Caída escrita por P H Oliver


Capítulo 9
A Cor Do Sangue


Notas iniciais do capítulo

Este é o ultimo capitulo que escrevi, então vai demorar um pouco pra postar outro, já que a criatividade é algo que demora muito pra chegar em mim rsrs espero que gostem, xoxo.



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Acordo com o som estridente do meu despertador. Seis e meia da manhã. Me levanto sentindo-me gratificado. Meu final de semana não poderia ter sido melhor. Sexta saí com Court. Sábado conheci o pai dela. Quer diz, pessoalmente. Qualquer um conhece o nome Joshua Greene. E eu acredito que eu passei na minha inspeção. Claro que comprei uma roupa que não fosse jeans e botas de couro. E até que gostei de me vestir um pouco diferente do que já estou acostumado. Courtney disse que vai comprar urgentemente mais roupas para mim. Que não sejam de couro, claro.

Depois de tomar um banho e me vestir com uma camiseta branca, calça jeans, e, milagrosamente, um tênis preto, tomo café e percebo que se passou uma hora esse tempo todo. Então pego as chaves de meu carro, corro para a porta, e desço as escadas de madeira até a garagem, onde meu carro se encontra. Admiro-o um pouco, pois sou louco por carros, principalmente o meu. Entro nele e o cheiro de couro me acalma. Dou partida e saio da garagem com ele.

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Vinte minutos depois, estou chegando perto do colégio e de longe não vejo o carro de Courtney. Quem sabe ela tenha vindo a pé hoje. Sigo com o carro e do nada meu carro balança todo e ouço o som de vidro quebrando. Olho pelo retrovisor e vejo o Hilux de June amassado junto à traseira de minha 4x4. E nessa hora eu fico com raiva. Com muita raiva. Desço do carro e vou em direção a ela.

- Você está doida? Bebeu, fumou, ou o quê garota? – Digo, enfurecido. – Olha o prejuízo que você causou ao meu carro! Você vai pagar! Literalmente.

- Calma Jason, que merda. – Diz ela, saindo do carro. – Eu pago isso se for o caso. Que droga.

- Presta atenção na próxima. Sua idiota.

Ela apenas resmunga um palavrão para mim e vai embora.

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Estou agora olhando para as costas de Jason, um pouco assustada com a reação um pouco exaltada dele pelo o que aconteceu com seu carro. Tipo, tudo bem que ele ama esse carro, mas precisava disso? Os carros ficam lá parados esperando o guincho, e Jason vem em minha direção já com um sorriso em seu rosto.

- Oi linda. – Odeio isso. Parece um bêbado falando.

- Oi amor.

Ele pega na minha mão e juntos nos direcionamos para a escada que dá para o interior do colégio. E, mesmo Jason não percebendo (ou percebendo, mas não demonstrando) eu vejo os olhares que todos lançam para nós assim que passamos, os cochichos, os olhares tortos, do tipo “o que a patricinha nova está fazendo de mãos dadas com o psicopata?”. Mas apenas reviro os olhos e continuo andando. Uma hora teriam que descobrir não? Chegando as portas do colégio a campa bate e Jason me dá um beijo na testa. Seu toque deixa minha pele gelada, quente, e faz um arrepio descer por todo o meu corpo. Um medo repentino me invadiu e de repente a sensação de que o dia não iria acabar bem me afligiu. Ignorei-a dando de ombros, como se o movimento tirasse as más sensações de meu corpo.

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Depois de três aulas completamente exaustastes, o almoço havia chegado. Judith está praticamente saltitando para chamar minha atenção, e Fred esconde um sorriso dando uma mordida em seu sanduíche. Chego pero dela e falo um pouco alto demais, tentando ultrapassar o volume das vozes dos alunos um tanto quanto exaltados da mesa:

- Sinto muito Ju. Hoje vou sentar com o Jason. – Logo o rosto dela muda, seu sorriso virando uma carranca.

- Ah... Então tá né, Courtney? – Sua voz está completamente carregada de ciúmes.

- Sinto muito mesmo. Amanhã sento com vocês. Juro. – Ela mantem o ar pesado de seu rosto. – Retardada. – Digo, dando um risinho.

- Lesa. – Nessa hora percebo que ela não vai ficar com raiva para sempre.

Abandono à mesa, mas antes escuto Judith conversando com June algo sobre “isso não é bom” e até mesmo “você vai ser considerada uma vagabunda”. Não me importo tanto com suas palavras, andando quase saltitante na direção da mesa onde Jason senta. Percebo que sua cara está um tanto quanto pesada, como se arquitetasse algo. Novamente um leve tremo passa por minha coluna vertebral, e, novamente, a ignoro com um dar de ombros.

