Shadow Moses escrita por Revolved Around Me


Capítulo 1
Vicios




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O por-do-sol pintava de laranja todo o horizonte da cidade. O cheiro da cidade se confundia com o da nicotina do cigarro entre meus dedos. Levantei-me levemente e apaguei o cigarro logo antes de pegar um chiclete de menta e mastigar rapidamente.
Caminhando, passei pelo Palazzo Vecchio, sentando-me na habitual cafeteria. Via a sombra quadrada vinda do Palazzo e escurecendo grande parte da Praça.
- Signore Daya! Por um momento achei que tinha nos abandonado.
Dei uma leve risada.
- Pois não se engane, Concetta. Aqui estou eu novamente.
- Fico feliz, signore. O que gostaria hoje?
- Apenas um café puro, per favore.
Concetta sorriu e se retirou.
A cafeteria era o primeiro piso de um sobrado renascentista. As mesas eram feitas de madeira. Cerejeira. O aroma de bolo fresco dava água na boca. As paredes eram bege, mas eram cobertos por quadros. Reproduções de DaVinci e Michelangelo.
- Aqui está, signore. - A garçonete trouxe-me o café e dei um sorriso como agradecimento.
O café forte desceu minha garganta. O calor do líquido confortava meu corpo a medida que a noite chegava.
Entreguei o dinheiro do café a Concetta e sai. Caminhei calmamente e entrei no antigo teatro abandonado.
Há cinco anos, quando deixei minha casa na alemanha, procurei um lugar no qual não me encontrassem. Portanto, optei por este teatro. Mandei que restaurassem a estrutura externa e reformassem a interna para que pudesse ser minha casa. Meu porto seguro, em relação ao mundo.
- Boa noite, Daya. - Alex, um dos meus melhores amigos comprimentou.
Alex era meu amigo desde que me conhecia por gente, então o único que pensei em recorrer ao fugir de meus pais fora ele.
Encarei a garota em pé ao lado de Alex. Era uma coisa atipica dele, mas ele parecia feliz.
- Quem é essa? - Perguntei baixo.
- Essa é a Hayle. Encontrei ela na praça. Daya, você acredita? Vamos para Los Angeles em três dias.
Aquilo pareceu afundar meu coração. Eu amava a Itália com todas as minhas forças. O que havia de errado em ficar?
- Certo.
Peguei minha guitarra. A vermelha e não a amarela e corri para o meu quarto.
Eu possuia o infeliz defeito de ser incrivelmente anti-social. Pessoas são, em sua natureza, profundamente perversas e se deixam corromper. Pessoas me decepcionavam o tempo todo. Minha familia, meus antigos amigos, minha ex-namorada. Meu estado de que se foda andava mais on do que eu queria.
Por uma ou duas vezes planejei um possivel suicidio, entretanto, eu sabia que eu podia ser melhor que isso.
Deitei-me e fechei os olhos. Permiti que minha mente voasse para o limbo. Permiti que dormisse sem sonho algum.

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