But... I Love You escrita por Gisa


Capítulo 14
Capítulo 14 - Incoerência


Notas iniciais do capítulo

É, parece que estou de volta.
Eu não faço ideia de como me desculpar pela demora. Talvez eu nem deva chamar isso de demora.
Eu realmente sinto muito por esse enorme hiato, amores :(
Mas estou de volta, novamente ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/337137/chapter/14

Esse baile surgiu para complicar mais ainda as coisas. Para ser direta: Théo me convidou para ser seu par. Eu queria ser convidada pelo Ronald, mas nunca vou saber se isso poderia acontecer já que Taty o convidou. Taty, por sua vez, parece ter amolecido o "impossível" coração de Thomas. E todos nós estamos assim, domados pelos sentimentos e sem saber qual rumo tomar.

Théo encerrou nossa conversa dizendo que precisava resolver um outro assunto ainda no intervalo. Nos despedimos e cada um de nós foi para um lado. Eu ainda estava surpresa por ter recebido aquele inesperado convite para o baile. Parando para pensar, percebi que aceitei de cara. Talvez por Théo ser alguém especial para mim, alguém com quem eu gosto de dividir todo e qualquer momento. Ou talvez porque eu não queria ir sozinha para o baile, mas também não queria ficar em casa sem acompanhar de perto o casal que tanto quero que dê certo.

"... Que tanto quero que dê certo."

Eu não quis ficar no pátio vendo Taty e Ronald rindo e conversando, então decidi caminhar pela escola e colocar os pensamentos em ordem. Andei pelos corredores, mas as conversas dos outros não deixaram eu me concentrar. Pensei em ir até a biblioteca, Thommy provavelmente estaria lá. Mas eu só atrapalharia seus estudos, então decidi não ir. Por fim, parei no meio do corredor, pensando em um lugar onde se pode pensar. Quando olhei pra cima, vi a placa da enfermaria. "Saiba que estou aqui para o que precisar", Lise me disse uma vez. Talvez fosse um bom momento para falar com a conselheira da escola.

Dei dois toques leves na porta e ouvi a voz da enfermeira:

– Um momento! - A voz dela estava agitada, ela parecia estar atarefada. Ainda assim, sua delicadeza continuava presente na fala.

Lise abriu a porta e, assim que me viu, sorriu.

– Olá, Melody! - Seu sorriso aconchegante deixou seu rosto por um instante. - Aconteceu alguma coisa?

– Oi, Lise. Eu estou bem. Você está ocupada?

– Não, lógico que não. - Ela parecia mentir - Entre!

Entrei e nos sentamos no sofá. A sala estava vazia, provavelmente ela estava cuidando de papeis ou algo do tipo. Ela nos serviu uma xícara de café e em seguida concentrou seus olhos verde-azulados em mim.

– E então, mocinha? O que conta de novo? - Ela parecia ansiosa, e isso estava começando a me afetar.

– Bom... Acho que essa história de baile está me incomodando.

– O baile? - Lise disse com um tom que dizia: só o baile?

Sim, bem... Algumas pessoas estão envolvidas e...

– Algumas, sei.

– Sim, algumas. - Afirmei, séria. - O que quero dizer é que eu estou em uma pequena confusão, e esse baile pode muito bem piorar tudo.

Lise parou por um momento, pensativa.

– Ou resolver de uma vez. - Ela completou. - Melody, entenda: pessimismo não traz felicidade. Independentemente da situação, esse baile pode ser bom ou ruim. Vai depender unicamente de você.

Abri a boca para contestar, mas as palavras não saíram.

– Talvez você esteja certa. – Me rendi.

– Você quer detalhar mais esse assunto? - A curiosidade de Lise ainda não havia passado.

Quando estava pensando na resposta, o sinal tocou. Hora de ir para sala.

– Eu preciso ir agora, Lise.

– Se estiver em uma sessão com a conselheira, você pode perder aula sem se meter em problemas. - Vou me lembrar disso.

– A próxima aula é importante, teremos outras oportunidades para falar desse assunto.

– Bom, você quem sabe. - Ela sorriu. - Estarei aqui, é só me procurar.

– Obrigada, Lise. Até logo.

Saí da enfermaria e fui para a sala de aula. Os gêmeos estavam nos seus lugares, só Taty ainda não havia chegado.

Provavelmente porque estava conversando com Ronald.

Sentei no meu lugar e nós três ficamos silenciosos. Para quebrar o silêncio decidi puxar assunto com Thomas:

– Ei, Thommy. Vai chamar alguém pro baile? - Além de descontrair o ambiente, com essa pergunta eu poderia me aprofundar um pouco mais no assunto "Thomas&Taty".

– Ih, Mel. Esse aí não vai nem pras reuniões de família, quanto mais para um baile. - Théo riu.

Nesse momento Taty entrou na sala. Corri ao encontro dela, a uma distância em que os meninos não pudessem nos ouvir.

– E aí, menina? Pediu? - Eu estava muito ansiosa para ouví-la.

– Sim, pedi... - Apesar da resposta positiva, não havia alegria em sua voz. - Mas Ronald não vai poder ir ao baile, tem um compromisso no dia.

– Ah... Entendo. Eu sinto muito, Taty.

– Não faz mal. - Ela tentou sorrir. - Ele disse que se não tivesse compromisso, aceitaria com certeza o meu convite.

A professora entrou na sala e fomos para os nossos lugares. Apesar de eu secretamente ter torcido para que Taty não conseguisse ir com Ronald ao baile, fiquei triste. Ela realmente queria isso, e eu prometi que tentaria ajudá-los de verdade. Essa poderia ser uma oportunidade para eles se aproximarem mais. Não consegui sorrir, mesmo que também tenha acabado ficando um pouco aliviada com tudo isso. Olhei para Théo, que me encarava. Ele sorriu, e pareceu ter sorrido ao ver minha expressão. Mas já estou acostumada a descartar as coisas que minha mente cria.

Sentei no meu lugar e lembrei de minha conversa inacabada com Thomas.

– Então, Thomas. Você não me respondeu...

– Desista, senhorita persistente. Eu já disse que o Thommy nunca chamari...

– Taty. - Thomas interrompeu a fala de Théo. - Gostaria de ir ao baile comigo?

Todos nós ficamos boquiabertos por alguns segundos.

– Ela já tem par, idiota. - Théo respondeu em um tom seco e sarcástico que nunca o vi usar.

– Já tenho? Isso é um convite, sardento? Ok, então eu já tenho par! - Taty sorriu para ele.

Mas que merda foi essa? Théo ia comigo ao baile, por que isso agora? Esse comportamento estranho está começando a me tirar do sério.

– N-Não, eu... - Théo tentou gaguejar algo, até olhar para mim. A decepção e a raiva deviam estar estampadas no meu rosto, já que assim que me viu, Théo abaixou a cabeça e não disse mais nada.

Olhei para Thomas. Ele já tinha voltado o olhar para o caderno, mas algo estava diferente. Ele estava escrevendo rápido e segurando a lapiseira com força. Ele estava trêmulo. Pouco antes de desviar o meu olhar, o vi encarar Théo com fúria em sua expressão. Thomas estava machucado. Se eu não entendi nada dessa situação, ele muito menos. Théo levantou as sobrancelhas para o irmão como se pedisse calma. Será que Théo fez aquilo por pirraça? Talvez ele simplesmente não aceite a ideia de ver seu irmão indo com uma garota para o baile. Se for isso... Não, não pode ser. O Théo não é assim.

Na verdade, ultimamente não sei mais como Théo é.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "But... I Love You" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.