O Começo De Uma Era 2 escrita por Moça aleatoria, Undertaker


Capítulo 48
Capítulo 48


Notas iniciais do capítulo

Estou um pouquinho atrasada, mas sinto muito, imprevistos e imprevistos mas estou aqui!
Bem, quero agradecer a Susannah Grey e Lara Hutcherson Mellark pelas lindas recomendações! Muito obrigada mesmo, gente!
Esse capítulo tem bastante ação! Boa leitura!



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Ninguém pronunciou nada por alguns instantes. Eu tentava recuperar o meu folego enquanto tentava desesperadamente colocar a cabeça no lugar. Mas por mais eu tentasse não conseguia aceitar o fato que Zoe e Leo estavam mortos. Eu podia não os conhecer a muito tempo, mas não era o tipo de morte que alguém merecesse. Morrer por um tiro pelas costas? Morrer tentando salvar pessoas completamente estranhas? As ações de Leo ainda me intrigavam, por que ele tinha feito aquilo? Ele não devia nada a nenhum de nós, e mesmo assim se sacrificou por todos.

Talvez essa seja uma questão que eu jamais entenda. Eu arriscaria minha vida por Peeta, por Prim e por todos que eu amo, simplesmente por que os amo. Também arriscaria minha vida para salvar as daqueles que devo a minha própria. Mas Leo não possuía nenhuma dessas opções. Sacrificar-se simplesmente por que se é a coisa certa a fazer, fazer o que deve ser feito simplesmente por que se deve e porque é certo. Pergunto-me se em seu lugar eu poderia ser capaz de fazer o mesmo.

Ouvimos o barulho de alguns passos alguns metros sobre nossas cabeças. Ninguém ousava produzir um único som. O som de passos e pisadas no buraco do bueiro passaram logo em seguida. Mas ainda continuamos em silencio por um tempo.

Quando me dei por mim novamente, todos me encaram fixamente.

-O que?

-Eu disse que acho melhor seguirmos caminho logo. –Gale fala, com a voz não passando de um pequeno sussurro, que mesmo assim chegou até mim com facilidade pelo eco. Resolvo que talvez seja melhor passarmos a falar dessa maneira se quisermos permanecer vivos nesse túnel sem fim.

Por um momento me perdi levemente em meus pensamentos, até me lembrar que ainda devia a Gale alguma resposta, apenas balancei a cabeça em confirmação.

Depois de um tempo, passei a me manter na dianteira, com Peeta ao meu lado, seguidos por Gale e os outros. Gale apontava as direções, pois vezes eu outras dávamos de cara com corredores de se dividiam em outros dois, três, e as vezes até quatro diferentes. Mas Gale não hesitava em escolher os caminhos, ele tinha o holo em mãos.

Isso vai dar certo, tinha que dar certo.

...

Estava tudo dando terrivelmente errado. O holo apontava freneticamente para a direita, não haviam opções a não ser a direita! Acontece que os terríveis tigres-macacos também estavam a direita, coisa que o holo não indicou. O esgoto não era um local tão seguro quanto pensávamos, mas ainda era a nossa melhor opção.

Os macatigres eram do tamanho de cada um dos animais citados em seu próprio nome somados um ao outro, e infelizmente, corriam tão rápido quanto o tigre.

Eu não gosto de macacos, muito menos de tigres. Portanto, não gostei da versão bizarra da junção dos dois. Muito menos em quanto eles rugem e mostram os dentes afiados arreganhados para nos, e os olhos pretos, sem nenhum ponto branco, brilhavam em nossa direção. Não imagino que o bestante tenha simpatizado conosco também.

Nos atirávamos e corríamos, Johanna só sabia reclamar que seu machado daria conta do recado se estivesse com ele. Eu quase me virei para manda-la calar a boca, mas só conseguia correr e atirar com o arco. Minhas flechas normais estavam quase no fim, ainda não podia lançar flechas nem de fogo nem explosivas sem ferir um de nos.

