A Ladra De Raios - Brittana escrita por Ju Peixe


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Adiantando um capítulo... E o que vocês esperaram.



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Segui Finn para o meio da floresta. Ele carregava San no colo, que tinha caído desacordada com a chicotada. Estávamos perdidos, encrencados, sem ajuda. E no meio do nada, para melhorar. Mas quando eu achei que não podia ficar pior, veio a chuva. Nós nos encolhemos em uma larga árvore oca e ficamos juntos por ali. Deitei o rosto de Santana no meu colo e observei seu machucado. Estava bem feio, era uma queimadura enorme. Pensei um pouco em como ajuda-la e por fim estiquei meu braço na chuva. O contato com a água me deu forças para ajudar Santana, e logo a queimadura sumira de seu rosto. Sorri satisfeita e encostei-me ao ombro de Finn.

- Você gosta dela. – ele afirmou.

- Claro que gosto, ela é a minha melhor amiga. – retruquei.

- Eu sei B, mas você gosta dela um pouco mais... Tipo eu gosto da Sugar. – ele devolveu.

Senti meu rosto corar. Era óbvio que eu gostava muito de Santana, ela tinha sido muito especial para mim em pouco tempo. Mas não significava que eu estivesse apaixonada. Era só um carinho especial de amigas, eu acho. Se bem que eu nunca me senti desse jeito pelo Finn.

- Ela é minha melhor amiga. Só isso. – Afirmei.

- Pode mentir para si mesma a vontade, eu sei que você está apaixonada B! Eu posso ver em seus olhos... E se você quer saber, ela também gosta de você. Ou você pensa que aquela ceninha de ciúmes que ela fez quando o Sam chegou foi por minha causa? – Finn terminou o sermão com um sorriso.

Não podia ser verdade. Santana nunca me veria mais do que uma amiga. Mesmo que Finn estivesse certo sobre mim, e eu temia que estivesse, não devia estar tão certo sobre San. Não eram ciúmes, ela simplesmente não gosta quando Sam Bocão fala comigo. Só.

Voltei a me concentrar nos cabelos escuros de Santana. Ela dormia pesadamente em meu colo, como se fosse a sua primeira noite de sono em semanas. Finn sorriu para mim e mandou que eu descansasse, pois ele iria ficar vigiando primeiro. Assenti e deitei da maneira menos desconfortável que pude encontrar. San abriu os olhos de leve e engatinhou até o meu lado, deitando no meu peito. Sorri e apertei seu corpo contra o meu, sentindo-me mais confortável de imediato. Talvez Finn estivesse certo. Talvez eu realmente estivesse apaixonada por ela.

Quando acordamos, já era dia. Nós três resolvemos que seria uma boa ideia encontrar uma saída da floresta, e rápido. O sol não estava tão forte, o que facilitou um pouco nosso caminho. Achamos uma estrada e conseguimos carona em um caminhão de supermercado. Viajamos o dia inteiro, mas ao menos não tivemos que andar. Quando chegamos à cidade, o homem pediu para que descêssemos, pois até ali era o máximo que podia nos levar.

Caminhamos juntos, trocando alguns insultos e fazendo piadas, levemente descontraídos. Até chegarmos a um ponto em que nossas barrigas começaram a roncar. Caminhamos procurando algum lugar aberto, mas tudo o que encontramos foi o “Empório de Anões de Jardim da Tia M.” San e Finn me olharam apreensivos. Não custava nada tentar, pensei.

Entramos no largo jardim cheio de estátuas magníficas. Finn torceu de leve o nariz, mas achamos que devia ser efeito das fúrias. Paramos em frente a uma porta de madeira e Finn tocou a campainha. Logo, uma senhora de aspecto agradável nos recebeu.

- Boa noite! Mas o que três lindos jovens como vocês fazem aqui fora a está hora? Onde estão seus pais? – A senhora perguntou.

- Nós... Eles... Estamos perdidos. – Finn concluiu. – E famintos. Se a senhora souber de algum lugar que possamos comer e passar a noite...

