Murmúrio escrita por bundadopatch


Capítulo 21
Reviravoltas ( Complementa o capítulo 9 )


Notas iniciais do capítulo

Complementa o capítulo 9 pela visão de Patch Cipriano



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Eu não aguentava ver Nora naquele estado. Eu sempre pensei que fosse tratá-la com indiferença caso eu não conseguisse realizar minha meta, mas algo me prendeu a ela, algo mais forte do que as razões e explicações, algo chamado destino.
E eram momentos como esses que me faziam duvidar de que o destino às vezes nos favorece.
- Anjo… - Inclinei meus lábios para tocar os seus, ela pareceu relutar consigo mesma, mas relaxou e se entregou a mim.
Era engraçado pra mim, um anjo caído, eu podia ser chamado de ser humano? Dificilmente, experimentar as sensações terrestres. Quando Nora me beijava eu sentia uma vontade imensa de poder sentir a doçura de seus lábios se dissolvendo em minha boca, sua língua quente tocando a minha, seus dedos entrelaçados em meu cabelo, mas eu não conseguia, era como se tudo aquilo não fosse do meu merecimento. E isso doía em cada parte do meu corpo.
Jorrei algumas palavras para tentar confortá-la, mas ela parecia abalada o suficiente para deixá-las passar como um rastro no vento. Ela chorava e eu queria poder aninhá-la em meu colo, brincar com seus cachos e convence-la de que tudo ficaria bem com ela, comigo, conosco.
Mas ela já havia ido. 
Não esperei sua porta bater, retornei e corri pela pista.
Eu não sabia para onde ir, com quem falar ou pedir ajudar, mas eu sabia que precisaria fazer qualquer coisa se eu quisesse ficar com o meu anjo, o destino querendo ou não.
Entrei em casa, tomei uma ducha tentando evitar os óleos que alguns dias antes eu massageava na pele perfeita de Nora, abri o meu guarda - roupa e encontrei uma blusa dobrada de forma diferente. Quando passei a blusa pelo nariz, uma onda de tristeza percorreu todas minhas terminações nervosas, desmoronei na cama com a blusa agarrada no peito e as lágrimas desceram. Era o cheiro dela, o cheiro que eu desejava e queria me deliciar. 
Passei alguns minutos deitados, sozinho relembrando cada momento que tivemos, os momentos que eu quase a perdi, as vezes em que tive que ignorá-la e até mesmo na nossa primeira vez, naquela mesma cama. 
Levantei, vesti a camisa que eu segurava, vesti um jeans preto e o meu boné favorito. 
Peguei uma bolsa com utensílios para emergência e fiz uma ligação enquanto me dirigia para o carro.
- Vou precisar da sua ajuda. - Falei, a pessoa do outro lado da linha parecia surpresa. - Sim, estou falando sério. - Eu não estava para brincadeiras hoje. - Me encontre daqui a vinte minutos no fliperama do bo. Eu sei que você sabe onde é, então não se atrase.
Agora só restava contar com a ajuda do destino, mesmo que fosse necessário um empurrãozinho, era somente com ele que eu podia contar nesse momento.


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