Uma boa notícia, os macatigres pareciam ser afetados pelas balas e arcos, sangravam e depois de um certo tempo caiam mortos no chão. Uma má noticia, haviam bestantes o suficiente para dar conta do recado enquanto seus irmãos morriam.

Peeta corria a meu lado, ou melhor, eu corria a seu lado. Ele poderia ter se recuperado bem, mas era o “bem” referente a alguém que ainda havia por pouco escapado da morte certa. Ele corria o máximo que podia, mas o folego faltava rápido demais e seus passos eram confusos, como se precisasse dedicar aos pés uma atenção triplicada para descobrir onde era chão, onde era o próprio pé.

Mas ele aguentava firme, corria a meu lado, ombro a ombro, com o meu braço ao redor do dele, eu o conseguia guiar bem, mas os bestantes se mantinham em nossos calcanhares.

Eu já havia desistido do arco. Não conseguia tempo de usá-lo devidamente em meio da confusão, eu usava minha arma. Ainda estávamos na passarela estreita, tentando correr sem cair no vão abaixo de nós, a decida era vertical demais para cair e subir de volta, até os bestantes evitavam a área, correndo atrás de nós pela passarela estreita.

Eu e Peeta éramos os últimos do grupo. Então, quando o bestante pulou, eu apenas tive tempo de trocar um olhar com Peeta, ele podia ter passos confusos e instáveis, mas seu olhar encontrou o meu e estava sagas.

Cada um de nós foi para um lado, o bestante aterrissou, frustrado, onde antes estávamos, provavelmente por não ter não conseguido rasgar o pescoço de suas vítimas. Nós, no caso.

Simultaneamente, eu e Peeta atiramos com nossas armas no crânio primata com orelhas aguças felinas. O animal espirrou sangue e caio morto.

O segundo animal pulou para minha frente, ficando entre mim e Peeta e os demais, me deixando entre ele e os outros bestantes.

Peeta já estava um pouco mais para a frente, novamente, atiramos juntos no crânio. Nenhum problema até ai. Pelo menos era o que eu achava, antes de receber um golpe tão forte na lateral esquerda que fez com que eu rolasse pelo chão, perigosamente próxima a borda. Um grito entre o pânico e o alarme ecoou enquanto eu rolava.

Meus olhos procuravam o inimigo, mas quando o mundo parou de girar, tudo que encontrei foi Max baleando o bestante, que pousava no mesmo lugar onde antes eu estava. Eu não havia sigo golpeada, e sim empurrada e desviada do bestante prestes a pular e me abocanhar pelo pescoço. Eu já conseguia ver a cena em minha cabeça. O grito de pânico veio de Peeta, que em um último momento tentou me avisar do animal, mas longe demais para fornecer ajuda.

Também descobri que o grito não era apenas de Peeta, mas sim de uma mistura do seu com o meu de dor e surpresa.

Eu queria gritar um agradecimento a Max, mas nesse momento ele já tinha seus problemas, outro bestante o havia alcançado.

Um barulho ecoou pelo túnel com um chiado horrível entre metal com metal. Gale estava caído no chão, porém, conseguiu se levantar de pressa. O problema foi o holo, que escorregou de sua mão, rolando próximo a mim.

-Katniss!

Eu já havia mergulhado para recupera-lo, impedindo em um último momento que despencasse pela escuridão do fosso. O coloquei no bolso de pressa, mas nem se quer tive tempo de comemorar a pegada. Ganhei meus próprios problemas, um bestante todinho para mim. Ele saltou, caindo muito próximo.

Apontei a arma para o animal, mas ele foi mais rápido. A patada devia acertar meu crânio, esmagando-o com facilidade, mas fui ágil o suficiente para que apenas as garras me acertassem, me jogando para a direita com metade do rosto sangrando.

Infelizmente, não havia direita, apenas o fosso. E foi para lá eu fui. Encolhi-me como uma esfera, tentando amortecer a queda, eu rolei e quiquei como uma bola na parede de ferro quase completamente vertical, mas que mesmo pelos anos inutilizada era muito lisa.

