Parallel escrita por Humberto Rome


Capítulo 1
Capítulo I - O Colégio


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capítulo postado aqui, sejam amaveis -q
Algumas coisas podem não estar claras nesse capítulo, mas elas ficarão nos capítulos seguintes.
Revisão por: Fábio Roberto



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Capítulo 1 - O Colégio


Era quarta-feira, outro dia ensolarado em Amaria, uma cidade tropical das terras do Sul. Como de costume, toda quarta-feira por volta das doze horas, alguns religiosos se reuniam em templos para uma missa. O templo mais popular, e obviamente, o mais frequentado de Amaria era a Província da Divindade. Localizada ao extremo sul da cidade, de frente para o litoral. Todos estavam quietos, de pé, ouvindo as palavras do grande sacerdote, demonstrando grande fé nos acontecimentos que ele então lia em sua réplica das escrituras sagradas. Todos exceto um jovem, que estava sentado, de olhos fechados, num canto estreito do templo, próximo á entrada.

Esse jovem era ninguém menos do que eu, duh. Prazer, meu nome é Laurence. Tenho 21 anos e sou, bom, pode-se dizer que sou um mercenário ou algo por volta desse ramo. Eu não creio nas palavras da escritura sagrada ou em como o grande sacerdote as interpreta... O que eu estou fazendo aqui? Esperando uma ligação que acabará de me ocorrer. Peguei o celular no bolso direito do meu casaco e o atendi.
 – Diga.
 – Já chegamos. Onde você está?

Desliguei o telefone e me levantei, fui em direção aos portões da igreja e lá estavam eles: Sarah e Wallace. Sarah tem 17 anos, é uma das mais jovens da nossa equipe. Porém tem um bom conhecimento e é sempre muito precavida, tem por volta de 1,60 de altura e tem o costume de mudar a cor dos cabelos: Hoje eles estão intensamente avermelhados. Já Wallace, bom, não sei muito á respeito dele tendo visto que ele não fala muita coisa e nunca fala nada sobre ele mesmo, deve ter uns dois metros de altura, cabelo raspado e pele branca com olhos fortemente azuis. Enquanto caminhava em direção á eles, Sarah entrou no carro, sentando no banco de trás como sempre enquanto Wallace esperou que eu entrasse no carro, olhando fixamente para mim. Abri a porta do carro e me sentei no banco da frente, Wallace sentou ao volante e começou á dirigir.
– Vamos para o colégio Sunnar, a direção do colégio nos chamou para resolver um problema que estão tendo com algum tipo de espirito dentro do depósito deles. - Sarah explicou.
– Hum....Sunnar? Isso vai ser engraçado - Comentei.

Sarah logo apoiou-se no meu banco - Sua ex-namorada estuda lá, não é mesmo. - Comentou, com uma voz, digamos, “malvada”.
– Sim, mas isso não interfere nesse trabalho. - Respondi. Ela então voltou a sentar no banco e esticou as pernas.
– Que bom então, você distraído com coisas supérfluas só atrapalharia.
– Engraçado, quem salvou a pele de quem na ultima missão mesmo? - Retruquei com um tom de sarcásmo.
Ela parecia zangada e prestes a responder quando Wallace interrompeu a conversa:
– Chegamos.

Nos deparamos com um enorme colégio, com pelo menos quatro andares e um enorme pátio. Coloquei então o capuz do meu casaco, óculos escuros e saí do carro. Sarah saiu logo em seguida.
– Pensei que você não se importasse e que isso não atrapalharia nosso trabalho. - Ela comentou, com um tom de ironia.
– Apenas não quero trazer problemas á ela. - Respondi enquanto caminhava até o portão.
– Identifiquem-se. - O porteiro pediu arrogantemente.
– Boa tarde. Viemos aqui á pedido do Sr. Martins para tratar de um caso sobrenatural que está ocorrendo aqui na escola. - Sarah respondeu.
– Ah sim, ele me falou sobre vocês, podem entrar. - Ele então disse, agora com um tom mais gentil.

