O Começo De Uma Era 2 escrita por Moça aleatoria, Undertaker


Capítulo 53
Capítulo 53


Notas iniciais do capítulo

Eu ia postar mais cedo, juro, mas não deu tempo mesmo!
Bem, esse é o último capítulo da fanfic, depois desse só nos resta o epilogo.
Quero agradecer a todos os ex-fantasminhas que apareceram desse último capítulo, inclusive a Ana Di Angelo, que apareceu através de uma linda recomendação!
E também notei que não há nada melhor para atrair comentários do que uma morte (ou quase)!
Bem, agora vou deixar voces lerem o capítulo logo.



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Não tenho ideia do tempo. Não mais. Mas sei que a alguns dias, ou talvez uma ou duas semanas fui encontrada em pratos na mansão de Snow, cercada por três cadáveres e um moribundo. Foi Gale o primeiro a chegar, seguido por Finnick. Eu sinceramente não me lembro de nada fora o pânico e as lagrimas, mas tinha a impressão de ser pega no colo enquanto era afastada de Peeta.

Não parei de chorar quando os medico chegaram e o levaram, nem quando a mansão passou a ser cercada por olhos curiosos.

Chorava por tudo ao mesmo tempo, pelos dias que fui forte e pelos que fui fraca. Pois Peeta não podia ser forte por mim. Eu tinha que ser por ele. Mesmo assim demorei para recobrar o juízo. Quando me dei por mim, já estava no hospital.

Só fui informada depois que a Capital logo despertou do efeito do gás, todos os soldados foram sujeitos a inalar um outro gás especial fabricado por Beetee com a ajuda de médicos do distrito 13. Todos os soldados e civis da área estavam agora lúcidos, finalmente.

Não haviam mais ditadores, não haviam mais líderes sanguinários para Panem.

Eu descobri também que Paylor assumiu depois daquilo. Me senti aliviada em saber que dessa vez Panem estaria nas mãos de alguém que tivesse a mente lucida.

Depois de tudo, só o que pude concluir é que o problema talvez não seja o que um líder faz com seu poder, mas sim o que um poder faz de seu líder. O poder muda o modo de pensar e agir das pessoas, corroendo-a e devorando-a até que a cobiça por ele aumente.

Felizmente, não acho que teremos esse problema com Paylor. Ela e outros líderes decidiram que Panem seria governada por uma democracia. Democracia. Uma palavra engraçada, soava velha aos meus ouvidos. Era o sistema político usado antes mesmo da criação de Panem.

Na democracia o povo pode escolher em quem governaria. Eles votariam sem nem ao menos precisar se identificar, chamaram isso de algo como voto secreto, acho que o nome fas jus ao seu significado.

Democracia. Voto. Duas palavras engraçadas.

Acho que deveria ser o tipo de coisa ensinada nas escolas, mas é claro que não eram. Mas agora, a história de Panem desconhecida por praticamente todos podia ser novamente revelada. E por fim, nem foi preciso de Snow. Eu pelo menos não fazia ideia que ele tinha um neta, a garota tinha mais ou menos a minha idade e era a única sobrevivente não caçada pelos rebeldes. Surpreendentemente a garota sabia onde os arquivos estavam. Trocou de bom grado a senha para poder ser solta ao em vez de fuzilada como a família. A garota seria vigiada de perto pelo novo governo, mas procederia em liberdade na Capital. Não oferecia qualquer perigo, era apenas uma adolescente com um avó sanguinário. Não tinha culpa de nada.

Nos arquivos havia toda a história de Panem, que agora passaria ser lecionada nas escolas, junto com essa revolução. É claro que apenas para turmas mais avançadas. Acho que ensinar ao jovens os erros cometidos pela humanidade no passado fará com que tanto s líderes como os civis aprendam com os seus erros. A democracia já deu terrivelmente errado antes, eu sei agora, mas imagino que agora que temos contato com o passado podemos ser capazes de não cometer os mesmos erros. Talvez, dessa vez, conseguíssemos finalmente acertar. Com o passado, talvez conseguíssemos um futuro.