Outro grito, apenas meu dessa vez. Minhas costas encontraram o chão com um impacto consideravelmente doloroso. Solto um gemido, quando abro os olhos, o mundo gira ao meu redor. Mas eu só via o cinza, sem bestantes.

Com o primeiro impulso, eu alcancei a arma, que havia caído comigo, o arco permanecia em minhas costas. Uma vez armada, e agora que o mundo havia parado de girar, que podia pensar com clareza.

Dei dois passos para trás, tentando encontrar a briga do lado de cima e com a parede gélida apoiando as costas. Peeta se dividia entre controlar os pés, lutar com o mostro e me procurar no buraco.

Três passos pra esquerda, tentando encontrar os demais. Quase caio para trás ao notar que não há uma parede para me apoiar.

Uma saída de emergência. Finalmente! Uma válvula de escape, dentro do espaço vazio, o vácuo entre as duas passarelas, uma de cada lado, havia um pequeno túnel, de quase um metro de largura e altura. Provavelmente não era saída de emergência nenhuma, mas, para mim, era uma saída, e era uma emergência.

Ao enfiar a cabeça pelo túnel eu podia que era continuo por um tempo. Direita, Gale tinha dito? Era a direção que o túnel seguia. Dou um sorriso vitorioso e me viro para os demais.

-Pulem! –eu grito.

-Kat? –Peeta chamou com uma preocupação evidente na voz.

-É o que? –a voz de Finnick soou, com mais incredulidade. –Por que?

-Confiem em mim!

O primeiro a surgir foi Peeta, que caio de pé, por, ao contrário de mim, ter pulado, e não sido arremessado para baixo. Apesar de em pé, ele aterrissou não muito firmemente, diferente de Max, que pousou com agilidade de um gato. Assim que ele desceu, lancei para ele o holo, e fiz sinal para que seguisse na frente com os outros, enquanto eu ajudava os demais que caiam.

 Seguindo, veio Tally, que rolou assim como eu, me deixando confusa. O que durou pouco, pois assim que Johanna pousou, olhando ameaçadoramente para a garota, enquanto essa se levantava, segurando a lateral do corpo com uma expressão mais inconformada do que de dor para Johanna. Então reparei que Johanna havia chutado a garota buraco a baixo.

-Pra que isso?

-Pra aprender a ser mais rápida e a confiar nos outros. –Johanna passou por Tally esbarrando nela com o ombro. Tally a seguiu com os dentes serrados e com um som quase selvagem em fúria, naquele comentos os dentes expostos da garota pareciam quase pontudos como de Enobaria.

Eu tive vontade de rir da cena, mas não o fiz, também por que ainda estávamos em perigo.

Estavam todos já em baixo, pois Simila e Delly vieram em seguida, entrando pelo túnel, como eu indicava para fazerem.

Com toda a confusão, só notei a falta de um quando ouvi o metal do revolver agredindo o chão. A arma de Finnick havia rolado para baixo, mas ele permanecia por cima.

Dei alguns passos para trás a procura de Finnick, pois os demais estavam preocupados em tentar passar pelo túnel.

Finnick já tinha um bestante por cima dele, o animal o segurava pelos ombros e rugia contra o seu rosto, ameaçando arrancar sua cabeça a qualquer instante.

Foi tudo tão intenso que conseguia sentir o hálito do animal como se rugisse contra mim, não contra Finnick. Quando ele se afastou um pouco, pronto para dar o bote, eu consegui ver a vida de Finnick passar por meus olhos dramaticamente. Mesmo que eu não me lembrasse da arena, a imagem de um horizonte praiano brilhava ao longe em minha mente, eu sabia que vinha de lá.

Eu queria fechar os olhos e me poupar de uma cena horrível, quando me lembrei que tinha meu arco. Eu o puxei com rapidez e lacei uma flecha flamejante no animal.

