9 Vidas Por Você escrita por jamxx


Capítulo 5
Capítulo 4 - Matar não é problema.


Notas iniciais do capítulo

Demorei muito dessa vez, né?! Me perdoem, estava atarefada demais. Bom, quero agradecer a todos que estão me acompanhando nessa história. Muito obrigada mesmo pelo carinho e atenção. Então... O capítulo de hoje não está grande, mas tem meio quilo de informações novas. Aproveitem...



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" Coréia do Sul

O clima era um dos melhores nessa época do ano, não tão quente mas não tão frio. A brisa é agradável e o som das pequenas quedas de cinco centímetros de água formavam um ambiente único. O ambiente estava para raposas, mas nenhum animal ou somente raposa apareceria por ali. Animais selvagens sentiam o cheiro do perigo de longe e permaneciam mais longe ainda desse cheiro que humano nenhum sentiria.

Uma garota incrivelmente bela estava completamente nua enquanto mergulhava no lago que alimentava o lago de sua casa, o templo. Ela sentia cada partícula de seu coração queimar, mas não era o mesmo fogo de antes. No início ela simplesmente escolheu quem amar, e nem mesmo conseguiu amá-lo. Para a ironia do seu próprio destino, ela estava loucamente apaixonada pelo homem que sua mãe escolheu a dedo e esse se chamava William. Seu coração queimou quando o sentiu próximo dela, e somente parou quando ela tocou em seus lábios. Depois de dois meses ela se sente queimar por dentro, mas com algo novo e menos nocivo. Beija-Flor, como foi apelidada por William, podia morrer por ele mil vezes. Ela sentia isso.

Mas ela sabia que naturalmente nunca iria morrer. É óbvio que ela poderia morrer por alguma coisa, aliás até os imortais tem um arma que pode matá-los, mas a arma que pode matá-la esta guardada debaixo da casinha de madeira do homem que ama. Em uma de suas primeiras brigas ela o presenteou com isso, mas ela não deu em sua mão. Afinal, ela não pode literalmente se aproximar da arma pois ela é magicamente feita para matá-la. A própria arma faria isso, mas precisa do sangue específico de um ser humano. Poderia ser o sangue de qualquer linhagem abençoada pela família de um Gumiho, como foi com Walsh e Grint, as famílias que deram origem ao William.

A mãe de Beija-Flor escolheu duas famílias, a centenas de anos atrás, para que do fruto dessas famílias houvesse o par perfeito para sua filha. O par perfeito caso ela deseja-se tornar-se humana algum dia, e caso ela faça o pacto por esse desejo. As famílias escolhidas a dedo foram Walsh e Grint. Pois a mãe dela sabia que essas famílias se formaria um amor sincero e sem transgressões. O problema é que a mãe de Beija-Flor viu que existiria alguém perfeita e capaz de ganhar o coração do fruto de Walsh e Grint... Um problema que ela mesmo não viveu, pois não cogitou a ideia de se tornar humana... Apesar disso o problema se tornou a solução para outro problema. Esse outro problema ela sabia o que fazer... Ela sabia muito bem...

– Você precisa começar a me contar as coisas... - William comentou sério. Ele estava sentado na margem do lago e com os pés dentro da água. Sua pele tinha algumas imperfeições, e suas vestes eram feita de um tecido barato, gasto e usado. Ele tinha olhos cansados, e as mãos sujas, com calos e um pouco machucadas, indicavam que ele teve um trabalho árduo logo no amanhecer.

William vinha de uma família sem condições alguma de se sustentar sem passar fome. Ele é o terceiro irmão mais velho, porém a pouco tempo ficou na responsabilidade de dar o que comer para a família. Conan, o mais velho dos filhos, havia se casado no ano passado. Ele tentava ajudar a família de origem, mas quase nunca lhe sobrava para fazê-lo. Adam, o segundo mais velho, fugiu de casa fazia cinco meses. Ele não havia suportado o peso das responsabilidades, afinal em casa tinham doze bocas para serem alimentadas. Sem contar no chefe da família, que morreu cedo, há dois anos atrás.

Mas a seriedade de William não tinha haver com os problemas familiares, e sim com os sentimentais. Ele sabia perfeitamente que Beija-Flor não é humana, e mesmo assim a amava com toda a sua alma. Ele faria qualquer coisa por aquela mulher, mas ele precisava da mais pura sinceridade dela. Um dom nato que ele descobriu ter a pouco tempo, pois quando olhava nos olhos dela podia ver que havia muitas coisas das quais ela escondia. Ele podia enxergar a insegurança e o medo dela através dela.

