But... I Love You escrita por Gisa


Capítulo 19
Capítulo 19 - Desabafo


Notas iniciais do capítulo

Alô, pessoal! Feliz dia do leitor ♥
Já agradeci a vocês recentemente, mas agradecimentos nunca são demais. Muito obrigada por todo o apoio. Vocês são feras ♥
Boa leitura e até as notas finais.



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Taty desceu direto para o banheiro. Era a minha chance de achar Ronald e conversar com ele antes que ela o procurasse. Corri o olhar pelo pátio a sua procura até que finalmente o encontrei, conversando com amigos. Me aproximei o suficiente para ficar em seu campo de visão e esperei que me avistasse. Ele logo me viu, se despediu dos amigos e veio ao meu encontro.

– Taty está descendo, vamos lá fora. – Eu disse, sem sequer cumprimentá-lo.

Ele assentiu e saímos.

E lá estávamos nós. Juntos, lá fora, como na última vez que nos vimos. Porém dessa vez havia outras pessoas por perto. Alunos lendo espalhados pelos bancos, grupos de amigos conversando... E nós.

– Antes de você falar o que tem para falar – Ronald disse – quero explicar que tentei despistar Taty hoje cedo sem que ela desconfiasse. Espero que não tenha ficado brava.

– Tudo bem, eu imaginei. Eu vim aqui para falar mais ou menos sobre isso. Ronald... Eu não aguento mais despistar a Taty. Ela precisa saber da verdade, isso não está certo. Eu quase contei tudo para ela hoje, mas não o fiz porque precisava falar com você antes. Afinal... Eu não sei qual vai ser a reação dela, como ela vai passar a ver você, como ela vai te tratar depois...

– Isso é o de menos. – Ele disse – Você se preocupa muito com os outros, Mel. Como ela vai reagir com você? Vocês são amigas, são próximas. A sua situação com ela vai ficar pior do que a minha. Ouça, Mel: eu decidi não contar nada para ela pensando em você. Lógico que também pensei muito nela, imagino que ela vá ficar péssima com isso. Mas talvez o melhor seja enfrentar a verdade. Se a relação dela comigo mudar, tudo bem. Desde que a minha com você não mude.

Isso me deixou extremamente confusa. Eu não esperava essa resposta dele.

– A gente conversa melhor depois – Respondi – Ela vai descer em breve.

– O.K.

Voltei para o pátio com a respiração alterada. Sentei, me acalmei, e pensei no que faria a seguir. Por fim, fui para a enfermaria falar com Lise.

Antes que eu batesse na porta, alguém a abriu. Tio Alex estava saindo com uma cartela de comprimidos.

– E aí, Melody!

– Oi, professor. – Sorri – Tudo bem? Hm... Talvez eu perca um pouco da sua aula hoje.

– Tudo bem, sem problemas. Algo errado acontecendo?

– Não, eu só ando precisando conversar, sabe?

– Sei sim, todos nós precisamos. Essa escola exige muito de nós, não? – Ele sorriu carinhosamente. – Bom, vou indo. Leve o tempo que precisar, Melody. Até mais!

– Até mais, tio Alex!

Antes de entrar, chamei por Lise que disse para eu entrar. Ela estava no sofá da enfermaria com duas xícaras de chá na mesa.

– Olá, mocinha. – Ela sorriu. – Veio para conversar?

– Pois é, fiquei de te contar o resto da minha história, não é mesmo? – Pisquei.

Tomamos chá enquanto eu contava tudo para Lise. Contei a minha história com Ronald e sua história com Taty no primário. Contei sobre o reencontro e a confusão que foi gerada por essa coincidência. Contei sobre os gêmeos, sobre o baile... Contei tudo.

Eu não só senti que podia confiar em Lise como também que precisava falar sobre isso tudo com alguém. Primeiro eu relatei os fatos e, mesmo que do meu ponto de vista, tentei relatar sendo o mais neutra possível. Depois desabafei, dizendo o que pensava e sentia. E foi naquele momento que eu chorei.

Lise ficou um tempo pensativa antes de falar algo.