Ele parou no meio no ataque, gritando de dor. Finnick foi ágil, rolou para o lado no momento que o bestante desabou no chão, onde antes estava ele. E caindo de lado, ainda no meio de um giro, Finnick atingiu o chão com um gemido misturado com um suspiro de alivio. As costas do garoto fizeram um estralado tão agudo ecoando pelo eco e pelo ferro que por um segundo pensei que tivesse quebrado a coluna. Ele não ia gostar de ter que encarar um túnel estreito agora.

Corri até ele e o puxei pelo braço rápido, feliz em saber que não havia quebrado nada. O bestante ainda agonizada a cima de nós, algumas faíscas respingavam, mas era complemente ignorável.

-Obrigado.

-Por nada, apenas corra. –respondi, não demoraria para que os bestante encontrassem o nosso destino. Mas felizmente, em pouco segundos já estávamos por dentro do túnel.

Por um segundo de puro alivio, parei para pensar no que havia acontecido, enquanto me abaixava no túnel.

Primeiro Max havia salvo minha vida. O Max! A última pessoa que imaginava ariscar a vida por alguém! Eu me sinto imensamente culpada, por novamente nessa missão, duvidar de alguém que salvou minha vida.

Mas o que ainda não podia acreditar foi que Finnick estava a poucos segundos da morte, a poucos segundos atrás. Penso como primeiramente paralisei, em como não agi e em como não reparei sua falta, deixando que ele sobrasse sozinha lá em cima. E se eu não tivesse conseguido reagir de imediato? E se simplesmente tivesse deixado que o maldito flash back sem sentido da vida de Finnick passasse por minha cabeça ao em vez de garantir que Finnick vivesse o resto de sua vida, ao em vez de passar o passado em minha cabeça?

Sacudo a cabeça para me livrar da imagem de Finnick morto por um bestante.

Peeta estava na minha frente, Finnick atrás, pelo que conseguia ver. O resto a já não tinha me meu campo de visão, mas Gale provavelmente guiava.

-Eu lhe queimei com aquela flecha? –sussurro para Finnick, o som ecoa pouco pelo túnel. Ele nega com a cabeça, mas tinha uma parte da blusa queimada na altura do ombro, havia fuligem em seu cabelo e me senti enojada em pensar que aquilo podia ser um pedaço de pele queimada. Mas ele não parecia notar, muito menos ligar.

-Muito pouco, mas qualquer coisa e melhor que ser devorado. –ele fala. –obrigado por isso.

-Por nada.

-Katniss, onde está o holo? –a voz de Gale, a primeira da fila.

-Está comigo. –ouço a voz de Max, um pouco a frente, dizer. Pelo movimento, ele deve ter passado o holo mão por mão, até chegar em Gale.

-Max. –eu sussurrei, minha voz ecoou como eu imaginava que faria, Max virou-se para mim, eu conseguia ver ao longe a franja caída levemente sobre os olhos. Ele não parou de engatinhar. –obrigada.

-Não precisa agradecer. –ele tinha o rosto frio e sem expressão alguma. –afinal, Peeta já fez isso por você.

Eu podia ouvir Johanna rindo com deboche no começo do túnel. E provavelmente um Simila segurando o dele, um grunhido seguindo, podia até ver Delly lhe dando uma cotovelada no namorado mesmo no meio do túnel.

Peeta virou a cabeça para mim para que pudesse ver seu sorriso sem graça, que mudou para o preocupado de repente.

-Voce está bem? –o olho confusa, até que lembro-me do corte na bochecha. Com o fim da adrenalina e com a menção de Peeta, o corte começou a doer mais e mais. No meio do “engatinho”, aproveitei para levar a mão no rosto e notar que o sangue pingava em forma de duas garras do animal.

-Estou ótima, quando saímos do túnel eu limpo melhor isso. –respondo. –afinal, isso não pode durar para sempre.


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Notas finais do capítulo

E essa foi a minha versão da morte do Finn!
Gostaram? Sim, não, talvez? Comente, favorite, recomende, xingue... Qualquer coisa!
E até o proximo capítulo! E, alias, estamos a 6 capítulos do fim da fanfic.