Há Trinta Anos. escrita por Raimundão


Capítulo 4
Capítulo 4 - Pessoas boas devem amar seus inimigos




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—Bom dia Mexicano!

Era esse o apelido do sujeito já com certa idade, sentado em sua cadeira na varanda de sua choupana à beira das praias de Guantánamo, apelido que se referia às suas verdadeiras origens antes de aportar em Cuba, uma vila na capital mexicana.

Não o incomodava, pelo contrário, quaisquer nomes que não fossem o seu verdadeiro deixavam-no mais tranquilo, mesmo que o levassem a um misto de lembranças boas e ruins.

É isso mesmo, Don Ramón Valdéz saudou seu velho amigo Paco com um igualmente cordial “bom dia Paco”.

—Como tem passado velho amigo?

—Remoendo as lembranças do passado.

—O que te aflige especificamente?

—Minha estória, o que me levou até aqui.

Como todos sabemos, o Pai da Chiquinha sempre foi um homem boêmio, dado a noites em claro, que lhe renderam, inclusive, aquele fatídico episódio de insônia, mas, embora estivesse a salvo em um país de regime político fechado, por vezes ainda não fechava os olhos à noite por conta do seu passado e da saudade de sua filhinha, como ela estaria hoje? Teria casado? Estava feliz? Perguntas que o deixavam ainda mais angustiado.


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