Um Sonho para se Viver escrita por kiza


Capítulo 10
Quando as coisas ganham sentidos mais profundos em


Notas iniciais do capítulo

E ai pessoal , como é que foram as férias...shuahsah ..Sinceras desculpas pela demora, mas voltei ....



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Quando as coisas ganham sentidos mais profundos em despedidas

O carro negro parou em frente a casa e Bill hesitou por um minuto antes de descer do carro. Ele podia dizer que estava bem triste. Ok! Isso serie modéstia. Ele mais sentia como se toda a tristeza, solidão e desespero lhe tivessem escolhido como companhia para essa noite. Ele sentia-se afundar, e cada vez que ele caia, ele podia sentir-se mais desesperado e mais frio. Não no sentido literal da palavra, mas em algo mais poético e filosófico enquanto uma dor tomava conta de seu interior e se tornava tão real que parecia dor dentro de si mesmo.

Pode observar a cortina do lado da casa de Elisa tremer quando alguém espionou para ver quem era, mas ele não queria ligar para isso. Em seu intimo sabia que estava em uma enrascada e talvez ir até ali seria a pior opção a se tomar, mas ele não tinha escolha. Ele tinha que fazer ela entender que nada daquilo que aqueles jornalistas colocaram no jornal era verdade, fazer ela entender que era única para ele. Implorar por seu perdão.

Seus passos foram guiados automaticamente, e foi com um leve toque de surpresa que ele notou que já estava a porta. Ele pensara em milhões de coisas a se dizer para ela, e naquele momento havia em sua mente um turbilhão de coisas, um furacão de palavras. Uma escuridão que se misturava heterogeneamente com as luzes e ele não conseguia tirar desse caos as palavras reais que ele deveria dizer.

Inspirou fundo antes de levar a mão para tocar a campainha, mas algo quase o fez cair para trás quando a porta se abriu repentinamente e por ela saiu Lewis que não possuía na cara traço algum de amizade dos dias de felicidade. Sua visão periférica captou que ele possuía na mão uma cópia do jornal em que ele e Thais estavam se “beijando”. Engoliu seco e a raiva queimou a fundo do seu estômago. Thais o pagaria por aquilo mais tarde.

-Co-mo você ainda tem a coragem de vir aqui!? – Lewis gritou para todo mundo ouvir.

Um frio brotou na espinha de Bill quando se lembrou o quanto ele era protetor com seus amigos. Não seria nada agradável ter Lewis como inimigo e Bill tinha plena consciência disso.

-Mas você tem que ser mesmo cara de pau para botar seu pezinho por essas redondezas depois disso! – Ele apontou para o jornal avançando um passo, e fazendo Bill recuar um e por pouco quase tropeçando nos degraus que formavam a fachada.

-Lewis, PARA! – Anne agarrou o braço do namorado antes que ele avançasse mais um pouco.

-Anne! – Ele virou para a menina – Ele fez isso com nossa amiga e você acha que isso deve passar barato?

-Não cabe a nós tomar decisões por Elisa!! – Anne foi bem taxativa nas sua palavras tal que Lewis demorou um pouco a dar a resposta.

-Você viu como Liza chegou aqui! Ele já a fez sofrer o suficiente por um dia!

As palavras poderiam ser direcionadas a uma resposta para Anne, mas elas não foram diretamente para ela, mas sim penetraram fundo demasiadamente como farpas geladas no garoto moreno que via a discussão e tinha plena consciência de saber que ele era o motivo da briga. Um nó lhe subiu pela garganta lhe impedindo a respiração quando a verdade de saber que ele havia ferido Liza lhe chegou ao coração. Ele estava fazendo ela sofrer por ele.

-E-Eu preciso vê-la! – ele bulbucionou não tendo sua visão em foco algum.

Ele lamentava. Aquele dia havia sido o mais cheio e doloroso em todos esses dias que ele havia passado ali na Irlanda. Ele engoliu seco tendo seu coração ferido por saber que pelo que ele era Elisa estava tendo um dia tão difícil e tão longo. Saber que ela estava sofrendo; e mais; sofrendo por sua causa fora a gota d’agua. Ele necessitava lhe implorar por seu perdão, e ele faria isso, mesmo que tivesse que passar por cima do mundo, ele iria pedir perdão para Elisa. Foi nessa certeza que reuniu forças que ele não sabia donde vinham, e avançou sendo barrado por Lewis mais uma vez.

