Pensamentos, Sentimentos E Tormentos Parte II escrita por Viúva Negra
Notas iniciais do capítulo
A beleza de um não é a beleza de todos...
Doce Beleza
Caminhando sobre corpos desolados
Num mundo de sonhos
Deparei-me com um anjo
Tocando uma tétrica melodia
Na solidão de um bosque adormecido
Ele levantou seus belos e inocentes olhos
Indagou-me com voz branda:
“O que fazes aqui?”
Respondi-lhe com outra pergunta:
“Onde é aqui?”
Vi o brilho em seu olhar
O anjo pôs-se a responder-me com satisfação:
“Aqui é onde nascem tuas alegrias
[e morrem tuas tristezas”
Sem entender muito bem a resposta
Pus-me novamente a andar
Passando por sobre uma terra desconhecida
Um lugar estranhamente sublime
As lágrimas de dor e pesar
Eram como gotas de tinta
Um rosto pálido e cândido
Era como uma tela vazia
Esperando por uma obra a se concretizar
Os gritos eram como doces cânticos de
[querubins amargurados
As rosas já desbotadas
Exalavam o cheiro da morte
Um doce aroma inebriante
Causando-me arrepio na espinha
Tudo ali era sombriamente esplêndido
Um reino onde não havia bem ou mal
Luz ou trevas
Vida ou morte
Um lugar onde tudo era possível
A dor tornava-se prazer
O prazer tornava-se dor
E tudo era tão real
Crianças cantando e brincando de roda
Diante de desfalecidas borboletas já sem cor
“Não é lindo?”___ perguntou-me o anjo
Não soube lhe responder e ele então prosseguiu:
“A beleza de um não é a beleza de todos, minha criança,
Porém verás que ela é sempre a mesma
Buscando apenas por bons olhos para admirá-la”
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