Entramos no colégio e a vista era incrível: Vegetação por todo lado do pátio, com uma quadra enorme onde estudantes estavam jogando bola. Outros estavam deitados sob as árvores jogando conversa fora. Caminhamos até o prédio principal, enquanto muitos alunos nos encaravam com curiosidade e pegamos o elevador e subimos até o quarto andar.
– Não sabia que aqui era tão grande - Comentei.
– Você nunca esteve aqui antes? - Sarah falou olhando para mim.
– Não, nunca tive de vir pra cá. - O elevador então chegou até o quarto andar, caminhamos pelo corredor até o portão no final da sala, onde, ao abrirmos, estávamos em frente ao diretor do colégio:
– Sr. Martins.
– Boa tarde. Estava os aguardando. - Ele disse, com uma voz aliviada porém levemente receosa. - Por favor, sentem-se. - Nos sentamos em uma poltrona que havia no canto esquerdo da sala. Ele então respirou fundo e começou á comentar:
– Então vocês são da Sigma? Eu esperava que viessem pessoas mais velhas pra cá... Mas é bom ver que há pessoas jovem das quais podemos confiar. De qualquer forma, sejam bem-vindos á...
– Senhor, vá direto ao assunto por favor. - Cortei ele, não gosto dessa ladainha desnecessária. Ele logo me olhou com uma cara emburrada, se levantou da cadeira e começou á andar de um lado para outro.
– Bom, há barulhos vindo de dentro do depósito do colégio faz alguns dias, e esses barulhos estavam ficando cada vez mais intensos. - O diretor começou á explicar, ainda andando de um lado para o outro.
– Vocês chegaram a checar o que era? - Sarah o perguntou.
– Sim, o chefe de limpeza foi, mas nunca voltou. No final daquele dia o professor de história do terceiro ano também foi para lá, e não voltou, depois disso os barulhos pararam mas eles não atendem o telefone e não há sinais nem notícias deles. Ontem, a polícia esteve aqui, porém os policiais que entraram lá também não voltaram. Desde então todos tiveram receio de entrar lá e foi por isso que o chamamos. - Ele respondeu. Nesse momento já era notável o nervosismo e preocupação dele. - Alguns alunos já cancelaram suas matriculas ou pediram transferência, a reputação do colégio está despencando. - Comentou.
– Por curiosidade, como soavam os barulhos vindos de lá? - Perguntei.
– Como gritos, gritos de dor ou desespero. - Ele respondeu, com uma expressão de temor. Me levantei e fui até os interruptores no canto da sala, apertei todos os botões para ligar todas as luzes do colégio.
– O que você está fazendo?! - O diretor, um tanto irritado com a minha atitude invasiva, perguntou.
– Estamos iniciando os preparativos para nosso trabalho. Agora o senhor poderia nos levar até a porta do depósito? A propósito, poderia fazer com que seus alunos evacuassem o primeiro andar? - Respondi. Ele então ligou o auto-falante e pediu para que os cordenadores levassem os alunso para o segundo e terceiro andar. Seguimos até o elevador.
– Então você acha que são esses? - Sarah me perguntou enquanto descíamos.
– Sim. Tenho certeza absoluta. – Respondi.
– Mas geralmente eles ficam satisfeitos com uma só pessoa, e não fazem barulhos como gritos tão intensos, como pode ser eles então? - Ela me perguntou, creio que duvidando do fato de eu ter certeza que eram aquilo. O elevador então chegou ao primeiro andar, ao sair dele, respondi: - Se prepare então, pois iremos lidar com uma ninhada.

Caminhamos até a entrada do depósito. A porta estava bem trancada e havia faixas escritas “interditado” ao redor do corredor, além de dois coordenadores nas passagens para lá, certificando-se de que nenhum aluno entraria.
– Não há entradas de ar, e parece não haver passagens para luz. Definitivamente o lugar perfeito para uma ninhada deles, concorda? - Comentei com Sarah.
– Diretor, o senhor poderia se afastar? Digo, ficar onde estão as faixas, caso contrário o senhor pode estar em perigo. - Ela pediu ao diretor, que prontamente se afastou rapidamente, deixando bem claro que estava morrendo de medo de estar lá. Logo estendemos nossas mãos e começamos á deixar que nossa energia fluísse pelo nosso corpo, em seguida, absorvemos a energia do ar e dos leves ventos que estavam ao redor.
– Carregue-os em forma de bombas. Será a melhor tática considerando a situação. Vamos partir para ofensiva somente quando não estivermos cercados, ok? - Disse á Sarah.
– Eu sei, idiota. - Ela respondeu.

Terminado a absorção, tirei os óculos escuros, o capuz, abri a porta do depósito. Adentramos e fechamos a porta para evitar que o problema se tornasse maior.