- Tudo bem com você? – Pergunto ao sentar a mesa. Sua expressão um tanto quanto sombria de antes desaparece dando lugar a um sorriso de canto de boca perfeito.

- Claro que sim, meu amor. – Nessa hora ele tira uma mecha do meu rosto e a prende atrás da orelha. Suas mãos rapidamente passam para meu queixo, elevando meu olhar e dando-me um beijo quase que selvagem. Sua língua explora minha boca, enquanto meu coração pula do peito, e eu daria tudo para estar em casa agora. Com Jason. Na minha cama...

- Ai! – Dou um gritinho. Jason havia mordido minha boca.

- Desculpa Court. – Ele juntou as mãos sobre a mesa e olhou fixamente para elas.

- O que você tem Jason? – Perguntei.

- Eu...

- Não diga que não tem nada. – O cortei, prevendo sua resposta.

- Eu não sei Courtney... Apesar de estar com ódio de June, acho que não agi corretamente hoje de manhã. Não sabe os planos malucos que me passaram pela cabeça.

- Que tipos de planos? – Pergunto, confesso que um pouco assustada.

- Planos. Eu quis matar ela! Por um momento eu fiquei com medo do meu gênio...

- Não precisa se preocupar... – Nesse momento pego seu rosto em minhas mãos. – Você nunca machucaria ninguém Jason. Eu acredito nisso.

Nesse momento nossa conversa é interrompida pelo barulho alto de uma das cadeiras sendo derrubada no chão. Ao longe posso enxergar June e Judith em pé. E exaltadas, e mexendo as mãos calorosamente... Num décimo de segundo entendo o que está acontecendo e num décimo mais rápido ainda já estou perto das duas.

- Eu quero que sua opinião vá para o Inferno! Você não é ninguém para dizer o que devo fazer, ou o que não devo. Então que tal ir se ocupar com algo mais importante? Tipo ir roubar mais um pouquinho. Quem sabe namorar mais um merda tipo aquele estúpido do Jason! – Cuspiu June, em menos de um minuto, com toda a certeza.

- Ei, não há necessidade de meter o Jason nisso ok June? – Digo, me metendo entre June e Judith, e reparando o qual alta e assustadora ela era com seus cabelos volumosos e postura de felino. E, rapidamente, ela me dá um empurrão e sinto que estou caindo no chão.

Judith também empurra June, tentando me defender. June revida, e dá uma tapa em Judith. E devo confessar que uma tapa muito forte. Judith somente olhou nos olhos de June e disse:

- Espero que você morra. – Logo que disse isso, ela passa por June e ignora os olhares de todos, se dirigindo para a saída do refeitório, assim como June. Jason já está ao meu lado, me ajudando a levantar. Seu olhar macabro está fixo nas costas arqueadas de June.

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Não havia visto nem Jason nem Ju depois do incidente. Passei todas as aulas preocupada com Judith, Jason e, por incrível que pareça, June. Sentia que o dia não ia acabar bem pela milésima vez. Já havia começado. Só esperava que não terminasse. Depois que a campa bate, e que minha bolsa já está arrumada, ando devagar pelos corredores, tentando pensar um pouco. Porem percebo que, quanto mais tento passar para chegar a escada, mais aglomerado fica, o que não é normal, mesmo sendo um colégio com muitos alunos.

Meu coração começa a palpitar, e as palmas de minhas mãos a suar. Minha respiração fica instável e meu pressentimento parece formar uma bolha de puro horror ao meu redor. Ao conseguir passar pelas portas e chegar no pé da escada, percebo um grupo de alunos parados na frente do portão do colégio. Outros estão saindo do grupo, completamente pálidos e com cara de enjoo.

Ao longe, vejo Paige chorando. Ouço uma ambulância se aproximando. Começo a correr na direção da pequena multidão formada, fazendo pequenas preces. Abro meu caminho em meio aos alunos, mas desejo não ter feito isso. Jogada com os braços abertos e as pernas cruzadas, os olhos virados para cima, com múltiplas lacerações em seu corpo, o corpo de June me observa da calçada.

Caio de joelhos e esqueço como se respira. Não consigo deixar de olhar para ela. E também não consigo deixar de olhar para os cortes em sua pele cor de café. E, principalmente, não consigo tirar os olhos do grande J marcado a sangue na testa dela.


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