dia inteiro e a noite eu choro, sempre deu certo.

Sai do banheiro, mas só para pegar meu uniforme. Logo em seguida voltei a me trancar no banheiro. Ponho o uniforme e me olho no espelho mais uma vez. Estava com profundas olheiras. Fiquei preocupada, não quero que Percy perceba que estou triste e as olheiras só chamariam mais atenção.

Eu infelizmente não tenho corretivo então, como era um caso extremo, abri a porta do banheiro e meti minha cabeça para fora da porta.

–Hm... Lindsay, você tem algum corretivo para me emprestar?

–Tenho, aqui. – Ela me entregou o corretivo, eu sorri, um sorriso sincero.

–Obrigada.

–De nada.

Mais uma vez, me tranquei no banheiro. Olhei-me no espelho de novo e comecei a passar o corretivo.

Depois de um tempo escondendo as minhas olheiras eu consegui. Até que ficou bom.

Sai do banheiro já pronta.

–Aqui, seu corretivo. Muito obrigada. – disse sorrindo.

–De nada. – Ela disse apressada, pegando o corretivo e correndo para o banheiro.

Eu peguei minha mochila, olhei pela última vez nos espelho que tinha no quarto e forcei um sorriso. Bom, convincente.

Sai do quarto e pela primeira vez em muitos anos fui para o refeitório ao invés da cozinha. Uma lágrima ameaçou cair mais eu a limpei antes que ela o fizesse.

Quando cheguei ao refeitório ninguém manifestou ter percebido minha presença. Sentei em um canto, comi rápido e me levantei para ir para escola.

Mostrei meu “passe” e estava livre daquele lugar sombrio.

Sentei em um banco na frente do orfanato e fiquei esperando Percy e Kate. Todo dia a gente fazia o seguinte: Percy encontrava com Kate em alguma rua que eu não prestei atenção, pois não me interessava, eles vêm para cá e finalmente nós vamos para a escola.

Fico um tempo esperando até que duas mãos finas cobrem minha vista. Viro-me sorrindo e me deparo com Kate e Percy. Abraço Katie e depois Percy com um sorriso no rosto, o mais forçado o possível.

A verdade é que eu mentia muito bem. Muito bem mesmo, então fingir que estou feliz e mentir é a mesma coisa, para os dois você precisa fingir que algo é real, então dá tudo no mesmo.

Nós começamos a andar a caminho da escola. Conversamos sobre tudo. Até que chegamos à escola. Kate falou que tinha que ir a algum lugar e ficamos eu e Percy sozinhos.

–Lily...? – Ele perguntou

–Sim...? – Respondi.

–Fala de uma vez.

–Falar o que? – Perguntei.

–Por que você esta triste. – Ele disse com a maior calma do mundo.

Como assim? Eu estava fingindo tão bem. Eu realmente achava que ia conseguir enganá-lo.

–Eu não estou triste, de que você esta falando? – Falei rindo, mas eu não pude evitar, meus olhos se encheram de lágrimas e eu desviei o olhar.

–Não? Ele segurou meu queixo e me fez olhar nos seus olhos verdes como o mar. – Fiquei calada – Eu sei quando você esta triste. Basta olhar nos seus olhos.

Desviei o olhar.

–Depois Percy. – Levantei-me e me afastei dele. Fui para o banheiro, quando cheguei lá umas três lágrimas tinham caído. Lavei meu rosto e me obriguei a respirar e ter força.



(POV Percy)


–Depois Percy. – Lily levantou e saio foi embora.

Eu fiquei parado ali sentado até que Meggie se sentou ao meu lado.

–Oi Bela Adormecida. – Eu disse.

–Oi – Disse ela sorrindo – Já tem sua opnião?

–Sobre o que? –Perguntei

–Sobre Lily. – Ela sussurrou. – Se ela é uma semideusa ou não.

–Claro que é. Só estou esperando os outros se decidirem.

Nós continuamos conversando até o sinal tocar. Meggie fez uma cara de sofredora que me fez rir muito.

–Mais aulas não! Saimos em uma missão para assistir aulas?

Eu ri mais ainda e subimos as escadas em direção a nossa sala.


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Lily e eu passamos a aula inteira como sempre. Eu sabia que ela estava triste, mas não comentei nada.

No final da aula eu falei para Lily que já voltava e fui procurar Meggie. Ela estava no cantinho tirando a mini-câmera, a escuta e o micro-fone.

–Aqui. – Disse ela me entregando os equipamentos.

Como Meggie não podia simplesmente seguir eu e Lily fora do colégio Chase me obrigou a usar os equipamentos fora da escola. Ou era isso, ou estava fora da missão.