O lugar estava escuro. Logo notei que eles haviam quebrado as lâmpadas e por isso ligar todas as luzes não resolveria nada além de evitar que eles saíssem. Apesar de ser um depósito e estar cheio de cadeiras, pastas e afins, havia muito espaço e com certeza mais de dois cômodos. Caminhamos um pouco mais e finalmente encontramos o que esperávamos: Leeches, criaturas de pequeno porte e acinzentados que se alimentam da consciência de seres vivos, tornando-os 'ocos'. Eles usam seus tentáculos para se prender á cabeça de suas vitimas e começar a absorção. Preferem lugares escuros e com pouca ventilação devido á sua frágil estrutura física gelatinosa. Aparentemente, eles estavam dormindo, presos ao telhado.
– Olhe. - Sarah sussurrou, apontando para o centro da sala. Lá havia o cadáver de um deles, um até que grande para o tamanho normal deles. Provavelmente era a mãe da ninhada que morreu dando a luz para seus filhotes e isso gerava os 'gritos'. Ao lado do cadáver estavam os corpos dos quatro homens que entraram aqui antes de nós, todos ocos e inconscientes.
– O que faremos? - Ela perguntou.
– Você garante ser capaz de me defender com as bombas se for preciso? - Perguntei.
– Por que? - Ela retrucou.
– Sim ou não? - Respondi impacientemente.
– Ta. Eu consigo. - Ela respondeu, mesmo não tendo certeza disso.
Coloquei as bombas de ar ao meu redor e comecei focar a energia delas nas minhas mãos, que estavam de frente para meu tórax, fazendo movimentos circulares e formando, então, uma esfera de ar. Como era inevitável, os Leeches notaram o som do ar e vieram para cima de mim. Pelo menos uns trinta deles estavam ali, prontos pra comer a minha mente.
– AGORA! - Gritei para Sarah. Que logo começou á lançar suas bombas de ar na minha frente, me protegendo da investida deles. Aproveitei o resto da energia das bombas dela para terminar minha esfera. Dei um salto para trás e Sarah usou sua ultima bomba para criar um redemoinho que os jogou de volta para a sala onde estavam. Em seguida lancei minha esfera e Sarah correu para fechar a porta da sala. A esfera de ar 'explodiu', criando uma enorme ventania que, devido ao fato de não ter por onde o ar sair, será rebatido até perder força. Após alguns minutos nós abrimos a porta e lá estavam todos os Leeches, em pedaços. Sarah então começou o ritual para manda-los "de volta" e eu fui levando os corpos dos homens, que agora estavam apenas desmaiados para próximo da entrada um por um. Quando estava prestes á levar o último dos corpos, notei um dardo de ar sendo lançado e explodindo em minha direção. Quando olhei pra trás, havia um Leech bem atrás de mim caído.
– Agora estamos quites. - Sarah comentou, se referindo á eu ter salvo a vida dela de forma parecida na última missão que fizemos juntos. Apenas me limitei a dar uma leve risada:
– Vamos. - Respondi enquanto levava o último corpo e o apoiava na parede em frente á porta. Abrimos a porta e lá estavam o diretor, os coordenadores, e até alguns alunos. Coloquei o capuz e os óculos novamente, fomos até o diretor.
– E então?
– Está tudo bem. Eles estão todos bem, chamem uma ambulância pois devem estar um pouco desnutridos, mas só precisam descansar. – Respondi caminhando em direção á saída do colégio. Wallace passou por mim, com o computador de pagamento, cobramos quinhentos por esse serviço.
– Mas o que aconteceu? - Ele respondeu, curioso. Sarah então foi até o lado dele, colocou a mão em seu ombro e respondeu:
– Meu senhor, algumas coisas são melhores quando não tomamos conhecimento. - E me seguiu até a saída enquanto Wallace conversava com o diretor com relação ao pagamento. Entrei no carro, sentei no banco de trás, estiquei os braços. Sarah entrou logo em seguida - Você podia ter sentado na frente de novo. - Resmungou.
– Estou cansado e preciso me esticar. - Respondi. Wallace então entrou no carro. - E então? - Perguntei.
– Eles pagaram seiscentos e cinquenta... - Wallace respondeu, com o seu tom indiferente de sempre.
– Então cada um de nós ganhou uma “caixinha” de cinquenta? Foram bem generosos hein! - Sarah comentou, creio que alegre com o pagamento extra.
– Nem tanto, na verdade foi como uma gratidão. Ele estava realmente preocupado com a reputação da escola, na verdade ele só estava preocupado com isso. Mas quer saber? Independente dos motivos dele, ele nos deu um dinheiro extra e tivemos mais alguma experiência de combate. É por isso que adoro esse trabalho. - Comentei, satisfeito com o trabalho de hoje.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado o/
Semana que vem tem mais. ^^'
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"Capítulo II - Sigma"



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