– Eu te contei como me matar, o que quer mais? - Beija-flor perguntou com um sorriso nos lábios, e assim continuou a brincar com a água. Ela amava aquele lago tanto quanto amava o lago de sua casa, pois um alimentava o outro. Ela batizou esse lago como ' O lago das cristalinas ' e o seu próprio lago ainda não tinha colocado um nome próprio, pois pensava com carinho como o chamaria.

– Eu ainda estou confuso. - William disse com paciência. Ele detestava o fato dela não contar-lhe tudo.

– Confuso com o que? - Ela parou de bater na água e se moveu até chegar nele. A água a cobria até esconder seus fartos seios, mas isso de longe seria algo que William não teria visto antes.

– Aquela garota estrangeira da qual conversei no final do ano passado... Ela era igual a você... Digo, ela era tão parecida. Mas não era tão bonita. Uma coisa não tenho dúvida, os olhos daquela agora são como os seus... - Ele olhou para sua garota com carinho, mas mesmo assim sua feição parecia intrigada demais.

– O que tem isso? - Ela perguntou preocupada.

– Ela foi encontrada morta... Lembra? - Ele perguntou e a loira balançou a cabeça positivamente. - Ela... Você... Você sempre morou aqui e eu nunca tinha reparado em você... Não de verdade... Katherine... Quando eu encontrei aquela moça, eu a reparei. Eu gostei tanto dela.

Ela se sentiu mal, pois ele quase nunca a chamava de Katherine. Não depois de toda a paixão, noites de relações íntimas, e tudo o mais. Essa fora a primeira vez que ela foi chamada assim, desde que o amou e ele correspondeu. Ela respirou fundo e pensou na garota... Mas ela não sentiu culpa. Não se sentiu enojada. Ela nem sequer cogitou um perdão em sua mente...

– Você acha que eu teria a matado? Com que propósito faria isso? - A pergunta escapuliu dos lábios da loira.

– Claro que não. - William falou rapidamente e um pouco horrorizado. - Você nunca mataria sem motivo algum...

Beija-Flor encostou seu rosto na canela do amado e pensou o quanto ele poderia estar errado.

Ela mataria sem pensar ou se arrepender.

Ela matava a cada dois dias um homem ou um animal.

Matar não é o problema.

O problema é ser o máximo de humana que ela poderia ser...

Não por ela... Mas por ele... Pela futura humana que será...

William a amava demais e por isso fingia que ela não mataria sem propósito.

Ele queria acreditar naquilo... Para o bem da relação."

Seattle,

Coral Benson amava andar em seu próprio shopping, pois se sentia mais próximas dos consumidores e dos funcionários. Ela não passava muito tempo na sala da presidência porque tinha uma habilidade incrível para resolver os assuntos mais importantes do estabelecimento. Além do Shopping Sunflower Red, ela também é proprietária de um hotel de luxo e de um resort famoso em outro país. O resort é na Coréia, e um dos principais da Ilha do Jeju. Ela é bem prática, direta e suavemente arrogante quando se trata de seus negócios. A criatividade de Coral também é notável por todos, e a qualidade do seu trabalho é mais que satisfatória. Porém tudo isso não passa de pequenos detalhes quando se entra para a alta sociedade. No auge dos trinta e seis anos ela se sente desesperada para ter um relacionamento sério e se casar. Os negócios precisavam também de uma ajudinha, havia empresas que ela desejava obter apoio mútuo. Mas as coisas são sempre mais complicadas quando não se tem um companheiro, afinal praticamente todos os outros empresários ou magnatas são homens.

Passa-se do horário do almoço, e ela se sente irritadiça por conta de uma dor incomoda no estomago. Apesar da maquiagem com aparência natural e os cílios volumosos, ainda se sentia feia. Ela passou em frente a um enorme espelho e se verificou pela oitava vez na última hora. Sua roupa é bastante informal, um vestido sem babados ou detalhes extravagantes, no tom laranja. Nos pés ela se sentia confortável com sapatos altos no tom azul forte. Os cabelos estavam naturais, lisos na raiz e depois seguindo ondulados, quase formavam cachos perfeitos e extremamente grossos. Mesmo a aparência a agradando ela não tinha certeza se agradaria ao homem com quem vai se encontrar. Ela sabe o nome dele, a profissão e algumas detalhes um pouco exagerados. Ela iria almoçar com um cara, em um encontro ás cegas.

