O Desafio de Aizen Reeditando escrita por Blitzkrieg


Capítulo 21
Capítulo 21: O Invasor Fantasma


Notas iniciais do capítulo

Como compreender os vestígios de um passado incerto? Esta questão os capitães do Gotei 13 se propuseram a responder. Era preciso chegar a um consenso e para chegar até um, foi preciso organizar uma reunião emergencial e também foi preciso analisar alguns documentos. Nada fazia sentido. Não havia coerência nas provas. A caça ao invasor fantasma se tornou a representação simbólica da desestruturação militar da Soul Society. Isto se tornou fato, após o estalar de um cajado sobre o assoalho de madeira.



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Estáticos, imóveis, sem reação, permaneceram os capitães do Gotei 13 após a inesperada invasão. Contudo, alguns instantes depois, os capitães começaram a se mover. Olharam uns para os outros e assumiram fisionomias naturais. Kurotsuchi Mayuri disse algumas palavras a Unohana e esta se dirigiu até Renji que estava apoiando o tronco de Byakuya sobre seus braços. A capitã chamou sua tenente fazendo a mesma retirar o capitão dos braços de Renji. Juntas desapareceram em meio a um shunpo e o levaram ao 4° esquadrão. O comportamento dos capitães se tornou extremamente incoerente com a situação. Não houve raiva, não houve desespero. O comandante Yamamoto desceu ao solo, caminhou alguns passos adiante e dirigiu a palavra aos seus capitães:

 

- Com isto, encerramos o treinamento. – anunciou o líder do Gotei 13, expressando um tom de autoridade.

 

- Espero que Byakuya consiga se recuperar depois de ter recebido os golpes do comandante. – cochichou o capitão Shunsui á Ukitake.

 

- Ele ficará bem. – respondeu.

 

Logo depois, todos os que haviam se dirigido ao monte de Soukyoku, desapareceram com os shunpos. Cada shinigami que se encontrava sobre o monte, retornou aos seus afazeres. Estava claro, que o dispositivo de Aporro não tratou apenas de apagar a memória dos capitães e sim de substituí-la por outras lembranças artificiais. Esta foi uma medida de emergência tomada por Ichimaru Gin e esta medida por ter surgido em tal situação, com certeza não seria suficiente para amenizar todo o processo articulado por Aizen. O sintetizador de memória, contribuiu para encobrir o plano fundamental de invasão da Soul Society, mas era questão de tempo até os capitães perceberem que havia algo errado.

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A alguns kilômetros de distância do monte, uma shinigami caminhava entre uma floresta iluminada pelo brilho característico da lua cheia. Esta shinigami avistou um corpo ensangüentado estirado ao chão e repleto de ferimentos. Reconheceu o corpo de Zaraki Kenpachi e ao se aproximar foi capaz de sentir um vestígio de reiatsu. Quando percebeu este vestígio de energia emanando de seu único companheiro, conseguiu segurar as lágrimas que ameaçavam escorrer. A tenente Yachiru sentiu uma fisgada de alívio por Zaraki Kenpachi não estar morto. Decidiu não levar o capitão até o 4° esquadrão e por conta própria procurou tratar de seus ferimentos.

 

Unohana Retsu retornou ao seu quartel e se surpreendeu com todo o desespero de seus subordinados. Todos faziam perguntas sobre um ryoka que havia adentrado a Sereitei. Não compreendeu nada. Assim aconteceu com todos os outros capitães ao retornarem a seus quartéis. Na mente dos capitães, as lembranças estavam vivas e pareciam muito reais. Ficaram confusos sobre o que estava acontecendo. Vários shinigamis alegavam ter ocorrido uma invasão no mesmo dia e que um invasor estava infiltrado na Sereitei. Com estas alegações, mesmo sem compreenderem o que se passava ali, aprovaram que seus subordinados continuassem a caçada por pensarem que com a captura deste “invasor fantasma” tudo poderia ser esclarecido.

 

O comandante Yamamoto, após ouvir várias vezes, durante alguns dias, uma versão intrigante de seu tenente Sasakibe Choujirou sobre a invasão, tratou de organizar uma reunião de emergência. Os capitães reuniram-se no quartel do comandante. Todos os membros do Gotei 13 estavam presentes, exceto Zaraki Kenpachi e Kuchiki Byakuya.

 

- Onde está Zaraki Kenpachi!? – indagou o comandante, exaltando sua voz. Devido à memória artificial, não se atentou a falta de Byakuya. Sabia que o mesmo se encontrava em sua mansão e provavelmente estava ressentido com o que ocorrera no monte de Soukyoku, pois na sua memória ele havia ferido o orgulho do mesmo.