-Eu preciso falar com Elisa! – ele disse encarando Lewis de frente, e algo revolveu a superfície das íris dele.

-Você já não acha que fez estrago suficiente? Aliás, porque você não volta para a Alemanha agora mesmo? – ele cruzou o braço enquanto desafiava Bill a passar por ele.

-Eu preciso falar com ela! – Bill repetiu.

-Lew, deixa que eu cuido disso! – Anne disse para o namorado e se virou para o cantor – Bill, acho que esse não é o momento oportuno!

-Mas Anne eu preciso muito falar....

-Bill? – Todos se viraram para a figura que descia as escadas naquele instante.

O coração do jovem cantor deu um salto e quase lhe alcançou a garganta. Mas ali estacou e pareceu murchar ao perceber como Elisa estava. Os olhos sempre brilhantes dela estavam marcados, não apenas vermelhos alegando o quanto ela havia chorado, mas também a pouca maquiagem que ela usava marcada com leves traços cinzas nas bochechas imaculadas dela. Mas não foi isso que mais machucou Bill, mas sim a marca de tristeza que marcava as íris de Eliza.

Ela estava no alto da escada vendo as pessoas na sala. O cabelo preso em um rabo de cavalo pratico, enquanto a roupa estava frisada, deixando bem claro que ela estava em seu quarto deitada.

O peito de Bill se contraiu em espasmos de dor, e tudo que ele quis naquele momento foi correr até a garota que detinha em extremo poder sobre ele, abraçá-la e jogar longe qualquer vestígio de alguma coisa que a tenha atormentado. Quis deitar com ela e mante-la em segurança longe das mentiras que jornais lançaram naquele dia, ou qualquer tipo de realidade que tenha extravasado as lágrimas dela naquele longo período de vinte quatro horas que passou.

-Deixem-me falar com o Bill… - ela se direcionou para Anne a Lewis - … a sós!

Eles trocaram um olhar significativo indo em direção a cozinha, mas antes de desaparecer atrás da parece que dividia os cômodos Lewis enviou um olhar de puro aviso a Bill enquanto Anne trocava algum olhar com Elisa.

Bill entrou na casa sentido o olhar do irmão e dos companheiros de banda nas suas costas, mas mesmo assim fechou a porta dando mais um passo em direção a ela.

-Elisa… - ela lhe fitou e as palavras de Bill se perderam na mente.

Elisa desceu as escadas indo em direção a lareira pousando a mão sobre a foto de Mary, e fitando as cinzas que jaziam ali. Um ambiente desagradável se formou entre eles.

-Elisa, aquilo que esta no jornal é metira....

Ele podia sentir-se no limite. Ele não sabia mais que palavras usar, e o medo de perde-la lhe oprimia a alma, mas a mente dele lhe dizia que ele tinha que achar forças e dizer, tentar convence-la da sua inocência.

-Eu não sei da onde, nem como Thais conseguiu, mas você tem que acreditar em mim. Eu sou tão vitima como…

-Eu sei! – Ela virou-se para ele, mas não lhe encarou.

As palavras dela lhe acertaram o estômago e de alguma forma lhe aliviaram a alma, apesar das coisas não se encaixarem, ele sentiu um peso ser partido de seus ombros e ele pode finalmente respirar melhor. Deixando os ambros caírem ele teve a certeza de que não haveria de ser qualquer jornalista ou qualquer outra pessoa que poderia serra-los, pois o amor que existia entre ambos era mais forte que qualquer coisa, qualquer pessoa. Deu um passo a frente.

-Eu sei que aquilo que está no jornal é mentira! Eu sei que você não faria aquilo comigo! – ela finalmente lhe fitou e a tristeza que residia em seu olhar, travou seus passos enquanto ela continuava – Mas isso me fez refletir... Bill – Ela inspirou fundo – Nós pertencemos a mundos completamente diferentes!