Oh! Coral Benson tinha certeza que chegou no ápice do desespero, pois pediu para o pai ajudá-la com algum filho de algum amigo dele. Mesmo assim ela tentou pensar positivo, e deu certo, pois sua confiança aumentou um tanto a mais. Ela seguiu com mais ânimo e pegou o elevador para o térreo. Por sorte não tinha ninguém, e por mais deselegante que fosse ela fez algo normal... Mas inaceitável para seu comportamento pré-encontro. Coral Benson soltou gazes em seu próprio elevador, espalhafatosamente ela balançou as mãos para tentar dissipar o cheiro ruim e esperou ansiosa o elevador se fechar.

Coral se surpreendeu quando viu o elevador se abrir novamente, um homem havia impedido as portas de metais serem fechadas e como no automático as portas se abriram novamente. Ela fez preces mentais para que o homem não estivesse sentindo o odor que tinha soltado, foi então que ela percebeu ele franzindo o nariz. O homem é alto, um pouco musculoso e extremamente moderno. Porém, o que mais chamou a atenção dela foi os óculos de grau com armação estilo geek que ele usa. Ele parecia mais novo do que aparentou e ela começou a questionar a idade do homem, para que assim não corasse demais.

O elevador parou, e outras duas pessoas entraram, quase como imediatamente eles fizeram caretas. Um deles comentou o mal cheiro em voz baixa e Coral Benson quis desaparecer no mesmo instante. Era óbvio que ela estava envergonhada, pois é dona do Shopping e seus clientes estão sentindo algo que saiu dela. O cheiro de suas gazes. Ela não tinha realmente nojo, ou se incomodava ao extremo. Longe disso, pois sabia que era uma pessoa normal como qualquer outra. Porém, ela está na alta sociedade, é dona do Shopping e sua imagem necessita continuar impecável.

O homem de óculos de grau limpou a garganta tirando-a de seus pensamentos envergonhados.

– Me desculpem. Não estou muito bem, se é que estendem. - Ele disse olhando para o casal e passou as mãos na própria barriga.

Coral ficou surpresa ao quadrado. Ela o fitou e quando ele encontrou seu olhar fez questão de sorrir.

Ela gostou da cor de seus olhos.

Chegaram ao primeiro andar e o casal saiu as pressas. O homem saiu também, mas quase tão lento quanto uma lesma. Ela achou que deveria falar com ele...

– Espere. - Coral falou e tocou no ombro do homem alto. Ele somente se virou e a olhou divertido.

– Obrigada. - Ela falou sem jeito. - E me desculpa... Foi horrível e eu não sei como falar sobre isso.

– Não sabe falar sobre seus peidos? - O homem riu baixo e ela ficou sem palavras. - Tudo bem, é naturalmente normal... Até para uma mulher tão linda quanto você.

Ele finalizou a fala e continuou andando. Coral deu um grande sorriso e se perguntou novamente quantos anos aquele homem tinha...

O shopping realmente era grandioso, organizado e muito bem decorado. Havia diversas lojas, para todos os gostos e todos os bolsos. Mas a qualidade era muito boa. Spencer Shay imaginou que quem administrava a loja deveria ser muito bom no que faz, e pensou se seria um homem gordo, solitário e totalmente viciado no trabalho. Ele achou que essa figura do dono do shopping caia como uma luva, pois o lugar parecia precisar de grande atenção e tempo.

Spencer sorriu involuntariamente ao se lembrar da mulher no elevador, e por algum motivo achou que poderia tê-la visto em outro lugar. Impressões que não passaram rapidamente... Sem dúvida a mulher não era tão jovem, e ele chutaria que ela poderia ter trinta anos. Porém pensou bem, ao se lembrar das roupas finas e caras. Ele teve que saber sobre marcas, quando em seu segundo filme teve que cuidar até do vestuário dos atores.

Ele entrou na loja da Lime Crime, e imediatamente encontrou uma pessoa altamente conhecida. Carly Shay estava escolhendo batons de vários tons de rosa, e sorriu largamente quando viu seu irmão. Não se importando com os outros clientes que pareciam banhados de tanta plástica, ouro e mediocridade, ela o abraçou com força.

– Você vai me falir... - Spencer disse logo depois de pagar as maquiagens de luxo.

– Você prometeu... E como posso falir alguém que tem tanto na conta bancária?! - Carly respondeu um pouco indignada.

Os dois se sentaram em uma mesa na praça de alimentação, e Carly começou a falar animadamente sobre o filme a ser filmado. O filme é puramente de ação, os candidatos ao papel principal passaram por duas etapas até chegar na etapa final depois de amanhã. Fredward Benson faz parte dos dez finalistas e participara da prova final em breve. Spencer sempre foi amigo dele, mas ele foi selecionado por conta dos talentos em artes marciais e a excelente atuação. Não foi por amizade. Assim como Carly que participou das seleções, e o resultado sairá somente quando os atores principais (e iniciantes) forem escolhidos.