–Tenho que ir, te vejo no hotel! – Ela disse se virando para ir embora.

Procuro Lily e vejo uma garota branquinha, de olhos verdes e cabelos encaracolados e pretos como carvão. Vou até ela e digo:

–Vamos? Cadê Kate? – Pergunto.

–Ela disse que não voltaria conosco hoje.

–Tudo bem. – Disse.

Quando Lily começou a andar eu sussurrei para o micro-fone.

–Desculpe, vou desligar os equipamentos por um momento. – Sussurrei desligando os mesmos.

Eu e Lily fomos andando até que eu falei:

–Sabia que você fingi muito bem? Mas a mim você não conseguiu enganar.

–Percy, agora não, por favor.

–Tudo bem. – Disse parando e a fazendo olhar no meu olho. – Mas fique sabendo que você pode confiar em mim. Pode contar as coisas para mim. Não estou te pressionando, só avisando que você pode se abrir para mim.

–Percy, se eu começar a falar eu vou chorar e detesto chorar em público, me sinto fraca, indefesa, vulnerável...

–Ei! Eu sei que você e forte! Sei que tem alguma coisa a fazendo chorar a noite, mas você é forte. Mais forte que muita gente que eu conheço.

Ela sorriu.

–Obrigada Percy.

–Vai me contar o que aconteceu?

Ela ficou totalmente na dúvida pude quase consegui escutar as engrenagens na sua cabeça pensando se falaria ou não. Eu apontei para um banco e nós nos sentamos.

Lily mordia o lábio de nervosismo.

–Ir tia embora Teresa. – Ela disse rápido. Ela realmente estava nervosa.

–Fica calma, não vou contar a ninguém. Sei que você é forte e me contar o que aconteceu não vai te tornar menos forte.

–Tia Teresa deixou o orfanato. – Ela disse olhando para baixo. – Agora não tenho ninguém lá.

Fiquei chocado. Como ela aguentou este tempo todo? Isso me fez ficar ainda mais admirado por ela. Eu a abracei forte.

–Sabia que eu não iria aguentar com essa mesma força? Você é muito forte Lily, realmente é.

Ela permitiu que caíssem algumas lágrimas, mas logo escutamos passos e ela sai dos meus braços e limpa as lágrimas em tempo recorde.

Eu liguei os meus “aparelhos” e eu ia levantar, mas Lily me puxou de volta.

–Percy, tenho que te contar uma coisa, uma coisa que nunca contei para ninguém. – Antes que eu pudesse desligar de volta os “aparelhos” ela já havia falado. – Vejo monstros da mitologia grega. Muitas vezes, eu sou idiota, louca, psicopata ou débil mental?

–Lily, você não é nada disso a verdade é que... – Eu ia contar tudo a ela, mas a voz da Chase no meu ouvido me impediu.

–PERSEU JACKSON, NEM OUSE A CONTÁ-LA A VERDADE! SAI DAÍ IMEDIATAMENTE! – Gritou ela no meu ouvido.

–Ai! – Disse e fiquei com medo da Chase me tirar da missão se não voltasse para o hotel agora. – Desculpa, tenho que ir. Falamos-nos amanhã.

Eu dei um beijo em sua bochecha e saí correndo.

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–Meggie, será que ela vai me odiar? – Perguntei com medo.

–Claro que não Percy! – Ela disse me tranquilizando. – Se ela é mesmo sua amiga ela sabe que você não é normal. Amanhã você explica a ela.

–Percy, posso conversar com você? – Pergunta Annabeth entrando no quarto.

–Pode. – Respondi.

–Meggie, se importa? – Ela perguntou fazendo Meggie se levantar e se retirar do quarto fechando a porta.

–Percy, preciso que você aceite o que vou falar bem. – Ela disse séria.

–O que você esta insinuando? – Perguntei.

–Você não vai mais para a escola de Lílian. – Ela disse.

–Como é? – Perguntei me levantando.

–Percy se acalme...

–Como me acalmar? Você não pode fazer isso! Estávamos indo tão bem! Não fiz nada de errado! – praticamente gritei, andando de um lado para o outro.

–Perseu Jackson! Acalme-se agora! Você esta se afastando de Lílian porque ela vai voltar a perguntar se esta maluca ou algo do tipo e você vai contar tudo a ela! Não posso permitir que isso aconteça! Já pensou na hipótese de ela não ser uma semideusa?

–Ela é uma semideusa, Chase. Se não, não teria tido sonhos com ela. – Disse e sai do quarto batendo a porta.


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Notas finais do capítulo

O que acham da ideia dos capítulos menores?



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