Ele não soube o que foi que embaçou sua visão. Se foi qualquer tipo de pressentimento que passou em sua mente ou se foi qualquer tipo de lágrima que nublou sua retina. A boca dele secou enquanto seus pés bambearam. Buscou o conforto nos olhos dela, mas não os achou.

Para Eliza dizer aquilo foi mais duro do que ela imaginava, e ver a reação, por mínima que fosse de Bill, foi como se ela mesma sentisse a dor daquilo. Mas não havia como continuar aquele conto de fadas, pois todo conto de fadas tem um fim, e ela tinha certeza que esse conto dela não teria um fim fácil, ou um fim que não lhe imputasse algo.

-Eu… não estou entendendo! – Bill falou baixo.

-Bill… Pertencemos a mundos diferentes, somos pessoas diferentes! – ela buscou alguma coisa imaginária nas cortinas que cobria as janelas da sala, mas não havia nada ali que pudesse captar a atenção de seus olhos – Eu não quero ter que ficar me escondendo, e muito menos ter que sair acompanhada de guarda-costas toda vez que eu quiser ir a uma sorveteria. Não quero sair no jornal por cada erro que eu cometa e NÃO  QUERO COLOCAR EM RISCO A VIDA DE PESSOAS QUE AMO por causa de fotógrafos inconseqüentes… Isso não é para mim. Eu… - Ela olhou para ele antes de terminar baixando o tom de voz – Eu não nasci par isso!

-Mas Eliza… A gente se ama! Isso é só por um tempo… Não vai demorar à imprensa achar algo mais interessante para publicar e a gente pode viver em paz!

-Mas isso por quanto tempo?Dois, três meses? Isso só duraria até o lançamento do próximo CD... No-Nossos caminhos são separados Bill!

-Não… Você está querendo fugir! Eliza… Olhe por outro ângulo… nós podemos vencer tudo isso juntos.

-Não Bill... você daqui um tempo volta para a Alemanha, e talvez daqui a algum tempo eu volte para o Brasil… Isso é o que vai acontecer!

Ele inspirou fundo sentindo os primeiros espasmos de pavor, mas a raiva já corria por suas veias. Aquilo era uma desculpa! Uma desculpa que ela estava dando para se separar dele! Eles poderia ser felizes juntos, e ela estava abrindo mão de tudo isso?

-Você está querendo fugir! Isso tudo é desculpa! – ele foi mais ríspido do que deveria ser, mas naquele momento ele nem se importou. Para o inferno qualquer tipo de sutileza que buscava quando falava com as pessoas – Se você não me quer mais é só falar! Não precisa inventar…

-INVENTAR? Bill isso são fatos! Somos pessoas que tem prioridades diferentes!

-Você que quer ter uma prioridade diferente da minha!

-Bill encare a realidade! Eu não QUERO ser famosa! EU não QUERO ter a minha vida invadida por pessoas ao qual eu não tenho que prestar contas! Temos prioridades diferentes… e muito diferentes! Eu… - ela pensou antes de continuar falando – Eu não quero ser uma cantora!

Bill engoliu seco, deixando sua respiração na tentativa falha de se acalmar.

-Por um momento eu pensei que poderíamos ser felizes e que poderíamos enfrentar tudo isso juntos, mas me enganei!

-Bill você não entende! – ela falou. – Você nunca irá entender! Você pode ter tudo que quer, mas a vida não é assim! A vida não um conto de fadas que você pode dobrar os outros a sua maneira e criar um mundo perfeito PRA VOCÊ, porque tudo no final será uma ilusão! E… e eu não quero fazer parte de uma ilusão!

-Isso não é verdade! Eu…

-É isso que você nunca vai entender!

O olhar que ele lhe direcionou assustou a menina. Não era o olhar terno que ela geralmente recebia de Bill, mas um olhar mais consternado… revoltado. Ele deu um passo a frente, e rispidamente quase gritou as palavras:

-Não entendo o que?

Ela suspirou.