– Então, eu achei a tal Sam muito estranha. - Carly falou depois de contar resumidamente quem é a nova garota do melhor amigo.

– Porque estranha? - Spencer perguntou de boca cheia.

– Ela é a fotocópia da Melanie... Claro, se a Melanie ainda estive viva e tivesse seus vinte anos. - Ela concluiu e refletiu sobre isso.

– Pode ser somente parecida. A Melanie morreu com doze anos... Lembra?!

– Mas os olhos... Os olhos...

– Está ficando paranoica. Isso é porque ainda gosta do Fred? - Spencer perguntou mais sério e bebeu o refrigerante quase todo.

– Não. Só que é estranho... Eu sei que Fred não se lembra da noite que a Melanie morreu. Mas não é estranho ela ser Puckett também?! Se Pamela tivesse viva pod...

– Esquece. Você ainda ama o Fredward... - O mais velho respirou fundo e massageou as têmporas. - Não estou preparado para passar tudo aquilo novamente.

Carly fez um beiço teimoso e franziu o cenho.

– Passar pelo o quê?

– Noites em claro assistindo shows de SNDS, brigadeiros de panela a todo instante, filmes românticos, k-dramas, revistas sobre aqueles trem de meninas e ainda a terrível choradeira...

A morena bufou e sorriu de leve.

– Não tenho mais quinze anos.

– Ainda é menina... Como não faria isso novamente?! E aquele Brenner do ano passado? Eu tive que passar uma semana com você e seus modos chatos de superação versus lamentação.

Carly riu e opinou sobre nada.

–-

O cheiro de carne assada na brasa da churrascaria era embriagador, o lugar é simplório mas extremamente agradável. O lugar está relativamente cheio, as mesas de madeira simples e sem nenhum detalhe específico deixava o lugar um tanto amável. Apesar do ambiente, Fred não estava feliz e parecia irritado ao ver a loira comer. O garçom saiu rapidamente depois de entregar quase um kilo de carne na mesa deles, parecia surpreso.

– Esse definitivamente será o último. - Fred sentenciou e não ouviu qualquer objeção.

Os lábios, bochechas e queixo dela estavam completamente sujos com molho de carne. Isso fez com que o Fred a olhasse com mais humanidade, pois parecia se contente como uma criança ganhando muito doce. Sam lambeu os dedos e os lábios com vontade, sorrindo para Fredward com inocência. Fred foi puramente enganado com o sorriso dela, e por segundos a viu de outra forma... Ele percebeu sua beleza. Os olhos dela são tão intensos, de um azul único pois parecia pequenas safiras. Fredward sorriu encantado com ela, então os segundos se perderam quando ele se lembrou da força como ela apareceu para matá-lo. Ele fechou o sorriso tão rapidamente quanto o abriu.

– Obrigado pelo jantar. Como foi sua aula? - Ela perguntou assim que entraram no apartamento.

– Quando vai me contar mais sobre as verdades de um Gumiho? - Fred perguntou sem pensar duas vezes. Ele queria saber do ponto fraco de um Gumiho, ele precisava saber e iria descobrir.

– Eu como fígados de homens. - Ela respondeu rapidamente e deitou-se em seu sofá.

Fred engoliu em seco.

– Somente de homens? - Ele perguntou curioso e se sentou perto dela.

Sam respirou fundo e franziu o cenho. Estava um pouco irritada com essa pergunta. Aonde ele quer chegar? Será que agora se lembra da Melanie? Ela começou a indagar com rapidez. Centenas de anos passaram pela mente da menina, e ela sabia que se ele soubesse das coisas de um Gumiho nunca se apaixonaria por ela.

Ela seria sempre um monstro pra ele.

Por isso, mentiria novamente.

Ou tentaria.

– Para se alimentar? Somente homens. - Ela falou uma verdade e escondeu a outra parte.

Sam não se alimenta do fígado de mulheres, é lógico. Porém ela precisou do coração de uma humana, mesmo sem saber o porquê ela precisou dela... Sam também não se arrepende, apesar de ter revelado sua verdadeira natureza assim que conversou com Melanie. Ela balançou a cabeça e afastou os pensamentos sobre aquele dia... O único dia de sua vida que precisou de uma humana...


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Notas finais do capítulo

Foi curto o Seddie hoje, né?! PAOSPASOK' Prometo compensar no próximo capítulo. O que acharam? Muito fraco o chapter? Beija-Flor é linda demais,né? William era tão humano, então como diabos ele se tornou "imortal"? xoxo da Jaqs e até a próxima s2