 

Os capitães permaneceram em silêncio. Não houve resposta.

 

A porta se abriu lentamente, emitindo um ruído perturbador. O capitão do 11° esquadrão atrasado para a reunião se posicionou em uma das fileiras, permaneceu imóvel com uma expressão séria. Com isto, o comandante iniciou a reunião. Discutiram sobre os últimos estranhos acontecimentos. Surgiram hipóteses sobre uma possível ilusão que teria assolado os shinigamis da Soul Society, fazendo-os acreditar que havia ocorrido uma invasão. Hipóteses deste tipo foram gradativamente eliminadas com a exposição dos relatórios sobre cientistas que foram assassinados no departamento de tecnologia. Kurotsuchi Mayuri prestou depoimento, mas o mesmo não conseguiu expor algo que contribuísse para compreender o que estava acontecendo. Enfim, os capitães não chegaram à conclusão alguma. O nome de Aizen foi pronunciado inúmeras vezes, mas não foi possível confirmar nada. Não havia coerência nos eventos, não era possível chegar a uma conclusão definitiva. Sem muitas alternativas, o comandante Yamamoto bateu seu cajado como se fosse um martelo de um juiz, decretando que a caça ao “invasor fantasma” se encerraria naquele instante. Porém, pediu que investigações sigilosas sobre o assunto continuassem, mas deixou bem claro que não era viável a Sereitei permanecer em estado de alerta para sempre.

 

Zaraki Kenpachi ouviu todas as teorias, todas as hipóteses, presenciou todas as exaltações que ocorreram e as discussões que em alguns momentos ameaçaram fugir do controle. Permaneceu em silêncio e não pronunciou uma palavra durante toda a reunião. No momento de se retirar, progrediu sem manifestar qualquer opinião sobre o assunto.

 

Desapareceu com o shunpo. Dirigiu-se á um casarão. O capitão chegou ao local desejado surgindo em um jardim de frente para a casa. Adentrou a propriedade sem que os shinigamis vigilantes o percebessem. Direcionou o olhar á porta tradicional japonesa aberta a sua frente e observou uma pessoa sentada de costas para si, sobre um tecido verde estendido no chão. O capitão Zaraki caminhou alguns passos adiante e subiu o degrau para o assoalho de madeira e logo depois aguardou as palavras da pessoa que visitava.

 

- Não fui capaz de ir á reunião. – disse Kuchiki Byakuya, permanecendo de costas para Kenpachi. – Não conseguiria suportar a situação de presenciar a incapacidade dos outros de enxergar a verdade. – disse, transmitindo em suas palavras a sua indignação.

 

Zaraki emitiu um ruído rouco, virou-se de costas para Byakuya e sentou-se no chão, direcionando seu olhar ao jardim.

 

- Fez bem, o comandante acabou decidindo não mais tocar no assunto. – explicou Kenpachi. - Você sabe como é. Não podemos insistir nisto, porque se insistirmos seremos considerados suspeitos. – disse, após inspirar profundamente e expirar o ar como se fosse à última vez que oxigenaria o seu corpo.

 

- Ichimaru Gin... – balbuciou Byakuya, demonstrando desprezo pelo nome que pronunciava. – Devemos agir como se não soubéssemos de nada. Vamos agir com cautela.

 

- Um dia vou encontrar Ulquiorra novamente e aí conseguirei retribuir o favor que me fez. – sorriu Zaraki. – Nunca me diverti tanto na minha vida. – gargalhou.

 

Byakuya resmungou algo sobre a reação de Zaraki. Não suportava o fato de ter que compartilhar um segredo tão importante com uma pessoa tão imatura, no seu ponto de vista. Percebeu que o capitão após se recuperar da pequena euforia que o assolou levantou-se rapidamente.

 

- Bom...Preciso resolver algumas coisas... – disse Zaraki, apoiando sua zanpakutou sobre seu ombro.

 

Desapareceu com o shunpo. Enquanto saltava sobre os telhados, refletia sobre a luta que havia disputado com o “invasor fantasma”. Sabia que por um descuido, acabara perdendo a mesma, pois não teve tempo suficiente ou astúcia suficiente para analisar a força de seu oponente. Percebeu que se tivesse lutado com força total, poderia ter vencido. Subestimou seu adversário e com isto acabou perdendo a chance de vencer.