Os tão temidos arquivos sobre as arenas foram queimados sem nem ao menos serem vistos, Paylor em pessoa me pós a par disso. Ela disse que ela mesma havia queimado. Ninguém jamais saberia daquelas informações, apenas como garantia que não se tornassem um problema.

Aliás, a Capital virou o que seria uma verdadeira “capital” para a democracia. Eu descobri também que uma capital antigamente era onde ficavam os lideres controlando o restante do país, e não simplesmente um grupo de gente fina que vivia melhor que os outros, diferente dos demais “estados”, que vivem em estrema pobreza apenas para sustenta-los. Estado, outra palavra engraçada.

Todos os distritos estavam danificados, e muito, sobre tudo a Capital, o um, quatro, oito e dose, mas já haviam plano para a reconstrução e reforma da economia de toda a Panem. A Capital passaria a ser o lar dos líderes rebeldes, já que depois de ajudarem tanto na revolução mereciam um lugar dentro da democracia. Mesmo que esses arranjos fossem temporários, até que Panem estivesse suficientemente reestruturada para as votações, de qualquer modo, eu acho que o povo preferirá ver no comando rebeldes do que alguém da Capital. Não acho que grandes mudanças serão feitas no arranjo temporário.

Foram muitas informações de um vez, eu admito. Ainda não sei se consegui digerir todas elas e acreditar que foram realmente postas em pratica. Mas eu ainda me mantenho por fora da política, e acho que vou me manter assim por um tempo.

Tive informações de Finnick, que felizmente sobreviveu e agora está com Annie novamente. Simila e Delly também estão bem, por mais que ele tenha sido baleado no ombro, mas agora está bem, e Simila que vive dizendo que agora tinha a mesma cicatriz no ombro que Delly. Johanna também estava a salvo, Haymitch também, assim como minha mãe e Prim. Prim me contou que mamãe provavelmente irá para o distrito 4, cuidar de alguns feridos, com o distrito destruído ela preferiria para aproveitar a chance de uma vida nova. Prim não comentou nada a respeito, não disse se ia ou não, ela, assim como os outros, permaneciam na Capital, assim como eu e Peeta.

Ele está ao meu lado, deitado na maca a dias em um quarto vazio a não ser por mim. Eu não tenho saído daqui, mas há gente saindo e entrando no quarto a todo o momento. Simila, Delly, Finnick, Annie, Prim, Johanna... Todos. As vezes para ver Peeta, as vezes para me convencer a comer algo, dormir ou tomar banho no pequeno banheiro que havia no quarto do hospital. Mas eu admito fazer essas coisas com pouca frequência. Contudo, quem mais tem vindo me visitar é Haymitch, ele parece ficar a cada dia mais preocupado, tanto com Peeta quanto comigo.

Para a minha surpresa, eu vi até a mãe de Peeta, acompanhada de Simila, visitar o leito do filho. O que me surpreendeu, pois eu pensava que ainda não se falavam desde antes do massacre, quando brigaram por minha causa. Ah sim, algumas lembranças tem começado a voltar, mas eu desconfio que muitas delas sejam apenas delírios. Sem o real e não real eu estava completamente perdida. Sem Peeta eu estava completamente perdida.

Eu me lembro quando a Sra. Mellark veio. Eu queria poder ter coragem para sair de lá, mas o máximo que consegui me convencer a fazer foi ceder a cadeira onde estava pra minha sogra enquanto me agarrava a cabeceira da cama até os dedos ficarem brancos. Fiquei aliviada quando Simila fez um gesto para que eu ficasse, ela fez o mesmo, acompanhando o filho mais velho.