– Poxa, que rolo! Ainda bem que eu fiz chá de maracujá, nem vou precisar te dar calmante. – Ela sorriu cautelosamente – Bom, é complicado porque são muitos sentimentos envolvidos, e de muitas pessoas. Não importa qual caminho você viabilize, não vai dar para satisfazer todo mundo. O que você precisa fazer é ser cautelosa e pensar com o coração. Lógica não vai funcionar. Você tem que escolher o caminho que vai te deixar melhor, ele agradando aos outros ou não. A escolha que você fizer não pode te trazer arrependimento. – Ela parou por um instante – Ah! Outra coisa: pensar nos outros não é um defeito. Se pensar nos outros te faz bem, siga com isso. Se a sua escolha for em prol de alguém e ainda assim você sentir que é o certo a fazer, faça. Apenas faça, Mel. Faça sem medo do que vem a seguir. – Ela tomou um gole de chá e prosseguiu – Eu não posso te dizer mais do que isso. Não posso te indicar um caminho, isso é algo que você tem que decidir sozinha. Só tente se importar menos com o que vão achar da sua escolha, porque isso vai te afetar não só agora, mas em tudo que fizer. E saiba que pode contar comigo caso as coisas compliquem.

– As dúvidas são muitas, Lise, e eu preciso tomar uma decisão antes que tudo piore.

– Se você sente que precisa decidir, decida. E se não tem tempo para pensar com cautela, vá pelo coração, como eu disse. Decida fazer o que acha certo.

Passamos mais um tempo conversando e então o sinal tocou. Lise me abraçou enquanto eu a agradecia, nos despedimos e voltei para a sala.

Taty estava sentada do outro lado da sala, com Thomas. Logo que me viu entrar, ela se levantou e voltou para o seu lugar. Sentei junto a ela, que logo tocou meu ombro.

– Thommy me contou sobre Théo ser seu par para o baile. – Ela foi direta como um tiro. – Parece que eu entendi errado, me precipitei. Você ficou magoada, Mel?

Eu não consegui responder.

– Lógico que ficou, não é? Eu sinto muito... Eu não sabia que estava roubando seu par, eu jamais quis fazer isso. Mas você não me contou e...

– Eu não contei porque não deu tempo. Ele tinha me convidado no intervalo daquele dia. – A cortei, seca. Não quis responder de maneira rude propositalmente, fui levada pela emoção. – Mas deixa, já passou. – Tentei amenizar.

– Entendo. É, a culpa foi minha. Eu nem perguntei se você já tinha par. Então, no dia do baile eu te vi sozinha e... Só então me dei conta de que algo estava errado. Eu perguntei ao Théo se ele sabia algo sobre seu par e ele abaixou a cabeça. Eu não entendi nada na hora. Eu sinto muito mesmo, Melody. De verdade.

Olhei nos olhos dela. Ela estava quieta e esperava minha resposta. Deu para ver que ela foi sincera, ela realmente sentia muito. No fim eu sabia que ela não tinha feito de propósito, então respirei fundo e a desculpei.

– Mudando um pouco o rumo do assunto... Você viu como Théo é louquinho por você? Ele chegou ao ponto de pensar que Ronald convidaria você! – Ela caiu na risada, o que me deixou estressada – Ele é tão inseguro... Só porque você conversa um pouco com Ronald, ele já ficou todo enciumado. Mal sabia ele o motivo pelo qual vocês conversam... Ah! Inclusive, durante o baile ele confessou gostar de você. Ele estava muito chateado em te ver com Ronald, tive que contar nossa história para tranquilizá-lo. Ainda assim ele estava tão tenso... Um bobinho, não é? – Ela sorria.

Era a hora. Eu não sorri, muito menos concordei, o que tirou o sorriso de seu rosto.

– Taty, temos muito o que conversar sobre tudo isso. – Afirmei, séria.

– Melody, sem brincad...

– Você precisa saber de muita coisa, mas não aqui.


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Notas finais do capítulo

Bom, eu não pretendia postar hoje, mas acabei postando para parabenizar vocês, rs.
Agora preciso começar a estudar (em casa mesmo) e por isso creio que o próximo capítulo só vá sair no finalzinho da semana que vem (ou até no começo da outra). Me desculpem :c
Se bem que talveeeeez eu consiga escrever nesse final de semana, aí consigo agendar a postagem pra um pouco antes da data dita.
Mas esperem, porque ainda esse mês, sai KKKK ♥
Amo vocês.



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