-O que aconteceu com Joe e Mary me fez pensar... Pessoas podem se ferir por MINHA causa...por NOSSA causa… e eu… eu não quero isso!

-Ah então é isso… a gente termina aqui?

-Eu acho… acho que sim! – ela disse, sentindo a primeira lágrima lhe embaçar os olhos, mas não choraria. Não agora pelo menos.

-Então está tudo bem! – Havia um realismo fatal impregnado na sua voz. Algo como uma crise histérica que estava aninhada para explodir a qualquer hora – Mas saiba que tudo isso é SUA CULPA! VOCÊ que está procurando algo para nos separar!

-MINHA CULPA?! Ahh então beleza, é bom saber que é minha culpa Mary e Joe estarem no hospital…

-Talvez…

-É talvez também seja minha culpa Tudo o que pode acontecer! É minha culpa a gente brigar, é minha culpa o seu mundinho explodir! Porque? Porque sempre é MINHA CULPA!

-Sim é sua culpa! É sua culpa estar querendo fugir! Cadê aquela garota forte que conheci? Aquela que não ligava para o que os outros diziam?

-É a mesma garota sensata que sabe quando tudo acaba, ou quando as coisas chegam a um estado que não pode mais prosseguir sem ter que machucar os outros!

-OK senhorita sensatez! – o tom de voz de Bill subia a cada palavra -Se fosse tão sensata assim, não haveria de terminar a nossa história desse modo!

Anne apareceu na porta do qual ela a pouco tempo havia entrado.

-Mas o que…

-Não se preocupe Anne… Eu já estou de saída – Bill falou de uma maneira grosseira para ela se encaminhando para a porta – E Eliza… Espero que saiba muito bem o caminho que você está querendo traçar!

Ele saiu deixando um vazio para trás, uma Anne que não entendia o que se passava e uma Eliza que começava a se desmanchar em lágrimas.

Bill se jogou no banco dianteiro do carro batendo a porta atrás de si.

-Cara o que ac… - Tom perguntou mas se calou com o olhar que Bill lhe lançou.

-Me leva para algum bar… Tenho que esquecer tudo isso… - Ele se apoiou nos joelhos escondendo o rosto entre as mãos, enquanto Tom dava partido a arrancava com o carro.

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“Ultima chamada para o vôo de Berlim” – a voz anunciou. Tom olhou para o irmão que estava com a face enterrada nas mãos quieto. Os últimos três dias que passaram ali na Irlanda Bill não havia saído do quarto, e em ocasiões que tivera que sair, ficara assim calado, ou buscando algum tipo de rosto na multidão. E tom sabia exatamente por quem seu irmão gêmeo esperava.

-Vamos Maninho? – Ele bateu de leve no ombro de Bill, enquanto este dava um suspiro profundo antes de levantar e passar os olhos na multidão. Muita gente estava aglomerada no aeroporto, e os guarda-costas mantinham algumas pessoas, fãs, afastadas.

Ele caminhou lentamente para o portal de embarque, se virando mais uma vez para as pessoas. Ela não estava ali, e a vã esperança se dissipou. Ele sentiu as lágrimas lhe subirem aos olhos, mas se recusou a deixar que elas saíssem, engolindo-as. Realmente… Parecia que seus caminhos estavam separados.

-Eliza… - Seus lábios se abriram em um murmúrio baixo demais para os outros ouvirem.

Voltou-se para o túnel. Logo estaria em casa, e tentou não pensar na solidão que sentia.

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-Bill…-Elisa baixou os olhos.

Um suspiro saiu de sua boca embaçando o vidro que dava para a pista de decolagem. Sua mão pousou sobre este enquanto o avião na qual ela sabia que Bill estava, começava a deslizar sobre a pista e alcançar velocidade para se erguer para o céu rumo a Alemanha.

Ela fechou os olhos esquadrinhando a face de seu amor, a face que mantinha em sua mente, enquanto os sons do aeroporto eram abafados pela toca que vestia para esconder o rosto.

Agora já era tarde demais! Ela arfou dando as costas para o vidro e indo em direção a saída. Logo Anne daria por sua falta.

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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ...eee reviwes please.