Nunca tinha visto aquela mulher chorar, mas ela chorou com soluços tão dolorido que fez com que eu me perguntasse se o meu choro era como o dela. Provavelmente sim, até pior, eu imagino. Ela havia se levantado, beijado a testa do filho caçula e ajeitado os cabelos louros. Se virou para mim e surpreendentemente me abraçou.

-Eu sinto muito. –ela sussurrou contra meu ouvido, eu ainda podia me lembrar do ar quente contra ele. Seu corpo tremia inteiro, assim como o meu. –e seja forte por ele.

Eu ainda me perguntava o que ela havia querido dizer. Sinto muito... Era tão vago. Talvez se referisse ao tratar Peeta mal, se desculpando com ale através de mim. Talvez fosse para mim, por ter me julgado desde o início. E talvez, e eu ainda espero que esteja errada, tenha sido os pêsames para uma viúva.

Eu simplesmente me recusava a acreditar na última opção.

Seja forte? Seja forte! Seja forte.

Quer saber? Eu já estou exausta de ser forte. Por que quando tudo desmorona eu tenho que ser forte? Por que não posso desmoronar quando o mundo desmorona junto? Fui forte quando fui para duas arenas seguidas, fui forte quando fui capturada e torturada, fui forte quando voltei sem memorias e fui forte para recupera-las. Fui forte e encarei uma guerra e dois exércitos e um gás alucinatório, quando vi pessoas que tanto gostava morrer e quem pensava ser meu amigo me trair. Mas eu não sabia se era forte o suficiente para isso. Não para isso. Não para vê-lo morrer bem a minha frente, lentamente, e dolorosamente.

E eu não queria ser forte. Uma única vez na vida na vida eu queria poder chorar o quanto eu quisesse, espernear e gritar. Via olhares piedosos e gostaria de pelo pelos uma fez aceita-los. E se eu já havia passado por tanta coisa, por que eu continuava precisando ser forte?

Mais uma vez, com um suspiro eu entrelacei meus dedos com os dele. Já estavam pálidos, doentiamente pálidos. Passei o dedo pelo maxilar apenas desejando ver seu sorriso.

-Vamos Peeta, você conhece a regra, permaneça vivo. –eu disse. –eu me lembro, eu já posso me lembrar, mas ainda preciso de você. Por favor...

Eu girava aquele pequeno círculo dourado entre os dedos, era a aliança de Peeta. Quando Peeta foi e operado por causa da bala, os médicos insistiram em tirar o anel dele, deram-no para mim.

Eu admito que nunca tinha reparado ou dado atenção para o anel em seu dedo, como mal me lembrava de Peeta, aquela imagem dele com o anel era a única concreta que eu tinha, dando a falsa impressão que era um anel qualquer, como se simplesmente sempre estivesse lá.

A aliança estava meio amassada, torto e até um pouco manchada. Eu não esperava mesmo que estivesse em uma situcao melhor, depois de tudo que nós passamos nos últimos meses, quanto mais nos últimos dias de combate.

Eu apenas ficava desejando poder estar com a minha própria, apesar de, pensando bem, nem se quer me lembrar dela. Acho que provavelmente me foi tomada ainda na Capital, mas a de Peeta continuava aqui, um pouco danificada, mas comigo. E a todo momento eu me dividia em gira-la no dedo e segurar a mão de Peeta.

-Katniss? –levei um susto ao olhar para trás e ver o médico mais velho, com cabelos já brancos, dizer. –Que tal comer algo, querida? Você não come já fazem três dias.

Eu olho para um amontoado de algumas bandejas de refeições deixadas de lado. Suspiro. O homem me olhava com um olhar caridoso e bondoso, mas eu sabia que ele estava prestes a me andar para a área psiquiátrica a qualquer momento, dando-me apenas um desconto por se tratar do Mokingjay. De qualquer forma, o homem ainda me parecia uma pessoa boa, por trás dos grossos óculos redondos.

-Eu já vou. –ele me encarou com descrença, eu forcei um sorriso com o canto dos labios, não que eu pensasse que pareceu muito convincente. –juro.