- Vocês comerão aqui! Moro sozinha e é um tanto quanto solitário! A companhia de crianças me faria muito bem! – A Tia M. concluiu.

Entramos e ela nos conduziu até uma mesa, onde nos sentamos e esperamos pela comida. A senhora trouxe nada mais, nada menos do que três hambúrgueres com milk-shakes e batatas fritas. Começamos a comer tudo calmamente.

- Então Santana, como foram de viagem? – ela perguntou.

Nós três congelamos. Estava muito certa de que em momento algum dissemos nossos nomes. Finn baliu baixinho e San se encolheu no banco.

- Ér... Nós precisamos ir. Provavelmente estão atrás de nós. – Santana falou, levantando mas logo caindo no chão.

Tentei levantar para ajuda-la, mas senti uma dor aguda no meu estômago e cai de joelhos ao lado de Santana, que se encolhia de dor. Contorci meu corpo e fiquei o mais perto que pude dela.

- San! Você está bem? O que você colocou na nossa comida? – gritei, agoniando de dor.

- Nada de mais, uma coisinha aqui, outra ali... Eu só acho que um certo sátiro não comeu o suficiente... Vamos Finn, termine de tomar seu milk-shake, querido. – Tia M. falou, aproximando-se de Finn que estava em pé.

- Béé! Não, obrigado! Meninas, não olhem para os olhos dela em hipótese alguma, fui claro? – Finn disse me ajudando a levantar.

Tia M... Comecei a citar todos os deuses e monstros com a letra M e cheguei a única opção provável. Medusa. Levantei puxando Santana comigo e começamos a nos arrastar para fora.

- Não vão! Ao menos fiquem para uma foto... – ela gritou agarrando o braço de Santana e a puxando de mim.

Parei instantaneamente sacando a espada. Medusa pousou seus olhos em mim e eu desviei o olhar.

- Britt! Sai daqui! Eu posso me virar sozinha, ela vai te matar! – Santana gritou.

Eu vi Medusa soltá-la e vir em minha direção. A criatura derrubou minha espada e me imobilizou sem dificuldades. Logo me vi a beira de virar uma estátua sem graça em seu jardim. Ela agarrou meu queixo e levantou meu rosto, tentando me fazer olhar para ela. Fechei os olhos com força, mas era difícil lutar contra a vontade de abri-los. Quando estava prestes a desistir, ouvi um grito e um baque oco no chão. Santana tinha pego minha espada e arrancado a cabeça de Medusa.

A latina me olhava irritada. Parece que o efeito da comida tinha passado nela.

- Onde você estava com a cabeça, Brittany? Podia ter morrido, sabia? Mas que merda, Cabeça de Alga, você me prometeu que ia ficar a salvo! – ela gritou se ajoelhando à minha frente e segurando meu rosto entre suas mãos.

- Eu... San, me perdoa! Mas eu não podia deixar ela te machucar! – respondi.

- Brittany, você é louca! Tem alguma noção de como eu ia ficar se eu te perdesse? Nunca mais faça isso! – ela disse apertando-me em seus braços.

Ficamos unidas por um bom tempo, sem dizer uma palavra. Senti o coração de Santana bater mais forte quando me aproximei de sua bochecha para plantar um beijo.

- Você ia ficar tão mal assim se eu... Se algo acontecesse comigo? – perguntei.

Ela fitou meus olhos azuis e juntou nossas testas por alguns minutos. Acariciei seu rosto e ela pousou os braços ao redor do meu pescoço.

- Eu estou tão apaixonada por você, Brittany! E eu sei que é errado, mas eu não me importo. Eu quero você. – ela disse apertando meu corpo.

Levantei meus olhos e procurei os dela. Estavam marejados e envergonhados. Toquei sua bochecha e me aproximei de seu rosto.

- Eu não sei como fazer isso. Você é a minha primeira... – murmurei corando – Então... Tenha paciência.

Aproximei meus lábios dos seus e a beijei, lentamente e demoradamente. O primeiro e melhor beijo da minha vida.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?



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