 

Surgindo velozmente sobre o solo, surpreendeu um shinigami que caminhava sobre a estrada. Seu corpo se materializou perante tal shinigami, fazendo o mesmo se distanciar rapidamente e tomar posição de luta. Este após reconhecer a figura de seu capitão, tratou imediatamente de guardar sua zanpakutou e tomar posição de reverência.

 

- Você... – disse o capitão, erguendo seu rosto e olhando o garoto que estava a sua frente com ar de superioridade. – Qual seu nome? – indagou Zaraki.

 

- Meu nome é Yuji, capitão. – respondeu o jovem shinigami.

 

Zaraki em um movimento brusco surpreendeu Yuji posicionando a ponta de sua lâmina perante seu rosto.

 

- Você contou para alguém a verdade sobre o ryoka? – indagou o capitão, sabendo que se a resposta fosse positiva, não hesitaria em matá-lo.

 

- Então eu não estou louco! Aconteceu mesmo! – exclamou Yuji, tomando um sorriso de alegria, ignorando completamente a lâmina que se encontrava perante seu rosto.

 

- Moleque! – gritou Zaraki, fazendo Yuji estremecer. – Não aconteceu nada aqui! Você não sabe de nada! – acrescentou Zaraki, fazendo o rapaz abaixar seu rosto, fitando o chão. Com o coração disparado, procurou entender o que estava acontecendo naquele momento.

 

O capitão do 11° esquadrão recolocou a lâmina de sua zanpakutou sobre seu ombro e mudou o tom de sua voz.

 

- É preciso... que você considere isto... – disse Zaraki.

 

- Está bem... - disse Yuji, erguendo seu rosto para olhar seu capitão, enquanto ao mesmo tempo compreendia a atitude do mesmo.

 

- Treine, garoto... – disse o capitão, virando-se de costas para Yuji. – Fique forte para que você um dia possa vingar as mortes de seus amigos. – acrescentou e logo em seguida desapareceu, deixando o garoto com um brilho de vingança e admiração nos olhos.

 

A alguns kilômetros de distância dali, Kurotsuchi Mayuri encerrava uma conversa com sua tenente.

 

-...um dispositivo que quando foi ativado destruiu vários dados da central, capitão. – finalizou Nemu.

 

- Cada vez que ouço esta história eu fico mais irritado. – disse Mayuri, fechando sua mão, apertando seus dedos fortemente contra a palma da mesma. – Este invasor não deve ter sido o criador deste dispositivo.

 

- Lembro que antes do senhor perder a memória, concluiu a mesma coisa. – confirmou Nemu.

 

- Hum... – disse Mayuri, erguendo sua mão direita para cima logo depois de abri-la. – Parece que minha memória não foi simplesmente apagada, ela foi substituída. Somente um dispositivo sofisticado seria capaz de realizar tal feito. – erguendo-se da cadeira, caminhou pela sala de pesquisas enquanto continuava seu raciocínio. – Pelo que você me informou Nemu, o comandante já havia estabelecido uma relação deste invasor com Aizen.

 

- Exato. É possível que Aizen tenha criado os dois dispositivos.

 

- Não seja idiota! – repreendeu o capitão. – Aizen não tem caráter para realizar qualquer tarefa sozinho. Com certeza o inventor desses aparelhos é algum de seus subordinados. – o cientista cessou seu andar; permaneceu imóvel. – É possível... – sussurrou, enquanto virava-se para Nemu, assumindo uma expressão de ansiedade. - ..que este subordinado tenha conhecimento científico suficiente e que tenha guardado estas informações aonde Aizen está.

 

- Sim, é possível.

 

- Descobrindo a localização de Aizen, eu poderei encontrar a fonte científica que derivou esses aparelhos! – dizendo tais palavras, Mayuri caminhou rapidamente em direção ao seu computador. – Enquanto aqueles idiotas ficam perdendo tempo tentando entender o que aconteceu aqui, eu vou tentar rastrear a fonte de energia do dispositivo que danificou os dados do departamento. – acrescentou, enquanto digitava velozmente o teclado. – Nemu!

 

- Sim capitão!?

 

- Mande os cientistas priorizarem a construção do meu novo projeto. Porque assim que eu descobrir algo, eu irei atrás de Aizen imediatamente e deste invasor que me deixou nesta situação!

 

- Sim senhor! – exclamou Nemu e logo depois se retirou apressadamente da sala de pesquisas.

 

Estes foram os acontecimentos que ocorreram durante o período e após a intromissão de Ichimaru Gin na Soul Society.


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Notas finais do capítulo

Comentem. Eu imploro T_T.