Ele concordou com a cabeça e em seguida se retirou. Eu me levantei minutos depois que a porta se fechou. Estava na metade do caminho entre a porta, apenas encarava o chão, meus pés se movimentando sem nenhuma firmeza ou objetividade.

-Katniss? –eu levantei os olhos para a porta para dizer ao senhor que eu já estava indo, quando reparei que não havia ninguém na porta. Eu girei os calcanhares e corri para o lado da cama tão rápido que quase me vi derrapando por cima dela. Os olhos azuis me encaravam em destaque com a pele clara.

-Peeta. –eu segurei sua mão, e senti o primeiro soluço vir quando notei que ele me segurava de volta.

Eu o abracei, me debruçando sobre ele desesperadamente. Senti seus braços me envolverem também. Apenas fechei os olhos por um momento.

-Muito obrigada –eu disse a ele. –por ficar comigo.

-Sempre. –ele repetiu, com a voz ainda fraca. Ao olhar para seus olhos azuis não pude resistir ao impulso de beija-lo, mesmo que de leve.

-Meu Deus, você está bem? –eu me separei dele para poder olha-lo melhor. –como se sente?

-Eu estou ótimo...

-Não está não, por pouco não morreu. –eu digo. –eu vou chamar um médico... eu...

Eu já estava me afastando para chamar o doutor, mas ele me segurou pelo braço, me surpreendi o quão fraco me segurou, quase apoiando o braço em mim. Eu me viro para ele.

-Espere. –ele pede. –por favor.

-Voce precisa de um médico...

-Estou ótimo, não preciso de um médico. Eu só preciso de você agora. –ele disse. –só me responda uma coisa.

-O que foi? -eu já estava preocupada.

-Voce me ama, real ou não real? –eu pisco um vez.

-Que tipo de pergunta é essa? Voce sabe a resposta.

-Só me responda.

-Real. –eu digo, ele apenas sorri de olhos fechados, então, os abre, e faz sinal para que eu me aproxime. É o que faço.

-Voce quer se casar comigo, real ou não real? –ele sussurro em meus ouido. Eu novamente fico confusa.

-Nos já somos casados Peeta. –eu digo.

-Eu sei, mas não oficialmente. –ele fala. –quero me casar com você oficialmente, em uma cerimônia que eu e você possamos nos lembrar. Você quer se casar comigo, real ou não real?

Penso em tudo que já passamos, em quanto perdemos e ao mesmo tempo como ganhamos e recuperamos um ao outro em tão pouco tempo. Casar, esperar um filho, perde-lo, esquecer-se, e por tantas vezes ver o outro quase morrer ou ver a si mesmo correr esse risco. Penso também na aliança estragada de Peeta e na minha falta de uma, em tantas pessoas que nunca sabem ao certo que sobrenome usar comigo. Penso em mim mesma, em praticamente não me lembrar da “cerimonia” original. Peeta oferecia um recomeço, era exatamente o que precisávamos.

-Real. –eu digo, sorrindo e, pela primeira vez em muito tempo, me sentindo verdadeiramente feliz. –me caso com você quantas vezes quiser.

Ele me puxa pela nuca, em um outro beijo, dessa vez muito mais romântico e profundo.

-Mas o real e não real ainda é frase minha. –eu digo, entre o beijo, ele simplesmente sorri.

-Combinado. Eu amo você.

-Eu amo você também.


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Notas finais do capítulo

Felizes? Eu jamais mataria o Peeta! Amo ele demais.
Quem ainda não comentou, comente. Quem ainda não favoritou, favorite. Quem ainda não recomendou, recomende! O que acharem que mereço!
Serio, eu amei cada cometário de fantasminhas no capítulo passado! Comentem gente!
E até o epílogo! Há, e eu farei um "capítulo" depois, mas será apenas os agradecimentos que eu acho super necessário fazer, e que postarei junto com o epilogo, para quem quiser ler....
Até!